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sábado, 18 de abril de 2020

"Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade"


Charlie Chaplin, um amante da Irlanda, passou meses elaborando e reescrevendo o discurso final de seu filme de 1940, 'O Grande Ditador'. O resultado foi um apelo empolgante à paz durante a Segunda Guerra Mundial, que é tão relevante hoje quanto era na época.
Além disso, Chaplin e sua família passaram muitos verões na Irlanda, especificamente em Waterville, no Condado de Kerry, depois de 1959. A estrela britânica, que fez seu nome nos Estados Unidos, casou-se com Oona O'Neill e ele e seus oito filhos passaram regularmente seus verões na Irlanda. Qual era a coisa favorita que Chaplin gostava de fazer? Pescar no Lago Currane.
A mídia social continua ainda hoje a espalhar o discurso final de 'O Grande Ditador'.
O escritório de Chaplin assinou quase 130 licenças com músicos de todas as nacionalidades para a inclusão do discurso em sua própria música - como o U2, que abriu os shows de sua turnê europeia em 2018 com o discurso.
No filme, Chaplin interpreta dois personagens, o barbeiro judeu que havia sido soldado da Tomânia (país fictício com referência à Alemanha) durante a Primeira Guerra e o ditador Heynkel (clara sátira de Hitler).
Em meio à Segunda Guerra Mundial e diante de toda a barbárie trazida pelos conflitos, bem como a ascensão dos regimes totalitários na Alemanha e Itália, a genialidade de Charlie Chaplin, mais uma vez, surpreendeu todo o mundo e marcou indelevelmente a história do cinema.
Com o filme, Chaplin conseguiu captar e retratar o que se passava na Europa no período entre guerras realizando uma sátira que, apesar de cômica, traz uma ácida crítica ao nazismo e ao fascismo, demonstrando o quão absurdas eram as suas ideias e apontando as nefastas consequências de suas políticas de dominação e seleção social.

"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido".


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