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terça-feira, 2 de julho de 2019

10° Aniversário: palco da turnê U2360° evocou o fantástico projeto 'The Walking City' do Archigram


Os três grandes palcos construídos para a turnê 360° do U2 foram chamados de muitas coisas. Bono se referiu a ele como Estação Espacial. Seu outro apelido, The Claw, se tornou um pouco mais comum. Um repórter do Los Angeles Times chamou de "uma extravagância com uma grande pegada de carbono e um preço ainda maior".
Seja qual for o nome, o Loveland Living Planet Aquarium da Draper em breve chamará um desses três palcos de "casa" quando se tornar a peça central da expansão do Science Learning Campus do aquário.
Quando a turnê U2360° teve início no ano de 2009, Willie Williams, que trabalha com o U2 desde 1982 e co-projetou o palco com o arquiteto falecido Mark Fisher, disse: "Isso parece algo diferente para cada pessoa que o vê", disse Willie Williams. "O foguete do Tintin. A Guerra dos Mundos. Cacto. Polvo. Garra. Sempre que começava a parecer algo, Mark e eu empurrávamos em outra direção. Parece algo que escapou de um gigantesco aquário espacial".
"Nosso trabalho tem tudo a ver com a logística de construir uma infra-estrutura técnica muito grande em um curto espaço de tempo e fazer algo interessante com ela", disse Mark Fisher. "Por que as pessoas vão para shows como este na era digital? É pela enorme experiência coletiva, social e espacial e memórias. Isto irá contribuir criando um enorme sentido de antecipação e irá proporcionar uma incrível performance cinética".
A teatralidade começou com a turnê ZOOTV de 1991, concebida por Williams e Fisher, em seu primeiro projeto do U2, como uma deslumbrante sátira da cultura de mídia com telas gigantes de vídeo. O palco da PopMart Tour em 1997 foi ainda mais selvagem. Parodiando o consumismo, ele apresentava um enorme limão, os "arcos dourados" do McDonald's e uma tela de LED gigantesca. "Na época, era completamente novo, mas todo show parece com a ZOOTV ou PopMart agora", disse Williams. "Tivemos que seguir em frente e fazer algo que pareceria mais poderoso para o público".
Um palco com o público ao redor. É a melhor maneira de criar uma ilusão de intimidade em uma multidão de até 90.000 pessoas, e liberou cerca de 20.000 lugares extras no espaço normalmente ocupado pelo palco. Mas não parecia viável para o U2 antes. Como você constrói algo forte o suficiente para suportar tantas pessoas sem bloquear a visão do público? Os palcos de ópera flutuantes construídos no Lago Constance, em Bregenz, na Áustria, convenceram Willie Williams de que era tecnicamente possível. Estilisticamente, ele foi inspirado pela estrutura arqueada de quatro pernas Theme Building de 1961 no aeroporto de Los Angeles. Ele esboçou suas idéias para Mark Fisher interpretar.
Desde que estudou com Peter Cook, co-fundador do grupo de arquitetura avant-garde, Archigram, na década de 1960, Fisher queria criar uma estrutura elástica portátil. O palco da 360​​° foi sua chance, e ele vestiu o aço em um tecido elástico originalmente desenvolvido para corridas de Fórmula 1. Verde à luz do dia, o tecido refletiria a cor da luz que estivesse brilhando nele à noite. O resultado evocou o fantástico projeto de 1964 do Archigram, 'The Walking City' (Cidade Móvel), que "andava" sob grandes pernas.



Archigram foi um grupo de arquitetos ingleses formado em 1961 - embora o grupo só tenha adotado o nome de fato em 1963 - com base na Architectural Association School of Architecture, em Londres, cujas propostas buscavam um diálogo mais próximo com o contexto cultural da época. Se inspirou na tecnologia como forma de expressão para criar projetos hipotéticos, na tentativa de resgatar as premissas fundamentais da arquitetura moderna, resguardadas as particularidades da época.
'The Walking City' foi uma ideia proposta pelo arquiteto britânico Ron Herron, em 1964. Ele propôs a construção de enormes estruturas robóticas móveis, com inteligência própria, que poderiam percorrer o mundo livremente, movendo-se para onde seus recursos ou capacidades de fabricação fossem necessários. Várias cidades poderiam se interligar para formar maior "metrópoles ambulantes" quando necessário, e em seguida se dispersarem quando seu poder concentrado não fosse mais necessário. Edifícios ou estruturas individuais também poderiam ser móveis, movendo-se sempre que seu dono quisesse ou fosse necessário.



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