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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Na América nos anos 80, o U2 vendia mais camisetas e merchandise do que grupos que vendiam o dobro de discos

1985. Na América, U2 não era uma palavra familiar e seus rostos eram desconhecidos até mesmo para alguns de seus fãs. 
Eles ainda não haviam a um álbum ou single entre os dez primeiros. Mas já estavam começando a fazer turnê em locais do tamanho de uma arena. 
Mas para um número crescente de fãs de rock & roll naquele ano, U2 com o vocalista Paul "Bono" Hewson; o guitarrista Dave "The Edge" Evans; o baixista Adam Clayton e o baterista Larry Mullen Jr., todos com menos de 25 anos de idade - se tornou a banda que mais importava, talvez até a única banda que importava. 
Não era por acaso que o U2 vendia mais camisetas e merchandise do que grupos que vendiam o dobro de discos, ou que quatro dos cinco álbuns do U2 estavam no Top 200 da Billboard. 
O grupo se tornou um dos poucos artistas da história do rock & roll (The Who, Grateful Dead, Bruce Springsteen) com quem as pessoas estavam ansiosas para se identificar. E eles fizeram isso não apenas com sua música, mas também com uma mensagem mais ampla - cantando "Pride (In the Name Of Love)", enquanto a maioria dos outros grupos cantavam sobre orgulho no ato de amor.

I Will Sing, Sing A New Song: o vocal destacado de Bono em "Miami" e "If You Wear That Velvet Dress"


O vocal destacado de Bono em "Miami" e "If You Wear That Velvet Dress" de 'POP', de 1997. 
Pelo fã, músico e colaborador Márcio Fernando!


Seria a fase 'Achtung Baby' do RPM?


Apesar de não contar com o tecladista Luiz Schiavon e com o baterista Paulo P.A. Pagni, o disco Paulo Ricardo & RPM de 1993 é considerado por muitos como o terceiro disco de estúdio da banda. Com Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarras), Marquinho Costa (bateria) e Franco Júnior (teclados), este é o disco mais pesado da banda. Sem a influência de Schiavon, a banda apostou em guitarras pesadas e solos bem construídos por Deluqui. O disco veio com dominância das guitarras e estilo rock garagem e influência de Peter Frampton e Pink Floyd.
O disco gravado em português e espanhol com lançamento simultâneo em toda america latina prometia resgatar o Rock nacional que sofria vendo outros gêneros dominarem o mercado fonográfico.
O RPM que resurgia pela terceira vez vinha com uma missão difícel. 
O curioso é que assim como o álbum anterior, 'Quatro Coiotes' de 1988, onde a banda inspirados pelo visual do U2, foi até o deserto de 'The Joshua Tree' para fazer as fotos promocionais; este disco de 1993 do RPM mostra a banda em visuais coloridos que lembra muito o U2 em 'Achtung Baby' de 1991!





terça-feira, 29 de junho de 2021

Robert Robertson e Martin Scorsese tinham projeto para continuação de 'The Last Waltz', que traria participação do U2


Martin Scorsese é mais conhecido por seus filmes para o cinema, mas ele também teve um trabalho paralelo longo e lucrativo fazendo documentários de rock, começando com o exemplo favorito de muitas pessoas de todo o gênero, 'The Last Waltz', de 1978. 
Esse filme narra o show final da The Band, com participações de alguns dos maiores nomes do rock, incluindo Bob Dylan, Muddy Waters e Joni Mitchell. Começou aí a longa amizade de Scorsese com o vocalista Robbie Robertson, que ajudou Martin nas trilhas sonoras de vários de seus filmes, incluindo Cassino.
Em 1989, Robert Robertson e Martin Scorsese anunciaram que estavam planejando uma espécie de sequência para 'The Last Waltz'. 
O projeto inicial teve o nome de Robbie Robertson And Friends, e começou com a ideia de um show televisionado com Peter Gabriel e U2. Nenhum dos dois estava disponível, mas em vez de repassar o projeto, Robertson o expandiu para um filme para o cinema. 
'Scorsese On Scorsese' cita uma entrevista à Rolling Stone onde Robertson disse que o filme seria "uma combinação de The Red Shoes [um dos favoritos de Scorsese] e 'All That Jazz', lidando apenas com música em vez de dança".
Este projeto nunca aconteceu, mas Martin Scorsese voltaria a trabalhar em um documentário sobre a The Band.
A narrativa de 'Once Were Brothers: Robbie Robertson & The Band' lançado em 2020 tem como base a história e perspetiva de Robbie Robertson. A produção executiva do documentário contou com Martin Scorcese, enquanto a realização ficou a cargo de Daniel Roher. 
O documentário mostra filmagens raras, incluindo gravações em estúdio, revisita a ascensão da The Band até ao topo da música mundial, alcançado na década de 1970 e apresenta depoimentos de outras estrelas como Bob Dylan, Eric Clapton, Peter Gabriel, Bruce Springsteen, Van Morrison, Taj Mahal e o próprio Martin Scorsese. 

Brad Pitt revela que procurou Bono para ajudar em sua recuperação no vício de drogas e depressão


Brad Pitt é um dos atores mais requisitados de Hollywood. O ator fez vários papéis aclamados pela crítica ao longo de sua carreira. No entanto, Brad Pitt em uma entrevista, revelou que sofria de abuso de drogas e depressão no final da década de 1990. Pitt disse que usou drogas na tentativa de evitar os lados difíceis e severos do estrelato.
Em uma entrevista ao Hollywood Reporter, Brad Pitt revelou que começou a usar drogas e fumar maconha no final dos anos 90. O ator disse que começou a usar drogas como uma fuga de seu status de celebridade e para fugir do lado negativo do show business. 
Pitt revelou que, junto com o abuso de substâncias, ele também sofria de depressão, mas explicou isso como uma experiência de aprendizado, ele disse: "Eu vejo isso como uma ótima educação, como uma das estações ou um semestre. Neste semestre eu estava me formando em depressão'. 
O ator revelou que seu despertar veio quando ele fez uma viagem para a Iugoslávia e Marrocos no final dos anos 90. O ator disse que viu "a pobreza a um extremo que eu nunca tinha testemunhado antes".
Pitt revelou que então procurou Bono para ajudar em sua recuperação. O ator revelou que isso também o ajudou a conhecer e se conectar com sua agora ex-esposa Angelina Jolie.

U2 levou as operadoras da Casa Branca para show da ZOOTV e irritou George Bush


Quando o U2 estava em sua turnê Zoo TV, Bono costumava levar um telefone via satélite para o palco todas as noites. E quase todas as noites durante a etapa norte-americana da turnê, ele ligava do palco para a Casa Branca.
Em outubro de 1992, depois de muitos telefonemas e aborrecimento de muitas operadoras da Casa Branca, ele decidiu fazer as pazes com elas. 
O U2 despachou seu jato particular para Washington, onde pegou as operadoras e as levou para o show do U2 em Columbia, Carolina do Sul.
O presidente George Bush não achou graça. Ele disse: "Não tenho nada contra o U2. Mas da próxima vez que enfrentarmos uma crise de política externa, trabalharei com John Major e Boris Yeltsin. E Bill Clinton pode consultar Boy George".

Quase sorrindo, Larry Mullen aparece em Kilkenny ao lado do investidor local em tecnologia e empresário Brendan Morrissey


Larry Mullen Jnr foi fotografado em Kilkenny ao lado do investidor local em tecnologia e empresário Brendan Morrissey.
Em uma postagem no Instagram, Brendan expressa seu amor pelo U2 na legenda: "Passei minha juventude desperdiçada em bares ouvindo cada disco do U2 na jukebox. Bem-vindo a Kilkenny, Larry. Estranho como a vida dá voltas".
Brendan ganhou as manchetes recentemente após o lançamento do iLaugh, um aplicativo que combina tecnologia inteligente e comédia.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

"Aqui é o Bono, eu interpreto o Leão, que perdeu seu rugido"

 

I Will Sing, Sing A New Song: o vocal destacado de Bono em "Last Night On Earth" e "Gone"


O vocal destacado de Bono em "Last Night On Earth" e "Gone" de 'POP', de 1997. 
Pelo fã, músico e colaborador Márcio Fernando!
Vocais de "Last Night On Earth" foram gravados no dia que o U2 entregaria as fitas para masterização. Se ouve perfeitamente a voz rouca de Bono no refrão, e detalhes que ele canta no finalzinho da faixa.


Roteirista de Star Trek: Enterprise lamenta não terem conseguido pagar para terem canção do U2 na abertura da série


Não há muitos fãs de Star Trek: Enterprise que gostem da música tema que foi escolhida para a série quando estreou em 2001. "Faith Of The Heart" foi escrita por Diane Warren e originalmente cantada por Rod Stewart para o filme de 1998 'Path Adams'. Foi regravada por Russell Watson como "Where My Heart Will Take Me" para usar na nova série Star Trek, que levou os telespectadores de volta no tempo à primeira nave estelar de dobra-cinco.
Não é nenhuma surpresa que os fãs tenham odiado a música e a versão, embora Russell Watson tivesse certeza de que eles aceitariam isso. Na verdade, ele disse ao Zap2it em 2001 que quando os fãs assistissem ao 20º episódio, eles estariam pensando que a música não era tão ruim, afinal. Mas isso não aconteceu. Na verdade, os fãs iniciaram petições sem sucesso para mudar a música-tema.
De acordo com 'The Fifty-Year Mission The Next 25 Years' de Mark A. Altman e Edward Gross, Rick Berman disse que a letra de "Faith Of The Heart" parecia perfeita, mas Brannon Braga disse que ainda se encolhe ao ouvi-la. Ele disse que originalmente a abertura era um corte com "Beautiful Day" do U2.
"Se pudéssemos ter usado isso - ou pudéssemos pagar, teria sido uma ótima música. Essa abertura com o U2 é incrível. É moderna e legal, enquanto a música que usamos no corte final é horrível".
A maioria dos fãs concordará, entretanto, que apesar do desejo dos produtores de usarem "Beautiful Day", a melhor escolha teria sido um instrumental como todas as outras séries de Star Trek usadas. Essas canções-tema são amplamente reconhecidas como parte da franquia, enquanto "Where Your Heart Will Take You" é uma que os fãs preferem esquecer ou ignorar.


Paulo Ricardo conta como virou fã do U2 e sobre foto tirada com Bono em St. Tropez


São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009 

Paulo Ricado para o Folhateen

Entrei para a Escola de Comunicação e Artes da USP em 1980 e comecei a trabalhar imediatamente em publicações especializadas em música, como Canja e a revista Som Três. Ainda me lembro do impacto causado por 'Boy', deste mesmo ano. A crítica amou.
A capa tinha um prata que encarecia e valorizava o trabalho. Os nomes eram estranhos, Bono Vox e The Edge, que porra é essa? Mas o disco era realmente bom. Coeso, melódico, moderno, parecia realmente que era uma daquelas bandas que prometiam.
E cumpriram!
Em 1983 fui para Londres trabalhar como correspondente. Ia a shows todo santo dia. Tears For Fears, Culture Club, Human League, Clímax Blues Band, Rush, Bowie, 1983 foi um ano abençoado, a segunda invasão britânica segundo a imprensa americana. E eu peguei a turnê de 'War'. Foda.
Essa turnê está registrada no empolgante DVD 'Under A Blood Red Sky' (que está sendo lançado aqui só agora). Bono com aquela viadagem de levantar a bandeira branca, The Edge se revezando entre a guitarra e o teclado em "New Year's Day", Larry sozinho no palco no final do show em "40", como no final da turnê Vertigo que vimos no Morumbi. A galera pogava feliz, novos melhores amigos se espremendo numa consagração quase religiosa de música e juventude. Um puta clima. Saí de lá com programa, camiseta e tudo que tinha direito. E o U2 tinha conquistado mais um fã.
Anos depois encontrei com Bono, em St. Tropez, com um sorvete de casquinha escorrendo por seus dedos de irlandês. Conversamos um pouco e ele tirou uma foto nossa.
Gente fina.

domingo, 27 de junho de 2021

A história da faixa do U2 remixada por um músico português, que acabou não sendo utilizada pela banda


André Allen Anjos é um músico e produtor musical português que vive em Portland. Vencedor de um Grammy.
O Remix Artist Collective (RAC) foi criado em janeiro de 2007 por André Allen Anjos. Originário do Porto, Portugal, Anjos fundou o RAC em Greenville, Illinois, Estados Unidos, e tornou-se coordenador do Remix Artist Collective. Mais tarde, Andrew Maury (Nova York) e Karl Kling (Portland) se juntaram ao RAC.
Eles reinterpretam canções para artistas musicais e têm trabalhado extensivamente com artistas do gênero indie rock. Em 2009, o RAC foi inicialmente abordado para remixar "Magnificent" para o próximo single do U2 com o mesmo nome. A mixagem final da música não foi usada pelo U2 para o single.
O remix acabou sendo lançado pelo RAC naquele mesmo ano em um EP digital de 4 faixas, chamado 'Vol. 1.5'.
O efeito vocal usado na faixa do U2 foi obtido pelo uso do software "Melodyne" para alterar os vocais, e André recebeu arquivos de estúdio, então sua versão traz takes de Bono diferentes, que não entraram na versão final de estúdio.
André Allen Anjos falou: "Isso foi engraçado porque, em retrospecto, foi um pouco ousado da minha parte usar AutoTune em Bono e mudar a música inteira para uma tonalidade maior e torná-la muito mais U2 do que eles fizeram. Naquele ponto, eu estava tipo, "Dane-se. Eu vou fazer isso e ver o que acontece". Isso foi no início. Com o U2 foi um pouco diferente, porque era tipo: "Será que eles vão ouvir isso? Não sei". Foi através da gravadora, então eu estava, talvez, menos preocupado com isso. Obviamente, eu cresci com o U2 e sei como eles soam. Eu estava apenas tentando fazer algo que achasse apropriado, sem tirar nada disso. Acabei mudando um pouco. Mas todo o meu ethos com remixar é fazer algo apropriado e com bom senso. Faça algo que o mostre sob uma luz diferente, mas não o estrague completamente".
Em uma entrevista, ao ser perguntado sobre um disco marcante que ilustre maneiras interessantes e eficazes de usar a reverb, André Allen Anjos respondeu: "O uso de reverb e efeitos baseados em tempo em 'The Joshua Tree' do U2, produzido por Brian Eno e Daniel Lanois, com músicas como "Where The Streets Have No Name", realmente se destacou para mim".

sábado, 26 de junho de 2021

Steve Lillywhite diz que para 'No Line On The Horizon', o U2 se via como uma banda nova, uma banda da qual ninguém nunca ouviu falar


Steve Lillywhite produziu os três primeiros álbuns do U2 e fez contribuições importantes para os outros. Ele fala sobre seu trabalho com a banda:

"Quando eu vim para produzir seu primeiro álbum, acho que eles me viam como uma figura adulta na indústria da música. Eles tinham a sensação de que, sempre que eu chegava, eles realmente tinham que começar a trabalhar.
Eu pensei depois de 'Boy' que nós passaríamos para coisas diferentes. Então eles me pediram para trabalhar em 'October' e depois no álbum 'War'. Eu realmente não tinha certeza na hora. Minha ideia sempre foi que, como produtor, eu trabalho com muitos artistas diferentes e que os artistas deveriam trabalhar com muitos produtores diferentes. Mas nos tornamos próximos ao longo dos anos.
Não há nada realmente irritante sobre eles, mas eles têm o hábito de trabalhar até o último segundo. Em 'War', a última música que fizemos foi "40". O tempo do estúdio estava passando e a próxima banda estava esperando do lado de fora. Aconteceu de novo em 'No Line On The Horizon' - acontece em todos os álbuns do U2.
Não houve nada diferente neles neste álbum. Foi tanto sobre o compromisso com a música quanto em 'Boy'.
Alguns produtores temem ter que dizer para estrelas do rock realmente famosas que a música que eles acabaram de tocar é uma besteira absoluta. Há uma linha aí: você tem que ser capaz de empurrar o artista sem estragar a obra. É uma segunda natureza agora para mim.
Cheguei depois das gravações de Marrocos, onde Brian Eno e Daniel Lanois já haviam começado a produção. Houve algumas sessões antes com Rick Rubin - mas não foram usadas por qualquer motivo.
Trabalhei nas sessões de Londres e Dublin. O que mais me impressionou é como o U2 parecia se ver como uma banda nova, uma banda da qual ninguém nunca ouviu falar e por essa razão eles realmente devem se destacar nisso".

A canção favorita de Steve Lillywhite no disco é "Moment Of Surrender".

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Quando Dave Grohl era do Nirvana, disse que conhecer Bono o fez querer desistir de estar em uma banda de rock


No ano de 1992, Dave Grohl do Nirvana contou como ele conheceu Bono na parte americana da turnê ZOOTV do U2:

"Cuzão. Foi uma experiência ruim porque quando eu tinha 13 anos eu achava que 'War' era um ótimo álbum! Ele cheira a rock star, ele não era um ser humano. 
Ele queria que nós abríssemos para eles em turnê, e eu disse: 'Não, não é isso que gostamos'. E ele estava dizendo: 'Você deve isso ao público, você tem que dar o próximo passo'. E eu disse 'Não quero dar o próximo passo!' 
Ele estava tentando desesperadamente fazer uma conexão. 'Você gosta de blues?' 'Não'. 'Você gosta de gospel?' - Er, não, realmente não. 'Então, que tipo de música você ouve? "A porra do punk rock, cara!' E é claro que ele me contou sobre o punk rock e ele estava lá e ele era o significado do punk rock. Depois de conhecer aquele cara, me fez querer desistir de estar em uma banda de rock'n 'roll".

Chris Novoselic, o baixista do Nirvana, na mesma entrevista, foi perguntado se ele gostaria de escapar dos holofotes, se sendo uma estrela do rock lhe fazia ler todas as semanas que era um viciado em heroína.
Chris respondeu: "Sim, isso me incomoda, me irrita. Eu não tinha ideia de que estar em uma banda comercial de rock seria assim, porque nunca prestei atenção em outras bandas comerciais de rock. Eu nunca li uma entrevista do U2, então eu não sei se há rumores sobre eles fazendo coisas insanas. Eu realmente não conheço nenhuma outra banda de rock que tenha tantos rumores escritos sobre eles. O Guns N 'Roses começou admitindo coisas, tentando criar algo, o mesmo com Jane's Addiction, que ostentou totalmente, glamorizou totalmente o uso de heroína. Eu acho isso ridículo".

I Will Sing, Sing A New Song: o vocal destacado de Bono em "If God Will Send His Angels" e "Staring At The Sun"


O vocal destacado de Bono em "If God Will Send His Angels" e "Staring At The Sun" de 'POP', de 1997. 
Pelo fã, músico e colaborador Márcio Fernando!


Ed Sheeran revela como se conectou a Bono, por causa da paternidade


Ed Sheeran revelou que ele se conectou a Bono, por causa da paternidade.
Conversando com o apresentador da Apple Music 1, Zane Lowe, para o New Music Daily, Ed Sheeran falou sobre seu novo single e de se tornar pai.
Sheeran se tornou pai recentemente, e em sua tentativa de navegar neste novo reino, ele alcançou uma fonte surpreendente - Bono.
O vocalista do U2 foi "o cara mais doce" durante uma conversa de três horas, que levou a um "mergulho profundo no U2 em vinil" por Ed Sheeran.
Ele comentou: "Quando descobri que Cherry estava grávida, pensei: "Como faço para navegar isso em minha carreira?" E eu tnha acabado de assistir 'Rattle And Hum', o documentário, no YouTube e basicamente ... Bem, não, é isso. O U2 tocou em estádios em seu terceiro disco ou algo assim. E Bono tinha 28 anos e ele terminou sua turnê ao vivo aos 29 e então teve seu primeiro filho e então passou a ser ... Aquele foi o primeiro estádio deles e então eles continuaram a ter uma carreira de 30 anos ainda tocando em estádios. E eu pensei, esse é o único cara com quem eu sinto ... que eu poderia me relacionar.
Então eu entrei em contato, então tivemos uma conversa de três horas e ele é o cara mais doce. E nós estávamos tendo ... E eu nunca realmente me liguei a ele assim. E eu acho que provavelmente nunca teria feito, mas havia apenas isso ... Não sei o que o fez atender a ligação, mas estamos meio que tendo um bate-papo e ele estava me contando como ele navegou sendo pai, a escola de seus filhos e como eles faziam passeios e coisas assim. E eu estava apenas absorvendo tudo e ele desligou o telefone e nós meio que encerramos nosso bate-papo.
E então passei por um mergulho profundo no U2 em vinil. Então comprei todos os discos deles. Eu tinha ouvido os discos deles, mas nunca ... É diferente sentar com fones de ouvido, olhos fechados".

quinta-feira, 24 de junho de 2021

A longa entrevista do The Artspace Art for Life com Adam Clayton - Parte IV


A única peça que eu compraria se ficasse disponível: "Sou um grande fã de Wilhelm Sasnal. E o que eu gosto em Wilhelm é que culturalmente ele é polonês, o que eu acho uma estética interessante por causa do que a Polônia passou. Mas ele é influenciado pela cultura pop. Eu amo o fato de que ele trabalha a partir de fotografias para suas imagens originais e ele sempre coloca algum tipo de viés político em qualquer show de trabalho que está fazendo. 
Qualquer que seja a história política do momento, você descobrirá que Wilhelm a abordou de alguma forma em uma obra de arte. Eu acho que é uma ótima coisa para os artistas fazerem e aplaudo isso em seu trabalho. Um de seus assuntos favoritos é sua esposa Anka. Há uma imagem dela em uma praia de biquíni e essa é a única imagem de Wilhelm que, se estivesse disponível, eu definitivamente iria quebrar o banco para adquirir".

A peça que escapou: "Eu acho que ele é possivelmente um artista, mas Thomas Schutte fez uma série de peças há alguns anos que eram esculturas muito grandes sentadas em bancos de aço que pareciam muito funcionais, feitas com ferro e vigas e com um monte de ângulos retos. Quando você as coloca ao ar livre, elas enferrujam rapidamente e ficam vermelho alaranjado. Gosto delas por causa de sua dualidade - a diferença entre esses bancos de trabalho sólidos e essas formas femininas delicadas sentadas sobre eles. Muito poderoso. Se eu tivesse uma, teria que colocá-la na Irlanda, acho que se adequaria muito bem a esse clima, pois não é tão diferente do clima da Alemanha do Norte". 

Fender Precision bass guitar - photo courtesy Adam Clayton


Aquilo que não é arte, mas é para mim: "Para mim, tem que ser a guitarra elétrica - no meu caso o baixo elétrico. Lembro-me de quando meus avós compraram pela primeira vez uma televisão. Vendo Top of the Pops ou Ready Steady Go e vendo esses homens engraçados com guitarras elétricas que eram todas brilhantes e cintilantes. E isso deve ter realmente funcionado. Existem muitas opções de instrumentos que um baixista pode escolher, mas eu voltei para o baixo Fender Precision - o primeiro baixo elétrico projetado por Leo Fender que está praticamente inalterado. Ele faz o mesmo trabalho hoje que fazia em 1950, quando foi inventado. Isso finaliza o trabalho. Há uma beleza nas curvas para mim e na maneira como elas se encaixam no corpo. Então, há algo glorioso sobre aqueles acessórios de níquel cromado brilhante. E então, finalmente, é o som disso! Não sei por que essas baixas frequências de baixo significam tanto para mim, acho que é apenas a maneira como alguns de nós são conectados - ouvimos esse tipo de coisa. Acho que o poder da música é vodu - você não sabe por que ela se comunica, mas comunica. E, é claro, passei a ter muitos baixos - você nunca terá o suficiente!"

O que alguém pode deduzir sobre mim de minha coleção: "Tenho a tendência de gostar de trabalhos figurativos! Não sei por que sou constantemente atraído de volta ao trabalho figurativo - o rosto ou o corpo ou o que quer que seja. Talvez você esteja constantemente em um diálogo com sua própria humanidade quando tem esse tipo de trabalho ao seu redor. Para mim, o trabalho da arte é nos conectar à nossa humanidade e nos fazer honrar isso de alguma forma. Obviamente, o trabalho figurativo também aquece os espaços. Se você olhar as coisas em um sentido arquitetônico, eu sinto que se você tem linhas retas quadradas, você não quer obras de arte feitas de linhas retas ou quadradas também".

A peça que reflete onde estou agora: "Há alguns anos, Marlene Dumas fez uma exposição de heróis tombados. Era sobre a vulnerabilidade das pessoas terem falhado consigo mesmas e com todos os outros. Havia duas fotos de Phil Spector na série. Uma dele com uma aparência descolada e legal como um dia o conhecíamos e amávamos, e depois havia sua foto policial - sem a peruca. Essa foi o que eu fiquei atraído por causa da vulnerabilidade dele. E aquela foto está em nossa sala de estar e eu olho para ela todos os dias. O que é interessante para mim é que este é Phil no final de sua vida percebendo - se é que ele percebeu - que o que ele fez iria mudar absoluta e cataclismicamente sua vida. Não importava quão bons eram seus discos; não faria nenhuma diferença.
Eu amo a aparente velocidade de criação da imagem; ela não parece ter trabalhado muito nisso, é emocionalmente direto dela para a tela. Embora eu ache que jamais estarei na mesma situação, eu sinto essa situação. E quando eu olho para essa foto, lembro que é sempre bom estar ciente de que sim, você pode fazer ótimos discos, pode fazer grandes turnês e pode significar muito para muitas pessoas, mas ainda assim não pode perder isso, a noção de quem você é. E essa vulnerabilidade que temos é algo a ser apreciado e mantido. Nunca tenha medo de perguntar por quê, nunca tenha medo de pedir ajuda. Você sabe que este é um bom conselho para qualquer pessoa em qualquer estágio de sua vida. O direito é o inimigo. Isso causou tantos estragos e é tão feio". 

Marlene Dumas - Phil Spector - Without Wig, 2011 - photo courtesy Adam Clayton


A arte que deixarei para alguém que amo: "Extremamente difícil de responder. Mas provavelmente seria uma das peças originais de Louise Bourgeois que comprei em Nova York no início dos anos 90, Nature Study 4. Não é necessariamente uma peça burguesa importante, mas tem muito poder e força. Eu adoraria poder passar isso para nossa filha Alba, que agora tem três anos e meio. É como uma estrela de três pontas, envolta nesta substância parecida com alcaçuz que para mim representa o nosso pequeno núcleo de uma família - nós três. E adoro a forma como este tipo de material preto envolve esta família de três pessoas e surge como um braço com uma mão na extremidade. Para mim, isso representa tudo o que o trabalho de Louise envolve - família, criação e algum tipo de intimidade e carinho. Sempre sinto que isso engloba sua mensagem e sua arte, que trata de nutrir a alma". 

Louise Bourgeois - Nature Study 4 (Scroll with Hands) 1985 - photo courtesy Adam Clayton

A longa entrevista do The Artspace Art for Life com Adam Clayton - Parte III


Adam Clayton with Wilhelm Sasnal Anka, 2001 - photo by Ross Stewart 

As primeiras peças que comprei: "O primeiro quadro que comprei foi um quadro de Jack Yeats. Chamava-se Jazz Babies e era uma imagem do que chamaríamos de shebeen, mas era um clube de jazz no porão. Mas, em vez de ter uma banda de jazz de Nova Orleans, tinha uma jukebox com discos de jazz. 
Essa foi a minha primeira obra de arte de verdade e adorei aquela imagem! Foi certamente a maior quantia de dinheiro que eu havia gasto em qualquer coisa até aquele momento! Eu não acho que isso mude, aquela ligeira dificuldade de tentar descobrir como ou por que uma obra de arte vale tanto dinheiro. E, claro, você sempre tem que concordar que vale a pena essa quantia de dinheiro e você pode pagar ou não. Isso foi em meados dos anos 80 e foi o começo de eu realmente comprar bastante arte irlandesa: Jack Yeats, William Orpen, John Lavery, Colin Middleton, Walter Osborne Paul Henry. Mas então, depois de um tempo, comecei a pensar: isso não representa realmente quem eu sou, não é realmente minha paixão ou no que estou interessado.

Herb Ritts - Louise Bourgeois, New York 1991 - photo courtesy Adam Clayton 

Então me mudei para Nova York no início de 1990 e naquela época o mercado de arte não estava tão desenvolvido como agora e você poderia fazer muitas perguntas e descobrir as galerias para visitar e obter uma introdução. Havia uma artista irlandesa amiga minha chamada Catherine Owens, que posteriormente fez grande parte do design para nossos shows ao vivo. Ela me levou para a galeria de Robert Miller, que eu adorei. Ele era o galerista de Louise Bourgeois e Robert Mapplethorpe. Ele tinha Joan Mitchell na época também e, embora naquela época eu talvez não entendesse seu trabalho, isso definitivamente abriu meus olhos. Ele também tinha Jean-Michel Basquiat, que eu diria ser o próximo artista significativo que comprei, junto com Louise Bourgeois. Eles foram dois dos artistas que absolutamente moldaram a maneira como olhei para o mundo a partir de então. Eu simplesmente amei a rebelião do que Basquiat estava fazendo. Uma história trágica, uma vida trágica e, em seguida, Louise Bourgeois, essa mulher francesa mais velha que estava apenas tentando retomar sua família e cuidar de si mesma e de todas as outras pessoas com quem entrou em contato. 

Robert Mapplethorpe - Cock and Devil, 1982 - photo courtesy Adam Clayton


No início dos anos 90, eu morava no Upper West Side, que ainda era bastante sujo na época - os preços dos imóveis não haviam subido. É por isso que muitas pessoas interessantes escolheram morar lá. Não foi transformado na coisa yuppie de classe média que se tornou. De uma forma engraçada, os apartamentos lá se prestam realmente a esse tipo de arte. Era muito fácil colocar as coisas e acho que naquela época minha farra de compras, se é que se podia chamar assim, consistia em escultura, Basquiats, fotografia, Mapplethorpes.
De certa forma, Robert Mapplethorpe era pouco apreciado na época, ou talvez as pessoas estivessem apenas com medo do poder de suas imagens. Suponho que, por crescer em um colégio interno, nunca deixei meus olhos repousarem por muito tempo em um pênis ereto ou flácido. Mas quando você vê seu trabalho e a maneira como ele ama o corpo masculino - como um homem, de repente você fica, ooh! Eu posso ser lindo. É lindo; na verdade, é uma coisa boa.
Acho que provavelmente em homens, você sabe ... amadurecemos bem tarde! E se você estiver em uma banda em turnê pelo mundo, leva ainda mais tempo para amadurecer. Nos anos 90, eu devia ter cerca de trinta anos, mas de repente comecei a ver a forma masculina de uma forma que nunca havia apreciado antes. Mapplethorpe me ensinou isso.
Comprei um lindo retrato de Ken Moody, um dos modelos de Mapplethorpe, que ainda amo. Seja qual for a forma como Mapplethorpe iluminou a pele, e como ele imprimiu, você obtém essa grande profundidade e calor com ele. Também Mapplethorpe foi interessante porque foi o primeiro fotógrafo a dizer: 'Não, sou um artista plástico, quero ser levado a sério como artista. Não quero ser visto como um artista comercial'. Todos os que vieram depois dele, e que foram considerados bons artistas, até Wolfgang Tillmans, hoje têm uma dívida com Mapplethorpe. 

Stan Douglas - Pembury Estate, 2017 - photo courtesy Adam Clayton


O melhor da fotografia, de certa forma, é que ela é tão imediata. É sobre a habilidade intelectual do fotógrafo de editar que se torna importante, ao invés de apenas sua habilidade de ser criativo, então são sempre vibrantes. E se eles estão nisso, eles estão realmente nisso. Na época, havia um fotógrafo chamado Lee Friedlander, eu vi alguns de seus trabalhos, obviamente conhecia Herb Ritts por seu trabalho de moda. Sua habilidade é ótima, mas não era necessariamente uma habilidade de belas-artes. Eu vi Diane Arbus naquela época e descobri um fotógrafo de Nova Orleans chamado Clarence John Laughlin. Ele era na verdade um arquiteto que, quando a fotografia começou a surgir como um processo químico, ficou muito interessado nela. Ele fotografou as mansões do sul em mau estado, em um mundo pós-escravidão onde as plantações não eram mais funcionais. São imagens muito, muito poderosas. Essa foi uma daquelas ocasiões em que encontrei algo que era evocativo e articulado, mas ao mesmo tempo não era mainstream. Eu gostaria que o mundo da arte ainda fosse um pouco assim - que tudo não fosse tão mainstream.
O outro fotógrafo de que gostei na época, mas talvez não tenha apreciado o suficiente na época, foi William Eggleston. Ele é um gigante, mas na época a fotografia colorida não era muito considerada. Eu estava viajando para LA para fazer algumas gravações e me desviei para Memphis e dei uma passada nele e ele é um personagem e tanto. William tinha alguns interesses pouco saudáveis - nada politicamente corretos - mas era assim que as coisas eram naquela época. Mas ele adora sua música, adora tocar piano. Mais recentemente, comecei a me interessar por Richard Mosse e Stan Douglas". 

Roni Horn - Water Double, v.2, 2013 - photo courtesy Adam Clayton

A longa entrevista do The Artspace Art for Life com Adam Clayton - Parte II


As forças culturais também ajudaram Adam Clayton a encontrar um lugar no mundo, quando as pistas do sistema escolar começaram a falhar. "Desde os 13 ou 14 anos, eu sabia muito bem que não faria parte do mundo normal", lembra Adam. "Suponho que, se tivesse concluído minha educação, teria tentado ir para a escola de artes. Provavelmente não teria entrado e acabaria como fotógrafo comercial ou motorista de van! É difícil saber, mas deixei a escola aos 17 anos sem terminar meus estudos. Quando The Stranglers e Patti Smith e The Clash apareceram, isso pareceu ter um efeito profundo em minhas moléculas".
Esse efeito era auditivo e visual. "Acho que a capa do álbum teria sido a primeira coisa que teria influenciado meus olhos, porque as capas dos álbuns contavam uma história", diz ele. "Mas a outra coisa que acho que me informou visualmente foram os programas de TV americanos, porque nos anos 1970 ninguém sabia como era Nova York, ou Los Angeles, ou Miami. E então foi esse mix de América vindo pela música, entrando pela televisão e filmes, que tudo começou a me dar uma linguagem visual que era muito familiar, muito mais tarde, quando acabei indo para a América".
Na verdade, foi enquanto estava nos Estados Unidos que Adam começou a ver e comprar arte seriamente. "Quando comecei a olhar para a arte no final dos anos 80, início dos 90, fui influenciado ou atraído por aquele período em Nova York em que música e arte se misturavam e o movimento do graffiti estava apenas começando", lembra ele. "Acho que também fui atraído por artistas mulheres que pareciam muito subestimadas. Achei a ausência de testosterona muito boa e, quando comecei a me envolver com elas, percebi que seus critérios de criatividade eram muito diferentes. Certamente muitas delas costumavam dizer, 'tínhamos famílias; não podíamos sentar e perder nosso tempo criativo. Se tivéssemos duas ou três horas no dia, tínhamos que usá-lo'. Certamente, acho a arte gerada por mulheres muito mais envolvente, interessante e meditativa".
O foco em trabalhos meditativos e envolventes permanece fiel até hoje. 

Alexandre da Cunha - Public Sculpture (Drums1), 2016 - photo courtesy Adam Clayton 



A arte nas paredes da casa da família: "Minha mãe gostava de pensar que ela tinha um pouco de olhar artístico - e provavelmente tinha - mas não tinha recursos na época. Éramos uma espécie de família itinerante, morando primeiro na África e depois em Cingapura. Eu era um viajante bastante experiente. Nos meus primeiros dez anos, vivemos no Quênia, vivemos na Zâmbia, Cingapura e até mesmo Tel Aviv por um curto período. Em cada um desses lugares, minha mãe sempre colecionava uma escultura ou uma peça de arte popular. Acho que muito disso eram as coisas usuais que vendem aos turistas - esculturas em madeira de animais africanos e esse tipo de coisa. Mas sempre foram coisas lindas de segurar e manusear. Meu primeiro amor quando comecei a comprar arte era muito escultura e eu acho que você pode relacionar isso com aquelas primeiras experiências.
Meu pai tinha estado na RAF e vava em jatos desde muito cedo. Ele estava estacionado em Aden, no Iêmen, e estava envolvido na crise de Suez. Por estarem voando com esses jatos, alguém tirou fotos pela janela. Na época, eu não tinha percebido bem, mas agora, quando olho para trás, que era uma imagem visual muito forte para mim, essas fotos em preto e branco de aviões fazendo acrobacias.
Acho que elas sugeriram um mundo exótico - o Oriente Médio. E eu acho que provavelmente havia muita bagagem lá que eu devo ter me agarrado de alguma forma. Elas também eram bastante surreais. Algumas das fotos foram tiradas dentro da cabine, então você também teria todos os detalhes biográficos e documentais. Na verdade, eles ainda estão pendurados na casa do meu pai. Depois do tempo em Aden, ele saiu da aviação militar e foi para a aviação civil. Havia poucos empregos, e é por isso que acabamos nos mudando tanto, e acabamos nos estabelecendo na Irlanda quando eu tinha seis anos". 

 Jack Butler Yeats - Jazz Babies, 1929 - photo courtesy Adam Clayton
A primeira galeria ou mostra que me surpreendeu: "Eu cresci em Dublin e naquela época eu teria ido ao Museu Nacional e lá teria me deparado com as obras de Jack Yeats, que foi um pintor bastante influente. Visualmente, o trabalho era abstrato, mas expressionista. Ele era irmão de WB Yeats, então, culturalmente na Irlanda, fazia sentido. Também tinham trabalhos de William Orpen e Sir John Lavery, eram imagens que eu conhecia. Então, quando tive a oportunidade de comprar arte, foi por lá que comecei. E novamente minha mãe me encorajou a olhar para a arte irlandesa". 

Diane Arbus - Untitled 7, 1970-1971 - photo courtesy Adam Clayton

A longa entrevista do The Artspace Art for Life com Adam Clayton - Parte I


Como membro fundador do U2, uma das bandas de maior sucesso do mundo, o baixista britânico Adam Clayton tem o capital e a visão criativa para coletar e apreciar a arte contemporânea. Só não o chame de colecionador. "Tenho uma relação desconfortável em ser chamado de colecionador por causa de tudo o que vem junto", explica o baixista de 61 anos. "Eu me considero antes de mais nada um entusiasta porque acho que isso implica que você é curioso e interessado na expressão e na prática. Depois de entrar em palavras como coleção, é quando o intelecto e o poder de fogo financeiro entram em cena".
Em vez de se ver como um caçador de troféus do mundo da arte, Adam prefere ver seu amor pela arte como um hábito agradável. "Se parte de ser um colecionador é adquirir coisas que são essencialmente puras e chegam em um certo tipo de ordem, ou contam um certo tipo de narrativa, então sim, eu acho que funciona na maneira como meu cérebro está conectado", ele continua. "Definitivamente tenho aquele vício de ir mais longe, de querer saber mais, de querer adicionar ao que já tenho. Provavelmente sou mais viciado do que colecionador".

Sonia Gomes - Weaving Tomorrow 1  2016 - photo courtesy Adam Clayton

Essa dependência da arte contemporânea levou o músico a estabelecer relações com alguns dos artistas cujas obras ele coleciona. "Tenho tendência a fazer trabalhos semelhantes", admite. "Eu não penso muito sobre o quadro geral. Muitas pessoas fazem de sua coleção o trabalho de sua vida e ela é curada e apresentada de uma determinada maneira. Eu simplesmente gosto da interação de artistas visitantes, conhecendo artistas e conhecendo seus trabalhos. Eu diria que tendemos a adquirir talvez quatro ou cinco coisas de um artista de que gostamos e então seguimos em frente. Não é feito de nenhuma forma com curadoria".
A esposa de Adam, Mariana, é brasileira, então ela tem um grande domínio sobre artistas brasileiros, explica ele. "A arte e a música brasileiras informam os olhos e os ouvidos ocidentais; realmente funciona junto", ele continua. "Se eu me descrever como um viciado, seriam todas essas coisas: móveis, vidro, cerâmica, pintura, escultura - todas as coisas que nos dão prazer".
Essa abordagem onívora da cultura remonta aos primeiros dias de Adam na estrada com o U2, mesmo que o lugar que ele procura para sua solução tenha mudado ao longo dos anos. "Percebi que desde o início aquela música fazia parte de um intercâmbio cultural, mas não era toda a história", diz ele. "É preciso levar tudo em consideração e à medida que vamos passando os anos e não vamos mais a baladas e bares como antigamente, procuro essas coisas em outros lugares agora. Ainda tenho necessidade da boêmia e acho isso em visitar estúdios de artistas, se estou na estrada e tenho um dia de folga ou algo assim, descubro quem está por perto e saio para comer ou visitar o estúdio ver quais exposições estão acontecendo e esse se tornou o diálogo que eu gosto agora. Em Londres, há várias galerias sem fins lucrativos que apoiamos: Delfina, Gasworks, Chisenhale e Studio Voltaire. Esses são lugares que gosto de fazer check-in, conhecer jovens artistas e ver o que as pessoas estão fazendo".
Depois de décadas colecionando arte e acompanhando artistas, Adam viu o mercado mudar. "Acho que o que aconteceu nos últimos vinte anos é que, na verdade, isso se filtrou um pouco, provavelmente porque as pessoas podem verificar as coisas online", ele argumenta. "As pessoas estão mais educadas visualmente agora e isso é ótimo, e o reaproveitamento de objetos para design e funcionalidade é algo que as pessoas entendem muito mais, não é mais tão intimidante. Acho que a dificuldade com grande parte do mundo das belas-artes é que ele pode colocar a cultura nas mãos dos museus e das pessoas ricas".
Embora Adam se sinta em casa entre a elite cultural, ele também valoriza seus primeiros compromissos com a arte, em um ambiente muito menos formal. "Eu sempre fui um pouco 'bagunceiro'; A sala de artes [na escola] sempre foi um lugar onde você podia escapar sem fazer nada, então era onde eu passava a maior parte do meu tempo. E nesses lugares eu encontrei garotos que gostavam de música, arte, roupas e todas essas coisas, então esse se tornou o lugar onde comecei a sair".
Na verdade, um olhar aguçado para a semiótica cultural ajudou Adam a sobreviver, quando ele foi mandado para um colégio interno, aos oito anos de idade. "Não sei se todos concordariam com isso, mas aos oito anos, um internato só para meninos pode ser um lugar bastante agressivo e assustador", diz ele. "Por alguma razão, eu fiquei muito bom em descobrir visualmente quem eram os meninos legais, quem eram os meninos maus e quem eram os meninos a serem evitados. Suponho que o código era realmente o que as pessoas usavam - como andavam e a forma que exibiam. Eu acho que se você tivesse a sensibilidade de olhar ao redor em seu ambiente, você descobriria qual era o sapato legal, ou formato para sua calça, ou o que quer que fosse - e esse era seu uniforme como tal. Eu sabia que não seria um atleta, não conseguiria entrar no time de rúgbi. Eu estava com os meninos que gostavam de fazer arranjos de flores, desenhar e coisas assim. E, como tal, tínhamos nosso próprio código sobre como sobreviver sem ser espancado!"

Pôster de Sing 2 revela o visual do leão estrela do rock que terá a voz de Bono


A sequência de Sing – Quem Canta Seus Males Espanta, ganhou novos pôsteres, onde é apresentado o personagem que Bono fará a voz, Clay Calloway. O filme estreia em dezembro
Sing 2 acompanhará Buster (McConaughey) e seu novo elenco que, no último filme, fizeram o New Moon Theater em um hit local. Agora, eles irão estrear o seu novo show no Crystal Tower Theater, na glamurosa Redshore City. Mas sem conexões, ele e seus cantores precisam entrar furtivamente no escritório da Crystal Entertainment, ficar debaixo do lobo magnata Jimmy Crystal (Cannavale), quando a gangue tem a ridícula ideia de chamar o leão lenda do rock Clay Calloway (Bono) para seu show. Buster precisa entrar em busca do agora isolado Clay e persuadi-lo a retornar aos palcos.
"Clay Calloway é um personagem e tanto", disse Bono. "Gosto de pensar que fiz parte da construção dele. Garth Jennings me perguntou sobre canto e de onde veio. Eu me surpreendi e a ele respondendo com uma frase que faria parte do filme: 'Algumas pessoas cantam para viver, outras cantam para sobreviver'."
Ele continuou: "Clay Calloway é um leão que perdeu o rugido. Um cantor que perdeu a razão de cantar ao perder sua musa. Uma estrela do rock reclusa e aposentada com uma grande juba desgrenhada e um resmungo de baixa frequência. Ele também tem armas em sua propriedade ... armas de paintball ... e uma relação mista com seus fãs".
No pôster, dá pra ver que os óculos, característico de Bono, está pronto para ser usado pelo personagem!

Bono será homenageado em Washington por seu compromisso na luta contra a injustiça, a pobreza extrema e a crise global da AIDS


A Associação Fulbright concederá o 2021 J. William Fulbright Prize for International Understanding para Bono, o vocalista do U2 e co-fundador da ONE e (RED), organizações irmãs dedicadas à luta contra a pobreza extrema, AIDS e outras crises que impactam o mundo em desenvolvimento, como a pandemia COVID-19. 
Com este prêmio, a Associação Fulbright homenageia o compromisso de Bono em buscar justiça, lutando para acabar com a pobreza extrema, enfrentar crises globais de saúde e estimular o desenvolvimento econômico nas partes mais pobres do planeta.
Representando a comunidade Fulbright nos Estados Unidos, a Associação Fulbright acredita que Bono incorpora o melhor da liderança em tempos de implacáveis crises e desafios globais. Bono receberá o prêmio em uma cerimônia que acontecerá ainda este ano em Washington DC em uma data e local a ser definida.
O Prêmio Fulbright homenageia um dos programas de intercâmbio internacional mais prestigiados do mundo, bem como a visão de seu patrocinador, o falecido senador J. William Fulbright. Concedido pela Associação Fulbright desde 1993, o Prêmio reconhece contribuições notáveis para promover a paz por meio de uma maior compreensão entre povos, culturas e nações.
O Prêmio tem uma história notável de laureados, entre eles Nelson Mandela, Jimmy Carter, Desmond Tutu, Bill Clinton, Vaclav Havel, Corazon Aquino, Mary Robinson, Médicos Sem Fronteiras, Bill e Melinda Gates e Angela Merkel. 
O Programa Fulbright celebra seu 75º aniversário neste ano, marcando sua criação em 1946 por meio da legislação do Congresso proposta pelo senador J. William Fulbright. 
O Programa incorpora o conceito visionário de promover o entendimento mútuo entre os países por meio do intercâmbio acadêmico e bicultural. O Programa oferece intercâmbio entre os Estados Unidos e mais de 160 países em todo o mundo, financiado pelo Governo dos EUA com apoio bipartidário e contribuições de 52 países estrangeiros cujas comissões permanentes executam o Programa Fulbright em nível binacional. Anualmente, cerca de 8.000 bolsistas, americanos e estrangeiros, participam do intercâmbio Fulbright como estudantes, bolsistas, pesquisadores, professores de inglês e especialistas profissionais. Desde o seu início, o Programa já patrocinou aproximadamente 390.000 bolsistas.
A Associação Fulbright é a organização de ex-alunos do Programa Fulbright nos Estados Unidos, representando mais de 140.000 beneficiários americanos. Fundada em 1977, é uma organização independente sem fins lucrativos com sede em Washington, DC. Sua missão é continuar e estender a tradição Fulbright de educação, defesa e serviço por meio de programas locais, nacionais e internacionais. A Associação Fulbright trabalha com parceiros em mais de 160 países e 70 associações de ex-alunos em todo o mundo.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

U2 com sequenciadores, Barão Vermelho com DAT


Depois de quatro anos sem colocar no mercado um material inédito, em 1998 o Barão Vermelho investiu na onda eletrônica e lançou o dançante 'Puro Êxtase'.
Assim como o U2 na esfera internacional em 1997 com 'POP', o Barão atacou na esfera nacional com a procura de uma sonoridade mais atual, tentando renovar o público ao mesmo tempo sem perder as características daquele que era um dos principais grupos de rock do país.
Guto Goffi, ao ser perguntado como fariam para colocar toda a parte eletrônica do álbum, nos shows ao vivo, respondeu: 

"Tínhamos duas opções. Ou viajar com sequenciadores, como é o caso do U2 que leva um verdadeiro estúdio para o palco. Ou, como é o caso no nosso mercado tupiniquim, viajar com a DAT - um gravador oito canais - usando as programações do disco. Tocamos em cima desses "loopings" - que é o nome técnico - para não ficar distante da sonoridade do disco e ao mesmo tempo prender um pouco a banda na coisa já programada. Estamos ensaiando para que nada saia errado. Mas tocaremos 21 músicas e apenas seis ou sete terão esta programação. Não é todo o show. Com desenrolar da turnê creio que ficaremos mais soltos".

Letra de "The Little Things That Give You Away" apareceu nas redes sociais do U2 em 2015 e fãs não sabiam do que se tratava


Um mês após o lançamento de 'Songs Of Innocence' em 2014, Bono deu uma entrevista onde disse que a banda já trabalhava na continuação do álbum, 'Songs Of Experience', e citou que uma canção inédita chamada "The Morning After Innocence" era um trabalho em progresso.
Para a Revista Q nos últimos meses de 2015, Bono revelou que uma outra canção inédita para 'Songs Of Experience' tinha o título de "The Little Things That Give You Away", e que era um hino vibrante.
Em 2016, em uma entrevista ao This Morning da CBS, outra revelação de Bono: a canção que havia sido previamente chamada de "The Morning After Innocence", agora seria chamada de "The Little Things You Give Away".
A canção foi mostrada pela primeira vez ao público na 'The Joshua Tree Tour 2017' em sua versão inicial, e a versão final de estúdio saiu em 'Songs Of Experience' em 2018.
Algo curioso que pode ter passado despercebido: a letra da música apareceu no Instagram em um post do U2, intitulado "Naima by Bono" e apresentando uma arte feita por Bono com letras em torno da imagem. 
A letra ali é de "The Little Things That Give You Away", mas naquele momento não se sabia que era a letra de uma canção inédita. A postagem foi feita em 28 de junho de 2015, enquanto o U2 estava em turnê para 'Songs Of Innocence'.

U2 relança videoclipe de "Stay (Faraway, So Close!)" remasterizado em HD


"Stay (Faraway, So Close!)" foi o terceiro single do álbum 'Zooropa'. O vídeo foi dirigido por Wim Wenders e apresenta a banda filmada em Berlim no outono de 1993, bem como algumas cenas do filme de Wim Wenders 'Faraway, So Close!'. 
Agora remasterizado em HD.

I Will Sing, Sing A New Song: o vocal destacado de Bono em "Discothèque" e "Do You Feel Loved"


O vocal destacado de Bono em "Discothèque" e "Do You Feel Loved" de 'POP', de 1997. 
Pelo fã, músico e colaborador Márcio Fernando!


terça-feira, 22 de junho de 2021

Coldplay queria superar o U2 como maior banda de rock do planeta, inspirado em..... Rocky Balboa vencendo Ivan Drago


No ano de 2005, o frontman do Coldplay, Chris Martin, declarou que seu objetivo final era superar o U2 como a maior banda de rock do planeta - e ele estava se inspirando no filme 'Rocky IV' para ajudá-lo a atingir seu objetivo.
Chris Martin disse que colocou uma foto do U2 na parede de seu estúdio durante as sessões de gravação do álbum 'X&Y' para levar sua criatividade à enormes alturas.
Chris Martin se comparou ao herói americano Rocky enquanto se preparava para enfrentar o poder do U2, que ele comparou ao russo Ivan Drago, interpretado por Dolph Lundgren, no filme 'Rocky IV' sobre a luta de boxe durante a Guerra Fria.
Ele disse: "O que importa é tentar escrever as melhores músicas do mundo. E ter uma imagem do U2 na parede, e tentar levantar toras de madeira o suficiente para superar o Drago que é o U2 - essa é a nossa missão. Eu não me importo em ser grande. Não me importo em ser famoso. Eu me importo em ser uma máquina de lutar".
O vocalista do Coldplay disse que estava convencido de que poderia produzir um álbum para rivalizar com o aclamado 'Sgt Peppers' dos Beatles, lançado em 1967.

"Tínhamos o título 'How To Dismantle An Atomic Bomb', mas estávamos cautelosos com o fato de que, se houve uma grande explosão de bomba, isso poderia ter sido cancelado"


Artista gráfico e músico de Dublin, Steve Averill havia trabalhado em todos os designs de álbuns do U2. Seu colega no estúdio de design Four5One, Shaughn McGrath, foi creditado pela capa de 'No Line On The Horizon', com Averill apresentando suas próprias ideias também.
"Tudo começou na primavera de 2008, quando recebi apenas as quatro palavras do título", disse McGrath. "Às vezes você tem um título para trabalhar, às vezes não", disse Averill. "Tínhamos o título 'How To Dismantle An Atomic Bomb', mas estávamos cautelosos com o fato de que, se houve uma grande explosão de bomba, isso poderia ter sido cancelado".
McGrath e Averill tinham um "diálogo próximo" com os membros da banda sobre ideias e direção, e um ponto de partida inicial foi um livro de fotos do artista japonês Hiroshi Sugimoto.
O designer escolheu uma fotografia de Sugimoto de 1993, nebulosa e cintilante, chamada Boden Sea.
Quando a capa do álbum foi revelada, um músico americano apontou as semelhanças com um álbum que ele havia lançado alguns anos antes. Ambos os álbuns usam a mesma foto de Sugimoto.
McGrath também decidiu incluir o equivalente do artista gráfico a uma "hidden track". Em algum lugar do encarte, há uma referência a algo famoso nos campos da arte e da ciência. McGrath diz que nem mesmo a banda sabia que estava lá, mas ele esperara que fosse descoberto por um fã perspicaz "poucas horas após o lançamento do álbum".
McGrath estaria falando sobre a série de linhas verticais, onde os números somam? A série inteira é 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21. Em matemática, isso é chamado de sequência de Fibonacci. 

Daniel Lanois fala sobre sua canção favorita em 'No Line On The Horizon' do U2 e sobre a surpresa de ter recebido créditos de composição


O canadense Daniel Lanois trabalhou pela primeira vez com o U2 em 'The Unforgettable Fire' e é creditado por ajudar a ampliar seu som. Famoso por usar uma atmosfera sutil, ele falou sobre seu trabalho em 'No Line On The Horizon':

"Em meados dos anos 1980, eu estava trabalhando com Brian Eno em gravações ambientais. Ele estava pronto para fazer o álbum 'The Unforgettable Fire' e me pediu para co- produzir. Eu não tinha ouvido uma única nota de sua música nesta fase. Lembro-me de ouvi-los quando mandaram algumas fitas demo para o Canadá - achei que o cantor tinha uma nota alta interessante.
Eu acredito muito na mudança no estúdio - mudança de todos os tipos. Estou muito interessado na atmosfera de um disco, em todos os vários sons. Mas suponho que minha grande coisa é sempre tentar encontrar aquele momento comovente. Já vi o termo "som de Lanois" ser usado, mas não acho que haja um.
Eu nunca gostei muito da sensação de um estúdio acolchoado. Com o U2 eles podem ir para Berlim ou, no caso, ir para o Marrocos, que foi ideia do Bono.
Neste, eu e Eno recebemos os créditos de composição - a primeira vez que o U2 permitiu isso, pelo que eu sei. Suponho que seja isso que 20 anos de maturidade fazem. É bom ser reconhecido, seja fazendo arranjos ou contribuindo para a própria música. Sempre fiquei feliz em dar qualquer contribuição que pudesse sob o termo "produtor".
É encontrar aquele momento cheio de alma quando algo tem uma vibração imparável. Lembro-me de nós seis sentados no estúdio, e isso aconteceu com "Moment Of Surrender". Isso veio de nós seis.
Pode ser difícil. Existem tantas ideias flutuando por aí. O truque é permitir que tudo seja levado a uma conclusão para ver como soa. Então você consegue um consenso ou não. Às vezes, alguém realmente luta para que uma música ou parte seja mantida e essa chance deve ser dada a essa pessoa.
Surpreende a todos que ainda não consideram nada garantido, apesar de tudo o que fizeram".

"Moment Of Surrender" é a canção favorita de Lanois do disco.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Como Bono escreveu, Michael Hutchence teria ficado realmente "preso em um momento do qual não conseguia sair"?


Michael Hutchence, vocalista do INXS que se suicidou em 1997, havia discutido o suicídio com Bono, que passou a sentir culpado por ter deixado seu amigo ir embora, disse a revista Rolling Stone naquele mesmo ano.
Bono disse que os dois concordaram em como o suicídio era "patético, e nós meio que prometemos um ao outro que não iríamos fazer isso, não cruzaríamos aquela linha onde as coisas ficam estúpidas".
Hutchence quebrou essa promessa em novembro de 1997, quando se enforcou em um quarto de hotel em Sydney. Um legista determinou que Hutchence estava deprimido com uma batalha pela custódia entre sua amante, Paula Yates, e seu ex-marido, o cantor Bob Geldof.
Descrevendo-se na entrevista à Rolling Stone como um amigo profundamente leal, Bono se lembra de ter sentido culpa, raiva e aborrecimento ao saber da morte de Hutchence.
Bono escreveu uma canção sobre Hutchence chamada "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of", que apareceu no álbum do U2 'All That You Can't Leave Behind'.
"Essa música é uma discussão. É uma briga entre amigos. Você está tentando dar um tapa na cara de alguém, tentando acordá-lo de uma ideia. No meu caso, é uma briga que eu não tive enquanto ele estava vivo".
Ele disse que a música era "realmente difícil e desagradável", porque ele sentiu que seria desrespeitoso para Hutchence escrever uma música "sentimental".
'Mystify' é um documentário que conta a história de vida de Michael Hutchence. A direção é de Richard Lowenstein, que teve acesso a todos os arquivos deixados por Hutchence.
Olhando para trás, para como Michael morreu, Richard Lowenstein concorda com Bono que Michael simplesmente ficou "preso em um momento do qual não conseguia sair"?
O diretor respondeu: "Pelo que entendi, depois de falar com os psiquiatras e neurocirurgiões do filme, é assim que funciona o suicídio: é espontâneo, muito raramente é planejado, com extensas notas explicativas e tudo mais. Ele absolutamente não estava planejando um suicídio. Ele estava ao telefone com sua ex-parceira Michele, implorando que ela fosse e ficasse com ele. Ele sempre teve medo de ficar sozinho em um quarto de hotel. É por isso que ele nunca quis ser a última pessoa em seu quarto de hotel. Ele queria que você apenas sentasse e conversasse durante a noite. Mas, nessa explosão espontânea de irracionalidade, ele mal podia esperar a meia hora que levaria para Michele chegar e sentar-se com ele.
Foi um verdadeiro momento de "foda-se" que os psiquiatras e os especialistas me contaram de todas as suas discussões e pesquisas com os que sobreviveram. Disseram-me que o suicídio espontâneo era como uma explosão repentina de tudo, em que você não está realmente pensando na situação ou na filha ou parceiro que está deixando para trás. É como um ataque ou um espasmo. Não é por acaso que ele estava ligando para seu empresário e dizendo "Foda-se, para mim já basta. Eu não agüento mais". Eles disseram que se você consegue superar o espasmo suicida, ou se alguém está lá para falar com você, muitas vezes a pessoa fica envergonhada com o que pode ter feito e nunca tenta novamente. É um curto-circuito do cérebro, as frustrações de sua vida exacerbadas pelos sintomas do traumatismo cranioencefálico (TCE), a falta de sono (que eles podiam comprovar a partir de seus registros telefônicos do hotel), a depressão e o consumo excessivo de álcool (havia um minúsculo resíduo de drogas em seu sangue, mas uma grande quantidade de álcool). Quando meus especialistas consultaram os médicos com quem conversei, viram o relatório da autópsia de Michael e o tamanho do ferimento na cabeça e o tamanho das duas lesões em sua cabeça (o cantor foi agredido por um taxista, levou um soco e quando caiu, desacordado, bateu com a cabeça no meio-fio), eles ficaram em choque e disseram "Posso dizer pela experiência anterior, eu quase posso garantir que ele se matou..."
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