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sexta-feira, 31 de março de 2017

Bono toca violão em uma introdução diferente para "All I Want Is You" em show na Argentina em 2006 da Vertigo Tour


A apresentação do U2 em 02 de Março de 2006 pela Vertigo Tour em Buenos Aires, Argentina, no River Plate Stadium, teve transmissão através do rádio e TV no país, e a canção que fechou o show foi "All I Want Is You".
Ela teve uma introdução diferente, com Bono tocando violão, acompanhando Edge na guitarra! Confira:

'U2: A Year In POP' completa 20 anos


Há 20 anos, em abril de 1997, a rede de TV americana ABC, numa aliança com o U2, começou a veicular sua programação com o slogan promocional "ABC é POP".
A ABC quis adotar um visual mais jovem, com spots em um estilo reminescente da MTV, em vez da tradicional rede de TV. Vídeos musicais do álbum 'POP' do U2 foram usados ao longo da campanha.
Depois de ver filmagens de estúdio do álbum 'POP' e a computação gráfica do videoclipe de "Discothèque", a ABC instantaneamente encomendou uma especial.
Com 1 hora de duração, 'U2: A Year In POP' foi exibido em 26 de abril, um dia após a estreia da turnê Popmart em Las Vegas, e a edição do documentário trouxe imagens do show daquela noite.
"O amplo alcance da ABC era bom demais para recusar, e ficamos muito contentes de nos infiltramos em uma rede de televisão", disse Paul McGuinness, o manager do U2 e produtor executivo do especial. Ele também dizia que a banda tinha uma ideia de exibição na HBO de um concerto especial.
'U2: A Year In POP' foi filmado em Dublin, Las Vegas e Miami, durante as gravações de 'POP' e a preparação da Popmart Tour.

Foi exibido no Brasil em 1997 pela TV Bandeirantes:



A maior parte do especial é essencialmente um estudo da premissa que o U2 chegou ao topo do mundo do rock n roll e, nos anos 90, reinventou-se de forma eficaz através de uma elaborada turnê, dois álbuns gravados de forma agitada e com nervos à flor da pele, e um punhado de projetos paralelos. O especial trouxe imagens do show de abertura no Sam Boyd Stadium para complementar a história da evolução da banda e o making of do disco 'POP', que estreou na posição n º 1 em 27 países e que tinha vendido mais de 4 milhões de cópias até ali, desde seu lançamento em 4 de março.
Exibido em horário nobre, o especial teve a audiência mais baixa das atrações da ABC.



'Zooropa', o álbum: as revelações de Flood, o produtor


O produtor Flood, contou em entrevista para o site @U2 (atu2.com), detalhes sobre as gravações do disco 'Zooropa', seu trabalho com o U2 no ano de 1993:

"Eu ouço o 'Zooropa' de vez em quando. E quando Achtung Baby estava sendo reeditado para seu relançamento, também fizemos algumas re-masterizações em 'Zooropa', então eu estive ouvindo ele atentamente.
O disco envelheceu bem. É uma grande recompensa. É um álbum que precisa ser escutado pouquíssimas vezes, porque é algo que inicialmente você ama, e você pode odiar com o passar do tempo, ou vice-versa. E por que ter medo de algo que pode não ter uma vendagem tão fácil? Você tem que olhar para coisas que não necessariamente possam ser atraentes no começo.
Eu tinha ido bem em 'Achtung Baby' e então a banda gravaria um EP e queriam alguém que eles sabiam que chegaria e faria.
Definitivamente foi um desafio, e foi um grande desafio. 'Achtung Baby' tinha sido tão gratificante, então eu acho que eu depois fui fazer um outro álbum, com o Depeche Mode, e algo com o Nine Inch Nails. Originalmente, Bono disse que queriam fazer um EP e começou em janeiro de 1993. E ele disse que seria muito rápido, porque 'Achtung Baby' levou muito tempo. Então eu disse: 'Ok, tudo bem'.
Eles se instalaram e começaram a ensaiar para a próxima etapa da Zoo TV, de shows em estádios, e eles estavam em um local em Dublin e eles faziam alguma gravação de músicas novas. Então, eu e Brian Eno nos juntamos à eles. Foi um álbum muito experimental. Tudo dentro dos primeiros meses cresceu, porque foi tudo baseado em torno de jams ou snippets de shows ao vivo. Pedaços de música foram tirados de todos os lados e rapidamente se transformaram em um álbum. De repente estávamos todos sentados lá: 'pensávamos que seria um EP, mas agora é um álbum'.
Foi um período muito produtivo. Nosso estúdio estava montado no The Factory, que é onde eles estavam ensaiando também. E Brian Eno veio com um monte de ideias diferentes para fazer acontecer. E, como na faixa "Zooropa", a segunda metade da canção é baseada em uma jam que fizeram na Nova Zelândia que Joe O'Herlihy tinha gravado e processado. Havia muitos lugares diferentes de onde as coisas estavam vindo. Então se passava uma semana e eles reproduziam aquelas diversas jams, e eu ficava na sala de controle do estúdio gravando e fazendo anotações, e Brian Eno ficava com a banda tocando, e vinha na sala de controle e também fazia suas anotações. E no final da semana, nós gostávamos de comparar as anotações e dizer: 'bem, nós concordamos que estes são os melhores momentos destas jams', e depois nós colocávamos elas... provavelmente em uma fita cassete... e então entregávamos para a banda algo como, o melhor compilado daquela semana.
Fizemos isso por duas semanas e conseguimos uma carga de jams com bastante profundidade. E, em seguida, Brian Eno, The Edge e eu sentávamos lá e eu diria: 'Bem, eu gosto desta e acho que posso fazer algum trabalho com aquela'; e Eno diria 'Eu gosto desta e posso fazer algo com aquela'; e The Edge poderia dizer: 'Esta é baseada em uma canção que eu tenho trabalhado, talvez possamos fazer alguma coisa com isso'. Então nos dividíamos assim.
E então fomos para o novo estúdio Windmill Lane e havia uma sala lá e foi montado os equipamentos de gravação, só na espera de alguém ir lá. Demorou cerca de três semanas antes que alguém realmente aventurou-se a ir lá, porque não havia muito coisa de gravações acontecendo naquele período. Mas então fomos nós para lá e usamos duas salas e uma no The Factory e então começamos a andar em torno deste material, em cada sala utilizada por nós, trabalhando em uma música diferente.
A ideia do EP se tornar um álbum, foi conduzida por Bono. Havia um chamado green room na parte de trás da sala de controle, e a banda, depois de fazer um monte de gravações, iam para aquele espaço dar um tempo, e durante esse tempo Bono estava começando a desenvolver a noção da 'Terra de Zooropa' e a música começou a se encaixar nisso. E cada vez que saiam daquele green room, o EP iria crescer e crescer e crescer.
Acho que Larry e Adam, particularmente Adam, não estavam tão interessados em fazer um disco. Eles eram os menos entusiasmados com a carga de trabalho que eles viram na frente deles, quando começou a se transformar em um álbum. Até mesmo a ideia de um EP foi empurrado neles, especialmente para Larry e Adam.
Bono fez o trabalho de convencer a todos que o EP deveria virar um álbum. Havia ocasiões, óbvio, que eles não queriam estar no estúdio, mas isso é a natureza humana. Quem é que quer isso, depois de chegar à meia-noite de um show?
E eu não tinha uma vida. Minha vida estava no estúdio. Chegou um ponto onde... no final do trabalho no disco... o dia para mim começaria aproximadamente 10:00 da manhã e eu ouviria o que tinha sido feito no dia anterior, começando a organizar umas coisas, a banda chegaria aproximadamente 11:30, escutava, fazia sugestões, talvez uma mixagem seria feita em cima ou alguém faria um overdub rápido ou gravaria algum vocal, então eles me davam uma lista de coisas que eles pensavam que precisava ser feita e, em seguida, eles iam pegar o avião para onde tocariam na Europa. Dennis Sheehan estaria de pé no fundo da sala de controle, se contraindo todo, aproximadamente 14:00 porque tinha que levá-los para Portugal ou na Grécia ou em algum lugar assim, então eu ficava lá e teria todo esse trabalho para fazer. Eles iam fazer o show, pegavam avião, voavam de volta e então geralmente entre meia-noite e 01:00 da manhã, Bono, geralmente, às vezes The Edge e ocasionalmente, logo no fim quando era necessária a aprovação final de todas as mixagens, toda a banda vinha, fazia mais algumas gravações ou ouviam o que tínhamos feito nas canções. Mas uma vez que Bono e Edge estavam naquela vida nos palcos, para eles era tudo parte do mesmo processo. Às vezes trabalharíamos até 03:00 ou 04:00 da manhã, eles iam, eu organiza mais um pouco o material e terminava aproximadamente 06:00 e ia para a cama. E isso continuou assim por duas ou três semanas no final das gravações do álbum.
Foi uma loucura, mas eu não podia chamá-lo de um trabalho. A coisa sobre isso, era que quando você estava nele, fazia parte dele. Era um organismo vivo. Você acabava entrando nele ele. Rob Kirwan, um dos meus melhores amigos, foi a primeira vez que eu tinha trabalhado com ele, e sobre esse disco, ele disse que quase o levou à loucura. E naquela época ele me odiava mais do que qualquer outro ser vivo, porque eu era implacável: tem que fazer isso; tem que fazer aquilo; tem que fazer isso. No final, eu precisei terminar mais cedo, uma semana antes, porque eu tinha sido contratado meses antes pelo Nine Inch Nails, e eles estavam me esperando em Los Angeles."

quinta-feira, 30 de março de 2017

Há 20 anos, o MSN lançava o primeiro site oficial do U2


Durante a metade da primeira perna da turnê Popmart, mais precisamente em 20 de Junho de 1997, o MSN (The Microsoft Network) lançou o primeiro site oficial do U2, U2popmart.MSN.com.
"Pop Invasion", foi um webcast ao vivo de uma hora, onde os fãs de música em todo o mundo puderam acessar e ouvir uma entrevista ao vivo e ver fotografias digitais da entrevista. O site foi atualizado constantemente ao longo da turnê, com imagens e clipes de áudio de vários concertos, bem como webcasts ao vivo durante as apresentações selecionadas.
Apesar de naquele momento existirem mais de 1.000 sites relacionados ao U2, o do MSN foi o primeiro a envolver diretamente o U2, inovador e altamente interativo. O site era inteiramente gratuito (apesar de para a época, os visitantes serem avisados de que "poderão ser aplicadas taxas de tempo de conexão").
O site era composto por:

Informações constantemente atualizadas, fotos raras, notícias de último minuto, competições, jogos multimídia, entrevistas ao vivo do U2 e um mundo de conteúdo interativo relacionado a banda.
Daily Pop (um mapa interativo da turnê que traçava o caminho da turnê incluindo atualizações meteorológicas ao vivo, capacidade dos estádios e informações das bandas de abertura e horários e datas de concertos).
Pop Fly Cam (fotos 360 graus de locais da turnê e do palco da PopMart, incluindo uma visão do palco à partir da banda).
Diário da PopMart Tour.
Webcasts Especiais (links ao vivo de shows da PopMart e chats ao vivo durante os shows).
PopMart Radio (fãs ouvindo a rádio online U2 Web e votando em seus discos favoritos da banda para influenciar a lista de reprodução e rotação).
"POP – The Album" (áudio e videoclipes, fotos do estúdio e entrevistas com pessoas envolvidas nas gravações de 'POP'.

O site exibia elementos com base no design da turnê PopMart. Os fãs podiam clicar em todas as partes da interface principal, fazendo conexões à outras áreas ao redor do site. Com um clique, os fãs podiam olhar através de uma câmera ao vivo apontada para o palco, onde eles podiam ajustar o ângulo da câmera, e em seguida, aumentar ou diminuir o zoom. Outro ícone exibia notícias e atualizações sobre a turnê.

"O U2 representa uma rara combinação de paixão, estilo e a capacidade destemida de inovação – uma combinação perfeita para o MSN. Com o site U2popmart.MSN.com, o MSN irá trazer a melhor programação e mais original para a Internet", disse Bob Bejan, produtor executivo do MSN na época.

"Com cada nova turnê nós trilhamos novos caminhos – desta vez é o ciberespaço, de longe o maior palco que já tocamos alguma vez. Não há nenhuma maneira melhor de 'POP' do que tocando para os milhões de fãs na Internet", disse o gerente do U2, Paul McGuinness.

O produtor Flood revela qual canção do disco 'Zooropa' ele acha que não está à altura do U2


O produtor Flood, falou em entrevista para o site @U2 (atu2.com), qual canção do disco 'Zooropa' ele acha que não está à altura do U2:

"A última mixagem que fiz para o álbum foi "Lemon", e me lembro de sentar e mixar a faixa durante toda a noite, em uma camisa cor de limão que foi comprada especialmente para a ocasião, e então pela manhã eu fui embora para trabalhar com o Nine Inch Nails, com a sensação que o mix tinha ficado bom. E a banda ficou uma semana indo para trás e para frente no mix, e, de acordo com um amigo meu, Rob Kirwan, disseram que gostaram muito do jeito que deixei ela.
Todo o processo do disco deixou óbvio que não seria um grande álbum do U2. Era um registro muito experimental. E o fato de não haver nenhum single lançado, e tudo mais, deixou claro que não seria um grande lançamento. As pessoas viram ele de uma forma muito diferente, e eu poderia ter tido a sensação de 'bem, eu poderia ter passado mais seis meses aprimorando este disco', mas talvez isto jamais foi suposto de ser assim.
O álbum é incrivelmente experimental e é assim por natureza. Ele nunca pretendeu ser um álbum. Então, existem algumas das minhas músicas favoritas do U2 de sempre lá, e há algumas coisas que realmente são, não erros, mas que não estão na altura, como "Daddy's Gonna Pay For Your Crashed Car".
Estando envolvido, sempre achei que ia ser uma música melhor. Considerando que, o que ela é, é uma sensação muito boa. Eu adoro toda a introdução: é totalmente experimental. E parece meio que te leva para um lugar que para mim, pessoalmente, eu nunca tive certeza que ela alcança onde era para ir. Eu sei que algumas pessoas adoram ela, porque não é uma canção "canção", por si só. Mas por outras razões, existem tantas coisas sônicas naquela faixa que se eu detalhar o que estava fazendo o que, nem imaginam o que estava acontecendo. Então, para mim, aquela canção em particular, como produtor, meu desejo é que ela poderia ter sido mais, mas como um todo, foi brilhante.
A coisa toda sobre o álbum é que ele foi uma experiência, então voltando ao que eu estava dizendo sobre sucessos e falhas, é por isso que os grandes momentos para mim são tão grandes e os momentos fracos são tão fracos, mas você precisa de ambos, pois caso contrário seria um álbum muito diferente."

quarta-feira, 29 de março de 2017

Canal U2 VEVO disponibiliza vídeo inédito de "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of" em passagem de som em estúdio de TV em Londres


O canal U2 VEVO disponibilizou um vídeo inédito do U2 tocando "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of" em uma passagem de som no ano 2000, para o programa de TV Countdown em Londres no estúdio CD:UK, para divulgação de 'All That You Can't Leave Behind". Apenas uma câmera aumentando e diminuindo o zoom, registra a banda.
O refrão soa confuso entre Bono e The Edge, quando Bono canta improvisado "just can't stuck in a moment", e Edge canta a linha certa "you've got stuck a moment".

Bono segura em metade do tempo seu monitor in ear, onde ele houve em separado os instrumentos tocados pela banda.
As desafinadas de Edge na parte final de seu falseto também são bem notáveis!

Steve Lillywhite trabalhou em canção do U2 em Jacarta. O que ele estava fazendo lá?


O U2 vai lançar uma versão 2017 de "Red Hill Mining Town" para celebrar os 30 anos de 'The Joshua Tree', e através de seu twitter semanas atrás, Steve Lillywhite escreveu: "Sobre a nova versão de "Red Hill Mining Town". Bono regravou versos em Dublin e eu remixei em Jacarta. Não é EDM, desculpe....."

O que Steve Lillywhite estava fazendo em Jacarta, Indonésia? O site local Coconuts explica!

Nos Estados Unidos e em muitos outros países, o download de música e serviços de streaming levaram ao rápido declínio da compra de música física e baixos histórico de vendas de álbuns em geral.
Mas na Indonésia, as vendas ainda estão crescendo. Na verdade, seu varejista de música mais popular ainda vende cerca de meio milhão de CDs por mês.
A receita secreta do varejista para o sucesso? Eles vendem os CDs com frango frito! Pode parecer estranho, até você perceber que o varejista é a potência global de fast-food, KFC.

A cadeia americano de frango tem revolucionado a indústria da música na Indonésia, oferecendo CDs para clientes que compram suas aves congeladas fritas. Com a venda de um mix de músicas novas e compilação de grandes sucessos, a iniciativa tem sido um enorme sucesso desde que foi lançada há 5 anos atrás. Não é só tirando vantagem do fato da maioria dos indonésios ainda não terem acesso a conexões de Internet de alta velocidade (a maioria atualmente contam com celulares para navegar na web). É o amor profundo do grande país tanto pela música como pelo yam goreng (frango frito).
Com mais de 500 KFCs em todo o arquipélago, lojas da cadeia de fast-food são muitas vezes a única jogada na cidade quando se trata de vender CDs em algumas das localidades mais distantes da Indonésia.
Mas o KFC não escolhe apenas qualquer música para vender na loja. É tudo cuidadosamente selecionado e distribuído por uma verdadeira lenda da indústria da música – o produtor britânico Steve Lillywhite.
Lendário é realmente uma das únicas maneiras para descrever a longa carreira de Lillywhite. Ele ganhou seis prêmios Grammy ao produzir músicas e álbuns para alguns dos músicos mais emblemáticos do mundo, do U2 a Rolling Stones para Peter Gabriel e The Pogues (e ele ainda trabalha com alguns deles, como com o U2).
Em 2012, ele foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE) por suas contribuições à música.
Então como é que o super produtor Steve Lillywhite CBE acabou envolvido com o KFC na Indonésia?

Quando a Coconuts Media conversou com Lillywhite, ele disse que a atração à Indonésia saiu de seu fascínio com a cultura asiática e uma busca de autenticidade.
Ele originalmente viajou para Singapura, mas ficou decepcionado, porque "lembrava a Disneylândia em vez de minha visão de como deveria ser a Ásia". Mas depois de ouvir que essa banda proeminente na Indonésia, Noah, precisava de um produtor, ele voou para Jacarta pela primeira vez e foi imediatamente encantado.



"De repente, eu estava sentado naquele clima quente de derreter com esta banda e pensei: 'Ah, eu gosto deste lugar.' Aqui é mais o que eu esperava, de uma maneira estranha, do que parecia o Sudeste Asiático", ele disse.
"E uma vez eu cheguei aqui e notei que a reação das pessoas à música era muito forte. E meu trabalho é sobre arte, não exatamente sobre comércio. Porque eu acredito que com a grande arte vem o grande comércio. Então eu pensei que havia uma vaga aqui, que talvez eu pudesse vir aqui e só trabalhar. E então, através de uma série de coincidências realmente, eu tenho este grande trabalho, trabalhando com a música que é vendida através do KFC".
Uma parte significativa do seu trabalho é decidir qual música faz o corte para a KFC, e é uma responsabilidade que ele leva muito a sério. Com os KFCs agora como um dos principais lugares onde muitos indonésios compram CDs, Lillywhite diretamente escolhe e molda muito do que a mídia Indonésia escuta através de suas escolhas.
"Eu tenho que escolher uma seleção bem equilibrada de música que vai para as lojas. KFC é o lugar número um para festas infantis na Indonésia, então temos que atender às crianças. Mas há também uma herança muito boa de qualidade de música e músicos aqui. Então é algo que tenho muito orgulho."
Sua empresa, JMSI (Jagonya Music & Sport Indonesia), tem um acordo de exclusividade com o KFC, permitindo-lhes distribuir sua música através de suas lojas.
Enquanto o papel do Lillywhite é principalmente apenas escolher os álbuns que são vendidos, ele às vezes ajusta e melhora as músicas, observando como mixou recentemente o mais novo álbum da lendária banda indonésia Slank.
"Alguns outros registros não tenho qualquer envolvimento. Mas é meu gosto grande parte do tempo e estou aprendendo muito sobre o mercado indonésio."
Mas por que os indonésios continuam a comprar tantos CDs em idade de MP3s e streaming? Lillywhite acredita que é porque "abaixo dos 5% da população têm cartões de crédito", e isso torna impossível para muitos usarem serviços de streaming como o Spotify.
"Além disso, streaming digital ainda está nascendo aqui, por causa dos aparelhos que os indonésios possuem. Muita gente ainda tem Blackberries, que você não pode usar streaming. Além disso, 3G de boa qualidade é difícil de encontrar nas zonas rurais", ele disse.
"Tudo isso está mudando e está mudando muito rapidamente, então a Indonésia vai eventualmente apanhar do resto do mundo. Mas se você olhar para o número de execuções em aplicativos como o Spotify, eles são muito pequenos, como uma porcentagem muito pequena da população em relação ao Spotify executado nos Estados Unidos."
O boom nas vendas de CD não está dando lucro somente ao KFC, mas também está beneficiando os músicos locais. A maior parte da música selecionada é feita por artistas indonésios e a JMSI oferece aos artistas uma taxa bem maior de royalties do que as outras gravadoras, porque sua empresa tem os direitos exclusivos da música do KFC.
"Nós chegamos aos artistas agora e fazemos negócios diretamente com eles e ignorando as gravadoras", ele disse. "É como se livrar de um dos níveis das coisas. Se há três pessoas na cadeia alimentar, você não obtém tanto como se houvessem duas pessoas compartilhando isso."
Os fãs de música também se beneficiam da incursão do KFC na indústria da música, com artistas devolvendo isso para a comunidade, visitando as lojas onde suas músicas estão sendo vendidas.
"Temos press releases e lançamentos. Uma das coisas é que os artistas tem que visitar as lojas também. Porque o KFC é muito amável para vender nossos CDs para nós, e devemos dar algo em troca. É muito divertido, na verdade, temos as estrelas indo ao KFC e estando no balcão e vendendo frango frito."

Enquanto Lillywhite sabe que o streaming e consumo de música digital é o futuro, ele ainda gosta da venda de música em pontos de varejo, que é algo único para a Indonésia.
Então da próxima vez que você estiver numa loja do KFC na Indonésia (que Lillywhite diz que é "um passo à frente do KFC em qualquer outro lugar do mundo"), você pode considerar a compra de um CD com a sua refeição.
Não só estará apoiando artistas locais, como você também vai estar ajudando um lado: manter a indústria de música Indonésia prosperando.

Arquivo "Discothèque"


O vídeo de "Discothèque" abre com uma animação da galáxia e a câmera está se movendo em direção a uma estrela brilhante. Enquanto se aproxima, vemos que é uma bola de discoteca, e então somos transportados para dentro da bola de discoteca para ver o U2. O interior está cheio de luzes e espelhos e a banda tocando a canção. E aparentemente há um baú cheio de fantasias em algum lugar, com o U2 vestindo roupas de discoteca apropriadas de 1970 – Bono em uma camisa preta, colete branco e calça branca – e mais tarde Bono com o uniforme da polícia. Dançarinas ficam em cima de Edge que está deitado, e despejam líquidos nele. Há uma festa dance na bola de espelhos. Bono faz um monte de movimentos pélvicos na direção frontal de uma câmera. E depois toda a banda se veste de Village People com The Edge como o cara de motocicleta vestido com roupa toda de couro com chicote e Adam Clayton de marinheiro em um uniforme branco, Bono como um policial motociclista de capacete, e Larry um cowboy. No final o vídeo faz um zoom direto para a bola de espelhos e a luz se apaga no universo.
Em 7 de janeiro de 1997, a MTV mostrou um breve preview de 30 segundos de "Discothèque". Eles anunciaram que o vídeo completo seria exibido naquela semana, estreando em 9 de Janeiro. Foi a estreia mundial do vídeo para a canção. O vídeo foi exibido durante uma retrospectiva de videoclipes do U2 na MTV que durou o dia todo.
Duas outras versões dance para a canção, David Morales Remix e Steve Osbourne Remix, receberam um videoclipe, usando algumas das imagens do vídeo principal, mas também usando cenas adicionais de outras fontes.
O videoclipe foi filmado no set do Pinewood Studios, em Londres. Os estúdios foram a base para uma série de filmes e produções de televisão ao longo dos anos, incluindo Star Wars, Superman e James Bond.



Da nova seção do site: U2 Songs (antigo U2 Wanderer)

As guitarras de Bono e The Edge estilizadas por René Castro


The Edge utilizava em 1992 e 1993 na ZOOTV, uma guitarra Fender Stratocaster - modelo 'Eric Clapton' de 1989. Esta guitarra foi utilizada nas gravações de 'Achtung Baby' em 1990 no Hansa Studios, e também é a guitarra usada no vídeo de "Wild Irish Rose" no documentário 'Bringing It All Back Home' de 1989. Vemos ela com 1 minuto e 10 segundos no vídeo:



O que chama a atenção nela é seu acabamento. O artista de mural chileno René Castro, que foi o responsável pelas pinturas de arte para o palco da turnê Lovetown, estilizou esta guitarra de Edge com cobras e esqueletos e um tipo de glitter malva.



Rene Castro na mesma época estilizou uma guitarra Yamaha de Bono, onde podemos ver os mesmos esqueletos característicos dos trabalhos na Lovetown e na Strat de Edge.
Bono realizou alguns ensaios fotográficos com a guitarra, e utilizou ela para composições na fase da ZOOTV.



terça-feira, 28 de março de 2017

U2 entre uma das estranhas histórias que aconteceram em locais de música em Londres nos anos 80


O U2 assinou seu primeiro contrato de gravação com a Island Records no banheiro feminino do Lyceum Theatre em 1980!

"Precisávamos de um lugar que pudéssemos ver o que estávamos fazendo, e o banheiro das mulheres era um pouco mais agradável que o dos homens", explicou o manager Paul McGuinness.

In The Rain We See Their Tears: a chuva cai em "Mothers Of The Disappeared"


As sessões de gravação de 'The Joshua Tree' começaram em janeiro de 1986 na Danesmoate House em Dublin e continuaram durante todo o ano. O U2 interrompeu brevemente estas sessões em junho para participar da turnê Amnesty International's A Conspiracy Of Hope. Após o primeiro concerto em São Francisco, Bono conheceu René Castro, um artista chileno de mural. Castro tinha sido torturado e mantido em um campo de concentração durante dois anos pelo governo ditatorial chileno porque sua arte criticou o regime Pinochet que tomou o poder em 1973 durante um golpe de estado. Castro mostrou para Bono uma pintura de parede no Mission District que retratava a situação em curso no Chile e na Argentina. Ele também aprendeu sobre as Madres de Plaza de Mayo, um grupo de mulheres cujos filhos desapareceram à força pelo governo argentino. Os filhos destas Madres eram estudantes que se opuseram ao governo durante a Guerra Suja e o golpe de estado que levou Jorge Rafael Videla ao poder. As Madres juntaram-se à campanha para obter informações sobre a localização dos corpos de seus filhos e as circunstâncias de suas mortes, acreditando que eles tenham sido sequestrados, torturados e assassinados.
Inspirado pelo mural, Bono fez uma pausa prolongada nas gravações em julho, viajando para a Nicarágua e El Salvador com sua esposa, Ali Hewson. Em El Salvador, Bono se encontrou com membros do Comité de Madres Monsignor Romero, uma organização de mulheres cujos filhos desapareceram à força pelo governo salvadorenho durante a Guerra Civil porque se opunham ao regime militar que estava no poder.
Essas experiências na América Central inspiraram a letra de "Mothers Of The Disappeared".

Bono sempre disse que considera a mixagem de Daniel Lanois em "Mothers Of The Disappeared" mais como uma performance. O vocalista faz uma revelação sobre a gravação da faixa:

"Eu me recordo de Daniel Lanois, quando estávamos finalizando a canção, com sua mente ocupada e trabalhando na mesa de mixagem, como se fosse Mozart ao piano, sua mente em uma brisa imaginária, e fora do estúdio caia uma chuva torrencial e na faixa eu estava cantando a parte 'in the rain we see their tears', as lágrimas daqueles que tinham desaparecido. E quando você escuta esta mixagem, você pode realmente ouvir a chuva lá fora. Foi mágico mesmo..."

As gaitas etiquetadas para Bono utilizar na turnê 'Lovetown'


Veja esta foto abaixo que interessante! Ela é de 1989, da turnê 'Lovetown' do U2, e mostra uma variedade de gaitas da marca Hohner Blues Band, para serem utilizadas por Bono durante os shows.
Eles são etiquetadas uma a uma pelas notas (devido à sua variedade de afinações), em alguns casos, pelas notas e títulos das canções em que serão pegas para serem utilizadas!

Podemos ver:

B# TRIP (para "Trip Through Your Wires")

A* DESIRE

D* RUNNING (para "Running To Stand Still")

B* 

E*

F*

segunda-feira, 27 de março de 2017

U2 disponibiliza um trecho inédito de filmagem profissional do concerto no telhado da loja de bebidas em Los Angeles em 1987


27 de Março de 1987. Três e meia da tarde. Exatos 30 anos atrás.
Num telhado da baixa de Los Angeles, um concerto do U2 que durou 20 minutos no telhado de uma loja de bebidas (Republic Liquor Store na 7th com a principal no centro de Los Angeles). Esta apresentação resultou no vídeo de “Where The Streets Have No Name”. A performance do U2 teve a intervenção da polícia, depois que milhares de fãs da banda invadiram as ruas em redor do edifício, impedindo o trânsito.
Mini show para o público, algumas tomadas gravadas e objetivo atingido: a gravação do clipe com a atmosfera que se criou em redor da atuação.

Hoje, relembrando os 30 anos da data, o U2 50 segundos de um vídeo inédito com filmagem profissional, da performance de "In God's Country" tocada naquela tarde!
O áudio não é o tocado no telhado, e as imagens trazem também material do Super 8 gravado por Anton Corbijn no deserto em 1986.

O incidente em Isla Negra que quase cancelou um show do U2, e que resultou em uma das encarnações de "Vertigo"


Uma canção do U2 nasceu em um pequeno balneário, sobre a costa central do Chile, e se tornou um sucesso mundial. "Vertigo" não surgiu nas sessões do álbum de 2004, 'How To Dismantle An Atomic Bomb', mas sim partiu de uma ideia de Bono no Chile, quando a banda visitou a América do Sul pela primeira vez em 1998.
Tudo começou em Isla Negra, localizada na costa central do Oceano Pacífico, uma pequena aldeia de não mais de 2 mil habitantes, que é a casa-museu de Pablo Neruda, que Bono visitou na noite de 10 de fevereiro de 1998, com seu amigo, o pintor irlandês Guggi. O passeio que foi realizado de forma privada, teve uma duração de 1 hora.






Bono e Guggi estavam muito calados e tranquilos quando eles começaram a visita, embora pouco a pouco as coleções pela casa e seus cantos começaram a chamar atenção. Eles realmente gostaram do lugar e eles disseram que tinham lido a poesia de Pablo Neruda e eles ficaram fascinados pela casa, os pertences e o modo de vida do poeta em seu tempo.

Depois de conversarem brevemente com os moradores do balneário, Bono aproximou-se do túmulo de Pablo Neruda, e pediu para não ser fotografado. Este foi um momento muito especial para o vocalista, que queria ter um momento de paz naquele lugar.

Mas naquela noite veio o desastre, que Bono contou no livro U2 BY U2: os dois amigos comeram em um restaurante adjacente ao Museu e Bono foi intoxicado pela comida. Estavam ali só ele e Guggi, já era muito tarde e já tinha fechado o lugar. Sem ninguém que pudesse ajudá-los e depois de vomitar por muitos minutos, chegou uma responsável pelo local e o viu deitado no chão, então Bono completamente impotente, perguntou se havia por ali algum médico, mas ela respondeu: não há médicos na Isla Negra. Então eles decidiram chamar um táxi para voltar para o lugar onde eles estavam hospedados. Ele passou uma noite horrível, mas na manhã seguinte já estava muito melhor.
Bono ainda estava muito preocupado, porque naquele mesmo dia eles tocariam em Santiago e a ameaça de suspensão do concerto era latente. Em seguida, eles retornaram para a capital do Chile, e não contaram a ninguém o que aconteceu em Isla Negra. Apenas Guggi e ele mantiveram o segredo durante muitos dias.
Daquele incidente nasceu a letra de uma canção chamada "Shark Soup" (Sopa De Tubarão), que tinha um ritmo hard rock e como o incidente tinha sido no Chile, também nasceu a ideia de cantar em espanhol. A letra conhecida trazendo "Uno, Dos, Tres, Catorces" vem deste conceito original, nascida no Museu de Pablo Neruda. A letra e música de "Shark Soup" foram colocadas na mesa para as gravações de 'How To Dismantle An Atomic Bomb'. Larry Mullen disse que era necessário reconstruir a canção e juntá-la novamente. Mudaram os acordes e testaram títulos e letras novas. "Shark Soup" tornou-se "Viva La Ramone", uma homenagem à Joey Ramone, para chegar a uma quase ideia final chamada "Native Son". Houve até uma versão desta demo que começava com a lendária intro em espanhol "Uno, Dos, Tres, Catorces".
The Edge disse que "Native Son" era um produto quase pronto para o álbum até Steve Lillywhite ouvir e lhes dizer que a canção faltava crescer. Eles voltaram para refazê-la desde o início conceitual de uma canção de rock and roll visceral, que só estão presentes a bateria, baixo e guitarra em sua forma mais pura, onde finalmente o tema foi transformado em "Vertigo".

Do site: U2 Valencia

O produtor Flood fala sobre seu arrependimento durante as gravações de "The Wanderer"


O produtor Flood, falou em entrevista para o site @U2 (atu2.com), sobre a gravação de "The Wanderer" do disco 'Zooropa' de 1993, e revela seu arrependimento na faixa:

"Eu achei que a grande realização de todos os ideais do álbum foi "The Wanderer". Para mim, é uma grande canção e ela traduz emocionalmente de maneira brilhante , ainda há uma carga de experiências sonoras acontecendo lá. Há a ideia desta pessoa meio que vagando por esta paisagem desolada, mas há um ar de indiferença. Tudo sobre a letra, a entrega, o som de sua voz, a música, parece fantástico. Ela oferece em todos os níveis.
Bono e Edge, se me lembro, tinham a música. Na sequência, Brian Eno fez alguns tratamentos em alguns sons de bateria, acho, e então havia alguns barulhos estranhos no fundo que eu consegui escolher. The Edge realizou um par de bits e então alguém disse: 'Ah! Vamos trazer Johnny Cash para cantá-la'.
Agora, no dia que eu morrer, este será um dos meus poucos arrependimentos... eu realmente não estava lá no dia que ele gravou os vocais. Então, o que aconteceu foi ele cantou várias e várias vezes e eles tentaram juntar um vocal que sentiam em sintonia com a música, mas nunca parecia se conectar. Bono disse para mim quando eu voltei: 'você quer tentar juntar este vocal?' Então eu decidi tentar e fazer o oposto do que todo mundo tinha feito, que era fazer algo completamente frio, fazer Johnny Cash soar desapaixonado. Quase como se ele fosse Johnny Cash, o robô. Levou um monte de tempo para eliminar todo o sentimento dela, mas de uma forma que ajudou casar seu vocal com a música. Então há esse alguém que é completamente imparcial e como eu não estava lá durante a gravação, eu não tinha nenhuma ligação emocional com qualquer uma das performances gravadas. Eu não tinha ideia sobre o que tinha ido para fazer, então eu poderia ser completamente removido do processo inteiro. E então Bono ouviu e disse 'Perfeito'! Ele fez o backing vocal e mudamos algumas coisas nela, mas o que ele ouviu é o que ele queria para a canção.
Eu tirei qualquer forma de paixão do vocal de Johnny Cash. Mas foi uma grande canção, e todos responderam a isso. Havia uma seriedade em 'Achtung Baby', que é uma coisa boa, e eu acho que é por isso que 'Zooropa' é libertador. É quase em êxtase, e Bono costumava dizer: 'Estamos na Terra de Zooropa. Este é o sentimento de estar em 'Zooropa'.' E então você fica como: 'Bem, sim, entendi.' E "The Wanderer", você sabe, parece um lugar desolado, mas não é muito ruim, sabe? É legal.'

domingo, 26 de março de 2017

O trágico fim do diretor Donald Cammell, que trabalhou com o U2 em 'The Unforgettable Fire'

Donald Cammel e sua equipe dirigem The Edge no videoclipe de "Pride (In The Name Of Love)"

"A morte é como uma amiga para mim. Não devo ter medo dela." A declaração abre 'Donald Cammell: The Ultimate Performance', documentário que enfoca a vida de Cammell, escocês, pintor famoso e filho de milionário falido. Um cineasta de poucos filmes, muitos amigos famosos e uma ligação visceral com violência e morte.

'Performance', de 1970, permanece como um dos filmes mais perturbadores da cinematografia britânica. Seu criador imprimiu à obra seu fascínio pelo sexo e pela morte, auxiliado pela magnética presença de Mick Jagger na tela.
Sua carreira foi interrompida depois de de apenas três filmes. Os outros são 'Demon Seed' (1977) e 'White Of The Eye' (1986). As constantes brigas com produtores abortaram vários projetos de Cammell em Hollywood.
Não dá para entender Cammell sem entender 'Performance'. Artista plástico badalado na Londres psicodélica dos anos 60, Cammell entrou para o cinema escrevendo o roteiro de 'Duffy', de Robert Parrish em 1968. Não satisfeito com o resultado, Cammell decidiu dirigir. Escreveu uma história envolvendo dois mundos que o fascinavam: o rock e a violência. No filme, James Fox interpreta um pistoleiro perseguido pelo chefão do crime.
O impacto de 'Performance' no ator James Fox foi tão forte que logo depois ele largou o cinema durante oito anos para ser pregador religioso.
Cammell usou a violência para fazer um ponto sobre seus personagens, sobre identidade, sobre confiança e traição. Na tela, suas mortes eram sempre poéticas e transcendentes. Elas nunca foram tão inúteis, feias e trágicas como são na vida real.
Quando começou a fazer roteiros e dirigir videos musicais de rock, Cammell foi contratado pelo U2 em 1984 para gravar o videoclipe de "Pride (In The Name Of Love)" em Dublin. O vídeo foi editado pelo diretor em duas versões, uma em cores e uma em sépia.
Em 23 de Abril de 1996, deprimido e revelando para as pessoas próximas que pensava em se suicidar, Donald Cammell se matou com um tiro de espingarda em sua casa, pelo fim de seu casamento e devido aos produtores terem refeito a montagem de seu último filme, 'Wild Side'. Segundo ele, seu trabalho tinha sido massacrado.
Quando ele puxou o gatilho, ele não morreu de imediato. Uma ambulância foi chamada e ele, de forma chocante, ainda estava vivo. Se a ambulância não tivesse tido tanta dificuldade em encontrar sua casa nas colinas de Hollywood, ele poderia ter sobrevivido.

sábado, 25 de março de 2017

Tim Palmer conta sobre seu trabalho em uma faixa mono de 'All That You Can't Leave Behind' do U2


O engenheiro de som e produtor britânico Tim Palmer, foi o responsável pela mixagem de 'Ten', o álbum de estreia do Pearl Jam, de 1991. Ele também trabalhou com o The Cure, Ozzy Osbourne e U2. Ele conta sobre o desafio que teve em mixar uma faixa mono para 'All That You Can't Leave Behind', de 2000:

"Eu só estive envolvido na fase de mixagem deste disco. Então eu não posso dizer que sei tudo sobre o que se passou antes de eu me envolver, mas passei muito tempo trabalhando nas mixagens, e foi um processo fascinante estar rodeado de todas essas pessoas que eu admiro, de Daniel Lanois à Brian Eno e Steve Lillywhite, e toda aquela enorme quantidade de pessoas que estavam ali trabalhando.
Eu comecei em Los Angeles no Larrabee, na verdade. Foi bastante interessante, porque a primeira música que eu mixei, eu acho que foi "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of" e me surpreendeu porque me enviaram uma faixa mono da bateria, e pensei, "Uau, tudo bem, o que fazer com isso?" Foi muito importante eu conseguir uma primeira mixagem correta, porque eu não poderia mixar mais ela. Como você sabe, quando você é quem mixa, não sabe como são os parâmetros, ou quão longe você pode levar a música. Eu me perguntei por que eles só haviam gravado uma faixa mono, especialmente com a tecnologia que temos hoje, porque você pode gravar um monte de coisas e não usá-la e escondê-la.
Mas enfim, fui confrontado com esta faixa mono. Então acrescentei imediatamente alguns shakers de esquerda e direita para lhe dar algum tipo de imagem estéreo, e em seguida no refrão, adicionei pandeireta e coisas assim. Então, eu mexia ao redor com alguns mutes e outras coisas. Isto foi só o começo do processo. Eles ficaram empolgados pelo que eu tinha feito, e disseram: 'Certo, agora você pode vir para Dublin para continuarmos?" Então eu já tinha trabalhado nela alguns dias.
É um processo longo, e para eles, ouvir um mix é apenas uma maneira de descobrir o quão bem eles estão fazendo naquele momento. Muitas vezes você pode mixar uma canção durante uma semana e eles: 'isso é o que precisamos fazer'. Você ouve eles no andar de baixo e eles estão fazendo um novo corte na canção. É assim que eles trabalham, e é incrível. Nunca encontrei um trabalho tão difícil; mais difícil do que eu gostaria de trabalhar. Eu diria que foi demais para mim. Foi uma experiência maravilhosa. A bateria mono estava em apenas uma pista, e parecia ter sido gravada com um microfone apenas."

sexta-feira, 24 de março de 2017

O produtor Flood fala sobre as gravações de uma das suas canções prediletas (senão a favorita) do U2: "Stay (Faraway, So Close!)"


O produtor Flood, falou em entrevista para o site @U2 (atu2.com), sobre sua canção favorita do U2 (ou uma das), e que ele produziu:

"A canção "Stay (Faraway, So Close!)" começa com aquela humildade, anseio, melancolia, bastante obscura em algumas partes. The Edge tinha feito uma demo da música antes mesmo de começarmos o processo de gravação de 'Zooropa', e por um tempo havia esta espécie de versão demo que a banda e todos tentaram finalizar para se tornar uma canção. E então fizemos um novo corte para uma nova versão dela, e acho que nem houve uma terceira versão. Tentamos transformar todas as versões em uma, e isso aconteceu mesmo nos últimos dias da mixagem da música, quando a faixa já tinha forma e a experimentação estava acontecendo, e que eu senti que finalmente havia descoberto o que era que a canção precisava.
A maneira que ela se inicia, com apenas um pequeno som de bateria e guitarra, que tinha sido mascarado em todas as versões, então todas as versões tinham tido uma sonoridade muito maior. Foi quando eu decidi: 'vamos tirar todas essas coisas'. Então de repente, foi como: 'ah! Aqui está esta humilde coisa que você pode se relacionar'. Então, quando entra o pré-refrão, onde há aquela grande onda das guitarras, ali tem uma enorme quantidade de guitarras que nós sobrepusemos todas, e eu tinha apenas um fader, eu estava no limite e a reação de Bono era: 'isto é o que eu quero fazer!', e então Bono entra na letra e há aquela reviravolta toda dentro da letra.
É uma música fantástica e foi uma luta para conseguirmos alcançá-la, e falando por mim, na minha opinião... eu amo essa música. Toca uma parte de mim. Acho que "Stay (Faraway, So Close!)", se não é minha favorita, está muito perto de ser uma de minhas faixas favoritas do U2 de todas elas.
Posso sentar e escutar essa música e pensar "isto é uma fantástica peça de música", E, é muito difícil quando você está fazendo discos e realmente ser capaz de ouvi-los novamente sem lembrar de tudo que aconteceu. Às vezes pode demorar três ou quatro anos antes de poder ouvir um disco, quando todos os outros estão ouvindo eles."

Os primeiros materiais apresentados de 'The Joshua Tree'


Em 30 de janeiro de 1986, trabalhando no álbum 'The Joshua Tree', o U2 apareceu no programa de televisão 'TV Gaga' na RTÉ na Irlanda com Paddy Talbot apresentando em um estúdio de Dublin. No programa, a banda tocou três músicas, sendo duas faixas inéditas:

"Womanfish"
"Trip Through Your Wires"
"Knockin’ On Heaven’s Door"



"Womanfish" foi uma canção desenvolvida para o álbum, que nunca apareceu em qualquer formato, mas foi tocada ao vivo no estúdio naquela noite. A canção "Trip Through Your Wires" ainda era um trabalho em andamento, mais lenta do que a versão lançada mais tarde.

The Edge falou sobre esta apresentação:

"Havia algumas versões muito brutas de uma música do Bono chamada "Trip Through Your Wires" e uma canção chamada "WomanFish" que, felizmente, nunca viu a luz do dia, exceto em um programa de TV irlandês, do qual concordamos em participar em um momento de loucura. Tinha algum tempo que nós não aparecíamos em público, então, com duas músicas escritas pela metade, decidimos que era a hora perfeita de mostrarmos para a nação a nossa ‘nova direção’. Foi horrível, a pior de uma longa fila de aparições televisivas arriscadas. A ideia, se é que havia alguma, era testar o novo material ao vivo, para uma platéia. Percebemos instantaneamente que ainda tínhamos um longo caminho para percorrer. Mais tarde tentamos subornar a equipe da RTE para que nos dessem as fitas, mas parece que eles compartilharam da nossa opinião sobre a performance e acharam que não valia a pena guardá-las."

As letras têm uma referência interessante, "One thin tin can man", que Bono pode ter pego de "Silver And Gold" onde ele faz referência "In this tin can town". Bono descreveu "Womanfish" como "uma canção sobre uma sereia que eu conheci uma vez na America!"
A impressão é que Bono nesta noite, bebeu muitos drinks!

"Trip Through Your Wires”" foi introduzida como "I Trip Through Your Wires”" e é uma versão bruta da canção. Apenas o refrão da letra está muito perto da versão final. Ali, Bono ainda não tinha acabado o trabalho sobre a letra. A canção é reconhecível, mas foi tocada de uma forma um pouco mais lenta.

Há 10 anos atrás, uma versão demo de "The Sweetest Thing" apareceu no YouTube com as primeiras letras escritas para a música. As informações fornecidas com o vídeo postado: "esta gravação foi feita como um teste do sistema de gravação antes da gravação de 'The Joshua Tree'. Eu tive a sorte de assistir e ouvir Bono fazer "The Sweetest Thing" pela primeira vez na história e ele determinou que eu fizesse esta gravação". Definitivamente é Bono cantando, e parece que há outras vozes no final da gravação. No final do vídeo há alguns créditos que dizem que Bono está nos vocais e Larry Mullen na bateria, mas que Adam e The Edge não fizeram parte da gravação e o restante dos envolvidos foram Steve Rainford, Pat McCarthy, Jeremy Wilson e Selene.



Steve Rainford foi um membro da equipe do U2, vindo de Liverpool, e trabalhou como roadie de guitarra de The Edge à partir de 1983 e ainda trabalhava com eles enquanto gravavam 'The Joshua Tree'. Steve teve um perfil divulgado na primeira edição da Revista Propaganda. Pat McCarthy foi o engenheiro assistente em 'The Joshua Tree'. Quanto a Jeremy Wilson, havia um site de um Jeremy Wilson que trabalhou para a AMEK, viajando e configurando sistemas em estúdios de gravação. Ele menciona: "levei um M2500 para uma casa em Rathfarnham, Dublin, onde para minha surpresa o equipamento foi utilizado pelo U2 na gravação de seu álbum mais vendido, 'The Joshua Tree'. (AMEK até mesmo recebeu uma menção nos créditos!)"

A letra de “The Sweetest Thing” (Demo Version)

See you slip and slide don’t slip away.
Oh oh slip away.
I’m on your side don’t get to see
oh oh sweetest thing
ooooh hold on tight
ooooh hold on tight tonight

See you slip see you slip away
oh oh sweetest thing
This time won’t let me in again
Yeah sweetest thing
oooh hold on tight
oooh hold on tight tonight
Simple little thing
you’re the sweetest thing
you’re the sweetest thing
you’re the sweetest thing

I look on your window, your window box
oh oh sweetest thing
put me in your spell, a woman stop
oh oh sweetest thing
yeah i want the time
oh oh sweetest thing
oh oh sweetest thing

a body gets broken, shattered and torn
oh oh sweetest thing
but a blue sky is more
oh oh sweetest thing
hold on tight
oooh hold on tight tonight
you’re the sweetest thing
yeah the sweetest thing
you’re the sweetest thing
you’re the sweetest thing

Outside in the rain is a roman star
oh oh sweetest thing
Inside, inside the sun is born
oh oh sweetest thing
hold on tight
going to shut out the night and day
Light, long time
oh oh sweetest thing
oh oh oh oh oh…
sweetest thing
sweetest thing

Do site: U2 Songs (antigo U2 Wanderer)

quinta-feira, 23 de março de 2017

Mais Perguntas, Mais Respostas: as novas revelações do U2 nos 30 anos de 'The Joshua Tree'


Em vídeo divulgado no U2.COM, a banda respondeu mais algumas questões sobre os 30 anos de 'The Joshua Tree', gravadas no dia daquela transmissão do Facebook que teve 11 perguntas de fãs e celebridades, com The Edge como moderador. A câmera continuou filmando e o vídeo foi liberado só para assinantes do site oficial.

A primeira experiência de Larry com o foxtrot, como Adam uma vez 'sentia o cheiro do perfume de Betty Dalton em um corredor'!

The Daltons Brothers farão uma aparição neste 30° aniversário? Por que a turnê de 1987 abria com uma canção cover? Qual era ela?

Confira uma parte das respostas da banda:

The Edge: Primeira pergunta de uma fã: Os Dalton Brothers farão uma aparição nesta nova turnê? E Duke Dalton adquiriu um pouco da raiva ainda de sua fase punk?

Bono: "Eu realmente adoro os Daltons, eu assistia seus filmes, sempre tive eles, mas no que diz respeito à sua aparição na turnê 'The Joshua Tree', eu nunca os vi, eu nunca os conheci, eu nunca mais ouvi falar deles depois disso, por isso é difícil falar sobre Duke, as pessoas depois de tanto tempo acham que éramos próximos. Mas nós nunca nos encontramos."

Adam Clayton: "Eu costumava sentir o cheiro do perfume de Betty Dalton nos corredores."

Bono: "Ela era chique! Eu vi fotos! Ela era extravagante!"

The Edge: "Uma coisa que poucas pessoas sabem é que eu e Larry na verdade fomos pagos para tocar em uma banda."

Bono: "No Dalton Brothers?"

The Edge: "Era uma banda country. A música country era muito grande na Irlanda, e ainda é. Há uma grande conexão entre o país e os artistas americanos. Eu comprei uma guitarra de um cara chamado Eric Stone, ele era ligado à uma banda chamada Drifting Cowboys. Ele se aproximou de mim e perguntou: 'você e seu baterista gostariam de vir fazer alguns shows conosco? Nós estamos com um problema, os integrantes da banda estão de férias, mas nosso agente marcou alguns shows'. Então, Larry e eu fomos pagos de verdade pela primeira vez para subirmos ao palco e tocar."

Bono: "Em que ano foi isso?"

The Edge: "Isso foi por volta de 1977."

Bono: "Vocês eram crianças."

The Edge: "Sim, recebemos uma pequena quantia, o que foi muito."

Bono: "Vocês não mencionaram a experiência com o foxtrot."

Larry Mullen: "Sim, foi minha primeira experiência com o foxtrot. Eu nunca tinha feito isto antes."

Bono: "Você recomenda?"

Larry Mullen: "Sim, eu peguei no sono em um dos momentos finais do show com aquele foxtrot."

The Edge: "Foi ficando cada vez mais lentas as batidas, de fazer tipo Larry ir caindo para trás no sono."

The Edge: Outra pergunta vinda de um fã: Qual a memória mais significativa que vocês tem individualmente ou como uma banda, sobre a turnê 'The Joshua Tree'?

Larry Mullen:"Uma coisa interessante é a discussão da transição de shows de arenas para estádios e como nós gerenciamos isto, como lidamos quando passamos de teatros para arenas."

Bono: "Eu vou confessar uma coisa para você. Eu realmente não gostava da ideia de ir para estádios, não por causa de toda aquela excitação, porque eu queria sim estar lá. Mas porque eu simplesmente não me sentia um performer. Até aquele momento eu achava que poderia fazer aquilo apenas nas arenas. Então eu me lembro de telefonar para Gavin Friday em Dublin e pedir para ele vir até mim pra conversarmos, pois ele era um grande performer, e ele me dizer como eu poderia ser um performer de verdade, e não prejudicar a banda. Como você sabe, depois disso eu acabei caindo no palco e deslocando meu ombro. Então foi uma bagunça isso. Mas as maiores lembranças que tenho são das gravações de 'The Joshua Tree', um dos melhores momentos da minha vida, eu me lembro tão bem de nossas amizades, de voltarmos para Dublin e trabalharmos lá com Brian Eno, Daniel Lanois, estes dois gênios, e então você tinha Flood, era incrível, e Steve Lillywhite que chegou depois e deu sentido à tudo, então eu tenho essas lembranças maravilhosas, e veio a turnê, e eu tenho algumas lembranças dela, quando houve aquele enorme avanço, quando fomos para a estrada e tocamos em estádios, e não queríamos estragar as coisas."

The Edge: "Levou um tempo para as coisas se acertarem. Eu me lembro que não conseguimos tocar "Where The Streets Have No Name" no primeiro mês, porque não tínhamos nenhum tempo para ensaiar e era uma canção muito complicada tecnicamente, e então para abrir os shows escolhemos uma canção cover, muito antiga, que era "C'Mon Everybody"."

Bono: "O que? Pare com isso!"

The Edge: "Sim, é sério, nos primeiros, primeiros shows da turnê 'The Joshua Tree' abríamos com uma cover."

Bono: "Uau!"

Vai ter uma turnê neste verão! Como Bono diz: "Será emocionante. Eu nunca cantei 'The Joshua Tree' antes na sequência, até quatro semanas atrás quando começamos a ensaiar. Será uma espécie de viagem para mim. Eu não tinha ouvido o álbum nos últimos 30 anos, para ser honesto. Mal posso esperar por estes shows."

Daniel Lanois fala sobre a fase de mixagem de 'No Line On The Horizon'


Durante as gravações de 'No Line On The Horizon', The Edge foi inspirado à uma nova abordagem em sua guitarra após usar o pedal da Death By Audio, chamado Supersonic Fuzz Gun.
O produtor Daniel Lanois comentou:

"Aquele pedal de guitarra? Tenho certeza que ele está certo sobre isso. Mas ele tem tantos pedais que perdi o controle deles. O cantinho do Edge é um campo minado de pedais e você sente medo de ir para aquele canto e nunca mais sair de lá. Meu único pedal? É uma pequena caixa de loop chamada de Boomerang. Existem muitos sons estranhos em repetição naquele disco, e alguns deles vêm do Boomerang.
A fase de mixagem ocorreu no Platinum Sound em Nova York. Eu esqueci todas as razões por que fomos a Nova York, mas acho que uma delas foi que a gente podia usar três salas ao mesmo tempo no mesmo prédio. Brian Eno, dois engenheiros de mixagem, e eu, tínhamos a música se formando em cada sala e fomos capazes de fazer uma espécie de valsa de uma sala para outra. Há algo agradável sobre ter três músicas sendo trabalhadas ao mesmo tempo. Fizemos o mesmo no Olympic Studios em Londres, onde fizemos a mixagem final das sessões, durante o qual Steve Lillywhite ajudou com a produção e mixagem. Acho que as coisas funcionavam muito bem e que o álbum contém alguns dos melhores trabalhos da banda."

Suzanne Doyle e a vida na estrada com o U2


Quando um fenômeno como o U2 acontece, tende a levar outros junto com ele assim que passa como um rolo compressor em seu caminho ao redor do globo. Em 1987, Suzanne Doyle foi arrancada do anonimato e levada em turnê com a banda, um papel onde iniciou uma vida trabalhando na indústria da música, muitas vezes na órbita de uma das maiores bandas do mundo. Como ela chegou lá em primeiro lugar? Foi sorte, chance e um professor de Geografia.
"Um dia cheguei em casa da escola e minha irmã disse 'Senhor Scully quer que você telefone para ele'. Então liguei e ele disse 'Eu ouvi falar de um emprego temporário e pensei em você. Não posso te dizer o que é, você tem que dizer sim ou não.'"
Doyle disse que sim e logo encontrou-se indo para uma entrevista vestindo a roupa da mãe para um trabalho como assistente de Ann Louise Kelly, que estava fazendo o serviço do dia a dia no escritório de gestão do U2 e Paul McGuinness, o Principle Management.
"Eu não era realmente um fã", lembra-se Doyle. "Eu estava mais para Doris Day e Jessica Lange. Eu queria ir para Hollywood e ser uma atriz."

O U2 estava prestes a embarcar na turnê de 'The Joshua Tree' e "With Or Without You" tinha sido lançada como um single.
"Foi me oferecido um caderno e uma caneta. Eu atendi o telefone, fiz o café, fiz as coisas de sempre. Depois de uma semana, eu adorava aquele lugar e senti que eu pertencia ali."
O que se seguiu foram alguns anos de turnês após ser oferecido à Doyle um cargo de assistente de turnê. Começou em um estádio em Roma e percorreu diversos territórios, Austrália, Nova Zelândia, Japão, EUA.
Ela guardou dinheiro suficiente para comprar uma casa em Dalkey, mas não houve outro telefonema que mudaria sua vida. Aos 21 anos, ela se demitiu do confortável emprego com o U2, que terminou com uma grande despedida para ela, e saiu para prosseguir atuando.
Doyle fez um curso no Gaiety e logo se tornou aparente que ela não ia chegar a Hollywood.
"Eu estava nervosa, roendo as unhas, não queria que ninguém olhasse para mim. Eu não estava indo para ser a Jessica Lange de olhos azuis."
Ela fugiu para a Austrália com o namorado, mas o país estava em recessão e emprego foi difícil de encontrar. Ela entrou em contato com duas bandas que conhecia: Crowded House e INXS. Chris Murphy, empresário do INXS, tinha uma gravadora, a RooArt, para ajudar artistas indígenas australianos e Doyle começou como estagiária. Não muito tempo depois ela tinha trocado o escritório pela estrada mais uma vez, só que desta vez, a vida na estrada não era muito confortável.
"Kim Frankovich foi trazido para dirigir a gravadora e continuou me mandando em turnê com essas bandas em pequenas vans", lembra Doyle. "Havia uma banda que eu trabalhei, chamada Screaming Jets e seu lema era "fazer rock por aí com o pau para fora". Eu entrei em um telefone público e telefonei para Kim e pedi para ir para casa. Ela diria que não e desliguei o telefone."
Doyle reconhece que ela tinha sido estragada com a experiência de turnês do U2 "elegantes e agradáveis", mas ela não se arrepende de ter dado um passo para trás em turnês que se assemelhavam mais de perto da realidade para a maioria das bandas.
"Eu era muito mimada na Principle. Eu teria sido uma pessoa muito segura e monótona. A Austrália abriu minha cabeça, me deu novas experiências. Eu amo a variedade."
Sydney à fez sentir longe de casa. Com isso, Paul McGuinness telefonou novamente e Doyle teve de considerar sua posição.
"Você tinha que assistir o noticiário para saber o que estava acontecendo, não havia e-mails, cartas. Meu melhor amigo, meu pai, havia morrido e aquilo me nocauteou, na verdade eu perdi um pouco aquela coisa de lar."
Com isso, ela estava na turnê Zoo TV do como uma assistente de gerenciamento de banda e assistente pessoal da banda.
"Juntar estes dois trabalhos – eu era a última a ir para a cama e a primeira a estar em pé pela manhã. Foi o tempo em que havia muitas Supermodelos, havia todos aqueles links por satélite de Sarajevo. Foi loucura, loucura, brilhante, mas foi hardcore alguns anos. Em um ponto fora da turnê, minha mãe me encontrou tendo um sonambulismo, segurando no corrimão com um walkie-talkie imaginário orientando as pessoas, e assim era o meu estado mental naquele período."
Ainda na casa de seus 20 anos, Doyle foi procurada pela MTV Europe para trabalhar em seu departamento de relações e se mudou para Londres.
Em 1998, foi oferecido para ela ser promovida e cuidar também do departamento do Reino Unido e Irlanda, mas Paul McGuinness veio procurá-la mais uma vez. Tudo mudou mais uma vez.
"Eu escolhi voltar para a Irlanda e trabalhei para o U2 novamente por mais dois anos. Conheci um cara, descobri que estava grávida e tive meu filho (Ned agora tem 19 anos). Seis semanas depois, eu fui demitida e fiquei em Dublin. Eu não acho que a Popmart Tour foi tão rentável para eles. Foi uma produção muito grande."

Do site: The Irish Times

quarta-feira, 22 de março de 2017

U2 confirma: não haverá novos shows marcados para a 'The Joshua Tree Tour 2017'


Em vídeo para os assinantes do U2.COM, a banda respondeu mais algumas questões sobre os 30 anos de 'The Joshua Tree', gravadas no dia da transmissão do Facebook do grupo, e Bono afirmou: NÃO haverá mais datas marcadas da turnê 'The Joshua Tree 2017', então o resto do mundo assistirá a continuação da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE quando o disco 'Songs Of Experience' for lançado!

"Eu mal posso esperar por esses shows. Gostaria que houvessem mais deles. Originalmente, havia 10, então foi para 20 porque tínhamos que ir para a Europa. Mas há tantos lugares no mundo que não chegamos e isso é uma merda. Mas, vamos chegar nestes lugares quando 'Songs Of Experience' for lançado, o que não irá demorar muito. Estamos no estúdio em Nova York tentando finalizar o disco, e estamos empolgados com o material novo."

Outra revelação: The Joshua Tree será tocado em sua sequência original na turnê 2017 do disco!

Agradecimento: @U2

Segredos Revelados: Daniel Lanois e as gravações em Fez do material para 'No Line On The Horizon' do U2


A associação do artista e produtor Daniel Lanois com o U2 começou em 1984, quando Brian Eno e ele ajudaram a reinventar o som da banda em 'The Unforgettable Fire'. Desde então, Lanois e Eno já trabalharam em álbuns clássicos do U2 como 'The Joshua Tree' (1987), 'Achtung Baby' (1991) e 'All That You Can't Leave Behind' (2000). Em 'No Line On The Horizon' de 2009, uma de suas contribuições foi incentivar a banda a trabalhar em Fez, Marrocos, em maio e junho de 2007.

"Nós fomos para lá porque queríamos estar em uma encruzilhada espiritual e nós sentimos que Fez tinha isto a oferecer, musicalmente. Pensamos nisto como uma espécie de Meca. Queríamos estar em uma localização geográfica que foi preenchido com muita música, e que não têm as presas habituais do negócio da música e expectativas. O que isto tem a ver em ir para um país muçulmano? Não falamos sobre isso. Falamos sobre terreno de reciprocidade. Acho que há algo de antigo naquele local que fica em seus ossos. E acho que é uma boa inspiração para a música se basear em fontes históricas. Sim, você pode ouvir música a partir dos anos 80, os anos 70 e talvez nos anos 60 e acho que algum tipo de mimetismo irá atendê-lo. Mas por que não olhar para trás em mil anos e ver o que vem a caminho?
Alugamos um Riad, que é um grande edifício com um pátio aberto, levando um caminhão de 18‑rodas cheio de aparelhagem do U2 de Dublin e montamos no pátio. O caminhão tinha cerca de oito racks de aparelhagem para Edge, um pedal de um guitarra para mim, um microfone para Bono, bateria para Larry e um monte de material para gravação. Nós gravamos com o Radar. Eu recomendo, é uma grande máquina. O Riad tinha uma espécie de telhado automático que pode ser aberto, então pudemos tocar à céu aberto, que é altamente recomendável. O pátio funcionava como um sistema de ventilação antigo; as fugas de ar quente e as paredes fornecem sombra. O convite da banda para eu co-escrever as músicas foi muito amável e muito doce. O fato é, nós tocamos bem juntos, Eno, U2 e eu, e o começo dos trabalhos em Fez foram muito produtivos. Apenas algumas semanas de gravação nos forneceu muitos começos de músicas fascinantes, belas paisagens, momentos isolados e poesia. Estava tudo lá. Era como uma colheita."

Produtor conta detalhes das gravações em Red Rocks para 'Under A Blood Red Sky'


Malcolm Gerrie é o produtor do vídeo de 'Under A Blood Red Sky', e conta com detalhes como aconteceram as filmagens e tudo o que se passou nos bastidores. Na época ele era produtor do programa da TV britânica The Tube, onde o U2 se apresentou várias vezes, e onde o vídeo a princípio o vídeo seria mostrado.

"Inicialmente era pra ser uma vídeo de 15 minutos dentro do programa normal (The Tube), e então, como o vídeo se transformou em algo histórico, tivemos que mostrá-lo completo. Foi histórico por causa do que aconteceu naquela noite. O tempo estava muito ruim, como se os céus se partissem. Os raios formavam um arco de uma coluna de caixas de som para a outra. Se isso os atingisse, eles estariam mortos. Barry Fey, o promotor dos shows, olhou aquilo e disse "Não dá. Esqueça. Vou mandar o público embora." E então a banda estaria ferrada, basicamente, porque eles haviam colocado todo seu dinheiro nisso. Eu não teria um show para a TV, então também estaria ferrado. Nós todos estaríamos. Era um desastre. Paul estava ao telefone, tentando conseguir outro local para o show, e me pediu se nós podíamos manter toda a equipe. Nós tínhamos um helicóptero com um ex-piloto do Vietnã completamente pirado, voando, com nosso cinegrafista a bordo, através das chamas. No fim foi assim: esqueça o clima. Então o que aconteceu foi a atmosfera especial de tudo isso: aquela bruma desceu e nós conseguimos segurar metade do público, e a luz...algo realmente muito estranho aconteceu com a luz e o fogo, você sabe, e a coisa toda simplesmente assumiu uma qualidade etérea, mágica, que você não conseguiria reproduzir com efeitos especiais ou filtros.
Existem duas coisas extraordinárias a respeito do U2. Número um, eles foram provavelmente a mais inteligente, articulada e determinada banda que eu já conheci. Número dois, eles tinham um dos mais inteligentes e investigativos empresários de qualquer banda que eu já conheci, e a essas alturas eu já conheci vários. Não há nenhuma diferença entre eles naquela época e agora. Paul dirige a banda de uma forma inteiramente profissional, mas com um toque humano. Isso quebra todas as regras, porque, enquanto eles são dirigidos como uma máquina bem azeitada, no coração dessa máquina existe um coração de verdade. Eu já fiquei na casa de Bono, já frequentamos juntos os mesmos aviões e clubes, e quando ele me encontra em um show deles ele corre até mim e me abraça e roda comigo como um filho perdido há muito tempo. Eu sei que ele faz isso com um monte de gente. Isso é lealdade com um L maiúsculo, e o resultado disso é que eles conseguem tudo e qualquer coisa das pessoas. Eu farei qualquer coisa pelo U2, porque, além do nível profissional, eu os considero como amigos. Eles são pessoas fantásticas, e a música deles é simplesmente brilhante.
O número de vezes que eles já se reinventaram! Meu trabalho é juntar música e imagens, e ninguém desde o Pink Floyd fez o que eles fizeram em termos de produção de palco. Não há ninguém que os alcance. Ninguém chega perto deles no que se refere aos seus shows, em termos de ambição, risco, perigo e estar adiante do seu tempo. A televisão é 100% histórias: novelas, dramas, corações partidos, tragédias, histórias de amor, e o U2 representa tudo isso, porque a música deles e suas crenças e a forma como eles as apresentam são histórias fantásticas. Então, egoistamente, do ponto de vista de um produtor de TV, isso é o maná do paraíso, porque você sempre, sempre, sempre - 100% das vezes - vai conseguir alguma mensagem fantástica de Bono. Você vai conseguir do Paul McGuinness um ponto de vista extremamente lúcido e inteligente e frequentemente controvertido. Você vai ter uma percepção sincera do Edge. Você vai ter uma declaração totalmente pé-no-chão, direta e corajosa do Adam e do Larry. E sempre vai haver alguma história.
Se você pudesse criar um modelo/check list de banda ideal para um produtor de TV, em que se marcaria todas as opções nos quadrinhos - controvérsia, política, música fantástica, espetáculo, dominação mundial - você chegaria ao U2. Há certos indivíduos que chegam perto, mas você tem que pensar muito em quais seriam eles. Como banda, eu acho, eles são únicos a esse respeito."

Do livro U2 Show - Tradução de Maria Teresa

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