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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O verso final retrabalhado para a nova versão de "Sunday Bloody Sunday (30, January 2022)" nos 50 anos do Domingo Sangrento


"Quanto tempo teremos que cantar esta canção?"

O U2 homenageou neste domingo as vítimas do Domindo Sangrento, ao publicar nas redes sociais uma versão acústica com Bono e The Edge de "Sunday Bloody Sunday", no dia que o atentado completou 50 anos. 
A canção foi chamada no site da banda de "Sunday Bloody Sunday (30, January 2022)".
Domingo Sangrento foi o nome dado ao massacre de 1972 no qual o exército britânico atirou em manifestantes desarmados, matando 14 pessoas – o maior número de pessoas mortas em um tiroteio durante o The Troubles na Irlanda do Norte.
No vídeo, introduzido pela mensagem sóbria "30 de janeiro de 2022 - Com amor, Bono & Edge", a dupla aparece em preto e branco. Imagens impactantes da época encerram a gravação. Nelas, vê-se o padre Edward Daly acenando um lenço branco manchado de sangue para abrir caminho a um grupo de pessoas que leva John Duddy. O boxeador, então com 17 anos, não sobreviveu, e é considerado a primeira vítima do Domingo Sangrento.
Na época, o 'Bloody Sunday' levou muitos jovens católicos a abraçar o IRA (Exército Republicano Irlandês), um grupo paramilitar contrário à presença dos britânicos na ilha da Irlanda. 
Apenas em 1998 foi assinado o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, que acabou com três décadas de um conflito que deixou 3.500 mortos. 
O exército britânico alegou que os paraquedistas responderam aos tiros dos "terroristas" do IRA, uma versão que foi repetida em um relatório preparado às pressas nas semanas seguintes ao massacre. Apesar de todos os depoimentos que contradiziam esta versão, apenas em 2010 foi reconhecida oficialmente a inocência das vítimas: algumas foram baleadas nas costas ou quando estavam deitadas no chão, enquanto acenavam com um lenço branco.
A performance de Bono e The Edge inclui um verso final retrabalhado que enfatiza a raiva justa que alimentou a música original enquanto reflete a realidade de alguns dos elementos mais tóxicos do século 21.

Here at the murder scene

The virus of fiction, reality TV

Why so many mothers cry

Religion is the enemy of the Holy Spirit guide

And the battle just begun

Where is the victory Jesus won

Aqui na cena do crime

O vírus é ficção, TV é realidade

Por que tantas mães choram

A religião é inimiga do guiar do Espírito Santo

E a batalha apenas começou

Onde está a vitória que Jesus conquistou

Falando sobre a música logo após seu lançamento em 1983, Larry Mullen Jr disse como a música foi recebida e sobre o que era e, mais importante, sobre o que não era.
Ele disse que quando as pessoas ouviram isso, ficaram inclinadas a pensar no massacre do Domingo Sangrento. "Não é sobre isso que a música fala", disse ele. "Esse é um incidente, o incidente mais famoso na Irlanda do Norte e é a maneira mais forte de dizer: 'Quanto tempo? Quanto tempo temos que aturar isso?' Não me importo quem é quem, católicos, protestantes, seja o que for. Você sabe que as pessoas estão morrendo todos os dias por amargura e ódio, e estamos dizendo 'Por quê? Qual é o ponto?'" 
"Foi só quando percebi que o The Troubles não me afetaram, que eles começaram a me afetar", refletiu Bono na época do lançamento. "As bombas podem não explodir em Dublin, mas são feitas aqui."
"Por mais que eu seja republicano, não sou uma pessoa muito territorialista", acrescentou. "Toda a ideia do U2 usar uma bandeira branca no palco era fugir do verde, branco e laranja. Para fugir das estrelas e listras. Para fugir da Union Jack... Tenho medo de fronteiras e fico com medo quando as pessoas começam a dizer que estão preparadas para matar, para apoiar sua crença de onde deveria haver uma fronteira. Quero dizer, eu adoraria ver uma Irlanda unida, mas não acredito que você possa colocar uma arma na cabeça de alguém para fazê-los ver o seu caminho".
A referência religiosa no novo verso coincide com a versão original que repetidamente emprestou referências bíblicas de versículos do Novo Testamento atribuídos à carta de Mateus, João e Paulo aos Coríntios.
Enquanto a banda deixou claro naquela gravação ao vivo, e em muitas ocasiões antes e depois dela, que não era uma música rebelde e sempre se manteve firme contra ser adotada como hino por aqueles que endossaram a violência ao longo dos anos 1980 e além, ela se tornar uma das mais importantes canções de protesto já gravadas.
Detalhou o horror sentido por alguém que viveu o The Troubles em geral e testemunhou a brutalidade do Domingo Sangrento em particular.

O produtor Bob Ezrin pode estar trabalhando em um projeto do U2?


Falando com Eddie Trunk em seu programa SiriusXM Trunk Nation em 2017, Alice Cooper disse que foi o produtor Bob Ezrin quem sugeriu recrutar Larry Mullen para as sessões de gravações de 'Paranormal': "Eu disse: é uma ótima ideia, vai mudar bastante as coisas, as faixas básicas".
Larry Mullen tinha um método bastante surpreendente de preparação para a colaboração, pedindo para ver as letras das músicas que ele estava trabalhando. "Ele disse: 'eu toco para as letras, eu não toco para o baixo'", explicou Cooper. "E eu disse que é algo muito legal, só a ideia de que você está interpretando as letras na bateria. Faz totalmente do álbum um outro álbum".
Dias atrás, Alice Cooper voltou a falar com Eddie Trunk na SiriusXM, e disse que estava trabalhando em dois álbuns ao mesmo tempo, porque seu produtor Bob Ezrin estava trabalhando em outro projeto. E Alice citou o U2.
O site U2 Songs escreve que Ezrin já trabalhou com o U2 antes, produzindo a performance ao vivo do U2 e do Green Day quando eles se apresentaram na reabertura do Louisiana Superdome. 
Ezrin também fundou a Music Rising com The Edge. E embora possa parecer que Alice Cooper estava dizendo que Ezrin estava trabalhando com o U2 como produtor, Ezrin trabalhou recentemente com The Edge no leilão de guitarras para a Music Rising.
Como produtor, se Ezrin se juntar ao U2, ele pode se envolver em um dos dois álbuns, um de releituras de material antigo, e outro com material novo inédito.
O U2 promete para o final deste ano reinterpretações de músicas de seu catálogo anterior. Estas estão sendo regravadas pela banda e não são apenas remixes de gravações antigas. O álbum contará com uma mistura de gravações acústicas e outras reinvenções não acústicas. A banda está trabalhando em estúdio nisso há algum tempo.
As entrevistas recentes de Bono para 'Sing 2' sobre não gostar do som de sua própria voz em alguns dos primeiros trabalhos da banda, e sentir que ele só encontrou sua voz cantando mais recentemente, faz esta conexão de um novo álbum com músicas antigas reinterpretadas.
A performance acústica de Bono e The Edge para "Sunday Bloody Sunday" nos 50 anos do Domingo Sangrento, pode ser um teaser deste projeto. 
A banda confirmou também que estão gravando material inédito, e que não sabem ainda no que isso vai dar.

Bono ficou frustrado com Eddie Vedder com os sonhos dele para o Pearl Jam


Eddie Vedder está lançando um novo álbum solo, e concedeu uma entrevista ao The New York Times Magazine.
Ele disse: "As pessoas me contam histórias poderosas sobre o que a música significa para elas, então, dessa forma, eu sei o que elas ganham com isso. Quando as pessoas me dizem essas coisas, eu não sinto que deveria receber crédito. Eles dirão que uma música os ajudou, mas, no final das contas, eu fico tipo: "Você conseguiu". Realmente tudo o que posso fazer é esperar que outras pessoas apreciem a música que eu gosto. 
Eu tive conversas com Bono no passado. Ele estava sugerindo que precisávamos trabalhar mais e que você não queria que o rock 'n' roll se tornasse um nicho. Ele disse que quando o U2 faz um disco, é como se eles tivessem um cavalo de corrida e eles não quisessem apenas o cavalo na corrida, eles querem vencer a corrida. Eu disse que corremos com o cavalo e depois deixamos o cavalo correr livre. Eu não estava tentando ser inteligente. Essa era a verdade. Ele estava frustrado comigo. Mas o sonho era estar em um grupo que excursionaria e gravaria, e estávamos bem com as coisas sendo reduzidas se isso permitisse que o sonho sobrevivesse".
O entrevistador então comenta sobre o que Bono disse: "Ele estava ignorando o fato de que o tempo passa e a corrida se torna invencível? O lugar do rock na cultura não afeta como você entende os parâmetros do seu trabalho?"
Eddie Vedder respondeu: "Eu fui ver o Dead Moon, essas três pessoas com a vela na bateria e o ritual e o suor e o amor – esses foram alguns dos shows mais gloriosos da minha vida. Tão bom quanto o Who em 1980 no San Diego Sports Arena; tão bom quanto os shows do Fugazi, onde todos pagaram US $ 5 e aconteceu em um corredor. Não há nada em qualquer outro tipo de música que possa eclipsar isso. Então eu acho que eu não penso sobre o que você está perguntando. Correndo o risco de soar o que quer que seja, não tivemos problemas em vender ingressos ao longo dos anos. Se houve fluxos e refluxos na quantidade de pessoas que se importam, já tivemos pessoas suficientes que se importaram e continuaram a se importar que não notamos. Não sei se foi para melhor ou para pior. Pelo menos não estamos perseguindo nada".

domingo, 30 de janeiro de 2022

Bono e The Edge tocam versão acústica intimista de "Sunday Bloody Sunday" nos 50 anos do Domingo Sangrento


Bono e The Edge gravaram e disponibilizaram uma performance acústica intimista de "Sunday Bloody Sunday", escrevendo nas redes sociais: "30 de Janeiro de 2022 - Com amor, Bono e Edge".
Edge no violão toca uma parte (onde na original é seu momento solo na guitarra) que não tocava quando apresentava a canção neste formato na turnê Popmart. 
Na performance de Bono e The Edge em estúdio e em preto e branco, foram inseridas imagens do Domingo Sangrento.
A letra traz mudanças no verso final.
Treze pessoas morreram e pelo menos 15 ficaram feridas quando membros do Regimento de Paraquedistas do Exército Britânico abriram fogo contra manifestantes de direitos civis em Bogside — uma área predominantemente católica de Londonderry/Derry, na Irlanda do Norte — há 50 anos, no domingo de 30 de janeiro de 1972.
O dia ficou conhecido como Domingo Sangrento, e é considerado em grande medida como um dos episódios mais sombrios do período de violência na Irlanda do Norte conhecido como The Troubles.
O U2 compôs "Sunday Bloody Sunday" que utilizou uma guitarra com riffs como rajadas de metralhadora e uma batida militarista com tambores gravados com o eco natural da escadaria do Windmill Lane Studios. O objetivo era criar uma atmosfera perfeita para a letra que faz referência ao horror gerado pelas tropas britânicas que atiraram contra os manifestantes.
Faixa do álbum 'War', de 1983, criou polêmica em suas primeiras reproduções nas rádios fazendo com que a banda tivesse que reafirmar sua mensagem de violência antisectária ao longo dos anos. "This song is not a rebel song", diz Bono no início da versão ao vivo da música em 'Under A Blood Red Sky'.
"Essa música será cantada onde quer que haja fãs de rock", disse Bono antes do lançamento do single em 21 de março de 1983.

Bono: "Clay Calloway... foi um prazer"


Bono escreveu nas redes sociais do U2: "Aí está ele... Uma estrela do rock quieta e reclusa... Coração feroz e despedaçado pela dor... Aprendendo que através do poder da amizade, da música e da canção vem a esperança, a sobrevivência e a alegria... Clay Calloway... foi um prazer".
Clay Calloway é retirado da aposentadoria (e do isolamento auto-imposto após a morte de sua esposa) por Buster Moon de Matthew McConaughey e sua trupe de desajustados musicais. Ele finalmente surge no palco para cantar o clássico do U2 "I Still Haven't Found What I'm Looking For" com o porco-espinho punk rock Ash (Scarlett Johansson). É um verdadeiro momento de isqueiros no ar, força nos punhos para o alto e reverberação emocional crua.
"Esse foi obviamente o ápice emocional do filme. Você tem que sentir tudo lá", disse o diretor Garth Jennings, que tem uma longa história com o U2, desde enviar arquivos para uso potencial em imagens de shows, que ele não tem ideia se eles já usaram, até ter tido conversado sobre uma ideia para um videoclipe para "Elevation". "Ele tem que ser puxado para o palco por um ato de caridade por parte de Ash, que se tornou sua amiga, e o público tem que cantar a música de volta para ele. Acho isso muito comovente".
A encenação do momento foi tão importante para Jennings quanto o próprio momento de triunfo – a maneira como Clay surge no palco, saindo das sombras e entrando na luz. "Eu adoro a linguagem dos bastidores e ver como as coisas funcionam", disse Jennings. "Como alguém tem que respirar antes de sair. Como alguém tem que andar por um corredor… Acho a teatralidade de se mover nos bastidores e entrar no palco tão cinematográfica".
Quando se tratava de escalar uma estrela do rock para sua sequência do sucesso de animação 'Sing', Garth Jennings sabia o que estava procurando. O que o cineasta não sabia era o quão animado Bono estaria para se juntar ao projeto.
A estrela era um grande fã do musical jukebox da família, impressionao com a diversidade de músicas utilizadas e a charmosa narrativa que ajudou a tornar o filme um sucesso internacional.
"Tínhamos alguns designs para o personagem e um esboço do personagem, mas não esperávamos ouvir nada", diz Jennings sobre o astro do rock que estava no topo de sua lista de desejos para 'Sing 2'.
"Ele gostou tanto do primeiro filme por causa de toda a música. Lembro-me dele dizendo: 'Você ficou feliz em ir de Frank Sinatra para Taylor Swift. Não te incomoda de onde essas coisas são. É só que você ama música'."
Após gravações de teste iniciais em sua casa em Dublin, Jennings e Bono gravaram outras cenas em um estúdio perto da casa do cantor no sul da França. Bono até escreveu e gravou uma canção para o filme.
"Não era apenas a voz dele porque é uma voz notável e única. Mas também aquelas músicas que seriam intrínsecas, que fariam parte do tecido da história desse personagem, fariam parte dessa jornada emocional até o fim. Não é apenas a voz que é esse legado, e seria perfeito juntá-los".

sábado, 29 de janeiro de 2022

As revelações de Bono e The Edge em entrevista para a Variety - 2° Parte


Bono falou antes sobre a música ser baseada no luto do personagem, e o U2 tem um histórico de músicas de luto, individualmente – "I Will Follow" a "Mofo" – e coletivamente, de "Mothers Of The Disappeared" ou músicas sobre o The Troubles, embora músicas que talvez sejam mais sérias do que essa música mais edificante. E apenas musicalmente, você teve sua parte daquelas que não eram estritamente baseadas em guitarra.

Edge: Bem, do lado da música, eu acho que "Stay" é outra música que não poderia ter sido escrita na guitarra. Então essa é uma. E talvez "Kite" – é um som que tem um tipo similar de ressonância emocional que é edificante, mas também tem uma espécie de desgosto em algum lugar.

Bono: Os dois últimos álbuns, 'Songs Of Innocence' e 'Songs Of Experience', quebraram uma regra nossa, que era continuar olhando para frente e seguir, não parar ou olhar para trás e se transformar em uma estátua de sal. (Mas) se abrindo para questionar por que você faz as coisas, e sobre como você cresceu e por que acabou onde acabou e todos esses tipos de perguntas, uma vez que abri aquela porta, não consegui fechá-la. E havia muito para eu olhar. Foi Eminem quem falou sobre arrumar seu quarto [risos] – "Cleanin’ Out My Closet"? Essa é uma música incrível. Sim, foi um pouco de arrumação no quarto.
E então eu estou olhando, o que a música significa para você? O que há com o U2? Tipo, não podemos simplesmente deixar essa marca? E as pessoas que estiveram na estrada conosco sabem disso: quando estamos no palco, não sobra nada. Nós saímos como se este fosse o último show que vamos fazer. E você pode pensar: "Olha, diminua aí, Bono! Só não seja tão intenso". Mas crescemos ouvindo Joy Division e esse tipo de artista, ou John Lennon, onde era uma cirurgia de coração aberto. Você apenas puxa para trás o tipo de coisa da caixa torácica.
E então, para responder à sua pergunta, há uma música chamada "When I Look At The World" em 'All That You Can't Leave Behind', e não sei por que digo isso, mas é esse tipo de desespero que nos impulsiona. E tentar fazer uma música pop disso, bem, vamos lá! Transformamos os metais básicos em ouro, se pudermos. Nossa merda, como dizem por aqui, em ouro, como alquimia, estilo Dublin. Quero dizer, todo artista realmente está (fazendo isso); talvez não sejamos excepcionais nisso. Mas dentro dos entretenimentos, isso pode ser incomum. É como: "Acalme-se, cara!" Mas mesmo Sinatra eu acho que foi incrivelmente revelador, não porque ele escreveu essas músicas, mas as músicas que ele escolheu para gravar e tocar eram muito autobiográficas. E é isso, se você tem aquele relacionamento com seu público em que você diz: "Eu não vou foder. Nós lhe daremos isso. Você nos deu esta vida incrível. Não precisamos nos preocupar com a escola de nossos filhos e todas essas coisas; podemos ir em nossas férias de verão. Temos uma vida fantástica. Obrigado, obrigado, obrigado". O negócio é: apenas não ligue. E se você nos ama ou nos elogia, não ligamos para isso. E mesmo em um filme de animação, conseguimos encontrar uma música sobre luto. Quero dizer, é um pouco louco.

Você está andando em uma linha tênue entre fazer uma música feliz que as crianças podem cantar e algo que tem uma profunda ressaca de tristeza percebida. Mas como você diz, talvez isso seja normal.

Bono: Quando você é um adolescente, você entra em alguns lugares muito sombrios, e as músicas de outras pessoas podem te ajudar a passar por momentos difíceis. Desde então, eu diria, sim, você agarra as músicas com força, mas é um tipo diferente de urgência, uma condição diferente da qual você está sendo salvo. Pode ser apenas um momento sombrio que as pessoas têm sobre sua mortalidade, ou você perde alguém que é muito próximo a você, e você simplesmente não consegue lidar. E acho que lido muito bem com a morte, como acontece agora. Mas ainda é uma coisa surpreendente se deparar com isso. E tantas pessoas se depararam com isso nos últimos dois anos. Perdemos Hal Willner, que era simplesmente o homem mais extraordinário. Eu não sei se você já o conheceu, mas ele estava cheio de estática alegre, comédia e seriedade e música, e nós o perdemos para isso (COVID), e muitas pessoas perderam alguém próximo a elas nestes últimos tempos.
E, você sabe, é mais ou menos onde vivemos. Eu brinco com isso. Eu digo: "Casamentos, funerais, bar mitzvahs - esse é o grupo U2". E eu gostaria de fazer mais bar mitzvahs, para ser honesto. Bat mitsvot. Mas sim, casamentos são ótimos. E nos divorciamos, e estamos disponíveis para isso também. Mas é muito melhor fazer… Tenho certeza que, na época do álbum 'POP', discutimos isso: queríamos fazer um álbum com POP que fosse cheio de dance. Estávamos ouvindo Sly and the Family Stone e todas essas coisas nos anos 90. E acabamos fazendo um álbum muito mais introspectivo. Acho que isso seria o irlandês em nós. [Risos] Até os galeses. Podemos ir para a melancolia se não tomarmos cuidado.

O que deveria acontecer em uma música simplesmente acontece, talvez, se você deixar?

Bono: Quanto mais perto você chega de descobrir a composição – como estudamos composição nos últimos 10 anos de uma maneira mais formal – mais você percebe que é impossível criar grandes coisas. Você pode chegar ao lugar em sua nave onde finalmente a nave cai. E isso é muito humilhante. Porque você está saindo com o muito bom o tempo todo. Ficamos muito bons! Mas o U2 não está por perto para ser muito bom. O U2 pode ser uma porcaria, decepcionante – não me importo com tudo isso! – ou "Este é o melhor show que eu já vi". E quando você fica muito bom, há um perigo, e há um grande abismo entre muito bom e ótimo. E eles não são vizinhos de porta. Eles nem são primos se beijando – é só um longo caminho. Então, quando você tocá-lo, é um grande presente. E você tem que estar ciente de que, às vezes, aquela música que você não sabia que era ótima quando foi lançada se desfaz em um período de 10 ou 20 anos ou até 30 anos. E as coisas que achamos que são os momentos mais incríveis, então não significam nada.

Os artigos que saíram do podcast Awards Chatter com base em você dizendo que às vezes se sente "encolhido" com o som da sua voz, como você se sente sobre os discos.

Edge: Eu amo o canto do Bono naqueles primeiros discos. A vulnerabilidade faz parte.

Bono: Estou acostumado com essas músicas ao vivo. E eu amo as gravações. Mas quando ouço minha voz, apenas ouço a fragilidade dela. E é como diários de adolescentes... Você olha para trás e diz: "Ooh". Quanto mais avançamos nessa escalada para o Everest que você está tentando subir, acontece que não é o Everest. Você tem que voltar para a base e começar de novo. E você está na montanha errada, cara. [Risos] Nós, quero dizer, Edge, você é um mestre, posso dizer. Eu sempre serei um estudante. E eu aproveitaria este momento enquanto estou me sentindo muito cru e fodido, porque eu já volto (sendo arrogante).
Ao vivo, quando isso acontece, as músicas estão cantando para você. É a coisa mais incrível, milagrosa. E algo como "Pride (In The Name Of Love)", que eu acho particularmente excruciante quando ouço (no disco) – e é uma gravação maravilhosa com Eno e Lanois, é incrível, a banda é incrível. Mas eu canto isso no palco e canto para todo mundo. Algo está acontecendo lá com o qual eu tenho muito pouco a ver.

Haverá turnê de aniversário da Zoo TV no futuro? Ou até mesmo uma turnê de um novo álbum?

Edge: Bem, terminamos um ciclo de turnês no final de 2019. E então, no início da pandemia, estávamos fazendo exatamente o que planejamos fazer, que era meio que todos saírem separadamente para iniciar os estágios iniciais de trabalho na música para o próximo disco do U2, que continuamos a fazer. Então, como eu digo para as pessoas, eu sabia que tínhamos uma boa gestão. Eu só não sabia que eles eram tão bons, para planejar tudo tão perfeitamente para nós. Então estamos em uma ótima posição onde temos muito material novo. Não temos certeza do que vamos fazer ainda, mas tem sido um momento criativo maravilhoso para nós.

Bono: Foi minha culpa – me culpe ou me dê algum crédito pela turnê The Joshua Tree, a releitura disso, porque eu queria honrar o álbum. E eu pensei que seria apenas uns meses para fazê-lo, apenas para realmente para lembrar, porque as pessoas esquecem. E é uma pena não poder fazer com… nem sei se teríamos feito, mas agora não podemos, para 'Achtung Baby', porque é um álbum incrível. Quando lançamos 'All That You Can’t Leave Behind'?

Em 2000

Bono: Sim, perdemos de fazer para esse também. Mas sou a favor de pessoas que fazem essas turnês desse tipo. Eu acho que é algo que você fez e você deve levar isso como uma retrospectiva. Mas fizemos muito isso. Nós nos divertimos tanto que não sabíamos quando sair daquela roda. E acabamos fazendo quatro turnês diferentes em quatro anos. Fizemos mais shows nos últimos cinco anos antes dessa pausa do que nos 15 anteriores.

Olhando para o Oscar deste ano, a lista de finalistas é repleta de estrelas e talentos. Olhando para quem você está enfrentando, há alguém que você teria mais vergonha de derrotar, se você ganhasse?

Bono: Ah não. Nós nunca teríamos vergonha de bater em ninguém! Embora eu diga, (perdendo para) Eminem (em 2002, quando o U2 foi indicado para uma música de 'Gangs Of New York'), tenho que ser honesto, aquela música, "Lose Yourself", estávamos sentados lá – ele nem estava lá – e é realmente uma música extraordinária. Eu ainda tinha um pouco de humildade, e havia uma parte de mim lá que dizia: "Mmm. Isso será difícil. Vencer contra isso pode sair pela culatra". Mas perdemos para uma animação infantil, acho, para "Ordinary Love" (em 2013, quando "Let It Go" ganhou). Mas tinha aquela linha psicodélica incrível, não tinha? [Quando Elsa canta: "Minha alma está espiralando em fractais congelados por toda parte"] Então tivemos que deixar isso pra lá. … Veja, neste momento, você só quer que sua música tenha a chance de ser ouvida, e este é um ótimo veículo para isso.

Edge: Eu acho que é uma variedade incrível de músicas, talvez a melhor variedade de músicas originais dos últimos cinco anos, porque você tem Beyoncé, você tem Billie Eilish, você tem Van Morrison, todos esses trabalhos incríveis. Então, quem ganhar, acho que será um vencedor digno – e espero que sejamos nós. Mas vai ser difícil até ser indicado, eu acho.

Bono: Aí está. De qualquer forma, eu tentei ser humilde. Não funciona. Acho que estou voltando a ser barulhento e orgulhoso. A torta da humildade, você pode comê-la, mas não quer se engasgar com ela. Queremos vencer! Não queremos ficar em segundo lugar. Todas aquelas pessoas que apreciam a composição, e a verdade por trás disso, a verdade por trás da história, espero que apareçam para nós. [Ele começa a cantar a música country de Mac Davis, "It's Hard To Be Humble”, completa com sotaque. "Oh, Lowrd. É difícil ser humilde, quando você é perfeito em todos os sentidos. Mal posso esperar para me olhar no espelho. Estou ficando mais bonito a cada dia…
"

Edge: Ele não é tão humilde quanto eu. Só estou dizendo que sou muito mais humilde do que ele.

Bono: Eu tentei. Eu superei.

As revelações de Bono e The Edge em entrevista para a Variety - 1° Parte


A época da Quaresma está longe, mas Bono já sabe do que está abrindo mão: humildade. "Durante a semana houve essa história sobre eu não gostar do som da minha voz", ele aponta, referindo-se a um comentário em podcast que ele fez sobre seu tom de voz quando jovem que o fazia se sentir "encolhido" – uma observação improvisada que gerou manchetes e algumas piadas maliciosas de não-fãs do U2. 
"E eu não estava dizendo que as gravações são ruins. É que ao vivo é onde o U2 reside… e eu amo as gravações (iniciais), mas quando ouço minha voz nelas, apenas ouço a fragilidade disso". Mas ele sabe que as pessoas pegaram a fala e se aproveitaram delas. "Tudo bem para mim ocasionalmente tentar ser honesto com as pessoas", diz o cantor. "Eu estava tentando ser bem-humorado nesta entrevista e um pouco humilde". Mas ele chegou a uma conclusão: "Não combina", ele ri. "Estou de volta às bobagens todas".
Bem, não inteiramente, como a Variety descobriu em uma conversa com Bono e The Edge esta semana. Havia de fato uma quantidade razoável de orgulho - em nome de bobagens? – mas também abnegação suficiente para mostrar que esta ainda é uma banda que acredita em algo maior do que ela mesma. Tipo, para não colocar um ponto muito espiritual nisso, a conexão entre um artista e o público que pode trazer tanto o ouvinte quanto o performer de volta de algo desesperador. Este é o tema de "Your Song Saved My Life", a música que o U2 criou para uma cena climática em 'Sing 2', que está atualmente na lista de finalistas na votação preliminar de Melhor Música Original do Oscar.
Na entrevista, The Edge e Bono falaram sobre tudo, o subterfúgio de introduzir temas sérios em uma animação familiar para onde está o status de gravação e turnê do U2. E sim, o homem que interpreta um leão em 'Sing 2' – liderando a voz do filme como um astro do rock bestial e recluso que precisa ser resgatado do auge do luto e da depressão – soa como alguém que pode ter alguma experiência por aí.

Edge, está claro que Bono e o cineasta de 'Sing' Garth Jennings se uniram muito cedo e não havia muita preocupação se a animação era um caminho adequado para a próxima música do U2. Mas quando ele trouxe a perspectiva para você e os outros membros da banda, você tinha certeza de que era um bom passo para o U2, ou se preocupava que os fãs pensassem: "As músicas dos filmes anteriores eram para Martin Scorsese e Wim Wenders, ou cantando sobre Martin Luther King, e agora Bono é um leão animado?"

Bono: [Negando que o filme seja tudo menos live-action] Horas na cadeira de maquiagem… fazendo o Método, e depois apenas mais horas – eu tive que acordar muito cedo, passar seis horas na cadeira.

Edge: Eu acho que com filmes de animação, há um certo truque com eles, porque eles não deveriam ser pesados. Eles não deveriam estar lidando com as grandes questões. Mas para que eles tenham alguma ressonância real, peso e poder, eles precisam, e muitas vezes o fazem, mas o fazem de maneira desarmadora. E sou fascinado por filmes de animação, porque ao contrário da maioria dos outros filmes, eles sobrevivem sendo assistidos 20 vezes. E é algo a ver com a qualidade essencial de que eles lidam com as coisas de uma maneira muito leve e muito significativa. Então, embora eu tenha ficado surpreso em alguns aspectos que era algo que Bono estava fazendo, rapidamente, quando vi o filme, fiquei tipo, "Entendo". Então sou fã. Eu aprecio filmes de animação e também comédia – sou um grande fã de Will Ferrell e todas essas coisas. Apesar de escrevermos algumas das músicas mais pesadas e gostarmos muito de ir lá, acho que há genialidade nesse tipo de trabalho também.

Bono: E também, certamente tenho uma parte de mim que é meio prática e pragmática, e estou pensando: "Como podemos invadir a consciência de seus filhos?" [Risos.] … Para mim, foi uma folga da primeira pessoa que não foi pesado e intenso. Eu tenho que jogar. E eu acho que com criatividade, realmente e verdadeiramente, o adultismo é meio que o inimigo disso. O cercadinho é muito importante. É por isso que eu amo tanto Garth, porque ele é cheio de admiração, e qual é aquela música do Van Morrison? "Eu não vim para lhe trazer uma sensação de admiração?" Bem, é isso. Eu só quero estar perto de maravilhas, e quero estar perto de pessoas maravilhosas. E quero dizer, você está com ciúmes disso. Você quer suas músicas em todos os lugares, sabia? E então, caramba, foi uma oportunidade real de entrar na mente de nossos filhos e de seus pais. Você tem filhos? Podemos roubar suas mentes? [Risos] Por favor? Há todos os tipos de microchips por aí...

Há uma espécie de imortalidade em sentir que as famílias ainda podem estar transmitindo filmes animados daqui a cem anos, ou qualquer que seja a tecnologia na época. Mas quanto a outros possíveis futuros para a música: enquanto você escrevia "Your Song Saved My Life", estava em sua mente que esta é uma música que poderia fazer parte do repertório de shows do U2, e não apenas existir no contexto deste filme?

Bono: Significaria muito cantar isso para uma multidão. Porque de muitas maneiras, aquelas pessoas que pagaram para nos ver salvaram nossa vida – ou certamente nos deram uma vida, não a salvaram, mas nos deram uma vida incrível. Digo isso regularmente, mas sou lembrado disso regularmente. Edge, ainda assim, quando estamos sentados, acha que os policiais vão vir e levar nossa casa embora, e…

Edge: Como se os verdadeiros donos aparecessem e dissessem: "Quem é você? Saia daqui".

Bono: Então eu vou cantá-la, sim, para aquelas pessoas que ficaram conosco ao longo dos anos e cresceram conosco ao longo dos anos, e as pessoas que entraram nessa, já que temos um público jovem crescendo e crescendo. Eu adoraria isso, e adoraria ouvi-los cantando um para o outro.

Você pode falar sobre a concepção da música? Bono, você tem tipo um gancho que está formando na sua cabeça ou apenas um pensamento que você leva para o Edge e diz: "O que você tem, melodicamente, que funciona com isso"?

Bono: Há uma piada – não sei se traduz, e não é realmente uma piada – sobre futebol na Irlanda e no Reino Unido, que é: "O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais sério". E acho que meio que aplicamos isso à nossa música. Nós pegamos algo tão melodramático quanto "Your Song Saved My Life", e você pensa em momentos em que você estava… não apenas minha vida adolescente, mas na verdade, durante toda a minha vida, tempos em que eu realmente me agarrava a músicas para me fazer passar por um período. E eu nunca tinha conseguido uma maneira de cristalizá-lo. É uma frase que temos dito por esta cidade, aqui em Dublin, e tem havido muitas discussões noturnas em muitos bares noturnos com pessoas tentando chegar ao fundo do porquê fazemos o que fazemos. E então ela meio que saiu de mim quando eu estava falando com Garth no telefone. Ele me perguntou: "O que faz um cantor?  De onde vem isso?" E então eu trouxe isso para Edge, e agora temos uma música de classe mundial.
Eu não estou dizendo que é um pensamento de classe mundial. Mas acho que foi importante para mim admitir que ainda sou fã. Você sabe, as pessoas pensam em você como uma estrela do rock ou algo assim, e eu nunca me senti assim, embora eu tenha desempenhado o papel em diferentes momentos em diferentes níveis. Mas no final sou um compositor, de verdade – e no final, sou um fã, de verdade. E essas músicas, elas significam muito. E encontrar uma música para colocar esse pensamento… Fizemos isso juntos, então. Edge, talvez você possa conduzir à partir daí.

Edge: É difícil falar sobre escrever música em uma entrevista, porque é uma forma que pode transmitir uma emoção que você realmente não consegue colocar em palavras. E onde as palavras param é onde a música realmente começa em termos de sua capacidade de transmitir emoção. Trabalhando com Bono, estou sempre tentando entregar algo que ele vai pular e encontrar algo nele que ele possa se conectar pessoalmente. Com essa música, acho que a música, como muitas vezes acontece, começou primeiro, mas foi dessa maneira muito abstrata, amorfa e fora de foco. Tudo o que era realmente eram alguns acordes que eu senti que tinham uma certa gravidade emocional. Então Bono começa a tocar esses acordes, e então ele sai com essas linhas, e eu fico tipo, uau, isso é emocionante. Essa é a diversão para mim, começar a ver onde as letras começam a levar essa emoção e levá-la para um lugar muito mais emocional e intenso, porque agora está conectado ao sentimento e lugar real, vulnerável e pessoal de alguém. Considerando que quando estou escrevendo sobre a música, é muito menos específico.

Não parece muito uma ruptura com a forma, emocionalmente, pelo menos, do que o U2 vem fazendo desde o início do século. Nos anos 90, houve algum distanciamento irônico de 'Achtung Baby' até 'POP', e então o que você fez desde então tende muito mais para o coração.

Bono: Eu já falei com você sobre 'All That You Can't Leave Behind'? Estávamos sentados com Brian Eno e eu disse a Brian: "Você acha que devemos fazer outro álbum juntos?" E ele disse: "Por quê? Já dissemos o suficiente? Ou você acha que podemos adicionar algo original?" E eu disse: "Que tal um álbum que são apenas coisas essenciais, que são apenas emoções puras, despojadas que são realmente básicas e tão cruas quanto poderia ser?" Eu brinquei e disse: "Quero escrever uma música chamada "I Love You". Acredite ou não, não houve uma. Certo? Há "Ich Liebe Dich"; há variações". E ele disse: "Tem que haver uma música chamada "I Love You"!" Eu disse, não, não há. E eu disse, dá para neste momento, escrever essa música sem ser algo tão embaraçoso? E ele disse: "Hmm, isso é interessante. O único problema é que a palavra amor é um pouco superestimada e é usada demais nas músicas". Mas eu me lembro da sensação em 'All That You Can't Leave Behind' que parte do que o U2 faz de melhor, se fizermos algo melhor, é encontrar esses sentimentos essenciais, e encontrar essas rachaduras no teto onde a luz entra, como Leonard Cohen fala sobre isso. Encontrar essas emoções que desbloqueiam coisas.
Então, quando esse refrão chega até você em "Your Song Saved My Life"… tenho certeza, porque você ama música, que você sentiu isso. Estou supondo – e é impertinente da minha parte, mas estou supondo. E eu sei que nosso público tem esse sentimento. … Eu peguei de John Lennon. Ele foi meu tutor, meu mentor nisso. Eu não sei – eu sinto o fantasma de John Lennon em "Your Song Saved My Life", eu apenas sinto. É uma certa postura, sabe?

O que havia de diferente em compor os acordes no piano, Edge, se esse não é seu método usual?

Edge: Inicialmente, porque costumo escrever na guitarra, há algo realmente libertador em mudar para o piano para mim, como compositor, porque você tem muito mais acesso a diferentes interações da mão direita/esquerda, o que você simplesmente não pode fazer na guitarra. Então, o que você está ouvindo é revelador para mim nesse tipo de liberdade para encontrar mudanças de acordes incomuns e movimentos incomuns entre os acordes no piano. E quando encontramos algo novo para explorar, muitas vezes é a porta de entrada para novas ideias e inspiração. Não somos pessoas que trabalham a partir de uma posição técnica. Trabalhamos a partir de uma posição de "inspire-me". Então, ao longo de quatro ou cinco dias, isso realmente entrou em foco. E nós realmente tropeçamos em algumas linhas de melodia diferentes com potencial, mas uma vez que a melodia vocal para o verso entrou em foco, sabíamos que tínhamos algo especial. E então Bono veio com essa parte do refrão, e foi aí que a letra veio junto. Para mim, foi quando eu soube que essa era uma música muito poderosa. E essa é a emoção para mim, devo dizer – esse é o tipo de droga de escolha. Essa é a coisa pela qual ainda estou animado e suponho que obcecado, a ideia de que você pode acordar uma manhã, ir ao piano e, no final do dia, ter uma música que não existia antes — algo completamente novo. É por isso que faço o que faço.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Designer das roupas da Popmart Tour conta: "Bono é pequeno, então ele queria parecer alto e magro o tempo todo"


O fashion designer belga Walter Van Beirendonck trocou a passarela de Paris por um estádio de 74.000 lugares e modelos masculinos para o U2 na Popmart Tour.
Walter fala mais sobre a colaboração: "Eu havia apresentado minha coleção Avatar em Paris em janeiro de 1997. Sharon Blankson, a estilista do U2, era minha fã e falou meu nome para a banda. 
Isso me abalou um pouco, porque eu não fui imediatamente atraído pelo U2 ou pelo visual que eles tinham na época. Mas eles foram insistentes. Eles me levaram para Dublin, onde me convidaram para conhecê-los em um estúdio. Foi aí que vi esse modelo incrível do palco PopMart. 
Bono explicou que o conceito foi baseado em muitas colaborações artísticas. Eu disse que sim, e eles me deram carta branca. 
Nós projetamos a coisa toda em questão de semanas. A ideia era fazer um Action Man de cada membro da banda, e dar a eles nomes e características específicas. 
Eles estavam incrivelmente animados com isso. Foi um pesadelo terminar a tempo. 
Em seguida, voamos para Las Vegas e ficamos lá por um bom tempo. Eles haviam alugado um estádio para os ensaios e nós estávamos ao lado, fazendo ajustes constantes. 
Bono é relativamente pequeno, então ele queria parecer alto e magro o tempo todo. A coisa toda acabou ganhando vida, e foi fenomenal e verdadeiramente audaciosa. Foi uma declaração de arte. 
E foi graças a essa colaboração que meus designs também foram imortalizados em um episódio de Os Simpsons".

'U2 - Three' - 143, 285, 286 e 957


O EP 'Three', também conhecido como 'U2-3', é o histórico primeiro trabalho lançado pelo U2, pelo selo CBS Records.
As três canções do EP foram gravadas e lançadas em 1979, sendo produzido pela própria banda com Chas de Whalley e disponível na Irlanda quando lançado.
'Three' foi produzido como um disco sem capa de 12 polegadas e, posteriormente como um compacto de 7 polegadas com capa original. A versão 12' teve uma tiragem inicial de 1.000 cópias numeradas individualmente.
Um fã criou o site u2-3.com, só para coletar histórias do EP e imagens dos discos espalhados pelo mundo. Um dos objetivos de Oliver Deutsch é achar os fãs compradores dos primeiros mil discos lançados.
Muita gente que manda mensagens para o site de Oliver lembra dessa época e até tinha relações com as famílias dos integrantes da banda. Ou conta histórias de como comprou o disco: 

143

"Comprei o disco em uma loja de discos chamada Freebird Records. Eu tinha 15 anos quando o disco foi lançado. O U2 fazia shows à tarde para um público adolescente no Dandelion Market nos fins de semana. Junto com outras bandas. Então eu os vi três vezes durante o inverno de 79 e 80. E novamente no verão de 1980, quando eles tocaram com o Police em um show ao ar livre no Lexlip Castle, nos arredores de Dublin. Bono subiu nos alto-falantes e no equipamento de iluminação e eles roubaram o show".

285 e 957

"Ambos estavam em Dublin e ambos comprados por mim no lançamento. Ainda tenho um recibo manuscrito da Advance Records para deixar um depósito em uma cópia. A outra foi comprada na Golden Discs em Stillorgan. Um dos discos estava com defeito e minha mãe levou para a mãe de Adam (amigos da família) e a mãe de Adam trocou por um no quarto de Adam… história real! A única coisa é que não sei qual dos dois".

286

"Eu comprei o nº 286 da primeira prensagem – Adam estava na minha turma na escola, então meu irmão e eu costumávamos seguir a banda nos primeiros dias do Dandelion Market. Eu tive o single de 12 polegadas por muitos anos antes de perdê-lo, acredito em uma mudança de casa em Belfast. Comprei em uma loja de discos (agora fechada há muito tempo) no topo da Dawson Street, em Dublin. Espero que quem o tenha agora esteja cuidando bem!"

U2 anuncia que John Currin re-imaginou a arte de 'All That You Can't Leave Behind' como um vinil de edição limitada, que será vendido por US$ 2.500


Na semana passada, em comemoração ao seu 30º aniversário, a Interscope Records anunciou uma nova exposição de museu, Artists Inspired by Music: Interscope Reimagined, apresentando obras originais de arte visual inspiradas em alguns dos artistas mais icônicos da gravadora. Agora, essa obra de arte está sendo disponibilizada para compra… na forma de discos de vinil de edição limitada.
No aplicativo de compras ao vivo NTWRK, um total de 57 álbuns icônicos da Interscope, cada um com uma das obras de arte originais, estarão disponíveis em conjuntos de 100 cada. No entanto, são muito caros: entregues em uma caixa personalizada da Gucci, os álbuns custam US$ 2.500 cada.
Os álbuns, cada um com uma capa impressa numerada de arquivo com qualidade giclee, serão lançados em grupos todos os dias até 31 de janeiro. Tanto a Interscope quanto a NTWRK se comprometeram a doar 100% da renda líquida lucra com o projeto para a Iovine and Young Foundation, que está construindo uma escola no sul de Los Angeles.
O U2 compartilhou em suas redes sociais: "John Currin re-imaginou a arte de 'All That You Can't Leave Behind' como um vinil de edição limitada".
"Embora esta exposição de arte inovadora esteja em exibição no LACMA apenas por um tempo limitado, pensamos que lançar uma série de vinil de edição limitada para homenagear nossos artistas de gravação e os artistas visuais extraordinários que contribuíram com peças para esse esforço, seria uma ótima maneira de essa celebração viver por anos, e ao mesmo tempo foi uma maneira legal de convidar os fãs de música para a 30ª celebração do Interscope", disse Steve Berman, vice-presidente da Interscope Geffen A&M.
Berman acrescentou: "A NTWRK, especializada em artefatos culturais altamente selecionados de arte e música, é um parceiro de varejo perfeito, pois celebramos o legado de todos os artistas que fizeram da Interscope Records um sucesso nos últimos 30 anos. O fato de que as vendas desses álbuns ajudarão a financiar o ensino médio de Jimmy e Dre o torna um empreendimento ainda mais especial".
"Estamos honrados em trabalhar com a Interscope para celebrar o 30º aniversário da gravadora icônica ao lado de alguns dos músicos e artistas mais culturalmente significativos neste projeto incrível que arrecada dinheiro para uma grande causa ajudando a apoiar a escola de Jimmy e Dre", disse o CEO da NTWRK, Aaron Levant.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Companheiro antigo de escola do U2 conta sobre suas duas cópias originais do EP 'Three'


O EP 'Three', também conhecido como 'U2-3', é o histórico primeiro trabalho lançado pelo U2, pelo selo CBS Records.
As três canções do EP foram gravadas e lançadas em 1979, sendo produzido pela própria banda com Chas de Whalley e disponível na Irlanda quando lançado.
'Three' foi produzido como um disco sem capa de 12 polegadas e, posteriormente como um compacto de 7 polegadas com capa original. A versão 12' teve uma tiragem inicial de 1.000 cópias numeradas individualmente.
Frank Kearns é um contemporâneo e companheiro antigo de escola do U2, membro fundador do Frankie Corpse and the Undertakers, The Modulators e Cactus World News e criador do primeiro Rockschool Irelands.
Frank conta: "Embora eu tenha recebido uma cópia do 'U2-3' como presente, eu ainda fui em frente e comprei minha própria na Golden Discs em Dublin para apoiar meus companheiros. A primeira turnê irlandesa do U2 foi em maio de 1980 e meu grupo, The Mystermen, excursionou como banda de apoio do U2. O 'U2-3' pontua um marco importante na jornada do U2 em direção à grandeza e esta cópia contém a essência desse momento especial".

Ator Michael Imperioli do The Sopranos fala sobre ser um grande fã do U2


Muitos o conhecem como Christopher Moltisanti. Ele é sobrinho de Tony Soprano que é The Boss - e você não mexe com nenhum deles. Ou você pode levar uma surra... 
Mas, na vida real, Christopher é o ator Michael Imperioli e ele é um grande fã do U2. E tem sido um fã de longa data. Ele assistiu a banda na 'The Unforgettable Fire Tour' em 1984. Michael ao U2.COM na época da Vertigo Tour, respondeu algumas perguntas sobre ver o show ao vivo e sua afeição de longa data pelo U2. 

U2.Com: Você foi ver o U2 ao vivo em Nova York, foi a primeira vez para você?
Não, 20 anos atrás eu fui na Unforgettable Fire Tour

U2.Com: O show correspondeu às suas expectativas?
O concerto superou minhas expectativas já altas

U2.Com: Como era a atmosfera no show?
Era como uma família, um senso de comunidade.

U2.Com: O U2 é 'família' há um quarto de século... lembra você dos Sopranos de alguma forma?
Absolutamente, o senso de família também se estende aos fãs e como Sopranos, parte do sucesso.

U2.Com: Se o U2 estivesse em The Sopranos, quem interpretaria quem?
Bono - Tony Soprano
Edge - Silvio Dante
Adam Clayton - Johnny "Sack"
Larry Mullen Jr. - Paulie Walnuts

U2.Com: Tem alguma música favorita do U2 e você estava esperando que ela chegasse no set?
Sunday Bloody Sunday

U2.Com: Você acha que a postura antiviolência do U2 pode torná-los um pouco impopulares com a máfia?
A maioria dos caras da máfia são republicanos, mas eles põem de lado a política por boa música.

U2.Com: Como você conheceu a banda - e o que eles fazem por você?
Através do álbum 'War'

U2.Com: Algo sobre o show que te inspirou - tirou o fôlego?
Sunday Bloody Sunday

U2.Com: O que você achou da produção: vídeo, iluminação, encenação, extras?
Também cria uma grande sensação de intimidade.

U2.Com: Você pode se ver como uma estrela do rock se não fosse um ator? Em qual banda você gostaria de estar?
Dion and the Belmonts e eu seria um dos Belmonts

U2.Com: Como o show do U2 se compara a outros artistas que você viu ao vivo?
Foi um dos melhores shows que eu vi em anos.

Beat As One: a bateria destacada de Larry Mullen em "Sweetest Thing" e "Spanish Eyes"


Beat As One! O som destacado da bateria de Larry Mullen nas canções "Sweetest Thing" e "Spanish Eyes".
Pelo fã, músico e colaborador Márcio Fernando!


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Em shows, Bono cantou trecho de canção que Neil McCormick escreveu e que sugeriu ao U2 gravá-la como um lado B


Em alguns shows da turnê Vertigo em 2005, Bono cantou uma linha da canção "People I Don't Know Are Trying To Kill Me" durante a performance de "The Electric Co.". A canção era de um single de caridade escrita pelo amigo de longa data do U2, Neil McCormick. 
Crítico musical do The Torygraph na época, Neil McCormick escreveu a música em reação aos atentados de Londres. A música é dirigida aos inimigos terroristas, colocadas como uma série de perguntas difíceis sobre por que eles atacariam outros seres humanos que nunca conheceram. 
Neil explicou: "Era algo que eu havia começado a escrever meses antes, depois de ler as manchetes sobre a ameaça terrorista a Londres. Eu mostrei em um violão uma versão crua para meu amigo Bono uma noite e ele ficou muito animado. Esta é uma música que precisa ser ouvida. Eu até sugeri que o U2 poderia gravá-la como um lado B. Então, finalmente, quando voltei a Londres na quinta à noite, terminei. Peguei uma guitarra e os versos simplesmente saíram".

O que tornou o U2 único foi sua adoção de temas sérios, vida e morte, Deus, fé e política


Em 1980, o U2 lançou seu primeiro álbum, 'Boy'. Eles mal tinham saído da adolescência. Mas seu estilo e som característicos já estavam lá.

Paul McGuinness: Eles me pareciam que seriam a maior banda do mundo. Eles tinham um cantor que estava com fome de contato com o público, olhava em seus olhos. Eles tinham um guitarrista empolgante que tocava um estilo muito individual. E eles tinham uma seção rítmica que poderia apoiá-los.

O que também tornou o U2 único foi sua adoção de temas sérios, vida e morte, Deus, fé e política.

The Edge: Dizem que as coisas que você não deve falar em empresas são política e religião. Você sabe, e essa é a única coisa que você fala na Irlanda.

Bono: Eu ainda não sou bom em falar sobre isso. Eu sou melhor em cantar sobre isso. Elas são todas para mim canções de louvor a Deus e à criação, mesmo as raivosas.

O U2 atinge o grande momento, mas luta enquanto tenta equilibrar rock and roll e religião.

Bono: A fé das pessoas e minha fé são muito, muito importantes para mim.

A fé ajudaria o U2 enquanto lutava para ganhar uma posição no mundo da música.

Steve Lillywhite: Nos primeiros dias, era muito importante para eles porque havia todo esse mundo louco e insano lá fora. E eles eram uma pequena banda que -- você sabe, eles poderiam abraçar o estilo de vida do rock and roll ou eles poderiam, você sabe, compactar dentro de si. E esse é o tipo de coisa que eles fizeram.

Na verdade, na época de seu segundo álbum, o de tema religioso 'October', a fé quase acabou com a banda. Bono, The Edge e Larry Mullen se envolveram fortemente em um grupo de oração cristão carismático.

Adam Clayton: As pessoas estavam dizendo, nós realmente queremos isso? Isso exige um compromisso. E o compromisso que é necessário, e a energia que é necessária, se opõe a, você sabe, onde queremos ir em nossas vidas espirituais.

A banda decidiu que poderia encontrar um equilíbrio entre religião e rock and roll.

Adam Clayton: Os dois podem trabalhar juntos? Todos decidiram que podiam. E eu acho que eles poderiam.

U2 em Sarajevo: Muhamed Sacirbey conta os bastidores e a tensão da primeira vez que uma banda de rock dividiria o palco com um coro islâmico - Parte III


Na terceira ou quarta música, Bono estava perdendo a voz. O ar de outono de Sarajevo estava afetando a voz de Bono já prejudicada por um resfriado persistente. Brian Eno e eu fomos da plataforma de som, com os VIPs, na frente e atrás do palco. Brian estava preparado para substituir Bono ou se juntar a ele com sua voz. (Brian era um performer e também um produtor frequente de músicas do U2). Bono se escondeu em uma pequena tenda no palco. Ele recebeu conhaque enquanto seu guarda-roupa era trocado. Eu disse a ele, "peça à multidão para cantar para você".
"Como? O que eu digo?"
"Pjevajte za mene". Escrevi em uma nota e depois repeti na minha melhor pronúncia bósnia.
Bono olhou para mim e tomou um gole (grande) do conhaque. Eu pensei ter ouvido o tema de Rocky quando Bono cambaleou de volta ao palco como o (grande) cowboy pronto para outro passeio no (grande) cavalo indomável.
Bono gritou para a platéia, "Pjevajte za mene". Não tenho certeza se a (grande) multidão ouviu sua voz, mas eles entenderam sua mensagem. A platéia seguiu então cantando as letras de Bono e elogiando a harmonia de The Edge, Larry e Adam.
Naquela noite Sarajevo ajudou a liderar quando a voz a se seguir foi superada. A Bósnia-Herzegovina teve uma grande oportunidade de mostrar como o Islã e o mundo ocidental podem compartilhar o palco e complementar uma mensagem compartilhada. Essa é a (grande) ideia de hoje.
Não gosto da maioria das coisas "grandes": o poder (grande) está corrompendo. (Grande) política é para homens pequenos. (Grandes) ideias são boas, mas muitas vezes não passam de promoções da cabeça grande errada. (Grande) O amor é bom, mas não apenas para você ou para o que você afirma ser exclusivamente seu.
Meus companheiros no time de futebol americano costumavam me chamar de "Big Mo", embora a maioria deles fosse muito maior do que eu, uma piada não tão inteligente.
Os verdadeiros amigos são mais do que (Grandes) amigos. Muitas pessoas confundem ou abusam de declarações sobre (grande) amor por Deus para instilar ódio no outro. Eu acredito no Grande, mas não ligo para (grandes) monumentos à religião. O respeito pela nossa pequena terra é o primeiro monumento que devemos promover Àquele que tudo criou.
Mas, essa foi realmente uma grande noite para Sarajevo.
Após o show, os "rapazes", como são chamados por seus empresários, Paul e eu caminhamos pelas ruas de Sarajevo, antes de nos instalarmos no porão Café Jez. Já eram 2 da manhã, talvez 3 da manhã. Um adolescente correu para mim e para The Edge e disse com entusiasmo: "Sou de Podgorica, (Montenegro)!"
Naquela noite, havia garotos de Banja Luka e Mostar, Zagreb e Londres, Istambul e Amsterdã. As dezenas de ônibus voltaram para Banja Luka cheios de jovens confiantes de que o futuro era maior para a Bósnia-Herzegovina. O único problema que Bega teve que lidar foi uma briga entre 2 adolescentes por causa de uma menina, para cada um naquela noite, o (grande) amor.
Houve uma "grande" cúpula de Bill, Jacques, Tony e Kofi alguns anos depois. Mas o U2 em Sarajevo foi a grande noite em que não éramos apenas um público, mas também condutores de uma nova visão. Nós éramos todos sufis naquela noite, aqueles de nós na plateia ou nos apresentando, incluindo o roqueiro de Sarajevo que tirou as calças no palco e enlouqueceu a plateia com o traseiro.
Infelizmente, essa lua tem sido um reflexo da sorte que está por vir para a Bósnia-Herzegovina e o mundo em geral. Tem havido muita coisa ruim, com muita conversa, e a fertilização do grande ódio. O globo é empurrado para um choque de civilizações por aqueles que subestimam o significado de ambos os termos. Estamos cada vez mais divididos em "nós" e "eles" menores. O mesmo, é claro, parece ter sido a tendência na Bósnia-Herzegovina, quando o mundo mais do que nunca precisa da Bósnia-Herzegovina com o grande exemplo. "Grande" nem sempre é bom, mas melhor do que pequeno que desvaloriza Sarajevo e Bósnia-Herzegovina. Grande Amor é o que o mundo precisa agora.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Histórias De Bono: integrante de banda irlandesa não quis usar um botom do U2, e teve seu vestiário roubado


Bono, relembrando a admiração que sentiu quando sua nova banda U2 abriu para os já estabelecidos pioneiros do punk rock The Stranglers nos anos 70, disse a um repórter algo como: "Nós éramos garotos e eles eram homens de verdade lá no palco, grandes homens intimidadores".
"Haha, me lembro dele dizendo algo assim", gargalhou Jean-Jacques "JJ" Burnel, o co-fundador, baixista e grande cara intimidador do The Stranglers, durante um telefonema em 2016 de sua casa no sul da França.
"Eu suponho que você gostaria de ficar longe de nós naquela época. Defendemos nosso canto porque, no início, polarizamos a opinião. Foi como aquela cena do filme Blues Brothers onde eles estão tocando no bar country com tela de galinheiro protegendo a banda. As pessoas jogavam coisas em nós ou tentavam desligar a eletricidade, então aprendemos a nos defender – não nos mostrariam a porta da rua. Desenvolvemos técnicas para que pudéssemos dominar a situação. Era uma técnica de sobrevivência, suponho".
Bono disse para a Mojo: "Sabe, nós abrimos para o The Stranglers uma vez nos primeiros dias. Tentei persuadir JJ a usar um de nossos botom: U2 CAN HAPPEN TO ANYONE. Ele disse 'vai se foder', e então eu não levei na boa e roubamos o vestiário deles - limpamos totalmente".
Jean-Jacques "JJ" Burnel disse que o U2 "são chatos e presunçosos".
O promotor Pat Egan relembra: "1978. Um garoto loiro educado chamado Larry Mullen apareceu na minha loja na Duke Street. Ele perguntou se sua banda poderia abrir para o The Stranglers em um show que eu estava promovendo no Top Hat. Para ser justo, eu sabia do U2, mas eu estava mais interessado em garantir que os The Stranglers vendessem ingressos suficientes para fazer o show funcionar. Mas eles precisavam de uma banda de abertura - então eu disse a ele que havia £ 50 para eles. Ele realmente não se importava com o dinheiro. A banda só queria o show".
A maior preocupação de Pat na noite era ter certeza de conter qualquer briga que pudesse acontecer, alimentado sem dúvida pela imagem que o The Stranglers cultivavam como caras durões. 

Atriz e cantora australiana diz que Bono ouviu primeiro dela a expressão 'Achtung Baby'


Tottie Goldsmith é uma atriz e cantora australiana. Na noite de segunda-feira, Tottie apareceu no podcast de sucesso Highlights, Happiness and Ham. Durante o chat, Tottie falou sobre como sua banda, Chantoozies, começou e os primeiros shows que fizeram. 
Mas foi outra banda que Tottie pode ter inspirado que realmente deu o que falar.
De acordo com Tottie, tendo acabado de viajar pela Europa com seu então namorado, a dupla compareceu ao aniversário de John Farnham, um evento repleto de estrelas que incluiu o U2, que estava em turnê pela Austrália na época.
Durante seu tempo na Europa, Tottie disse que as placas na Autobahn chamaram sua atenção. "Há sinais que dizem 'Achtung' significando atenção, então eu estava sempre tentando chamar mais atenção dele, então eu dizia 'Achtung, baby', que tornou-se minha coisa".
Enquanto estava na festa, Tottie diz que gritou para o namorado, e um curioso Bono que estava por perto se virou para perguntar por que ela havia acabado de dizer isso.
"De qualquer forma, a próxima coisa que eu sei, 'Achtung Baby', o álbum foi lançado e eu pensei, essa é minha reivindicação à fama".
Existem alguns relatos conflitantes sobre as origens do nome do álbum de 1991. A lembrança de Tottie é uma, enquanto outros citam que é uma referência ao filme de 1967 de Mel Brooks, 'The Producers', mas a linha nunca aparece neste filme.
Embora um personagem diga: "O Führer nunca disse 'baby'", "Achtung Baby" é uma frase do rap de Brooks "To Be Or Not To Be" de 1983.
Outras fontes afirmaram que o título do álbum foi inspirado nas sessões iniciais da banda que aconteceram no Hansa em Berlim durante a reunificação da Alemanha. Estando na Alemanha em um ponto tão histórico de mudança, a própria banda teria sofrido enormes transformações próprias.

Como o Simple Minds e U2 tiveram uma grande influência um ao outro


The Irish Times

Em maio de 2020, em uma série de notas públicas de agradecimento coletivamente intituladas '60 Songs that Saved My Life', Bono escreveu que a faixa-título do álbum de 1982 do Simple Minds 'New Gold Dream (81-82-83-84)' "se provaria pertinente à evolução do U2 de uma banda de rock para algo muito mais extasiado. Sem o álbum, não acredito que teria havido um 'The Unforgettable Fire' ou um 'The Joshua Tree'."
"Êxtase" é uma boa palavra. 'New Gold Dream' continua sendo um trabalho fascinante e místico. Após cinco álbuns de abstração muitas vezes magnífica, o Simple Minds localizou o ponto ideal entre arte e pop, sombra e luz, trance e melodia. O primeiro single do álbum, "Promised You A Miracle", se tornou seu primeiro hit. Eles estavam a caminho.
O U2 estava ouvindo – e assistindo – atentamente. Em turnê, eles subiam no palco com a faixa-título de 'New Gold Dream' tocando no PA. Em seu LP ao vivo de 1983, 'Under A Blood Red Sky', Bono se agachou na capa, uma silhueta como cada centímetro do cantor do Simple Minds Jim Kerr em estêncil.
Quando foi finalmente lançado em outubro de 1984, 'The Unforgettable Fire' faria referência explícita à 'New Gold Dream'. Mesmo o guitarrista do Simple Minds, Charlie Burchill, geralmente desdenhoso das comparações musicais entre as duas bandas, reconheceu a semelhança. "Quando eles fizeram 'The Unforgettable Fire', parecia um pouco entrar no território do 'New Gold Dream'", disse Burchill quando entrevistado para 'Themes For Great Cities', uma nova biografia do Simple Minds.
A relação entre os grupos datava do final de 1980. Simple Minds estava em turnê com seu extraordinário terceiro álbum, 'Empires And Dance', e o U2 fazia sua estreia com 'Boy'. Encontrando-se em uma estação de rádio em Manchester, Bono e Burchill fizeram reviews de um monte de novos singles em um programa apresentado por um jovem DJ chamado Mark Radcliffe. Burchill sentiu a língua presa. O loquaz Bono, enquanto isso, estava "citando o porra do Milton! Eu os amei como caras instantaneamente", diz Burchill. "Eles eram encantadores. Nós nos tornamos realmente bons amigos".
Em 1980, as bandas eram pólos opostos musicalmente. 'Empires And Dance', afinal, contém uma colagem sonora intertextual chamada "Twist/Run/Repulsion", que inclui uma mulher recitando uma passagem de um conto de Nikolai Gogol em sua tradução francesa. 'Boy' não contém isso.
Em 1983, embora os grupos permanecessem essencialmente com propostas muito diferentes, a diferença estava diminuindo. Simple Minds era um grupo experimental de art-pop que se movia em direção ao mainstream, tocando música maior para multidões maiores em espaços maiores. Enquanto isso, tendo se infiltrado na América, o U2 era um grupo de rock que buscava infundir seu som com cores mais suaves e abstratas. Cada banda olhou para a outra e viu algo de valor e integridade.
Durante o verão de 1983 seus caminhos se cruzaram em festivais europeus. "Tivemos a chance de assisti-los, e eles tiveram a chance de nos assistir", diz o baixista do Simple Minds, Derek Forbes. "Obviamente tivemos uma influência sobre eles e eles tiveram uma influência sobre nós também. Foi mágico".
Um encontro simbólico ocorreu em 14 de agosto de 1983, no show de retorno para casa do U2 no Phoenix Park, em Dublin. Segunda banda a se apresentar de um projeto que incluía Eurythmics e Steel Pulse, Simple Minds abriu seu set com "Waterfront", escrita apenas 48 horas antes e testada pela primeira vez na frente de 15.000 pessoas. "Corajoso!" diz Jim Kerr. "Pensamos que, em vez de ter uma intro tape, por que não fazemos disso a intro? Era assim que estávamos confiantes naquele ponto. Foi pura crença".
A inspiração veio uma semana antes, enquanto Kerr estava em casa. "Era uma daquelas coisas em que você viaja por toda parte em busca de algo, e depois volta para sua cidade natal e a vê com novos olhos; ou um pensamento vem a você que não tinha antes. Era uma linda noite de verão, e eu tinha ido passear no rio. Lá embaixo era um cemitério. Era muito simbólico de uma Glasgow cujo passado glorioso estava no passado. A construção naval estava lá, mas estava morta. Fantasmas. Você poderia acreditar nisso – que havia uma cidade que tinha existido e desaparecido, e foi isso – mas eu li recentemente, com o fim da indústria, que a água havia se tornado muito mais limpa e, pela primeira vez, havia salmão nas águas de Glasgow novamente. Uau! Também o fato de que foi assim que Glasgow nasceu: alguns monges se estabeleceram lá porque a pesca era boa. Voltei naquela noite e escrevi algumas palavras sobre isso: "Daqui a um milhão de anos, vá para a orla". Um pouco gospel – a própria natureza da orla: renascimento. Um pouco bíblico".
Quando ele ouviu o Simple Minds tocar essa música pulsante e semiformada durante a passagem de som no Phoenix Park, Bono captou o significado imediatamente. Ele se virou para o guitarrista Charlie Burchill e disse: "O que é isso?" "Isso o surpreendeu", diz Burchill. "Abrimos com ela na noite seguinte e caiu uma tempestade".
Bono reconheceu que as apostas iriam aumentar. O set do Simple Minds se apoiou fortemente em 'New Gold Dream'.
Enquanto estava em Dublin, o Simple Minds conheceu Steve Lillywhite, o jovem inglês loiro e talentoso que produziu os três primeiros discos do U2. Embora sua estreita associação com a banda inicialmente tenha deixado Kerr "um pouco cauteloso" em escolhê-lo como seu próximo produtor – "U2 estava dominando tudo" – Lillywhite não teve tais escrúpulos. Ele já estava salivando com a ideia de colocar as mãos em "Waterfront". Kerr: "Outros podem ter dito: 'Parece ótimo, mas não é uma música'. Isso teria estragado tudo. Steve estava tipo, 'Isso é ótimo, vamos com isso. É uma declaração'."
Produzido por Lillywhite, "Waterfront" foi lançada como single em novembro de 1983. Não apenas sinalizou a direção de viagem para o próximo álbum do Simple Minds, 'Sparkle In The Rain'. Tornou-se um totem para uma nova sensibilidade: um estrondo maior, o gesto declamatório. 
À medida que o som deles crescia, a tag desdenhosa "U3" que se prendia ao Simple Minds irritava. Implicava que eles eram meros acólitos, seguindo os passos da banda irlandesa. Na verdade, a influência muitas vezes trabalhou mais ativamente na outra direção.
O que uniu as bandas foi um espírito: inclusivo, baseado no ao vivo, amigo dos fãs, de coração aberto. Anti-cool, anti-cinismo, rock and roll mais comunitário. A fidelidade tinha sido aparente no Phoenix Park, e foi ilustrada novamente quando Kerr e Bono dividiram o palco no Barrowland Ballroom no início de janeiro de 1985. Bono e sua esposa Ali tinham ido a Glasgow para desejar a Kerr um feliz ano novo, aparecendo sem aviso prévio na casa de seus pais e tirando uma soneca no andar de cima.
Bono foi ao show naquela noite, chegando ao palco durante os bis para contribuir com uma versão de "New Gold Dream". Durante seus 12 minutos, a dupla ajustou a letra da música, embarcando em um jogo de superioridade numérica: Kerr cantou "'82, '83, '84, '85". Bono criou: "86, 87, 88, 89. . ."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A ideia de Garth Jennings de um videoclipe para o U2


Garth Jennings, o diretor de Sing 2', realizou videoclipes para artistas e bandas. Ele fez uma revelação:

"Você já se perguntou o que acontece com invasores de palco em shows? Antes de tudo, eles são verificados pelos seguranças para se certificar de que estão em forma e saudáveis, depois são limpos completamente, jogados em uma calha, enviados para um picador de carne e transformados em cachorros-quentes vendidos no foyer do local do show.
Esta foi a minha proposta para o U2 para um vídeo para acompanhar o single "Elevation". A banda foi incrivelmente amigável e gentil e riu do meu tom, mas foi o tipo errado de risada. Era o tipo de risada "ho ho ho – de jeito nenhum, José", o que é compreensível, mas uma pena. Eu realmente pensei que esta ideia era um sucesso. Você tem imagens da banda tocando, multidões enlouquecendo e uma subtrama no estilo Sweeney Todd cheia de ação para manter os espectadores colados do início ao fim. Oh bem, pelo menos eu conheci o Bono!
Eu amo música e amo fazer filmes, então ser um diretor de videoclipes é o melhor dos dois mundos. O processo de fazer um vídeo é bem simples: a gravadora envia para você, e vários outros diretores, uma faixa. Eles geralmente dão a você um briefing que quase sempre inclui as frases: "a banda deve parecer cool... queremos algo ousado... elegante... e se possível ter um truque nunca visto antes". Blá blá blá. Melhor ignorar o resumo. Apenas ouça a música e tente ter uma ideia que capture por que você ama essa música".

U2 VERSUS The Blades, uma das maiores rivalidades da história do rock irlandês. Verdadeiro ou falso?


U2 VERSUS The Blades ficou entre as maiores rivalidades da história do rock irlandês. Em um canto, quatro soberanos do estádio à espera. No outro, uma equipe punk desorganizada destinada a queimar brilhantemente e brevemente. 
De acordo com a mitologia popular, essas duas forças opostas passaram grande parte do início dos anos 1980 na garganta uma da outra. É uma história divertida – com um pequeno detalhe. É quase totalmente falsa.
"Eu disparei contra o U2 em entrevistas", disse Paul Cleary, o frontman do The Blades. "Isso foi uma extensão disso. Meu ateísmo colidiu com suas crenças cristãs. Quanto mais perto do sucesso eles estavam, mais eu me ressenti. Mas o U2 sempre foi bom naquela época, mesmo nas passagens de som. Eles definitivamente tinham alguma coisa".
Assim como The Blades, cujo pop new-wave articulou o que era ser jovem e alienado na Irlanda pré-Celtic Tiger melhor do que qualquer um de seus contemporâneos. The Blades eram muito amados na época, conquistando seguidores leais em Dublin e em todo o país (algumas das melhores lembranças de Cleary são de se apresentar no Arcadia Ballroom em Cork). Em 2015, depois de décadas longe, eles voltaram, com um novo EP e um show antes do natal no Olympia Theatre de Dublin.
"U2 nunca foi meu tipo de música", disse Cleary.. "Não houve realmente nenhuma polinização cruzada entre nossas bases de fãs. Poucas pessoas gostaram do U2 e do The Blades – exceto Dave Fanning, talvez".
Os caminhos dos grupos divergiriam drasticamente, com o U2 se tornando gigantes do rock e o The Blades sofrendo o destino de todas as bandas domésticas que não conseguem sair da Irlanda – aquele deslize purgatório para vendas de discos em queda e uma base de fãs cada vez menor.
"Nós éramos uma espécie de Pete Best do rock irlandês", disse Cleary, rindo, uma referência ao baterista que tocou com os Beatles antes de Ringo Starr e que passou o resto de sua vida contemplando o que poderia ter sido. "Eu não tenho um problema com isso".
Esse prognóstico não é totalmente preciso. The Blades nunca foram exatamente esquecidos. À medida que as memórias dos anos punk de Dublin adquiriram o brilho da nostalgia ao longo dos anos 90 e além, a reputação do The Blades cresceu em estatura. Se as coisas tivessem sido um pouco diferentes, se tivessem recebido sabedoria, eles também poderiam ter sido uma banda irlandesa para conquistar o mundo.

"As pessoas ficam muito chatas quando ouvem que você vai entrevistar Bono"


Brendan O'Connor do The Independent em 2009:

"Me levanto incrivelmente cedo para pegar o voo para Barcelona. Meu plano é dormir um pouco quando chegar lá, e então estarei pronto para encontrar Bono e The Edge por volta da hora do chá. Adam Clayton chegará mais tarde naquela noite. Ele fala comigo sempre que chega. A parte do sono é importante para mim. Se não durmo o suficiente, simplesmente não sou eu mesmo. Não é apenas cansaço. Isso realmente me afeta de maneiras estranhas que não vou compartilhar.
Então, naturalmente, eu não durmo. Estou tentando escrever a entrevista do Larry Mullen Jr e depois estou deitado neste quarto de hotel quente, pensando que está um dia lindo lá fora em Barcelona, eu deveria sair. Mas estou pensando: "Você tem que dormir. Se não dormir, não vai funcionar".
Mas não consigo dormir. Também estou em pânico por escrever o artigo do U2, que deve ser publicado imediatamente. Larry Mullen Jr falou comigo por mais de uma hora, em vez dos 20 minutos previstos. Tenho mais três entrevistas que terão que ser transcritas, e então todo esse material, quatro entrevistas, terão que ser cortados em uma peça. Estou perdido.
Subo no telhado, onde há uma pequena piscina, e nado loucamente para cima e para baixo, tentando fazer algum tipo de exercício. Então, do outro lado da rua no estádio, o U2 de repente começou a tocar "Pride". Deve ser uma passagem de som. Mas isso significa que todos eles devem estar aqui. Posso fazer as entrevistas agora? Isso ajudaria. Meu telefone está lá embaixo. Talvez a mulher do U2 esteja me ligando para dizer que todos chegaram, venha ao estádio e os veja tocar por uma ou duas horas e então faremos as entrevistas.
Então eles tocam "Where The Streets Have No Name'. Então "Pride" novamente. Então eles começam a tocar "Pride" repetidamente. Estou pensando que esses caras são bons, eles estão realmente dispostos a trabalhar para acertar. Bono está apenas sentado lá fazendo "Pride" repetidamente até que todos os caras tenham o som certo. Depois da décima vez, descubro em minha mente confusa que esta é possivelmente uma gravação.
As pessoas ficam muito chatas quando ouvem que você vai entrevistar Bono. Diga a eles que você vai se encontrar com Obama ou quem quer que seja, e eles ficarão tipo, sim, tanto faz. Mas eles ficam um pouco empolgados com Bono, e todo mundo tem uma pergunta para ele – como o irmão, que quer saber por que nenhum show está programado para San Fran ainda – ou uma piada. Até mesmo a esposa, que na época dela fez todas as coisas importantes - os Pitts, os Anistons, os Farrells, os Clooneys - fica meio boba e começa a insistir que eu deveria contar a Bono sobre a criança e sua extraordinária reação à música do U2 "Magnificent". Nada mais no mundo, mesmo eu, consegue esse tipo de reação da minha garotinha. Assim que a introdução começa, ela começa a se mexer inteira, bater palminha. É realmente estranho, mas, na verdade, seria errado perder tempo limitado com Bono discutindo isso. Seria antiprofissional e sem graça. Mesmo quando ele fala em um momento sobre tentar fazer música que seja cheia de alegria, e eu me pergunto se devo insistir, apenas para a esposa, decido contra isso.
Claro, estou suando frio de pânico enquanto Bono está falando. Ele é tão generoso quanto Larry e fala por uma hora ou mais. E cada frase mais ou menos um soundbite, ou um insight ou um pouco de poesia. Mas metade de mim está pensando: "Oh bollocks, quanto tempo vou levar para transcrever tudo isso? E então eu vou ter que cortar tudo". Isso aumenta a coisa da falta de sono, que, neste momento, se tornou uma psicose completa. Então eu tenho uma fita na minha cabeça dizendo: "Isso é uma coisa boa. Cale a boca Bono, isso é uma coisa boa, mas cale a boca agora Bono, ponha uma tampa nisso. Oh, bela anedota. Cale a boca, cale a boca, cale a boca. Você não tem para onde ir?" Então The Edge se junta e eu quase vomito ao pensar em como vou transformar isso em uma peça no dia seguinte. 
Agora Adam Clayton, e eu estou ficando cada vez mais louco e mais assustado. Eu tenho muito material do jeito que está, e de certa forma estou pensando que poderia passar sem ele. Principalmente, eu gostaria de discutir linhas de baixo com Adam Clayton. Sempre gostei de baixistas. A maioria dos meus heróis musicais, de Peter Hook, Mani e Jah Wobble, são na verdade baixistas. Mas é claro que o leitor do Sunday Indo não quer ler sobre linhas de baixo, então falamos sobre a vida, e Adam explica tudo. Volto para o hotel e transcrevo sua fita. De manhã, não me lembrarei de fazê-lo".

domingo, 23 de janeiro de 2022

A repercussão na imprensa britânica após declarações de Bono em Podcast


Hugh Linehan é Editor de Artes e Cultura do The Irish Times. Ele também apresenta o podcast semanal Inside Politics.
Ele escreveu: "Muitas pessoas não gostam do U2, e eu sou um deles há mais de 40 anos. Ao longo desse tempo, passei a considerar a banda da mesma forma que considero o Bailey's Irish Cream: é uma conquista admirável, mas não me faça engolir essa coisa.
Esta não é uma opinião incomum, mas foi interessante, no entanto, ouvi-la expressa com tanta força esta semana no podcast americano Awards Chatter, onde a voz tensa de "macho irlandês" de Bono, as letras "esboços" da banda e suas músicas "embaraçosas" foram criticadas, junto com esse nome estúpido.
O orador era um tal de Paul Hewson, um dublinense de 61 anos que, como eu, acha a maioria das músicas do U2 "constrangedoras" e desliga o rádio quando elas são tocadas.
Muitas grandes bandas têm nomes estúpidos (The Beatles). E muitos cantores confessam odiar seus catálogos antigos. Robert Plant descartou "aquela maldita música de casamento" que é "Stairway To Heaven". Kurt Cobain "quase não conseguia seguir" tocando "Smells Like Teen Spirit" ao vivo.
Mas, na maioria das vezes, eles estavam reagindo contra a tirania de serem definidos por um único hit. Por um longo tempo, porém, Bono vem implantando um tipo mais amplo de auto-ridicularização como uma arma defensiva e possivelmente até mesmo uma ferramenta promocional.
Em 1991, ele e seus companheiros de banda executaram o pivô mais impressionante de sua carreira, descartando a seriedade de 'The Joshua Tree' e 'Rattle And Hum' e pegando uma folha ou 10 do livro de Bowie da era de Berlim, para 'Achtung Baby'. Desde aquela injeção de ironia e autoconhecimento, a marca U2 ofereceu grandiosidade fermentada com um pouco de autodepreciação.
Afinal, como Bono observou, mesmo em seus primeiros dias, o U2 não estava na moda, e a consciência da banda de seu próprio ridículo tem sido parte de seu apelo.
A inspiração para essa estratégia pode ter vindo da própria cidade natal da banda, que há muito considera seus filhos musicais de maior sucesso com uma mistura conflitante de adoração e antipatia.
O último sentimento costumava ser caracterizado como "inveja", uma forma peculiarmente irlandesa da  tall poppy syndrome (o fenômeno social em que pessoas de sucesso são ridicularizadas, antagonizadas, criticadas, desprezadas ou mesmo odiadas por se sobressaírem sobre seus pares) que foi imprudentemente declarada extinta durante os anos C****c T***r. Ela reapareceu na forma do meme "Bono is a Pox (Bono é uma Doença)" e do grafite que se espalhou pela cidade na primeira metade da década passada, impulsionado pelo menos em parte pela agitação pós-acidente sobre os assuntos fiscais do U2.
Ser Bono em Dublin, imagina-se, deve ser uma experiência única. Ainda mais crédito para ele por ficar por perto.
Seus comentários esta semana foram amplamente divulgados em todo o mundo, geralmente em um tom de surpresa que sugeria que essas camadas de ambiguidade não viajaram tão bem quanto a música da banda. Ou será que todo mundo seguiu em frente?
Você pode muito bem acreditar que The Blades, ou Microdisney, ou quem quer que seja, merecia mais destaque do que o U2 recebeu em seus primeiros dias. Você pode achar o rock do estádio absurdo.
Alternativamente, você pode admirar a extraordinária determinação, foco e habilidade com que Bono e companhia superaram seus pares mais aclamados pela crítica para se tornar a maior banda do mundo, gravando músicas que ressoaram com centenas de milhões de pessoas e reinventando a música ao vivo como um espetáculo audiovisual atraente. Você pode até querer revisitar o antigo debate: "Bono: Messias ou Eejit?". Mas, francamente, por que você se incomodaria?
O Messias/Eejit estava aparecendo no Awards Chatter porque "Your Song Saved My Life" do U2, que foi gravada para a trilha sonora do musical animado 'Sing 2', foi pré-indicada ao Oscar.
Eu ouvi "Your Song Saved My Life" duas vezes para que você não precise. Foi há cinco minutos, e eu esqueci completamente. O mesmo aconteceu com o hino sub-Eurovision Bono, The Edge e Martin Garrix para as finais da Eurocopa do ano passado.
Poucas indicações merecidas ao Oscar à parte, trilhas sonoras de sequências e hinos esportivos corporativos não são um ótimo lugar para a ex-Maior Banda de Rock do Mundo acabar. Eles sugerem uma carência, até mesmo um desespero com a perspectiva de não estar mais no centro de uma cultura popular que mudou há pelo menos duas gerações.
Comparado com quase todos os seus pares, o U2 desfrutou de um período extraordinariamente longo no topo. Mas essa corrida terminou há um tempo atrás e há algo um pouco melancólico sobre como Bono ainda não parece ter chegado a um acordo com isso".
No britânico The Guardian, foi escrito: "Bono está arrependido pela aquela vez em que ele foi pego nos vazamentos de evasão fiscal da Paradise Papers? Não. Por fomentar a impressão de que a África murcharia e morreria sem a ajuda de celebridades brancas ricas? Não. Na época de um álbum do U2 ser baixado nos telefones de todos sem que eles pedissem? Não também.
Bono sente muito pelo U2. O que trouxe esse aparente ódio a si mesmo? Há duas teorias de trabalho. A primeira é que isso é parte de uma reviravolta tonal deliberada, semelhante à que ele realizou quando introduziu a ironia no vocabulário do U2 com 'Achtung Baby', como uma forma de se distanciar da mentalidade ultra-severa de seus trabalhos anteriores.
Assim, a autodepreciação faz parte de sua nova imagem. Pode ser. Você poderia sugerir que, agora que o U2 é menos relevante do que nos anos anteriores, ele está adotando uma autoconsciência no estilo James Blunt para permanecer aos olhos do público.
A segunda teoria? Que Bono finalmente ouviu um álbum do U2.
Talvez haja uma terceira razão, na verdade. No podcast, Bono sugeriu que o constrangimento nem sempre é uma coisa ruim. Ele disse: "Eu acho que o U2 empurra o barco bastante para o constrangimento e talvez esse seja o lugar para estar, como artista – você sabe, bem no limite do seu nível de constrangimento". Ele parece estar sugerindo que parte da mentalidade artística envolve tornar-se totalmente vulnerável às críticas, dando grandes saltos de fé sempre que possível. Então, o U2 não seria U2 se Bono não se esforçasse mais do que ele estava confortável? Está certo. Se o U2 tivesse tocado com segurança todos esses anos, protegendo suas apostas contra a opinião popular, eles quase certamente não teriam se tornado uma das maiores bandas da história.
E eles nunca colocariam seus álbuns no telefone de todo mundo sem pedir. Seria legal se eles tivessem tocando com segurança agora".
Rebecca Nicholson também para o Guardian escreveu: "Geralmente, me falta paciência com artistas que criticam seus trabalhos mais populares. Parece rude para as pessoas que o amam, choraram ou caminharam até ele. Mas Bono continuou explicando que ser embaraçoso é provavelmente parte do que torna o U2 tão bem sucedido. 
O U2 nunca é conscientemente subestimado, não é o tipo de banda que apareceria para um grande show apenas com seus instrumentos. Poucos artistas em certo nível fariam mais. Quando eu vi o U2 em Glastonbury, eles não apenas trouxeram o deslumbramento de uma produção massiva, apesar da chuva, mas também fizeram um astronauta na Estação Espacial Internacional descer para a Terra para apresentar "Beautiful Day". Há uma espécie de sinceridade cega em um gesto tão grandioso como esse.
Eles são uma banda de tudo ou nada e prosperam nisso, empurrando o barco por vergonha. E há nomes de bandas muito piores do que U2".
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