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terça-feira, 8 de maio de 2018
Onde As Memórias Não Tem Nome
Barry Egan, do The Independent, e suas memórias junto ao U2:
North Beach, São Francisco, 1992
Com pizza e vinho em um jantar, Bono está cantando para mim e Gavin Friday, uma música que ele acabou de terminar para Frank Sinatra: "Two shots of happy, one shot of sad", Bono canta, "You think I'm a good man, but I know I'm bad…"
Ao final, Bono abre um livro de poemas de Charles Bukowski e começa a ler em voz alta. Hoje à noite em São Francisco, Bono vai recitar um poema de Bukowski, "a hell-fish in the night, swimming upward, sideways down".
Vancouver, maio de 2015
Estamos dividindo uma tigela de tacos em um restaurante sofisticado na noite anterior à abertura da turnê do U2. Bono também está compartilhando como ele se tornou o artista que ele é hoje - quando sua mãe faleceu quando ele era adolescente.
"Esse é o momento em que me tornei um artista", diz Bono bebendo seu vinho. "Se eu não tivesse me tornado um artista, não sei como teria sido."
Suas letras se tornaram um emplastro para as feridas que ele sofreu quando Iris foi tirada dele aos 14 anos? "Eu preenchi este buraco de tantas maneiras diferentes. No meu caso tive a sorte de preenchê-lo com fé, de preenchê-lo com Alison [Ali], preenchê-lo com Guggi, com Gavin, com Larry, Edge, Adam. É uma maneira diferente de olhar para uma ferida, não é? Não é apenas um buraco no seu coração. É também um buraco que você pode preencher com tantas coisas maravilhosas."
Lillie's Nightclub, Dublin, agosto de 1997
"Você tem 16 chamadas perdidas no seu telefone do seu chefe", minha namorada me acorda às 9h para me informar em nossa casa à beira-mar em Howth, Co Dublin.
Eu pulo da cama como um lunático. É a primeira e única vez que eu já perdi uma entrevista - era para eu entrevistar uma glamorosa modelo que virou uma instituição nacional britânica, Jordan, no café da manhã na Westbury, às 9h - e é tudo culpa do Bono.
Na noite anterior eu tinha ido a Lillie na Grafton Street com um amigo e a primeira pessoa que encontramos foi Bono. Ele nos encheu de bebida. Ele não precisa de muito incentivo. Segue-se uma conversa de quatro horas sobre o punk, a arte e a vida e todos os detalhes intermediários, assim como os critérios pessoais de Bono de desejo espiritual.
Guggi se junta em vários intervalos de Bono parando para respirar entre os spiels. São quatro da manhã quando Bono para de falar e paramos de beber. São 5 da manhã quando deito na cama.
Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para me desculpar com Jordan. E meu fígado por toda a bebida naquela noite.
Madison Square Garden, Nova Iorque, março, 1992
Nos bastidores, Liam Neeson e sua namorada Brooke Shields me dizem o quanto apreciam o show. Há muito para aproveitar. Isso é incrível. Tão incrível que depois do show Bono não só convidou eu e minha namorada para uma festa no centro, ele também conseguiu um carro para nos levar até lá.
Acabamos pegando o carro errado e conseguimos 'emprestar' a limusine do emrpesário do U2, Paul McGuinness.
Foi só quando eu e minha namorada colocamos nossas cabeças para fora do carro para acenar na limusine atrás de nós naquela noite gloriosa que nós reconhecemos o homem acenando de volta: Bono.
Miami, março, 2001
A noite de estreia da turnê na Florida. É lindo ouvir a emoção seca da voz de Bono em "One". A música mais brilhante que ele já escreveu: "You say one love/ One life/When it's one need in the night/ One love/ We get to share it", ele cantou, como eu e 25.000 outros (incluindo Andrea Corr, Christy Turlington, Naomi Campbell e Liz Hurley) cantaram junto.
Bono dedicou "In A Little While" para sua pesada de grávida esposa Ali, que estava na platéia. ("foi seu aniversário ontem", Bono me disse anteriormente, explicando como eles tinham passado o dia na praia.) E então Bono cantou como o homem mais feliz do mundo: "aquela garota, aquela garota, ela é minha..."
O show foi uma volta ao básico do U2. Vestidos de camisetas e jeans, Bono começou cantando com as luzes da casa ainda ligadas.
Após o show Bono me contou sobre os perigos de uma banda tão grande como o U2 estando 23 anos no negócio: "se você é um romântico, você se apaga. As pessoas querem que você morra na cruz quando você chega ao 33... ou elas pedem seu dinheiro de volta."
Uma festa do U2 no porão da gigantesca sala de concertos.
O The Coors, que tinha tocado com o U2 na perna americana da turnê estavam lá. Alguns membros do U2 tinha colocado avisos na porta do camarim do Coors para alertar sobre os perigos da doença da vaca louca em Dundalk. Andrea achou hilário.
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