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quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Muitas pessoas neste planeta dizem que odeiam bobagens, mas ninguém odeia bobagens tanto quanto Larry Mullen Jr.


'U2 At The End Of The World', por Bill Flanagan:

Pode ser difícil para qualquer pessoa de fora penetrar nessa amizade. E ninguém é tão restrito quanto a isso do que o cabeça dura do Larry Mullen.
"As pessoas dizem: 'Por que você não dá entrevistas? O que você pensa sobre isso? O que você pensa sobre aquilo?'" Larry suspira. "O meu trabalho na banda é tocar bateria, subir ao palco e manter a banda unida. Isso é o que eu faço. No final do dia, isso é tudo o que importa. Todo o resto é irrelevante".
Muitas pessoas neste planeta dizem que odeiam bobagens, mas ninguém odeia bobagens tanto quanto Larry Mullen Jr. A possibilidade de que ele possa de alguma forma adicionar algo ao crescente montante de besteiras que ameaça submergir a nossa civilização com exageração e absurdo o aterroriza, tanto que ele fecha a cara e se cala ao primeiro indício de tapinhas nas costas, falsa sinceridade, agrados excessivos, puxação de saco, beijinhos no ar, admiração exagerada, amizades só de bons momentos, oportunismo, exageros, bajulação, lisonjas, pretensão, sorrisos falsos, carícias ao ego, lambe-botas, beijoquinhas, comportamento servil, falar besteiras, adulação, caça-fama, chamar a atenção, adoração a ídolo, estrelismo, ou paparicação. Cara, ele escolheu a profissão errada!
Bono diz que para Larry todo o mundo é culpado até provar o contrário - mas se ele te declara inocente, ele não só o deixará entrar na sua casa, mas o deixará dormir na sua cama.
Larry sempre foi difícil. Ele pode dar muita risada ao contar a história de quando eram crianças na véspera de Natal, ele e a irmã aborrecendo o pai dizendo: "Eu acho que ouvi o Papai Noel, papai! Eu acho que ouvi o Papai Noel!" Até que o coroa irritado respondia: "Não existe Papai Noel! Agora vão dormir!" Quando sua mãe lhe disse que ele não podia sair para tocar em bares com o U2, por ser menor de idade e ilegal, ele respondeu-lhe simplesmente que ele tinha de ir, não havia nada que discutir. E lá foi ele.
Larry efetivamente fundou o U2 na Mount Temple, a escola onde estudavam em Dublin quando ele convidou Dave Evans (Edge) para começarem uma banda. O comentário se espalhou e Paul Hewson (Bono), Adam e alguns outros garotos foram até a cozinha da família de Larry surrar suas guitarras e cantar músicas de outras bandas. Rapidamente a quantidade de membros foi diminuindo até chegar aos quatro personagens que são o U2 hoje. Edge era uns dois meses mais velho que Larry. Adam e Bono tinham mais de um ano em relação a ele. Com o seu cabelo loiro e bonitas feições, Larry parecia mais jovem que os outros. Ele parecia uma criança. Mas, Larry sempre era tão cabeça-dura, como um minotauro. Ele brincou que desistiu de ser o líder do grupo assim que conheceu Bono, mas que de alguma forma não definida ele continuou sendo o centro do U2 desde os tempos de escola até agora. E nem é por ele ser a consciência da banda: é mais por ele saber quem é cada um deles e o que cada um pode ou não se tornar, e ele nunca hesitará em dizer isso na cara de qualquer um deles. De alguma forma, ao definir isso, Larry acaba definindo o que o U2 é.
"O que fez o U2 sempre foi o relacionamento", ele diz. "O relacionamento não só tem sido pessoal, mas é também musical. Tem sido um entendimento. É cliché, mas as maiores influências do U2 sempre tem sido cada um de nós mesmos. Nós sempre tocamos juntos. Nós sempre tocamos uns contra os outros musicalmente. Quando viemos para Berlin estávamos inesperadamente, em diferentes níveis musicais e isso afetou tudo. As diferenças musicais afetaram as diferenças pessoais".
"É muito, muito estranho o mundo em que vivemos. Eu era muito novo quando a banda começou. Eu acabei fazendo isso por culpa de uma tragédia, de certa forma. A minha mãe morreu e eu entrei de cabeça na banda. Isso foi o estímulo. Na estrada, eu estava cercado por pessoas que eram mais velhas que eu e mais experientes do que eu. Eu tinha dezessete anos. Era virgem. Eu tinha dificuldades como qualquer adolescente normal".
"Quando você é um garoto e é jogado nisso, é muito difícil. Algumas pessoas lidam com isso melhor do que outras. Eu sinto que talvez eu seja menos afetado hoje do que os outros rapazes porque eu me apaixonei por isso. Eu amava isso quando era um garoto, mas então, quando eu saí para a estrada em turnê foi tão difícil, eu simplesmente não sabia o que estava acontecendo, era muito complicado. Então, depois de acontecer um monte de coisas diferentes com o sucesso da banda, eu tomei uma decisão muito clara na minha própria cabeça de que isso é o que eu quero fazer e eu quero fazer isso com seriedade. Eu não quero mais ser apenas o baterista do U2. Eu quero realmente contribuir com algo diferente e fazer mais".

Tradução feita pela equipe do U2 Ultraviolet Fan Club Brazil
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