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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

13 Anos de Vertigo Tour no Brasil: "o show aconteceu de maneira impecável, a organização brasileira ficou entre os melhores"


A segunda turnê do U2 pelo Brasil, que aconteceu em fevereiro de 2006, foi resultado da união de forças entre uma grande rede varejista do país, o Grupo Pão de Açúcar; o que era um dos maiores players do mercado global de telefones celulares, BenQ Mobile; a Accioly Entretenimento, do empresário Alexandre Accioly, que investia e atuava fortemente no segmento de lazer e entretenimento e a Planmusic, empresa de Luiz Oscar Niemeyer, que tinha amplo know how na produção de grandes shows internacionais.
Uma nota de 2006:

"A Accioly Entretenimento criada há dois anos, atua na realização de eventos culturais até o investimento em restaurantes de alta gastronomia, rádios e academias de ginástica de última geração. Em 2005, surgiu a possibilidade de apresentar dois shows do U2 no Brasil.
Vertigo arrecadou cerca de 300 milhões de dólares nos Estados Unidos e na Europa. Com o produto definido, a Accioly escolheu potenciais patrocinadores, levando-lhes propostas inovadoras de ativação das marcas. Foram parceiros o Pão de Açúcar, BenQ Mobile (Siemens), Claro e Speedy.
O processo de venda foi rápido e o patrocínio chegou a R$ 12 milhões. Como curiosidade, o show no Brasil teve a maior arrecadação de bilheteria da história das turnês da banda. Cada patrocinador desenvolveu a comunicação ajustada à sua estratégia e a Accioly planejou a comunicação para a venda de ingressos e orientação do público.
O show aconteceu de maneira impecável, com a parceria da Planmusic. Foram 75 mil ingressos por dia - a maior arrecadação de bilheteria da história do U2. Em 110 shows, a organização brasileira ficou entre os melhores. Com relação a patrocinadores, eles foram unânimes em admitir que os objetivos específicos foram plenamente atendidos".

Os shows do U2 eram a maior aposta de Alexandre Accioly, aos 43 anos de idade, para se tornar o mais badalado empresário do país na área de entretenimento. Seu capital inicial foi a venda, em 1999, de sua empresa de telemarketing Quatro A por US$ 170 milhões.
Accioly foi um dos beneficiados pela entrada pesada das empresas estrangeiras de telefonia no Brasil, ao repassar seu negócio para a espanhola Telefônica.
Desde 2001, ele investia no marketing da sua própria figura: aparecia em festas, colunas sociais e camarotes de Carnaval; era sócio de celebridades como o jogador Ronaldo Fenômeno e o apresentador Luciano Huck; e desfilava com mulheres famosas como Adriane Galisteu, Carolina Ferraz e Giovanna Antonelli.
Para se candidatar ao posto de novo "rei da noite carioca", Accioly abriu restaurantes, entre eles o Gero, em sociedade com Rogério Fasano e João Paulo Diniz.
Foi com o U2 que ele queria provar ser capaz de dar vôos mais altos.
Mas chegou o dia das vendas para o primeiro de dois shows. Era 16 de Janeiro de 2006. Em todos os pontos de venda no país, localizados em 12 lojas da rede Pão de Açúcar – 10 em São Paulo e duas no Rio –, fãs dormiram na fila ou madrugaram para garantir um lugar no show.
Mas o que se viu foi venda de lugares na fila, cambistas, sistemas fora do ar, muita briga.
Vários consumidores passaram horas na fila, foram submetidos a tumultos e até mesmo, em alguns casos, a intervenções da Polícia Militar, sendo que muitos abandonaram os postos de venda sem conseguir adquirir seu ingresso.
A Polícia Militar foi chamada depois que os seguranças que cuidavam da bilheteria e do início da fila alegaram não ser de responsabilidade deles evitar abusos. Quem esperava desde cedo reclamava ainda da venda preferencial para idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo, muitos destes que negociavam a venda de lugares na fila – um "pacote" de 10 lugares sairia por R$ 170.
Na Internet não foi diferente. O site de vendas da Ticketronic ficou fora do ar devido ao enorme número de acessos.
Assim, a Accioly Entretenimento e a Planmusic pediram desculpas, e informaram que para o segundo show, as vendas só aconteceriam por meio de um número de telefone, sendo mais democrática, porque pessoas de todas as regiões do Brasil poderiam comprar ingressos por uma empresa de telemarketing "sem tumulto ou a necessidade de deslocamento".
Após o atendimento de um operador de callcenter, era fornecido o número de uma conta bancária do Itaú para que o pagamento pudesse ser feito.
Alexandre Accioly depois do ocorrido disse: "Desde que trouxe o U2, resolvi não mais investir no segmento de shows e eventos".
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