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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

U2 e Shalom: A Verdade


Em novembro de 1982, Bono, The Edge e Larry Mullen anunciaram ao empresário do U2, Paul McGuinness, que não queriam fazer uma turnê em apoio ao segundo LP do U2, 'October', porque o mundo do rock estava em desacordo com o seu cristianismo.
Na época a banda realizou uma apresentação no festival cristão, Greenbelt. Eles tocaram sem aviso prévio, emprestando equipamentos e instrumentos, depois de acreditarem que Deus havia dito a eles para irem tocar lá.
Bono contou a verdade em 1989:

"Estávamos sendo puxados em duas direções diferentes. Muito disso foi baseado na ideia do ego. Estávamos lendo muito Watchman Nee, um místico cristão chinês. Sua ideia era: "A menos que a semente morra e seja esmagada na terra, ela não pode dar frutos".
O rock 'n' roll tinha essa ideia: "Sou eu!" Você sabe, "Olhe para mim, porque estou olhando para você, filho da puta!" Tipo, "Saia do meu caminho, estou procurando ser o número um, I Can't Get No Satisfaction". A atitude de Watchman Nee em relação a isso seria: "E daí? O que há de tão importante em você, afinal?"
Então era como se estivéssemos sendo divididos em dois. Sentimos uma pressão quase subconsciente sendo aplicada a nós por muitas pessoas que admiramos dentro daquela comunidade espiritual em que estávamos, dentro e fora. No final, eu percebi que era besteira, que o que essas pessoas estavam chegando próximo com essa ideia era da negação, em vez de rendição voluntária. Era a negação, que é o vizinho da auto-flagelação, e aquela péssima ideia de que "através da dor é o ganho". Sim, existe dor. Sim, você pode ganhar com isso. Mas você não entra no carro procurando um engarrafamento".

Larry foi o primeiro a deixar a comunidade Shalom, que ele comparou a uma seita tipo Moonie. Bono o seguiu, mas The Edge estava prestes a deixar o U2 por causa de uma profecia que uma mulher da comunidade acreditava, dizendo que eles haviam transformado sua música em um ídolo e que tinham que escolher quem seguir.
Bono convenceu The Edge a permanecer na banda, argumentando que se Deus havia lhes dado um dom, eles deveriam usá-lo. Sua falta de comprometimento na comunidade coincidiu com uma virada no movimento, que se tornou ainda mais controlador a partir da década de 1980. O pastor seguiu as ideias de Watchman Nee sobre autoridade espiritual, segundo as quais não seguir a orientação dos líderes da comunidade era uma rebelião contra a vontade de Deus. Foi isso que levou Larry a comparar Shalom aos Moonies.
O coreano Sun-Myung Moon foi o fundador da seita Unificação pela Paz Mundial.
Moon, que se autoproclamava 'messias' diante de seus seguidores, assegurava que o próprio Jesus Cristo teria lhe pedido para completar o trabalho evangelizador que Deus tinha encomendado e que não pôde finalizar ao ser crucificado. Os moonies, como ficaram conhecidos seus discípulos, foram destaque na mídia mundial principalmente por causa dos casamentos em massa que costumavam promover, nos quais milhares de pessoas que não se conheciam se casavam. Esse tipo de cerimônia fomentou críticas por parte daqueles que asseguravam que o movimento tentava subjugar a vontade de seus fiéis, já que frequentemente era o próprio Moon quem escolhia os futuros cônjuges.
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