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quinta-feira, 31 de maio de 2018

eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018: The Edge fala com a Rolling Stone


The Edge sabe que a eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018 do U2 - onde eles tocam quase todo seu LP 'Songs Of Experience' e pulam a maioria de seus grandes sucessos de rádio - não é para todos. "Nós sentimos que se você queria ouvir as músicas de The Joshua Tree, teve a turnê Joshua Tree no ano passado para isso", disse ele ao telefone, de Chicago, para Andy Greene da Rolling Stone durante um dia de folga da estrada. "Nós sabíamos que as pessoas que provavelmente foram ao show de The Joshua Tree, não viriam para este sabendo que iríamos olhar mais para os novos álbuns, mas tudo bem. Este show é para os fãs de nossos trabalhos mais recentes, para os fãs que realmente escutam tudo e vão para tudo. Nós nos sentimos bem sobre isso".

Em que ponto da fase de planejamento da turnê vocês decidiram que não tocariam músicas do The Joshua Tree?

Veio para nós, realmente, quando o show estava realmente entrando em foco. Nós estávamos na turnê de The Joshua Tree e eu comecei a passar por ideias de setlist com Bono e [o diretor criativo] Willie [Williams] e eles devolviam com outras ideias, e logo no início, tornou-se esta coisa de "Ei, por que nós apenas não fazemos um show sem nada do The Joshua Tree, já que é ele que estamos fazendo agora?" Se pudéssemos evitar tocar qualquer música de The Joshua Tree, inevitavelmente limparia o setlist, o que seria uma mudança, algo novo para nós. Algumas dessas músicas que tocamos consistentemente desde que entraram pela primeira vez em um setlist do U2. Eu não acho que nós deixamos de tocar alguma vez "Where The Streets Have No Name" ... pode ter acontecido em um show apenas, mas basicamente tem sido um desafio. Nós gostamos da ideia de que estávamos nos forçando a pensar de uma maneira diferente. Nós sentimos que o resultado seria algo diferente e novo.

"Love Is All We Have Left" é uma abertura muito calma para um show, muito diferente do que vocês fizeram no passado.

Quando o álbum estava quase pronto, começamos a conversar com o Willie e com a [cenógrafa] ES Devlin. Também fizemos as turnês de Innocence e Experience com os dois. Nós tomamos a decisão um tempo atrás de que este era um set de dois álbuns, então as duas turnês se relacionariam umas com as outras. Todos nós chegamos à conclusão de que a configuração da produção com a tela abaixada dividindo o local no meio deveria ser mantida para a segunda turnê, que seria a turnê conectando os dois shows. Então nós ficamos como: "OK, aquele show da iNNOCENCE + eXPERIENCE teve uma linha narrativa real e clara e uma forma onde nós começamos como uma banda de punk rock no palco principal e depois de 25 minutos de rock and roll bem direto, essa tela finalmente descia do teto, que foi uma surpresa para muitas pessoas que não viram as fotos do show. Elas faziam "Uau"." Aquele objeto aterrisava.
Para este show, sentimos que a coisa mais interessante seria que as pessoas entrassem e já houvesse este objeto lá. Já está lá. Está dividindo o local em dois. Ao invés de começar com o punk rock, nós pensamos: "Vamos começar com o oposto, algo muito quieto, muito meditativo". "Love Is All We Have Left" se apresentou como uma ótima música para abrir esse show, apesar de ter sido definitivamente uma resposta ao último show, mas pareceu uma abertura lógica para essa turnê e para esse álbum.

Vocês adicionaram "Gloria" no setlist.

Estamos tentando fazer um malabarismo com algumas coisas diferentes. Com certeza, a produção tem um certo impacto em como o show progride. Havia um aspecto narrativo, mas também estávamos tentando nos apegar ... não que tivéssemos que contar uma história completa, mas o esqueleto, a espinha dorsal daquela narrativa era algo que achamos bastante útil para nos mantermos disciplinados e mantermos uma certa direção e foco. A última coisa, que é provavelmente por isso que colocamos "Gloria", foi encontrar a combinação certa de músicas que começam a gerar o ímpeto de um grande show, porque é isso que as pessoas vêm ver, um grande show, uma banda de rock.
Na noite de abertura, ficamos um pouco insatisfeitos com a quarta música sendo "Beautiful Day". Não chegou ao público do jeito que queríamos, então pensamos, é provavelmente um pouco cedo. É uma daquelas músicas que significa muito para as pessoas, mas provavelmente precisa ser colocada em um lugar melhor, então estávamos olhando para o arco do show. Parte do pensamento foi usar ela na abertura no final da Inocência, "Love Is All We Have Left", "Blackout" e "Lights Of Home". Essas são as nossas três músicas que lidam com a mortalidade. Eles são músicas de muita experiência. Então pensamos: "Ótimo, vamos abrir com ela". Agora você tem que voltar ao começo muito rapidamente para começar a história de onde realmente ela começa, que é realmente os primeiros dias e as músicas de 'Songs Of Innocence'."
Embora "Beautiful Day" seja, para nós, o momento "eixo central", percebemos que este momento seria realmente voltar ao começo com "I Will Follow" e "Gloria". Essa escolha cumpriu dois papéis. Primeiro de tudo, ajudou com o ímpeto e fez "Beautiful Day" soar bem quando aterrissava naquele momento. E do ponto de vista narrativo, parecia um pouco mais lógico. Na verdade, no início, "Gloria" tinha sido uma ideia, mas nós meio que nos esquivamos disso por causa da turnê anterior, nós tínhamos um monte de músicas muito antigas no início do show. Parecia: "Oh, estamos nos repetindo muito aqui? As mesmas batidas?" Mas eu acho que isso realmente significa algo diferente neste contexto porque você tem esse conjunto de músicas de Experience e você realmente começou o show de um jeito completamente diferente.

"Until The End Of The World" nunca foi um single, mas vocês parecem tocá-la em todas as turnês. E essa música faz com que ela funcione em qualquer contexto em seu show ao vivo?

Essa é uma boa pergunta. Eu acho que é uma música incrível ao vivo porque realmente mostra tudo que a banda faz de melhor. Em termos de energia visceral e impacto, é uma daquelas músicas difíceis de ser batida. No contexto desses shows de 'Songs Of Innocence' e Songs Of Experience', ela se encaixa perfeitamente. Tem referências à mortalidade, a todas as grandes questões. Tem sido um pouco como "Where The Streets Have No Name", pois é encontrada na maioria dos nossos shows desde que foi tocada ao vivo pela primeira vez.

"Acrobat" foi um aceno para o pedido dos fãs?

Eu acho que nós tivemos um empurrãozinho dos fãs da música e da banda que realmente pensaram que seria ótimo ouvi-la ao vivo. Ao planejar esta turnê, tivemos um pequeno conjunto de músicas para trabalhar desde que tomamos a decisão de não utilizar nada do The Joshua Tree. Isso meio que nos forçou a começar a considerar músicas mais raras, e chegamos com "Acrobat" e "Staring At The Sun". Nós tocamos "Who's Gonna Ride Your Wild Horses" também. Isso foi divertido para nós. Nunca tendo tocado "Acrobat", foi meio que um projeto para voltar e descobrir como funcionava. Felizmente, como acontece com a maioria das minhas partes de guitarra, uma vez que você descobre, percebe que é meio simples. [Risos] Então foi uma grande realização. Nós tentamos ela no ensaio e todos pensavam: "Isso vai funcionar. Ela soa maravilhosa."
É um desafio de um ponto de vista sonoro porque Larry está tocando nos tom-toms, que em um local grande pode se tornar muito indistinto. Mas com Larry e [o diretor de áudio] Joe [O'Herlihy] e seu técnico Sam [O'Sullivan] trabalhando firme, eles realmente acertaram em cheio. Eles têm um ótimo som de bateria agora, o que está realmente funcionando bem nos grandes locais.

Vocês tocaram "Pride" na turnê de The Joshua Tree, mas parece muito atualizada e com frescor quando vocês a tocam agora com o vídeo de MLK e as marchas atuais da paz. É por isso que vocês quiseram trazê-la de volta?

O primeiro setlist não tinha "Pride" quando estávamos lançando ideias por volta de seis, nove meses atrás. Mas à medida que começamos a aprimorar o setlist, vimos que teríamos um momento crucial. "Staring At The Sun" estava na lista de canções, mas foi realmente quando começamos a sincronizar ela com o vídeo que percebemos qual seria o momento crucial, partindo para "Pride". Isso realmente aconteceu em Montreal algumas semanas antes da nossa noite de abertura. Não foi algo que havíamos descoberto com um longo tempo de antecedência. Essa é a diversão e o risco da forma como estes shows se reúnem para nós - um monte de ideias mais poderosas vêm bastante tarde no processo quando você está começando a colocar as peças todas juntas e você começa a ver para onde as coisas estão apontando e quais são as oportunidades.
Obviamente, nós iríamos nos referir à política em algum momento. Isso era uma coisa óbvia para nós, mas era um caso de como iríamos fazer. Sem querer ficar apontando o dedo para as coisas e fazer parecer um pouco banal, queríamos manter a coisa sobre questões e fazer isso sobre as músicas, encontrando uma nova ressonância nos tempos em que nos encontramos.

Vocês tocaram em alguns estados profundamente republicanos quando vocês chegaram em Tulsa e Omaha. Vocês nunca dizem "Trump" no show. Vocês mostram os manifestantes. É uma maneira eficaz de transmitir sua mensagem.

Sim. Eu acho que o que está chegando agora, ainda mais fortemente desde o primeiro par de shows, é esse tema de realmente se referir a questões e não a políticas tribais e que o compromisso não é uma palavra ruim. Nós vimos isso na Irlanda. Vimos isso de perto nas circunstâncias mais difíceis, como as pessoas com histórias que você diria que as tornam completamente incompatíveis politicamente, descobrindo maneiras de encontrar um terreno comum sobre questões e seguir em frente. Eu acho que o Bono certamente em seu próprio trabalho com a One Campaign encontrou grande sucesso trabalhando com pessoas com crenças políticas com as quais ele simplesmente não concordava. Mas ele pode concordar em uma ou duas questões e isso é o suficiente para seguir em frente. Eu acho que nós realmente não queremos entrar em uma espécie de dar nomes ou apontar o dedo. Queríamos chegar às coisas importantes e lidar com isso. Esse é o caminho a seguir.

O vídeo antes de "One" com sua filha é uma ótima maneira de conhecer os direitos das mulheres.

Sim. Sian não é uma espécie de artista por natureza ou que busca atenções. Ela é muito zen e muito quieta e não é desinibida, não fica se expondo. Essa qualidade nela tornou a imagem muito poderosa.

Terminar com "13 (There Is A Light)" é uma maneira silenciosa e sombria de encerrar o show.

É muito sombrio, mas todo o show é desafiador. Foi muito desafiador encaixá-la e fazê-la fluir e fazer sentido tecnicamente, musicalmente e narrativamente. O desafio para nós também é não entrar em pânico se a coisa que acontece na maioria das vezes acontece em um show do U2, que é apenas um lugar que fica completamente louco ... Esse é um show onde as pessoas estão assistindo e pensando e dançando ao redor da arena. E tudo bem. Terminar em "13" não é realmente uma coisa U2 de se fazer. Tradicionalmente, acabamos com uma mais agitada, um grande hit e deixamos todo mundo exausto. Este é um lugar muito contemplativo para trazer pessoas.

Vocês viajaram muito nos últimos anos. Vocês farão uma pausa longa quando esta turnê terminar?

Acho que houve três turnês que estiveram uma no calcanhar da outra rapidamente. Eu diria que provavelmente faremos uma pequena pausa no final desta turnê e nos reuniremos. Há muitas ideias para os próximos álbuns, mas acho que um pouco de folga apenas para ouvir música e realmente alimentar nossos instintos criativos irá acontecer.

Adam disse que o show do Apollo Theater será muito diferente e cheio de surpresas. Você pode dizer alguma coisa sobre isso?

Eu acho que o local e a falta de produção nos levam a pensar nisso como algo bem distinto. Então, sim, ainda não configuramos ele. Pelos meus instintos acho que será um show mais cru e sem tecnologia. Estamos utilizando a tecnologia de uma maneira muito importante com essa turnê, então acho que vamos para o outro lado desse show.

A Ligação: The New Versions X U2


A banda The New Versions foi uma banda punk/new wave que surgiu em Dublin em 1978 e durou até 1982. A banda era formada por:

– Ingmar Kiang (Iggy Kiang) nos vocais e guitarra
– Johnny Byrne no baixo
– Regine Moylett nos teclados
– Paul Bibby na bateria



Ingmar Kiang, filho do astrônomo irlandês Tao Kiang, foi aluno do Trinity College quando co-lançou "a primeira discoteca Punk Rock de Dublin" no início de 1978 com seu amigo Mark Ryan, que trabalhava em um "restaurante de hambúrguer na Grafton Street".


Fartos da música disco dos anos 70, a dupla lançou uma noite de DJ chamada Snots na New Library do TCD, com Punk / New Wave e Rock n Roll dos anos 50.
Regine Moylett com sua irmã Susan abriu sua loja de roupas punk/ new wave chamada 'No Romance' no Dandelion Market em Julho de 1978. O seu irmão John (Johnny Fingers) encontrou a fama tocando teclado com o The Boomtown Rats, enquanto seu outro irmão Pat foi o baterista original do Berlin e mais tarde se tornou o manager do grupo.
Originalmente como um trio chamado Sordid Details, fizeram seu primeiro show abrindo para o U2 e Revolver em 17 de Março de 1978, no Project Arts Centre, e a banda adicionou Moylett nos teclados, sendo assim rebatizada para New Versions no verão de 78.
Durante sua carreiras de quatro anos, a banda tocou nos principais shows ao vivo em Dublin, sendo suporte de várias bandas.



Eles apareceram no registro definitivo do Punk / New Wave da Irlanda, 'Just For Kicks', lançado em 1979, com a canção "Tango Of Nerves". O U2 também aparece nesta coletânea.
Depois do final da banda, Ingmar Kiang trabalhou para a Island Records nos anos 80 e 90, e produziu material para o U2. Ele trabalhou como engenheiro de som com Bono e The Edge nas faixas para a produção da peça da Royal Shakespeare Company, 'Laranja Mecânica', em 1990, e está creditado na única faixa lançada desta peça, "Alex Descends Into Hell For A Bottle Of Milk", no single de "The Fly" do U2.
Johnny Byrne descobriu sua verdadeira vocação e trocou o baixo pelo console de mixagem. Trabalhou no Keystone Studios e no Windmill Lane Studios em Dublin, e também trabalhou com o U2.
Em agosto de 1997, Byrne caiu da escada de incêndio de seu apartamento no East Village. Ele foi levado para o hospital com duas pernas quebradas e ferimentos graves na cabeça. Depois de colocar o suporte de vida por três semanas, ele faleceu no Hospital Bellevue, em Manhattan. Ele tinha 39 anos.
Regine Moylett se mudou para Londres depois que a banda se separou. Ela começou a escrever sobre shows para a NME antes de ingressar na assessoria de imprensa da Island Records e trabalhar com o Frankie Goes To Hollywood. Desde 1985, ela é agente de imprensa e diretora de publicidade do U2.

Agradecimento ao site: www.comeheretome.com

Por trás de 'A Clockwork Orange: 2004', com trilha sonora de Bono e The Edge


Após o final da turnê Lovetown em 1990, Bono e Edge se lançaram imediatamente em outra tarefa, compondo música para a adaptação para o teatro de 'A Clockwork Orange' (Laranja Mecânica), representada pela Royal Shakespeare Company RSC, em Londres.
Eles já tinham recebido o convite na primavera de 1989.
A Clockwork Orange é um romance distópico de Anthony Burgess publicado em 1962. Situado na sociedade inglesa de um futuro próximo, que tem uma cultura de extrema violência juvenil, onde um anti-herói adolescente dá uma narração em primeira pessoa sobre suas façanhas violentas e suas experiências com autoridades estaduais que possuem a intenção de reformá-lo. É parcialmente escrito em uma gíria influenciada pelo russo e inglês, chamada "Nadsat". É uma sátira à sociedade inglesa.
O romance foi inspirado em um fato real ocorrido em 1944: o estupro, por quatro soldados americanos, da primeira mulher do autor, Lynne. A leitura é difícil, pois Burgess inventou uma linguagem em gírias para ser falada por adolescentes. A linguagem causa estranhamento nos leitores e os termos eslavos e palavras rimadas exigem dedução para o entendimento. A maioria das edições do romance é acompanhada de um glossário.
Em fevereiro de 1990, uma versão musical foi produzida no Barbican Theatre em Londres pela Royal Shakespeare Company.
Intitulada 'A Clockwork Orange: 2004', recebeu na maior parte revisões negativas, com John Peter de The Sunday Times de Londres chamando de "apenas um intelectual Rocky Horror Show", e John Gross do The Sunday Telegraph chamando de "azedo" (A Clockwork Lemon).
Até o próprio Burgess, que escreveu o roteiro baseado em seu romance, ficou desapontado. De acordo com o The Evening Standard, ele chamou a partitura, escrita por Bono e The Edge, de "neo-wallpaper". Burgess tinha originalmente trabalhado ao lado do diretor da produção, Ron Daniels, e imaginou uma partitura musical inteiramente clássica: "minha intenção original era usar a música de Beethoven". Infeliz com a decisão de terem abandonado o seu score, ele criticou a mixagem experimental da dupla do U2, feita com hip hop, música litúrgica e gótica.
Lise Hand, do The Irish Independent, relatou que The Edge disse que a concepção original de Burgess era "uma partitura escrita por um romancista e não por um compositor". Chamada de "glamour sem sentido", Jane Edwardes, da 20/20 Magazine, disse que assistir a essa produção era "como ser convidado para um caro restaurante francês - e ser servido com um Big Mac".
Burgess faleceu em 1993. No ano de 2011, a Fundação Anthony Burgess deu sinal verde para a produção de uma nova versão do musical.
A fundação aprovou os antigos planos da produção do musical, para ser interpretado em sua versão original pela primeira vez desde 1990. E desta vez a produção, que estreou em 2012, usou a trilha musical original composta pelo próprio Burgess que permanecia inédita há mais de 20 anos, escrita com a Nona Sinfonia de Beethoven no livro. Segundo os diretores da Fundação Burgess, o autor também era um compositor muito competente, que escreveu de próprio punho a versão para os palcos de sua mais importante obra.
"O musical foi uma forma que Burgess encontrou para revisar a história", revelou o Dr. Andrew Biswell, diretor do braço internacional da Fundação Burgess, em entrevista à BBC. "A música é muito importante porque estabelece o tom e o humor da peça. O clima é bem próximo de Amor, Sublime Amor (West Side Story), só para citar uma influência mais óbvia."
O descontentamento de Burgess com a primeira adaptação musical do livro que foi montada pela respeitadíssima Royal Shakespeare Company, foi com trilha musical de Bono e The Edge.
Essa nova adaptação era um desejo de Burgess, que adoraria ver no teatro a versão cantada de sua obra-prima.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Áudio: Dirty Disco Remixes de "Love Is Bigger Than Anything In Its Way"


Mais dois remixes para promover o novo single do U2 foram disponibilizados!

"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Dirty Disco Mainroom Remix)




"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Dirty Disco Sunrise Remix)



Antes deste dois, já haviam sido disponibilizados:

"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Studio Version) - U2 (04:00)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Will Clarke Remix) - U2 (06:31)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Daybreakers Remix) - U2 (07:33)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (The Funk Hunters Remix) - U2 (04:01)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Moody Boy Remix) - U2 (06:48)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Robbie Rivera Remix) - U2 (04:19)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (VibePosse Dub) - U2 (06:11)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (David Alvarado Remix) - U2 (07:54)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (DrewG. Remix) - U2 (05:26)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Jesus Montañez Remix) - U2 (05:01)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Twisted Dee Remix) - U2 (07:26)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (U2 vs Cheat Codes) - U2 (03:10)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (John "J-C" Carr Remix) - U2 (04:20)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (John "J-C" Radio Edit) - U2 (02:45)
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Daybreakers Vox Remix) - U2 (04:25)

Fim: após 12 anos, versão mensal impressa da revista Rolling Stone Brasil é encerrada


A versão imprensa mensal da Rolling Stone deixará as bancas em agosto. A marca segue no Brasil com o online, eventos e edições especiais
Lançada no Brasil em 2006, a revista Rolling Stone deixa de ser publicada mensalmente em versão impressa. A decisão de encerrar o formato foi comunicada à redação nesta terça-feira, 29. Presidente do Grupo Spring de Comunicação, que edita a publicação, José Roberto Maluf conversou com a reportagem do Portal Comunique-se sobre o assunto.
O executivo explica que a publicação deixa as bancas em agosto. Os leitores poderão ter contato com a versão impressa em quatro ocasiões por ano, quando a marca produz seus já conhecidos especiais. "A revista mensal impressa será suspensa. Se tivermos dias melhores neste país, quem sabe ela volta a circular", afirma o executivo. José Roberto não revela o que vai acontecer com a redação. Ele adianta, apenas, que estão conversando para decidir o futuro de cada profissional.
O site da Spring afirma que a versão brasileira de Rolling Stone é a que tem maior circulação mundial, perdendo apenas para a norte-americana. Na data de sua estreia, em outubro de 2006, a publicação desembarcou no país com tiragem inicial de 100 mil exemplares. Na época, a revista era quinzenal nos Estados Unidos e vendia cerca de 1 milhão e meio de exemplares por mês.
Sem a versão impressa mensalmente nas bancas, a marca segue com suas notícias no online. Além disso, a Spring continua com a realização dos eventos Festival Rolling Stone e as corridas e os shows Rolling Stone Music & Run.
Sobre os assinantes, a marca informa que está entrando em contato para combinar a devolução do que foi recebido eventualmente além do que foi entregue. "Se o assinante se interessar, poderá receber os especiais no lugar dos exemplares mensais. Ninguém será prejudicado", garante.

Indian Summer Sky: "Muitas cidades na América são construídas em civilizações há muito enterradas pelo americano"


O Verão Indiano não tem nada a ver com os indianos, pois faz alusão, na verdade, aos indígenas (Indian Summer).
Verão Indiano (ou Veranico) é um período de calor inusitado no Outono, quando as temperaturas deveriam estar em franco declínio. Dentre as muitas suposições da origem deste nome, uma das mais aceitas é a que vem do preconceito que os primeiros colonizadores americanos tinham dos nativos da região, dizendo que se podia confiar neste calor da mesma forma como se podia confiar nos índios.
Partindo daí, uma canção do U2 começou a ser escrita nas mais famosas selvas de asfalto, Manhattan, durante a 'War Tour'. "Muitas cidades na América são construídas em civilizações há muito enterradas pelo americano", disse Bono para a Hot Press em junho de 1985. "Um amigo meu, um homem sábio que eu conheço, passou muito tempo dentro da cidade" Era Toronto, tão legal e tão brilhante - e ele se sentia extremamente perturbado e dilacerado. Houve muitos massacres de Red Indians naquela região e ele sentia de alguma forma como se ainda houvesse espíritos perturbados por lá. Eu estava tentando ter uma ideia de um espírito preso em uma selva de concreto - algo assim. Novamente, são apenas vislumbres, essas canções. Muito do assunto é mais impressionista."
O "índio" no título é uma referência ao povo nativo americano, que foi sistematicamente exterminado durante o século XIX.

O encontro surpresa de Ava DuVernay com Bono


Oprah Winfrey transformou o sonho de Ava DuVernay em realidade, fazendo-a se encontrar e cumprimentar Bono. A apresentadora de talk shows postou em vídeo no Instagram mostrando a cineasta DuVernay abraçada à Bono em um sofá.

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"Minha querida amiga Ava ama o Bono. Então, como presente de aniversário, Natal, Páscoa, para sempre, eu a surpreendi com a ajuda de Guy Oseary com ingressos para o show e depois ela teve um meet and greet com ele após o show em Nashville! Momento de doçura.", escreveu Oprah.
DuVernay, que dirigiu Winfrey no filme A Wrinkle In Time, também compartilhou uma fotografia dela junto com o vocalista.
Ela disse: "Eu amo o Bono e o U2 desde que eu era uma menina. Eu fui guiada e protegida pelo seu trabalho em muitos momentos da minha vida. Eu aprendi sobre direitos humanos e ativismo, não através de Martin Luther King como foi ensinado na escola, mas através da paixão da voz de Bono cantando o ícone dos direitos civis na música "Pride". Eu nomeei meu primeiro filme narrativo de I Will Follow, por causa da música deles, que significou muito para mim e minha tia Denise. Foi ela quem primeiro me apresentou a sua música. Eu toquei a música "Bad" no dia em que a enterrei e isso me ajudou a levantar a cabeça enquanto eu dirigia para o funeral, como um bálsamo para o meu coração ferido. Minha música favorita de todos os tempos do U2 é "Drowning Man". Não é um hit. É uma música de coração. E ela vive no meu. Na música, Bono canta as palavras: "pegue minha mão". Um momento antes da foto ser tirada, ele estendeu a sua mão e pegou a minha. Eu estava sem fôlego e sem palavras. Ele e Edge são tudo que um fã deseja que seu herói seja ao encontrá-los. Cada pequena coisa. Meus sinceros agradecimentos a todos que tornaram possível o momento, especialmente minha amiga Oprah, que conhece meu coração e que o fez brilhar, reluzir e cantar. Isso aconteceu. De mais maneiras do que posso expressar. É um lindo dia."

EPK: eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018 Pro Shot Atlanta


EPK: eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018 Pro Shot Atlanta

Confira um vídeo de 4 minutos com gravações profissionais do show do U2 na nova turnê!

Áudio: "Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Daybreakers Vox Remix)


Mais um remix para promover o novo single do U2 foi disponibilizado, e é outra versão do Daybreakers: "Love Is Bigger Than Anything In Its Way" (Daybreakers Vox Remix)

terça-feira, 29 de maio de 2018

Áudio: "Love Is Bigger Than Anything In Its Way (John "J-C" Carr Remix)"


Mais um remix para promover o novo single do U2 foi disponibilizado: "Love Is Bigger Than Anything In Its Way (John "J-C" Carr Remix)":


No Stories do Instagram, U2 mostra os bastidores durante um show da eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018


O U2 tocou em Atlanta ontem pela eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018. Durante a apresentação, a banda pelo Stories do Instagram postou vídeos mostrando os bastidores!

Dois membros da equipe desenrolando a gigantesca bandeira americana esticada por cordas para a performance de "American Soul". 


Membro da equipe de filmagem com a câmera durante "I Will Follow".


Membro da equipe pronto para colocar no palco o dispositivo que inclui um tablet instalado com um filtro do Facebook Live para Bono fazer a performance de Mr Macphisto.


Dallas Schoo no Submundo preparando a próxima guitarra de Edge.


A equipe controla as imagens utilizadas no telão em "Until The End Of The World".


Stuart Morgan, técnico de baixo do Adam, no Submundo desliga o sinal de baixo do Adam, entrega outro instrumento para ele, e liga novamente o sinal.


A equipe de filmagem trabalha duro para captar a banda no palco. Vemos um close up no monitor de Edge tocando "Beautiful Day", enquanto outra câmera grava Adam.


Do fosso, membro da equipe acompanha os passos de Bono em "Lights Of Home".


Há um novo membro na equipe que entrega as guitarras para Edge. Dallas só as prepara no Submundo.


exPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018: Adam Clayton fala com a Rolling Stone


Meses antes de eles irem para os ensaios para sua exPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018, o U2 tomou uma decisão ousada: seu novo show não apresentaria uma única música de 'The Joshua Tree', o clássico de 1987 que foi a espinha dorsal de seu show ao vivo por três décadas. A banda passou o ano anterior tocando o álbum - que inclui "Where The Streets Have No Name" e "I Still Haven't Found What I'm Looking For" - em todos os estádios. "Nós traçamos uma linha na areia", diz o baixista Adam Clayton. "Se você realmente queria essas músicas, nós fizemos, acabou, estamos indo para outra coisa agora".
Durante um dia de folga antes de tocar duas noites no United Center de Chicago, Adam Clayton ligou para a Rolling Stone para explicar o processo de pensamento da banda por trás do novo setlist, a possibilidade da turnê continuar no ano que vem e o que os fãs podem esperar do show da SiriusXM no Teatro Apollo de Nova York.

Quais foram os desafios que vocês enfrentaram ao montar essa nova turnê?

Eu acho que o que foi desafiador para nós foi que a turnê de Innocence foi um sucesso tão extraordinário em termos de como ela se conectou com as pessoas e como ela mudou o ambiente. O som foi realmente ótimo, essa tela foi uma inovação real e o palco percorrendo o comprimento da arena foi uma inovação. Houve diversas coisas que mostravam às pessoas que havia uma maneira diferente de fazer isso, e que aumentavam e reforçavam a emoção da jornada. Eu acho que o público teve uma resposta muito emocional e personalizada. Foi um pouco difícil imaginar como esta iria aterrissar. Estamos em uma era muito diferente e as pessoas estão olhando para o perigo e o risco de uma maneira diferente.

Vocês sempre planejaram esta turnê como uma continuação da turnê de Innocence, mas então houve no meio disso uma turnê para The Joshua Tree. Como isso mudou a abordagem para esta nova turnê?

Nós sabíamos que íamos deixar as músicas de The Joshua Tree de lado por um tempo. Nós estamos indo muito bem mantendo essa linha. Podemos desistir em algum momento, se acharmos que estamos perdendo o brilho no show, mas no momento estamos mantendo a linha. É parte da dificuldade do que esta turnê está se tornando. Estamos com 10 datas e estamos tentando incluir o maior número possível de músicas do novo disco. Ainda há algumas delas em que realmente não entramos, mas gostaríamos de apresentar. "The Showman" é algo que ensaiamos desde o começo. Acabamos de colocar "Red Flag Day", mas gostaríamos de tocar "Landlady" também. Há algumas outras que gostaríamos de adicionar, mas ainda não chegamos lá.
O show meio que está nos dizendo qual é a resposta e a resposta de muitas formas é que para nós a Experience é uma coisa simples e é sobre a aceitação de quem você é e o que você é e seus pontos fortes e fracos. É uma discussão interna e uma resolução interna, onde a Innocence é uma resolução exterior em alguns aspectos.

Essa "linha na areia" sobre não tocar músicas de The Joshua Tree. Isso foi unânime ou houve um debate sobre isso?

Acho que estávamos todos empolgados com a ideia de não voltarmos a The Joshua Tree. Isso porque The Joshua Tree lançou uma grande sombra sobre tudo o que fizemos. Nós sentimos que, ao fazer aquela turnê, nós, até certo ponto, tínhamos que descansar estas músicas por um tempo. Haverá outra hora para voltar a esse material, mas acho que sempre dissemos que para fazer aqueles shows, "o material parece relevante para o tempo em que estamos vivendo. Nós nos preparamos para reapresentar ele de forma similar, mas com alguma produção e deixar essas músicas falarem e deixar que a intenção por trás de algumas dessas músicas seja desempenhada."
Eu só não sei se você pode tocar "Bullet The Blue Sky" neste novo show. Eu acho que o chão já está meio coberto. Não tenho certeza sobre "With Or Without You". "You're the Best Thing About Me" é a versão atual daquele sentimento.

Eu ouvi Bono dizer muito que ele sabe que se um show não está indo bem, "Where The Streets Have No Name" sempre elevará o show. Como é andar no palco e saber que você não tem esse grande momento para usar?

Você tem que olhar para os seus pontos fortes e fracos. "Streets" é uma música incrível para se ter no cânone, mas se tocássemos isso nesse contexto, acho que a narrativa mudaria. Mais uma vez, acho que seria uma declaração tão grande que reduziria todo o resto. O que estamos fazendo neste show é que estamos tentando terminar em "City Of Blinding Lights" e fazer dela um final porque parece um sentimento saudável neste contexto. É uma canção de inocência, até certo ponto. Bono sempre diz: "Isso começou como uma canção de inocência, mas tem alguma seriedade." Talvez haja em termos de narrativa dentro da canção. Há um tipo de tópico contemporâneo de "My Way" dentro disso.

Fale sobre a decisão de finalmente tocar "Acrobat". Vocês fizeram isso em resposta aos fãs que estão pedindo há tanto tempo?

Tem um jornalista muito chato que trabalha na Rolling Stone ... [risos] Ele tem dito por anos: "você tem que tocar Acrobat"!"
"Acrobat" é uma canção que ao longo dos anos soou um pouco midtempo em um show e nós nunca realmente sentimos que ela se encaixaria em outros contextos de shows que fizemos. Sempre parecia que não combinava. Desta vez, vimos como uma raridade e houve um movimento dos fãs mais hardcore por ela. Nós nunca nos esquivamos de tocar músicas específicas, a menos que seja para contextualizar o que estamos tentando fazer. Eu acho que tem uma ressonância emocional e tem uma linha lírica que funciona também. Estou muito feliz em tocá-la. É realmente muito divertida. Eu nunca teria adivinhado que o jeito certo de fazer isso é em uma espécie de situação no palco E.
Na turnê de Innocence, nós tivemos uma configuração de bateria muito simples no segundo palco. Desta vez, temos uma bateria para Larry completa, para que possamos tocar em um nível diferente de qualidade. "Acrobat" realmente se encaixa nisso. É como estar em um show em um club.

Está em uma assinatura de tempo estranha. É uma música difícil de tocar?

É uma música difícil de tocar. É uma música ainda mais difícil de se mudar. Eu acho que é no compasso 6/8. Há algumas opiniões diferentes de como você faz a contagem. Eu acho que, intuitivamente, nós mudamos um pouco essas assinaturas de tempo, mas como não somos músicos treinados, conseguimos escapar disso. É incomum, mas realmente funciona, e há algumas ótimas guitarras do Edge.

O que atraiu vocês de volta para "Staring At The Sun"?

"Staring At The Sun" sempre foi uma das minhas favoritas. Ela se encaixa nessa nuvem um tanto escura que está sobre o mundo no momento. Mais uma vez, nesse contexto, é uma canção pop menos esperançosa e mais um comentário sobre onde estamos.

Quando vocês mostram a marcha da KKK, isso realmente reflete sobre esse momento no tempo.

Sim. Eu meio que acho que é um pouco "Senhor Dos Anéis" na Terra Média. As forças das trevas estão se reunindo em torno disso. Olhar para o sol e não querer se envolver e não querer tomar uma posição não parece uma boa opção.

Então vocês entram em "Pride" e mostram as imagens de MLK e é um momento mais esperançoso.

Eu acho que ali é o virar da esquina. Há sempre um balanço igual e oposto em qualquer época política. Como isso se manifestará é difícil de ver ou prever neste momento, mas acho que seguirá. O movimento das crianças contra o lobby das armas e contra esses tiroteios escolares extraordinariamente perigosos que parecem insanos, e ainda assim os poderes e a vontade política e os lobistas parecem continuar dizendo que a solução é mais armas. Em qualquer situação, isso não é plausível. Esse movimento no momento parece extremamente radical e frágil. Talvez isso possa acontecer nos próximos cinco ou dez anos em algo que realmente mude as coisas.

Você sentiu alguma ansiedade antes da noite de abertura porque um certo percentual do público poderia ficar chateado por não ter ouvido o seu sucesso favorito?

Acho que se não tivéssemos tocado o The Joshua Tree na íntegra, nós teríamos que ter feito uma observação disso para as pessoas, mas acho que tendo interpretado o The Joshua Tree com tanto sucesso em todo o país, nossa atitude foi bastante linha dura. Gostaríamos de dar atenção para os últimos dois álbuns porque nós sentimos que são muito eloquentes. Nós trabalhamos muito para essas músicas. As letras de Bono estão, penso eu, entre as melhores que ele já fez. As melodias são realmente trabalhadas. Colocamos muito esforço nesses discos e achamos que as pessoas deveriam se concentrar neles.

A turnê continuará em 2019?

É realmente difícil falar sobre isso neste momento. É sempre bom ter uma turnê bem-sucedida e continuar até que você sinta que chegou a todos que queiram vê-la. Eu acho que hoje em dia, com tudo tão compartimentado, parece que temos que chegar ao nosso povo. Mas eu não sei. É uma turnê curta. Tomamos essa decisão porque fizemos muitos shows nos últimos quatro anos pelo mundo. Mas existem partes do mundo em que não estivemos. Nós não fomos à Austrália, Japão, Sudeste Asiático. Nós realmente não passamos tanto tempo na Europa, talvez a gente continuemos com a turnê, mas na realidade talvez precisemos encontrar uma maneira de estar em lugares maiores novamente. Se houvesse uma maneira de tirar a essência desse período e estar em estádios, talvez valha a pena pensar nisso. Mas eu não sei. Eu só estou especulando aqui com você.

Como o aplicativo funciona da sua perspectiva?

Fico feliz em dizer que eles realmente, apesar de estarem fazendo isso, estão perdendo o interesse por isso. Ao invés de ter uma experiência através de um telefone, as pessoas estão dispostas a fazer parte da experiência do mundo real que está acontecendo lá e agora. Isso é um bom sinal. Eu acho que o que é realmente desafiador é que você sabe que no passado você sabia quando estava perdendo o público porque haveria uma mudança. Agora você sabe que está perdendo o público se as pessoas estiverem checando seus e-mails. É muito difícil competir com a cultura digital.

No show que vi, a maioria das pessoas pareceram guardar seus telefones após a primeira música.

Isso é realmente o que queremos. Ir a um concerto tem que ser uma experiência imersiva. Se você está nele por apenas algumas músicas e, em seguida, algo acontece e você sai e checa seus e-mails e você ouve o áudio da babá tendo um problema ou qualquer outra coisa, você não está no modo "vamos desligar, estamos indo ver um show".

Como será o show do Apollo Theater?

Isso vai ser verdadeiramente como nos velhos tempos. Estamos tentando ver as músicas que podemos tocar em uma produção minimalista voltada para a música apenas. Eu acho que será um verdadeiro show em um teatro nos moldes old school e estou ansioso por isso.

Então, o setlist será muito diferente do que vocês estão fazendo agora?

Edge tem algumas ideias radicais. Nós não resolvemos ainda, mas sim, será. Vai ser um set diferente.

In Tua Nua conta como gravou na década de 80 um single pelo selo Mother Records do U2


In Tua Nua (uma tradução do irlandês para algo como "Uma Nova Tribo") foi um grupo de rock irlandês que conseguiu um pouco de fama na Irlanda e na Europa no final dos anos 80.
O grupo foi formado por Leslie Dowdall, Jack Dublin, Vinnie Kilduff, Ivan O'Shea, Martin Clancy, Paul Byrne e Steve Wickham no início da década de 80.
Steve Wickham havia tocado violino no disco 'War' do U2, e Vinnie Kilduff tocou flauta no disco 'October'.
Em seu site oficial, a banda conta como gravou um single pelo selo Mother Records do U2:

Na primavera de 1983, além de gravar demos no Eamon Andrews Studios, o In Tua Nua começou a ensaiar na garagem de Daragh Tanham no alto de Howth Hill e depois mudou-se para uma cabana na estrada de Balscadden com vista para o mar, onde escreviam e ensaiavam todos os dias durante seis meses. Esses primeiros ensaios produziram muito mais instrumentais do que músicas. Em um antigo show realizado no Summit Inn, Bono trouxe um amigo dele chamado Jim, que disse para Leslie: "você tem um ótimo som, mas não tem músicas". Acabou sendo Jim Kerr do Simple Minds e foi na noite anterior ao concerto do Phoenix Park.
Em 1984, o In Tua Nua precisava fazer a gravação de um disco e Steve teve a resposta. Enquanto estava em turnê com o U2 em 'War', Bono havia dito a Steve que ele queria começar uma gravadora chamada 'Mother Records' para ajudar as bandas irlandesas, financiando singles, a fim de atrair a atenção das grandes gravadoras. Steve ligou para Bono, que prontamente foi para Howth com The Edge, onde eles se encontraram com a banda e firmaram a ideia.
Bono então organizou para a banda se reunir com Adam Clayton, que queria um papel prático no projeto. O resultado foi que a banda entrou no Windmill Lane Studios com Peter Walsh como produtor (que havia acabado de produzir o álbum New Gold Dream, do Simple Minds) para gravar "Laughing At The Moon" como A-Side de um single e "Coming Thru" como um B-Side.
Ao ouvir os resultados, o U2 aconselhou-os a lançá-lo para que "Coming Thru" fosse o Lado A do single. Eles estavam certos, "Coming Thru" foi um enorme sucesso de rádio na Irlanda, lançado a tempo para o show do In Tua Nua no Slane Castle com Bob Dylan.



segunda-feira, 28 de maio de 2018

A história completa que inspirou a canção "Miss Sarajevo" - Parte IV


Professor universitário e jornalista, o norte-americano Bill Carter realizou o documentário 'Miss Sarajevo' que inspirou a canção do U2 com o mesmo nome. No livro 'Fools Rush In' conta a sua experiência na Bósnia.
Depois de uma tragédia pessoal, a morte inesperada da sua namorada, para superar a tristeza Carter foi parar em Sarajevo, durante a guerra, para distribuir ajuda humanitária como membro de uma organização não oficial. Foi onde ele testemunhou um sofrimento terrível e a esperança.
"Vendo à distância, acredito que senti uma espécie de força da gravidade me chamando para Sarajevo".
Bill Carter esteve presente no concurso: "O mais impressionante para mim foi a quantidade de pessoas que estavam presentes. Tudo aquilo foi surreal tendo em conta as circunstâncias, mas o surrealismo é uma característica da Bósnia. Foi enorme, mas nós, que estávamos em Sarajevo, não tivemos essa noção. Essa percepção só chegou mais tarde, aos poucos. O concurso Miss Sarajevo e links por satélite foram como duas pedras no charco cujas ondas foram se propagando. Tudo isso - tal como o documentário e a canção do U2 - contribuiu para uma coisa fundamental: humanizar os habitantes.
A primeira vez que durante a guerra me levaram a uma discoteca numa cave foi como se de repente estivesse no meio de Alice no País das Maravilhas. Também fui a exposições de arte e pequenos encontros musicais. É inacreditável a vibração artística que existia na cidade durante a guerra. Era um mundo escondido e era preciso conhecer as pessoas certas para ir aos lugares certos. Essa vibração da cidade não teria sido possível sem o caráter multiétnico e multicultural de Sarajevo.
Há uma espécie de segredo sobre o qual as pessoas de Sarajevo não gostam de falar, sobre se sentirem vivas durante a guerra. É claro que elas não têm saudade da guerra, mas têm saudade das fortes ligações que se estabeleciam nessa altura. Havia um verdadeiro sentimento de compartilhamento e de ajuda entre pessoas."
Carter contou que, depois da Bósnia, tentou acalmar sua mente com a ajuda de um trabalho duro e foi construir casas de barro no deserto do Arizona. "Depois dessa guerra fiquei um pouco louco. Eu não conseguia encontrar o caminho de volta", ele disse.
Alma Catal é personagem principal de 'Miss Sarajevo', um curta filmado durante a Guerra da Bósnia. Na época, no início da adolescência, a menina conseguiu retratar a rotina na capital bósnia durante o cerco, que durou mais de 1400 dias.
"Vinte e quatro horas por dia. Sete dias por semana. Durante o cerco era assim. Infelizmente, não havia escolha. Sua vida está em jogo cada segundo de cada minuto de cada dia. No entanto, como crianças, você conseguia se divertir, rir, brincar, dançar para alguma música imaginária, porque você não tem eletricidade, mas você tem a sua voz para cantar. Colocávamos o pó de sabor açucarado da ajuda humanitária no garfo fingindo ser um pirulito, um doce. Íamos buscar água e tornávamos isso uma aventura, fingindo que estávamos caminhando pelas ruas de Roma, Paris, Barcelona ou Los Angeles. Nós, as crianças de Sarajevo, nos asseguramos de ter nossa infância. Por outro lado, tínhamos tarefas para a vida real, como fornecer água e madeira para a família, enfrentávamos a fila para o pão e ajuda humanitária, etc. As coisas que nós nunca conhecemos existiram apenas meses antes, quando vivíamos nossas vidas normais com o aquecimento nas casas, eletrodomésticos, comida de melhor qualidade e água corrente. Tomando banho quente. Sim, você consegue aprender e apreciar as coisas mais pequenas na vida quando você as perde."

A história completa que inspirou a canção "Miss Sarajevo" - Parte III


Nas semanas e nos meses que se seguiram ao concurso, Inela e Marija foram muito solicitadas para sessões de fotografia. Trabalharam juntas como manequins, numa cidade em guerra, até que acabaram por seguir cada uma o seu caminho. Inela casou-se em Sarajevo, em setembro de 1993, ainda menor de idade - os pais tiveram de dar o consentimento. Apaixonara-se por um holandês, Marco Okhuizen, 11 anos mais velho, que trabalhava para a imprensa francesa. "Antes de o conhecer tive um sonho que nunca tinha tido antes e que nunca mais voltei a ter. Eu estava no mar, a nadar em direção a Itália, e enquanto nadava ia falando em inglês com alguém. Disseram-me que esse sonho significava que iria conhecer uma pessoa de fora e que deixaria a cidade. Coincidência ou não, foi o que aconteceu."
Inela e Marco deixaram Sarajevo em 1994. Depois de uns curtos dias em Roma, em casa de uma amiga italiana, e de algumas semanas em Paris, estabeleceram-se por fim em Amsterdã. Ao mesmo tempo que ia trabalhando como modelo em desfiles e sessões fotográficas, Inela foi estudando e começou a trabalhar como designer gráfica. Ainda hoje é essa a sua profissão.
Só voltaria a Sarajevo no final de 1995, já depois de assinados os acordos de paz de Dayton. "Fizemos a viagem de ônibus. Lembro-me de que quando chegamos estava um nevoeiro impossível, não se via nada à frente do nariz. De repente, no meio daquela neblina, abri a cortina e vi a silhueta dos meus pais e da minha irmã, que estavam à nossa espera. Foram emoções muito fortes", relembra. O casamento chegaria ao fim em 1999 e no ano seguinte Inela decidiu voltar a morar na cidade natal. Foi lá que conheceu aquele que viria a ser o pai dos seus dois filhos.
Saturada da guerra e incapaz de continuar a tropeçar na morte todos os dias, Marija conseguiu sair de Sarajevo em 1994. Primeiro rumou até à Croácia e depois de alguns meses em Split, em casa de familiares, comunicou aos pais que estava de partida para os EUA. Até 2003 viveu na Florida e a primeira visita a Sarajevo aconteceu apenas em 1999, cinco anos depois de ter dito adeus à família. "Encontrei uma cidade diferente. Foi uma sensação estranha. Tinha me tornado adulta nos EUA e aquele já não era o meu mundo. Ainda se sentia a guerra, mas, curiosamente, as pessoas estavam muito mais felizes do que agora. Era um tempo de reconstrução, havia esperança no futuro. Hoje, mais de 20 anos depois, o que existe é desilusão com o estado do país", lamenta.
Nos anos que passou nos EUA, Marija Misic, que em Sarajevo frequentava as aulas de Medicina Dentária, acabou por se formar em Economia e Administração de Empresas. Para financiar os estudos teve vários trabalhos temporários. Um deles foi a limpar as mesas de um restaurante de fast food. Estávamos no ano de 1995 e o U2 tinham acabado de lançar o videoclipe de "Miss Sarajevo". Um dia, em casa, vendo televisão, se deparou com a música e com as imagens. Ali estava ela. No palco do BKC, ao lado de Inela Nogic e das restantes concorrentes. No dia seguinte, contou aos colegas de trabalho. Foi difícil acreditarem que alguém que dividia com eles as tarefas de limpeza pudesse estar em destaque em um videoclipe da gigantesca banda irlandesa.
Em 2003, para estar perto dos pais, Marija fez as malas e mudou-se de novo para a capital bósnia. A adaptação não foi fácil. "Depois de dez anos era difícil integrar-me outra vez na mentalidade balcânica." Foi quando estava a ponderar cruzar novamente o Atlântico e voltar aos EUA que, em 2007, conheceu o marido, Steffen, que nessa altura estava destacado numa missão em Sarajevo. A recente mudança da família para Belgrado deu-se há dois anos e meio, depois de Steffen ter recebido novas ordens de Bruxelas. Ironia do destino, hoje Marija sente-se em casa na capital do país que nos anos 1990 era o inimigo mortal da Bósnia. "Vim sem preconceitos e as pessoas têm sido maravilhosas." Agora está fazendo um mestrado em comunicação ao mesmo tempo que escreve um popular blog sobre maternidade.
No início de março, foi convidada para ir falar na televisão. Lhe deram 30 minutos no ar no canal estatal sérvio: "Acredito que tenha sido a primeira vez que alguém de Sarajevo deu o seu ponto de vista sobre a guerra na televisão nacional. Fui diplomática mas falei de forma emotiva. Recebi muitos e-mails onde me disseram que tinha sido corajosa."
Todas as participantes no concurso Miss Sarajevo sobreviveram à guerra, mas entre a vitória de Inela Nogic e o fim do cerco da cidade foram ainda muitas as vidas que se perderam. Segundo a contabilidade oficial, o cerco da cidade, o maior da história moderna, durou 1425 dias e o saldo foi de pelo menos dez mil vítimas fatais.
Um dia, Marija e o pai tinham ido buscar água. O percurso, com cerca de dois quilômetros, implicava atravessar uma ponte que era um dos locais mais perigosos por causa dos snipers. Não havia regra: os atiradores furtivos tanto podiam disparar sobre o primeiro como sobre o segundo. Marija avançou. Correndo. "Comecei a ouvir as balas a caírem ao meu lado", se recoda. "Não fui atingida e escondi-me atrás de um bonde elétrico que esteve parado naquele cruzamento durante a guerra inteira. O meu pai viu tudo. Estava tão em choque que me seguiu andando. Nem sequer correu. Chegou até mim e abraçou-me."
Hoje, depois de ser mãe, Marija confessa que olha para trás de forma diferente: "A sensação que tenho é que nunca deixaria os meus filhos fazerem o que eu fiz. Hoje percebo melhor tudo aquilo pelo que os meus pais passaram. Tenho clara noção da heroína que a minha mãe foi para conseguir alimentar-nos e fazer refeições a partir do nada."
A guerra faz-se de morte e de vida à flor da pele. À flor da sorte. "Nunca me senti tão vivo como naqueles anos. Nunca vivi de forma tão intensa e tão profunda", conta Mijo Misic. "Nesses momentos, o lado melhor dos seres humanos também aparecem. As pessoas aproximam-se e ajudam-se. Depois, no fim da guerra, cada um segue a sua vida", acrescenta Marija. Há lógicas que acabam quando a paz começa. Não apenas na Bósnia.

A história completa que inspirou a canção "Miss Sarajevo" - Parte II


Os pais de Marija Misic tinham plantado sementes de tomate numa das varandas de casa. Um dos frutos começou a nascer devagarinho. A ideia era apanhá-lo apenas quando já estivesse vermelho e maior. E dividi-lo pelos três filhos. "Passei dias olhando para o tomate, vendo ele crescer, à espera que chegasse o dia de o comermos. Houve uma noite em que me levantei da cama e fui comê-lo. Fiquei muito chateada comigo porque não agi de propósito. Tinha tanta fome que fiz tudo sem pensar", recorda Marija, em conversa com o DN. Foi ela a terceira classificada no concurso Miss Sarajevo. Ela também foi imortalizada no videoclipe do U2.
Hoje vive em Belgrado com o marido, de nacionalidade alemã, que trabalha como diplomata para a Comissão Europeia. Têm quatro filhos. O mais novo tem 2 anos e a mais velha sete. Apesar de muito jovens, as crianças ouvem as conversas dos adultos e quando visitam os avós em Sarajevo ainda veem prédios com buracos de balas. Fazem perguntas. Querem saber que passado de guerra é esse que a mãe carrega. "Não lhes respondo. Quando forem mais velhos eu conto para eles a história. Neste momento ainda não quero", diz Marija.
Numa realidade em que um pequeno tomate tinha tanto valor, parecia-lhe no mínimo absurda a sugestão das amigas para que entrasse no concurso de beleza. Ela disse à elas que não, mas elas contaram para ela que já tinham dado o seu nome aos organizadores.
Foram vários os papéis que Marija foi desempenhando durante a guerra. "Costumo dizer que passei por três fases. A primeira foi me ajustar à situação, sem saber muito bem o que fazer. A segunda fase foi a da sobrevivência, quando já não havia comida, nem luz, nem água. Tudo se resumia a tentar viver um dia após o outro. A terceira foi quando percebi que tinha de fazer alguma coisa para ajudar os outros", resume. Primeiro conseguiu emprego na televisão.
Apesar dos riscos, todos os dias saía para a rua para descobrir e informar sobre os locais e as horas prováveis de distribuição de água, para relatar os ataques e as mortes. Para tentar obter todas as informações que pudessem ser úteis numa cidade cercada. Ao mesmo tempo, cortava os cabelos das vizinhas e, fazendo uso dos conhecimentos que já tinha adquirido como estudante de Medicina Dentária, tratava dos dentes a quem a ela recorria.
Alguns meses depois, deixou a televisão e passou a colaborar com a Cruz Vermelha na distribuição de cartas e pequenos bilhetes. Levava de porta em porta as mensagens que chegavam de fora e recolhia as cartas que os habitantes de Sarajevo queriam enviar para os familiares no exterior. "Foram momentos muito emotivos. Quando recebiam uma carta, as pessoas ficavam tão agradecidas que queriam me dar me o último pedacinho de pão", recorda Marija. "Era uma jovem hiperativa e com um coração enorme", explica o pai, Mijo Misic. "Eu queria que ela ficasse em casa, mas um dia ela me disse com lágrimas nos olhos que queria ajudar as pessoas."
Antes da competição houve três ou quatro semanas de preparativos. Era preciso ensaiar o espetáculo, reunir roupas, percorrer a cidade à procura de maquiagem, aprender a desfilar na passarela. "Depois de ter colaborado na eleição da Miss Jugoslávia durante vários anos, acabou por ser simples trabalhar com aquelas garotas", explica ao DN Gordana Magas, a bailarina que funcionou como professora das concorrentes. "A maior preocupação foi sempre a segurança. De que forma seriam capazes de chegar ao local combinado? Voltariam depois a casa sãs e salvas?", acrescenta.
"Me lembro bem dessa fase. Às vezes havia encontros, outras vezes não. Nem sequer sei como nos conseguíamos coordenar, tendo em conta que não havia sequer telefones", conta Marija, à mesa de jantar da vivenda em Belgrado. A conversa vai sendo interrompida pelo filho mais novo, que pede a atenção da mãe e que vai combatendo o sono. O resto da família continua morando em Sarajevo. Foi lá, na cafetaria do Hotel Europa, no centro da capital bósnia, que o DN se sentou para falar com o pai, a mãe e Igor, o irmão mais novo de Marija, que hoje tem 31 anos.
"Não tinha qualquer lógica deixá-la participar. Era muito perigoso. Qualquer reunião de muitas pessoas era arriscada por causa dos bombardeios. Na nossa família, por exemplo, tínhamos algumas regras. Nunca dormíamos todos em um mesmo local. Aquela não era apenas uma guerra entre exércitos. Os civis eram os alvos."
No dia do concurso, Milena, a mãe de Marija, ficou em casa, mas o pai fez questão de estar presente. Quando chegou ao BKC, o Centro Cultural Bósnio, onde o evento estava prestes a começar, foi quase impossível acreditar no que estava vendo: "Fiquei espantado com o aparato da mídia. Parecia que estava sonhando. É surreal imaginar tantos jornalistas de guerra num concurso de beleza. Nesse momento percebi que algo com muito significado estava acontecendo. Quando depois vi as notícias tive noção de que nesse dia um grito tinha saído de Sarajevo, um grito que dizia que estávamos vivos e que éramos pessoas normais tentandi viver uma vida normal."
Segundo conta Dino Beso, o eco desse grito fez-se ouvir em Washington, na Casa Branca. "Quando Bill Clinton veio para cá, me disse que foi ao ver as concorrentes com a faixa que dizia 'Don't Let Them Kill Us', que começou verdadeiramente a pensar no destino da Bósnia."
"Todos os momentos da competição foram marcantes, especialmente o final, com a mensagem "Não Deixem Que Eles Nos Matem", sublinha Magas. "As garotas queriam mostrar ao mundo que existiam, que eram belas, jovens e vulneráveis. Queriam pedir ajuda para que alguém acabasse com todo aquele sofrimento e tristeza que lhes marcou os anos de juventude. Todas foram vencedoras", acrescenta a ex-bailarina.

A história completa que inspirou a canção "Miss Sarajevo" - Parte I


Inela Nogic tinha acabado de fazer 17 anos quando se tornou um símbolo da resistência de Sarajevo durante a guerra, na década de 1990. Vestida com um biquíni branco, de cabelo loiro e curto e com os olhos verdes a brilhar num misto de sensações, Inela Nogic foi eleita a rainha de beleza da cidade. No palco, enquanto as bombas caíam lá fora, uma faixa lançava um apelo ao mundo: 'Don't Let Them Kill Us'. "Não deixem que eles nos matem" era a frase que estava prestes a começar a correr o planeta, difundida pelas televisões estrangeiras.
Foi o grito que naquele dia saiu da capital bósnia e fez eco nos noticiários internacionais. "Nunca pensei em mim como um símbolo da guerra", confessa Inela, 25 anos depois daquele dia, em conversa com o site DN de Portugal, à mesa de um café em Amsterdã. A capital holandesa é a cidade que há muito escolheu para viver com os filhos gêmeos. Mia e Mak têm 16 anos.
Após a vitória na competição, o seu rosto tornaria-se ainda mais icônico depois que o U2, acompanhados pelo tenor italiano Luciano Pavarotti, gravaram a canção "Miss Sarajevo". Inela nunca se sentiu especialmente identificada com a canção. Em 1995, Brian Eno, músico, compositor britânico e produtor do U2, telefonou-lhe para ela conhecer o que tinham feito.
"Fiquei muito surpresa, mas, quando ouvi, confesso que não gostei. A letra é perfeita, mas a música não faz o meu gênero. Hoje em dia já gosto mais", conta. Será que algo na sua vida mudou por ter passado a ser a imagem de um vídeo e de um single do U2? A resposta chega depressa e sem hesitações: "Não. Nada. Absolutamente nada".
29 de maio de 1993. Há mais de um ano que Sarajevo estava cercada. Todos os dias, os bombardeios e os disparos dos atiradores furtivos, escondidos nas montanhas que envolvem os prédios, faziam novos mortos.
Às vezes havia luz. Comida muito pouca. Água nas torneiras quase nunca. Era preciso arriscar morrer para ir buscá-la aos pontos de distribuição. A vida ia-se improvisando hora a hora. E a sobrevivência muitas vezes passava por atravessar as ruas a correr, numa tentativa de escapar das balas dos snipers. Não, não faria qualquer sentido, naquelas condições, organizar um concurso de beleza. Mas a Bósnia, afinal, começa onde a lógica acaba.
"As únicas imagens que as televisões estrangeiras mostravam das pessoas de Sarajevo eram de senhoras velhinhas com lenços na cabeça. Era preciso mudar essa ideia. Foi por isso que me lembrei de fazer aquilo", conta ao site DN de Portugal, Dino Beso, o homem que colocou de pé a competição e que na altura liderava o gabinete de imprensa e propaganda do exército bósnio. Não tinha qualquer experiência como militar, mas foi escolhido para assumir o posto pelos conhecimentos que acumulara a trabalhar nos departamentos de marketing de vários órgãos de comunicação social, incluindo o Oslobodenje, o principal diário bósnio.
A tarefa que Dino tinha pela frente era de uma força extraordinária. E arriscada. As dificuldades logísticas para organizar o concurso eram quase incalculáveis. Nem mesmo as coisas mais simples e essenciais estavam garantidas, como, por exemplo, a eletricidade. Decidiu por isso expor a ideia ao então presidente bósnio, Alija Izetbegovic. Com a luz verde do líder do país seria mais provável ultrapassar alguns dos entraves. O político deu-lhe o apoio de que precisava e com isso conseguiu garantir combustível suficiente para alimentar um gerador, caso o fornecimento de luz elétrica falhasse.
O passo seguinte era divulgar a iniciativa. Estava fora de questão anunciá-la de forma pública e muito menos anunciar em voz alta o local do evento pois os riscos seriam enormes. Era quase certo que a notícia chegaria aos ouvidos dos inimigos sérvios e uma aglomeração de gente no mesmo lugar seria um alvo fácil e desejável. A informação foi assim passando de boca em boca e, aos poucos, foram surgindo as inscrições das candidatas. O concurso esteve originalmente agendado para 24 de maio, mas foi adiado no próprio dia devido aos bombardeamentos intensos.
Inela conta que foi a mãe quem decidiu inscrevê-la. "Ela e uma amiga. Quando chegou em casa ela me chamou no quarto, para não me contar na frente do meu pai. Respondi-lhe que não, que ela estava louca e que eu não queria ir." Os amigos de Inela, porém, acabariam por convencê-la. "Um dos prêmios de que se falava para quem ganhasse era uma viagem a Espanha. Insistiram comigo, dizendo que poderia ser uma hipótese de sair de Sarajevo e, quem sabe, talvez depois arranjássemos uma maneira de eles irem ficar comigo. Um sonho completamente louco", relata.
"Todas as garotas naquele dia irradiavam uma beleza vinda de dentro, mas a Inela, de alguma forma, estava acima das outras. Tinha carisma, uma energia especial", relembra Hanka Paldum, uma conhecida cantora bósnia que fez parte do júri da competição. Hoje com 62 anos, Hanka não hesita em sublinhar a relevância daquele dia: "Foi determinante para mostrar ao mundo o nosso espírito e a nossa capacidade de resistência. E foi sobretudo importante para nós, para sentirmos que estávamos vivos. Pelo mesmo motivo, as mulheres também nunca deixaram de se arranjar a preceito durante a guerra."
A arte foi outra arma que os habitantes de Sarajevo recorreram para lutar pela sobrevivência. Hanka recorda-se de fazer vários shows durante o cerco, em caves ou salas improvisadas para o efeito. Mesmo perante a carência dos bens essenciais, algumas discotecas continuaram a funcionar sempre que era possível. Dançar e ouvir música funcionavam como um porto de abrigo enquanto as bombas continuavam caindo lá fora. E também o humor era uma arma de ímpeto e conforto. Mesmo que muitas vezes de humor negro. No documentário de Bill Carter, intitulado 'Miss Sarajevo', e também no seu livro Fools Rush In, há referência a uma piada que circulava pela cidade quando os dias de inverno faziam os termômetros descer vários graus abaixo de zero: "Sabem a diferença entre Sarajevo e Auschwitz? Em Auschwitz pelo menos havia gás".

U2 faz transmissão ao vivo de gravação de uma versão ao vivo de "Love Is Bigger Than Anything In Its Way" dentro da Third Man Records


O U2 fez um show em Nashville neste final de semana. No final da noite de ontem a banda avisou no Facebook: "Não foi possível visitar Nashville sem entrar na Third Man Records de Jack White. Nossa primeira gravação ao vivo direta no acetato na vitrine da Third Man Records. Assista ao vivo daqui a 15 minutos..."


Então a banda fez uma transmissão ao vivo no Facebook, fazendo uma gravação ao vivo de "Love Is Bigger Than Anything In Its Way" dentro da Third Man Records, para o lançamento de um vinil em edição especial que sairá em breve.
A banda gravou também "Red Flag Day".
A gravação foi feita no espaço principal da loja, usando o equipamento direto para o acetato normalmente reservado para performances do Blue Room pela primeira vez fora daquela sala.
"É muito bom estar em Nashville", disse Bono logo após a gravação. "As pessoas são realmente boas para nós. E então [a Third Man Records] é um templo, você sabe? Para a música".



Pela Third Man Records, a banda lançou o vinil em edição limitada de "The Blackout".

domingo, 27 de maio de 2018

No livro 'Fools Rush In', Bill Carter fala sobre U2 e "Miss Sarajevo"


Professor universitário e jornalista, o norte-americano Bill Carter realizou o documentário 'Miss Sarajevo' que inspirou a canção do U2 com o mesmo nome. No livro 'Fools Rush In' ele conta a sua experiência na Bósnia.

Num determinado momento, você entrou em contato com os U2. Juntos organizaram links de vídeo via satélite para que cidadãos de Sarajevo se comunicassem com o mundo durante os concertos da banda. Quão importantes foram esses momentos para chamar a atenção da comunidade internacional para o que se passava na Bósnia?

Para mim, naquela altura, como estava fechado na cidade, era impossível ter noção do impacto. Mas, aos poucos, o U2 foi me passando informação e aquilo que estávamos fazendo aparecia nas primeiras páginas dos jornais. Percebi que estava dando resultado. E estávamos irritando muita gente, nomeadamente políticos, o que é sempre um bom sinal. E jornalistas também. De repente, os repórteres de guerra estavam sendo ultrapassados na sua função por aquilo que acontecia num espetáculo de entretenimento. Mas só passado muito tempo é que foi possível ter noção do impacto real que as transmissões tiveram. Militares norte-americanos disseram-me que aquelas ligações via satélite acabaram por ser mais um empurrão para os EUA entrarem no conflito.

Você também levou uma câmera para Sarajevo com o intuito de fazer algumas filmagens para um possível documentário. A edição e a pós-produção desse trabalho foram financiadas pelo U2, algo que acabou por ser o embrião para a canção "Miss Sarajevo"...

Sim, o Bono perguntou-me se eu já tinha um título para o documentário. Respondi-lhe que não, que todas as hipóteses que tinha eram terríveis. Ele então me disse: "Houve a eleição de uma Miss Sarajevo, não foi? Então é esse o título e eu faço uma canção."

Do site: www.dn.pt

Show do U2 em Nashville pela eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018 trouxe lembranças para Bono de gravações de músicas e discos do U2


O U2 na noite de ontem tocou em Nashville pela eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018. Um poster diferente foi utilizado para promover o show na Bridgestone Arena, projetado pela empresa @friendlyarctic.


Na passagem de som, a banda teria ensaiado "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of", mas ela não apareceu no setlist da noite.
A noite trouxe lembranças para Bono de gravações de músicas e discos do U2. Primeiro, o vocalista falou de 'POP' e do single "Staring At The Sun":

"Em algum momento dos anos 90 gravamos um álbum chamado 'POP', foi uma grande alegria - é um aceno, rapazes, que as pessoas realmente gostam de 'POP' e gostariam de mais músicas dele sendo tocadas ao vivo. "Staring At The Sun" é uma música que eu realmente não me lembro de escrever, e não tenho certeza do que se trata, mas é uma cantiga com uma pequena brincadeira e eu acho que tem algo a ver com a cegueira intencional, o tipo de coisa que pode destruir uma casa ou até mesmo um país".

Quando a banca tocou "Desire", Bono também comentou sobre a canção:

"Essa canção chegou no exato momento que os prazeres, o sucesso e o conforto mexeram com as nossas cabeças. Bem, talvez apenas na minha cabeça, ou na de Adam. Na de Edge e Larry, não."

sábado, 26 de maio de 2018

O cartão telefônico para promover o lançamento de 'The Joshua Tree'


Há muito tempo atrás, a tecnologia do cartão telefônico veio substituir as moedas, e no Brasil, as antigas fichas telefônicas, nos aparelhos de telefonia pública.
Em 1987, para promover o lançamento de 'The Joshua Tree', a Polystar (que distribuía o material do U2 pela Island Records no Japão), lançou um item promocional do álbum, um hoje mega raro cartão telefônico de 50 minutos de ligações, trazendo uma foto colorida outtake tirada para a capa do disco.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Fairlight CMI: o instrumento tocado por Paul Barrett nos discos 'The Unforgettable Fire' e 'The Joshua Tree' do U2


No disco 'The Unforgettable Fire' do U2 de 1984, o engenheiro de som Paul Barret tocou teclados e um instrumento chamado Fairlight CMI nas faixas "MLK" e "The Unforgettable Fire". Ele trabalhou em suas partes no STS Studios e Windmill Lane Studios.


Ele voltou a trabalhar com a banda nas gravações de 'The Joshua Tree' em 1986, contribuindo com o Fairlight CMI e conduzindo a banda de metais em "Red Hill Mining Town".
Paul Barret também toca teclados e fez texturas e backing vocais nas gravações de "Unchained Melody" e "Everlasting Love" do U2 de 1989, e organizou e tocou os arranjos de metais no lado b de "A Room At The Heartbreak Hotel".
Criado por Peter Vogel e Kim Ryrie em 1979, o Fairlight CMI foi baseado no Qasar M8, o primeiro sintetizador verdadeiramente digital do mundo: um computador microprocessador dual-6800, concebido por Tony Furse em Sydney, na Austrália. Apesar do Qasar M8 não levar a síntese às massas, devido ao seu poder limitado de processamento e um design grandalhão, Vogel e Ryrie licenciaram o sintetizador de Furse para explorar o potencial de sampling do Qasar na máquina deles.
Em 1980, músicos como Peter Gabriel, Thomas Dolby, Stevie Wonder e Herbie Hancock tinham Fairlights em seus arsenais sônicos.


Custava nada mais, nada menos que 27.500 dólares, e o produto era tão robusto quanto o preço. Isso não o impediu de figurar em diversas gravações dos anos 80. Se você já escutou as cordas etéreas da faixa "If You Leave", do Orchestral Manoeuvres in the Dark, a música-tema de Miami Vice, composta por Jan Hammer, ou "Shock The Monkey", do Peter Gabriel, então já ouviu os sons do Fairlight.



O disco 'The Unforgettable Fire' do U2 é outro exemplo marcante de como o Fairlight CMI definiu o som dos anos 80.
Com um microfone ou uma entrada de linha, qualquer som podia ser gravado e armazenado digitalmente no Fairlight. Depois, esses sons podiam ser reproduzidos cromaticamente num teclado, com uma inovação em timbres — a possibilidade de produzir dois ou mais timbres (sons ou patches) ao mesmo tempo. O Fairlight também conseguia computar formas de onda internamente, e os usuários podiam reestruturar essas formas de diversas maneiras, usando uma caneta laser.
Embora os sons do Fairlight não fossem tão "corpulentos" quanto os clássicos analógicos, como o Sequential Circuits Prophet 5 ou o Minimoog, sem dúvidas eram únicos e futurísticos. Também vinha com uma biblioteca musical fornida, que no total, estima Fridh, soma cerca de 30 disquetes de nove polegadas, contendo inúmeros samples.
"Dado que samplear e loopar eram processos bem complicados no Fairlight, os sons de fábrica acabaram em várias músicas", disse Fridh. "O aluguel do estúdio era caro, não dava para gastar muito tempo com gravações únicas."
Ainda assim, todos os usuários do Fairlight contribuiram com sons para essa biblioteca considerável. Na memória do computador, de 16 kilobytes, cabiam apenas alguns segundos de samples digitais. Fridh disse que o valor musical do Fairlight veio à tona porque os sons poderiam ser perfeitamente reproduzidos em loop, de forma que uma seção de gravação de cordas pareceria prolongar-se eternamente, embora tivesse apenas três ou quatro segundos de duração.
Fridh, que começou a programar músicas no Atari 1040 quando era bem novo, disse que encontrar um Farlight virou uma cruzada pessoal. Depois de estabelecer uma reputação online por coletar e trocar sintetizadores vintage, e trabalhar para a Propellerhead, ele finalmente conseguiu um Fairlight vivinho da silva, o que ele descreve como um momento grandioso. Nos disquetes do sintetizador, ele pôde ouvir sons de todos os álbuns que adora.
Após obter a benção de Vogel, ele começou a tarefa árdua de usar "interfaces e conversores sérios" para gravar cada uma das oito placas de voz do Fairlight, que eram samplers de uma voz. Firdh basicamente sampleou os samples, depois editou e começou a colocar os loops em loop, marcando os mesmos pontos de loop que a máquina original. Um trabalho tedioso, disse ele, mas que vale a pena.
Para ajudar a reconstruir os sons do Fairlight para o Reason e o Kontakt, Fridh contatou algumas lendas da música eletrônica. Ele caçou samples com o Vince Clark, do Erasure e Depeche Mode, Roland Orzabal, do Tears for Fears, e David Gamson, do Scritti Politti, entre outros.
O primeiro plugin Fairlight veio no Reason, em 2010. Fridh também montou um pacote Fairlight para o software Kontakt, da Native Instrument. A última versão, Way Beyond Fairlight (Muito Além do Fairlight), saiu no começo do ano e está recheada de 2 gigabytes de sons Fairlight. Outro material que Fridh diz caber muito bem no paradigma da máquina: os pads Roland JX8P e os patches de harpa do Yamaha DX7.
Fridh gosta da ideia de poder colocar esses sons clássicos em camadas com o Fairlight. "A missão não era apenas conseguir o Fairlight cru, mas também o som do que poderia ser feito com ele em um estúdio de gravação completo", disse ele.
Graças ao seu sucesso, o Fairlight CMI inspirou um bocado de concorrentes mais baratos. O gênio da máquina, combinado com o preço e a quantidade limitada, efetivamente cavou a própria cova. Mas já que estava cinco anos à frete da concorrência na época, o Fairlight pode declarar que abriu as portas para a música eletrônica. Sem ele, o mundo do house, techno e hip hop, todos que usam muitos samples, seria muito diferente.

Agradecimento: www.motherboard.vice.com

A verdadeira história do roubo de 'How To Dismantle An Atomic Bomb'


Julho de 2004

O U2 teve seu novo CD - que eles tinham acabado de finalizar a gravação no final de semana anterior - roubado durante uma sessão de fotos no sul da França.
Apenas algumas cópias físicas existiam, e The Edge decidiu tocar sua cópia pessoa em CD no estéreo durante uma sessão de fotos da banda para a revista Blender na França. Quando eles saíram do estúdio fotográfico para tirar fotos de alguns locais, Edge se esqueceu de pressionar "Ejetar". Aparentemente, a banda estava posando em uma piscina vazia, a 50 metros do estúdio, quando alguém pegou o CD.
Quando se deram conta do ocorrido, a polícia francesa foi chamada imediatamente para questionar alguns suspeitos, incluindo fotógrafos, maquiadores, construtores do set e estilistas.
"Tudo ficou muito pesado muito rapidamente", disse Edge. "Foi um crime tão oportunista, provavelmente foi apenas alguém à procura de uma lembrança, mas o potencial prejuízo financeiro é desastroso."
Dez anos antes, bandas distribuíam cópias antecipadas de seus álbuns para amigos e colegas de trabalho. Mas isso antes da internet. Mas na era do compartilhamento de arquivos peer-to-peer, o U2 sabia que dois anos de trabalho duro em um projeto que deveria gerar dezenas de milhões em receitas poderia ser disponibilizado como um download gratuito muitos meses antes do lançamento original planejado, em novembro.
Bono, irritado, propôs uma solução radical. "Se ele estiver na internet já esta semana, vamos liberá-lo como um download legal imediatamente no iTunes, e colocar cópias físicas nas lojas até o final do mês. Seria uma pena, mas uma vez que estiver por aí, será lançado."
Se soube depois que não era o álbum completo ainda no CD do Edge. Eram 6 canções não finalizadas. Essas canções demos nunca vazaram, quem roubou jamais disponibilizou.
Mais tarde, alguém obteve uma cópia promocional do álbum já finalizado, e em 6 de novembro, algumas faixas caíram na internet, duas semanas antes do lançamento oficial.
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