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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Designer Willie Williams fala sobre seu trabalho com o U2 e sobre a 'The Joshua Tree Tour 2019'


No começo de sua adolescência, Willie Williams queria ser físico e estava pronto para estudar na University College, em Londres. Mas quando ele estava terminando o ensino médio, o punk rock aconteceu. Apaixonado pela música, e inspirado no espírito do movimento de "qualquer um pode fazer tudo", ele acabou se tornando o designer de luzes de bandas punk como Stiff Little Fingers e Deaf School.
Em 1982, quando a banda pós-punk irlandesa U2 foi para a estrada em apoio ao seu segundo álbum, 'October', ele "os perseguiu" até que eles lhe ofereceram um emprego.
Trinta e sete anos depois, o designer de shows do U2 é reconhecido como um visionário em seu campo, tendo criado alguns dos shows ao vivo mais ambiciosos e inovadores da história das turnês. Antes do primeiro show da banda na Índia, em Navi Mumbai, organizado pela BookMyShow, o site Live Mint falou com Williams sobre seu trabalho com o U2 e o que esperar do show.

Você foi responsável por algumas das experiências de concerto mais inovadoras dos últimos anos, incluindo as turnês ZooTV e 360°. Existe muita pressão para inovar a cada novo show?

Alguém disse uma vez que vamos aos shows do U2 para ver como será o futuro. O que é uma quantidade terrível de pressão a ser submetido. Mas o que acontece com o U2 é que não se trata de fazer a mesma coisa, eles nunca perderam sua motivação criativa. Eles não vêem sentido em fazer alguma coisa se estiverem apenas repetindo o que fizeram antes.

Você e a banda foram os primeiros a adotar novas tecnologias, como o aplicativo de realidade aumentada na turnê 'eXPERIENCE + iNNOCENCE'. Como você garante que a tecnologia e a produção não desviem o foco da música?

É sempre um desafio manter esse equilíbrio. Estamos todos muito empolgados com a nova tecnologia e as novas descobertas, mas nunca perdemos de vista o fato de o show estar centrado na música. Para mim, sempre tem que funcionar como um show de rock primeiro. Se a produção começa a atrapalhar a comunicação, se ela se torna espetáculo, isso realmente não funciona para o U2. É uma questão de comunicação entre o público e a banda através da música. Os shows do U2 são muito emocionais, e aproveitar essa energia e emoção é realmente o objetivo. Mas podemos usar a tecnologia e a produção para amplificar todas essas emoções. Você quer dar ao público o que eles querem, mas não da maneira que esperam, e surpreender o público é algo que eu adoro.

Esta é a primeira vez que o U2 está em turnê de um álbum lançado no passado. Por que voltar a este disco agora?

Fiquei realmente surpreso quando decidimos fazer a turnê de 'The Joshua Tree', é realmente incomum para eles. Não parecia o tipo de coisa que eles fariam. Mas acabei percebendo que esse não é um exercício de nostalgia. Eles estão basicamente criando um show em torno desse disco e tratando-o como se fosse um novo disco. Mas também, infelizmente, os temas deste disco são mais uma vez muito relevantes para o mundo em que vivemos. Acho que pensamos que muito disso ficou para trás, mas nos últimos anos essas coisas parecem ser recorrentes. Então parecia uma boa hora para olhar para ele novamente.

Como você re-imaginou a turnê de 'The Joshua Tree'? Você se inspirou muito no palco original?

Tudo no show é novo, exceto que as músicas têm 30 anos, por isso foi muito emocionante reinterpretá-las. Anton Corbijn voltou para Zabriskie Point e alguns dos outros locais originais onde eles tiraram as fotografias da capa do álbum, mas agora ele fez filmes sobre a América. Há um filme com nativos americanos, há um filme com toda uma seção de cidadãos americanos, mas é muito contemporâneo. É uma visão do século XXI do que está acontecendo nesses lugares agora.
Eu realmente queria que ele tivesse um toque do palco original. Obviamente, o palco da turnê original era incrivelmente simples, era uma espécie de palco de festival com o grande backdrop cor de areia e as asas laterais da árvore. E é assim que o palco atual se parece, mas em vez de ser um pano de fundo de tecido, ele tem uma tela de vídeo gigantesca. Mas acho que a sensação quando você entra no estádio não fica a um milhão de quilômetros de distância.

O álbum tem apenas 50 minutos de duração, então o show é dividido em três segmentos ao longo de 2 horas. O que foi necessário para encontrar o setlist?

Havia idéias diferentes: poderíamos tocar o álbum, fazer uma pausa e depois tocar outra hora de material. Mas fazer isso coloca muita pressão na segunda parte, e também relega 'The Joshua Tree' como o ato de abertura. O álbum também tem um acabamento muito sombrio, principalmente as últimas duas ou três músicas. Você não pode terminar o show assim. Quando você chega ao final de 'The Joshua Tree', é como se o público tivesse feito uma refeição de três pratos muito cheios e isso os deixa meio atordoados. Então, experimentamos diferentes maneiras de fazê-lo, mas eu estava interessado em fazer um pequeno ato de abertura. Particularmente na Europa, começamos na luz do dia, e ter meia hora de outro material no início permitiu que estivesse totalmente escuro quando começamos a tocar o álbum. E o Ato 3 é uma festa. Estou muito satisfeito com o resultado.
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