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domingo, 30 de junho de 2019

Bono diz que não é tão simples ir e cantar "One" e "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of" devido a delicadeza dos temas


No ano 2000, o U2 participou de um chat da AOL pelo lançamento de 'All That You Can't Leave Behind', e Bono fez a introdução:

"Cead mile Failte! É do gaélico antigo ... cem mil boas vindas no ciberespaço! Bem, isso é um salto na profundidade.
Neste novo álbum, o que estamos tentando fazer é combinar grandes ideias expressando pequenas situações. O melhor rock and roll parece ter os dois. Ambos, superficialidade e profundidade nas mesmas frases.
Nosso sentimento "Tangled Up In Blue" de Bob Dylan, "Hound Dog" de Elvis Presley e "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana, no que diz respeito ao significado, a fim de cantar essas músicas, posso dizer-lhe que algumas das notas musicais são muito altas, e para cantá-las você tem que entrar na música, você tem que viver a música, respirar sobre o que a música é antes de você poder cantar.
Uma música como "One" não é tão fácil em apenas apresentá-la. Leva você a um lugar problemático. Uma música como "Stuck In A Moment You Can't Get Out Of" no novo álbum, é a mesma coisa. É uma canção pop sobre suicídio, e não é algo que você pode encarar com leveza".

sábado, 29 de junho de 2019

Dueto da ZOOTV inspirou performance do Barão Vermelho


No ano de 2005, Cazuza voltou a cantar com o Barão Vermelho 20 anos após deixar a banda e 15 anos após sua morte. O "milagre" aconteceu na gravação do DVD MTV ao vivo no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Roberto Frejat dividiu o vocal de "Codinome Beija Flor" com um vídeo de Cazuza projetado no telão, em momento de grande emoção num show de casa cheia vibrante e antológico.
O baterista Guto Goffi contou que a primeira ideia de colocar o Cazuza veio do tecladista Maurício Barros. Todos gostaram, lembrando de exemplos como o do U2 com Lou Reed em "Satellite Of Love" na turnê ZOOTV, de Natalie Cole com o pai, Nat King Cole em "Unforgettable" e aí decidiram fazer como uma homenagem ao primeiro vocalista no 15º ano de sua morte, ocorrida em julho de 1990.
"Foi uma maneira de representar melhor a nossa história. Temos os dois vocalistas da banda dividindo um vocal pela primeira vez e acompanhar ele cantando de novo foi muito legal, emocionante. Escolhemos esta música porque não podia ser mais Cazuza e também é uma parceria com o Ezequiel, uma maneira de prestigiar um amigo" - disse Guto, referindo-se ao jornalista e produtor Ezequiel Neves, que descobriu a banda.



Como surgiu para o U2 a ideia em disponibilizar gravações de shows através de seu site oficial


No ano 2000, o U2 participou de um chat da AOL, e uma pergunta foi: "com artistas como o Pearl Jam fazendo gravações de sua turnê europeia e disponibilizando para compra, haveria alguma chance de o U2 fazer algo na mesma linha, com gravações de shows futuros ou passados disponibilizados para os fãs?"
The Edge respondeu: "Eu acho que podemos usar a Internet para disponibilizar nossos shows, porque é uma maneira muito democrática de entrar em contato com a comunidade de fãs e nós vemos isso como uma ótima oportunidade para fazer isso. E assim, no U2.COM, acho que poderíamos disponibilizar nossos shows. Nós nunca tivemos um problema com bootlegs ou pessoas gravando nossos shows para uso próprio. Nosso problema sempre foi pessoas arrancando dinheiro de nossos fãs com gravações inferiores que eles vendem a preços exorbitantes. Então...."
Bono pergunta se pode interromper. "Edge mencionou a palavra "fãs". E quando eu era criança, se ouvisse uma estrela do rock usar a palavra "fãs", eu costumava ficar chateado. Isso me incomodava um pouco menos do que a palavra "crianças". Mas "fãs" na definição do U2 da palavra é o lugar mais positivo para se estar. Nós, eu, Edge, Adam, Larry, somos fãs da música. Nós somos fãs de Johnny Cash. Nós somos fãs do The Clash. Nós somos fãs do Nirvana. Somos fãs da beleza onde quer que você possa encontrá-la, nos lugares mais inesperados. Eu acho realmente incrível e generoso aplaudir o trabalho de outra pessoa. E essa é a nossa definição de "fã"."
Edge: "Exatamente".

sexta-feira, 28 de junho de 2019

U2 Cover de São Paulo: a responsável pela inacreditável onda de bandas covers no Brasil



No final dos anos 1980 e início dos anos 1990 no Brasil, as bandas covers fizeram um enorme sucesso.
No livro 'Dias de Luta: O rock e o Brasil dos anos 80', uma passagem diz: "O circuito de rock tornara-se tão esquizofrênico que teve início, especialmente em São Paulo, uma inacreditável onda de bandas covers. A maior delas, U2 Cover, tinha um cachê mais alto que o Nenhum De Nós".
Mais conhecida como U2 Cover de São Paulo, a banda traz no vocal Everson Candido, ex-locutor da 89 FM.
Para o site Mais Goiás, Everson explicou em detalhes o surgimento da banda:

"Em 1989, teve uma casa noturna em São Paulo que fazia um evento quarta-feira sim, quarta-feira não, e o evento era uma homenagem a uma banda específica. Teve banda Genesis, Queen, e era sempre com bandas conhecidas, por exemplo, o RPM fez uma homenagem pro Genesis, o Ira fez pro The Who, e por aí vai. Coincidiu de uma quarta-feira que teria esse evento de ter uma homenagem ao U2, mas não tinha uma banda. O critério era que fosse uma banda com estilo parecido ao da banda homenageada, e na época eu era locutor de rádio em São Paulo e fã declarado do U2. Eu falava no ar que era fã da banda, e o cara me chamou para cantar, montar uma banda só para aquela noite e fazer uma homenagem ao U2. Eu falei "você tá louco, eu só canto no chuveiro" e ele dizia, "não, monta, vai ser legal, vou chamar uns amigos", e aí foi. Juntei uma galera, ninguém era músico profissional, e fizemos essa noite de homenagem ao U2. Foi um sucesso, com a casa lotada, muito legal. Um cara de Curitiba que tinha uma casa noturna adorou a ideia e chamou a gente para tocar lá também, e aí não paramos mais.
O público que nos chamava de U2 Cover, por causa da Noite Cover da Dama Xoc, uma casa que ficava em Pinheiros e nem existe mais. Foi aí que a gente foi arrumar roadie, técnico de som, empresário, e começamos a viajar o País todo. Todo mundo adorou a ideia de uma banda que só tocasse U2, as casas de show adoraram porque era uma atração diferente. Outras bandas surgiram por causa dessa ideia e começaram a fazer de tudo: Bon Jovi Cover, Cazuza Cover, Raul Seixas Cover, começou a aparecer um monte de coisas por causa dessa onda que surgiu sem querer com a gente. Isso foi em maio de 1989, e dessa formação original só estou eu – desde 10 de maio de 1989, que é o aniversário do Bono. O show foi feito no aniversário dele, e tem até uma lenda que corre por aí que a gente tocou no aniversário do Bono. Foi no dia do aniversário, mas não no aniversário dele. E é engraçado, porque no mesmo dia, na noite em que a gente estava tocando, nasceu a primeira filha do Bono, a Jordan, e a gente brinca que somos a segunda filha do Bono.
Muita gente falou, "nossa, você é parecido demais, você tem o estilo igual o do Bono, sua voz é muito parecida" e blá blá blá, mas isso é uma coisa meio sem querer. Foi uma ideia do dono da casa me chamar porque eu era fã, e eu acho que, por ser fã, de tanto você ouvir o cara cantando, acaba pegando o trejeito vocal do cara, e talvez seja isso. Não é bem um trabalho, é mais por diversão. Acho que antes de tudo eu sou fã do U2. Lógico que nós fomos nos profissionalizando, o tempo foi passando, você vai melhorando na técnica, no show, no repertório.
Moro em Goiânia, mas sou de São Paulo. Por isso a gente é conhecido como o U2 Cover de São Paulo, porque viajando tanto pelo País a gente acabou criando um circuito, que onde a gente ia alguém dizia "nossa, vou montar uma banda cover do U2 também". Onde passamos, acabamos deixando uma sementinha. Mas nós fomos a que começou.
Uma vez nós abrimos para o Ira! em uma praia em Fortaleza com 25 mil pessoas. Também já tocamos na porta do Pacaembu para 35 mil pessoas em um dia que teve greve dos ônibus. Já fomos no Faustão duas vezes, no Jô, no programa da Ana Maria Braga, no programa do Ronnie Von, já tivemos uma matéria sobre a gente na antiga MTV, no auge do canal. Já fomos capa da Ilustrada, o segundo caderno da Folha de S. Paulo, sobre o boom das bandas covers, e tinha foto da gente de meia página falando sobre a banda.
Tocamos em Lisboa, em Portugal, e também na Argentina, na Bolívia várias vezes, no Paraguai, na Colômbia. A gente já recebeu convite para tocar na Espanha e no Panamá, mas infelizmente não deu certo. Mas é engraçado porque, puxa, uma banda do Brasil, e cover de uma banda irlandesa? E quando a gente mostra o vídeo as pessoas falam "nossa, que legal, parece mesmo". Uma coisa que é importante salientar é que eu não sou uma caricatura do Bono. Não vou fingir que sou o Bono, e o cabelo é igual, a roupa é igual. Não é uma caricatura. Não é uma paródia, é o Everson cantando coisas que ele gosta, fazendo uma homenagem à banda que ele gosta. É claro que a roupa tem que ser parecida, o cabelo, os óculos, para quem estar assistindo fazer parte da viagem com a gente. Não posso subir no palco parecido com o Raul Seixas, não adianta. Mas a intenção não é fingir que sou o Bono, não estou fingindo que não sou ninguém. E as pessoas perceberam isso. Em Portugal, veio gente conversar comigo da Áustria, da Alemanha, de Israel, da Espanha, turistas que estavam nos assistindo no Hard Rock Café e eles piraram.
A gente já passou por umas coisas que, quando se faz uma retrospectiva, eu penso, nossa, isso é muito legal. Agora a banda está mais sossegada, lógico que esse movimento todo passou, não é mais tão novidade e a gente ficou mais seletivo também. Não tocamos mais toda semana, damos um tempo para as nossas profissões.
O que eu mais gosto na banda é que ela me dá a oportunidade de sentir o que o Bono sente quando está tocando determinada música, e para mim, como fã, isso não tem preço. Eu consigo ver o lado de lá. Naquele momento, as pessoas estão olhando para mim e é como se eu estivesse ao lado do meu ídolo, e sentindo o que as pessoas sentem quando a música é tocada.
Todos os shows que o U2 tocou no Brasil e na América Latina, a gente sempre vai junto, e é uma lição de casa. A gente fica observando cada detalhe, falando, olha, que legal o que eles fazem nessa parte. E agora com internet fica muito mais fácil de aprender como se portar, ou que música emendar com qual música, e qual o significado de cada música dentro do contexto de cada show. Não é uma coisa jogada, vamos tocar essa, essa e essa. Tem toda uma discussão, por causa do tema da música, tem toda uma história subjetiva que é contada no show. Nós observamos muito isso e acho que a galera que vai no show do U2 percebe isso, a gente tenta respeitar também as coisas subjetivas para quem é fã".

Como Bono utilizou uma ideia vinda da Terra Santa para a Vertigo Tour do U2


No ano 2000, o U2 participou de um chat da AOL e foi perguntado se "o U2 poderia fazer um show beneficente na Terra Santa. Como vocês se sentem em relação a essa parte específica do mundo? Vocês acreditam que um concerto atualizaria os problemas das pessoas?"
Bono respondeu: "Não. Nós não estaremos tocando nenhum concerto beneficente em qualquer lugar no momento. E não podemos presumir que qualquer concerto ou qualquer coisa musical seria uma solução para o que está acontecendo no Oriente Médio".
Edge tomou a palavra: "Eu gostaria de saber quem nós estaríamos beneficiando, se fôssemos fazer uma coisa dessas".
Bono continuou: "Eu poderia ser capaz de ajudar. Há uma ideia vinda da Terra Santa que quando os problemas aliviam, que deve haver uma Festa de Abraão, porque Abraão é o patriarca das três diferentes tradições do Oriente Médio - os Muçulmanos, os Cristãos e os Judeus. Eu acho que isso é fantástico - uma ideia fantástica. Como o St. Patrick's Day para todos naquelas três tradições. Parece meio ridículo. E quando você vê o ódio que está nas ruas agora. Mas você sabe, música, pintura e cultura são muitas vezes as primeiras a unir pessoas, mesmo antes da política. Se você olhar para o que aconteceu com Elvis Presley no sul dos Estados Unidos, perceberá que o rock and roll ajudou a unificar o preto e o branco. Ele trouxe o preto e o branco mais perto do que os políticos. Porque, você sabe, as pessoas que crescem com a música percebem mais profundamente do que as pessoas que crescem na política que somos "um, mas não o mesmo"."
Bono utilizou essa "ideia fantástica" na turnê seguinte do U2, a 'Vertigo Tour' de 2005/2006.
Ele explicou no livro U2 BY U2: "Uma amiga minha, Emily B, tinha tropeçado nesse grafite, COEXIST, com a lua islâmica como o C, a estrela de Davi como o X e a cruz do Cristianismo como o T. Depois descobrimos que era uma invenção de um artista polonês, Piotr Mlodozeniec".
Piotr Mlodozeniec criou o logo no ano de 2001, como resposta ao ciclo de violência em algumas regiões de Jerusalém.
A união desses símbolos numa só palavra, "COEXIST", sugere a ideia de convivência pacífica entre as religiões abraâmicas. Tal convivência pressupõe o respeito às crenças e aos preceitos das outras religiões sem o abandono ou sincretismo dos mesmos.
O logo foi divulgado mundialmente por Bono, durante os shows da turnê de 2005/2006.
Durante a performance de "Sunday Bloody Sunday", Bono cantava: "Jesus, Jew, Mohammed it’s true. Oh father Abraham what have we done. Oh father Abraham speak to your sons".

Paul McGuinness: "Eu acho que se eles descobrirem que estão se repetindo ou se estabilizando, eles provavelmente vão querer parar"


No ano de 2001, o empresário Paul McGuinness concedeu uma entrevista para a publicação musical do Reino Unido 'Music & Media', e comparou o U2 a atletas olímpicos veteranos que "continuam retornando e vencendo" e não têm a intenção de entregar seu título a "alguns jovens que pensam que têm direito".
Naquele momento, McGuinness disse que não via ameaça à indústria da música a partir de downloads digitais gratuitos.
"Acho que o negócio de discos como um todo tem sido lento a adotar a tecnologia e é um problema para eles reclamarem agora que a tecnologia está funcionando antes de descobrirem como recolher dinheiro disso. E francamente não estamos esperando por eles - nós adotamos a tecnologia. Tenho certeza de que os interesses investidos - os majors - vão descobrir uma maneira de coletar da Internet ao longo do tempo. É importante notar que as vendas de discos continuaram a aumentar com este período supostamente catastrófico para a indústria. Isso me lembra de quando a indústria executou aquela campanha realmente estúpida nos anos 80 - a gravação caseira está matando a música. Eu não estou preocupado com isso. Nosso trabalho é tornar a música excitante e divulgá-la para as pessoas".
Defendendo a Internet, ele elogiou a rede de sites não-oficiais do U2 em todo o mundo - enquanto observou que ele também estava impressionado com o atraso do U2.COM
Sobre o atraso no lançamento do próprio site da banda, ele disse: "Eu estava esperando que alguém assumisse as despesas consideráveis. Também havia uma enorme rede de sites não oficiais muito bons com os quais continuaremos a trabalhar. O U2 tem mais sites não oficiais do que qualquer outro artista, então quando nós vamos montar um próprio nosso, ele realmente tem que ser muito bom e eu acho que o novo site é muito bom ... nós temos um site maravilhoso e está se tornando uma parte muito importante de nossas atividades".
Ele considera o sucesso daquela fase da banda como o auge de sua carreira não apenas porque o álbum alcançou o primeiro lugar em muitos países, mas também porque ninguém estava ficando mais jovem.
"Eles estão todos com 40 anos agora - estou prestes a completar 50 anos - e todos nós estamos fazendo isso há mais de 20 anos, então é um pouco como aqueles atletas olímpicos que desafiam a todos - um pouco como o fenômeno Steve Redgrave - continua retornando e ganhando. E se há um título, estamos nos apegando a ele. Certamente não vamos entregá-lo a alguns jovens que pensam que têm direito. O clichê costumava ser que a música pop era música de jovens. Isso obviamente não é verdade. É parte da cultura de uma forma muito enfática e em um sentido mundial e eu não acho que isso vai mudar. Eles trabalham mais duro agora do que eles já fizeram e eles estão fazendo a sua melhor música agora. Eu acho que se eles descobrirem que estão se repetindo ou se estabilizando, eles provavelmente vão querer parar. Mas é a competitividade e também a satisfação que eles têm de fazer um grande trabalho e que eu recebo de gerir o processo. Essa é a melhor coisa".

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Segredos Revelados: a decisão de não creditar Bono em canção do The Chieftains


The Chieftains é um grupo formada em 1963 que faz música para irlandês ouvir. Exploram canções do folclore celta (povo indo-germânico que ocupou a atual Irlanda e Escócia), executadas com os instrumentos tradicionais (violinos e gaita de foles).
Em 1995, lançaram seu 31° disco, 'The Long Black Veil'.
Bono contribuiu com vocais para a faixa "The Long Black Veil", mas em uma estranha reviravolta, ele não é creditado no álbum. Mick Jagger gravou vocais e é ouvido e creditado.
Algumas gravações aconteceram no lendário Windmill Lane Studios. A história que se sabia era que Bono estava ao redor dos estúdios um dia e apareceu na sessão de gravação, e registrou alguns vocais que seriam colocados em cima dos de Mick Jagger na faixa. Foi feita uma tentativa de usar os vocais de Bono em harmonia com Jagger, mas essa ideia foi descartada quando foi descoberto que não funcionava bem.
No livro 'The Chieftains: The Authorised Biography' de John Giatt há uma passagem que revela:

"Paddy Moloney começou o árduo trabalho de mixar faixas do novo álbum no Westland Studios. Uma noite, Bono do U2 entrou no estúdio para fazer um overdub na faixa vocal de Mick Jagger para "The Long Black Veil". Bono escutava The Chieftains enquanto crescia em Dublin e era um fã de longa data com uma enorme admiração pelo grupo.
Bono disse: "Eu ouvi uma história que na Nigéria (acho que foi na Nigéria) durante um dos seus muitos golpes, as forças rebeldes assumiram uma das estações de rádio nacionais e tocaram The Chieftains juntamente com diversos artistas africanos. Se isto é verdade ou não, é esta conexão entre a música irlandesa e africana que faz os menestréis de Paddy Moloney tão vitais para mim, tão fora do norte da Europa, tão antigos, primitivos - e ainda assim o som do futuro. Seis homens muito perigosos. Leste do Eden. Não é de admirar que sejam populares na China, eles assustam a merda do anglo-saxões".
Mas quando Moloney ouviu Bono cantando seu dueto com Mick Jagger, ele sentiu que não funcionava e diminuiu seu vocal no mix, embora a voz do cantor irlandês ainda estar lá. "Acho que o que ele fez naquela noite foi bastante experimental", disse Paul McGuinness, empresário do U2. "Era uma forma elaborada de entoação e nós certamente não sentíamos que era justo descrevê-lo como um dueto com Mick. Então, preferimos não creditar. Eu senti que certamente não teria sido justo para os fãs do U2 dizer a eles que Bono estava na faixa".
Paddy Moloney disse que a voz de Bono adicionou textura embora fosse quase inaudível. ""Bono não ficou bravo com isso e eu concordei", disse Moloney. "Quando nós, irlandeses, nos reunimos, sabemos o que é bom e o que é ruim".

As fotos de Bono e U2 na exposição e leilão de caridade Hogie's Heroes


U2 e Bono estão entre o grande número de estrelas capturadas pela lente do fotógrafo de celebridades Dave Hogan.


Comemorando os 40 anos de seu trabalho, no ano passado aconteceu a exibição e leilão de caridade chamada Hogie's Heroes, trazendo muitas fotografias inéditas.



A exposição aconteceu na Trafalgar St. James, e na sequência houve um leilão para ajudar a Teenage Cancer Trust, a Haven + London e a Cancer Research UK, com várias gravuras personalizadas assinadas pelas próprias celebridades.
Depois de trabalhar com Dave Hogan por mais de 18 anos em vários eventos importantes no tapete vermelho, Chrissie Ferber da Concorde Media se aproximou de Dave para mostrar suas imagens para arrecadar fundos para suas 3 instituições de caridade escolhidas.
Depois de muitas semanas pesquisando 40 anos de seu trabalho, Dave acrescentou: "Eu tenho sido extremamente privilegiado por trabalhar com heróis icônicos incríveis ao longo dos 40 anos de minha carreira e estou ansioso pelos próximos 40!".
Sir Bob Geldof citou que "Big Dave tem sido uma figura onipresente em todos os eventos sociais / políticos / artísticos em Londres nos últimos 40 anos. Suas magníficas fotografias tanto do momento atual quanto de seu estúdio contam as histórias do nosso tempo para o bem ou para o mal. Não conheço ninguém que não goste do Dave e não respeite o seu ofício / arte e, mais importante, não respeite-o como pessoa. Um homem muito bom que contribuiu imensamente e magnanimamente e continuamente para o Band Aid / Live Aid usando sua grande habilidade para o benefício dos outros. Ele é um excelente fotógrafo".


Piers Morgan acrescentou: "Eu voei ao redor do mundo com Dave no final dos anos 80 e início dos anos 90, entrevistando as maiores estrelas do mundo, e ele foi o melhor fotógrafo showbiz de todos - trabalhando duro, um fotógrafo brilhante e sempre com um olho afiado para uma grande história ou imagem".
Uma das fotos foi tirada para o concerto '46664 - Give One Minute Of Your Life To AIDS' em Capetown, em 29 de Novembro de 2003.


Bono e The Edge posaram para um retrato em um estúdio promovendo o concerto que beneficiou a Fundação Nelson Mandela e a luta contra a AIDS na África. Foi um dos maiores eventos de rock já realizados na África e também o evento de mídia mais distribuído na história, com uma audiência potencial de mais de 2 bilhões de pessoas em 166 países.

Uma performance marcante de "Surrender" na Califórnia em 1983


Márcio Fernando, músico, fã do U2 e colaborador, escreve:

"O ano é 1983, a data é 30 de maio, logo após o aniversário de Bono e o U2 toca na Califórnia na excursão pelos EUA depois do lançamento do álbum 'War'.
Quero comentar a música "Surrender", pois além de ser simples de tocar, é um rock contagiante, com pegada e energia de sobra.
Diferentemente da versão tocada em Red Rocks, "Surrender" começa sem erros do The Edge no início da música, também não há mudança no timbre da guitarra, pois na versão citada anteriormente, a guitarra havia mudado de timbre 3 vezes, o som da guitarra está perfeito, com volume, drive e batida perfeita.
Tudo indo muito bem e em 1:56, Bono bem à vontade, como de costume, vai até a beira do palco para perto do público e fica também perto dos fotógrafos e fala:
"Hey, got a picture, take it!" - (Ei, tire uma foto, tire!)
A partir daí ele improvisa uma letra ainda falando com os fotógrafos ali embaixo.
O curioso é o refrão, onde em Red Rocks os backing vocals são inexistentes e aqui eles são feitos quase que exatamente como no álbum 'War', e para minha surpresa, quem está fazendo é o Larry.
Eu fiquei procurando no vídeo o Edge fazendo isso, mas não havia microfone perto dele no momento em que ele toca seu Lap Steel, então uma câmera flagra um técnico junto ao Larry movendo um pedestal, posicionando o microfone para Larry e o retirando quando terminam os vocais.


Para ser honesto, eu não fazia ideia de que Larry tinha um alcance tão bom e fosse bem afinado.


Falando do Lap Steel, aquele som de 'guitarra havaiana', eu sempre ficava curioso como o Edge fazia com que o som do Lap Steel no final do solo ainda tocasse enquanto ele tocava guitarra, e foi então que em 3:08 eu notei que o Lap Steel fica inclinado e o Edge larga o SLIDE sobre as cordas e ele vem descendo ao londo do instrumento até o SLIDE cair no chão.


Aos 3:35, Bono pega carona numa grua e fica na mesma plataforma do camera man a mais de 10 metros de altura.


Muito mais 'seguro' ter feito isso do que ele costumava fazer anteriormente, em que ele escalava tudo o que tinha disponível com andaimes e ferragens do palco em sua volta.


O público fica enlouquecido, Bono e The Edge os fazem participar e cantar junto, é de arrepiar.
Foi a melhor performance de "Surrender" que já vi, onde eles não tinham medo de errar, tinham vitalidade e energia de sobra, foi isso que me atraiu no U2 e ter me tornado um fã fiel da banda quando ganhei em 1984, uma fita K7 de uma amiga com o 'Under a Blood Red Sky' gravado nela".

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Diretor de fotografia Sebastian Wintero verá novamente seus trabalhos na 'The Joshua Tree Tour 2019'


O diretor de fotografia Sebastian Wintero colaborou com o diretor Anton Corbijn em visuais para a 'The Joshua Tree Tour 2017' do U2, que serão vistos novamente na parte 2019 da turnê no final deste ano.






Sebastian comenta: "A espinha dorsal visual do turnê de aniversário de The Joshua Tree deveria ser uma narrativa de filmes, um para cada música, com um forte comentário político às discussões sobre o muro da fronteira americana. Durante uma semana, viajamos pelo norte da Califórnia, para captar as vistas e os elementos dos locais emblemáticos que foram imortalizados pela banda e Anton Corbijn para o álbum. Zabriskie Point, Joshua Tree Park, etc.
O design do palco da turnê era simples, mas massivo. A banda, contra uma tela LED ao fundo de 200 pés de largura com mais de 7K de resolução e uma proporção widescreen personalizada de 1:4,5. Essa foi nossa tela de pintura, um grau intimidante de clareza e exposição a cada detalhe do frame".
Os visuais foram produzidos por Saul Germaine / Serial Pictures. Sebastian gravou com o exclusivo sistema de câmera ALEXA 65 da ARRI.





Paulo M. de Andrade trabalhou na Rede Globo de Televisão como roteirista, diretor e editor e também escreveu sete longa metragens do grupo Os Trapalhões. Em 1991, abriu uma produtora nos EUA.
Ele escreveu sobre a ALEXA 65 da ARRI: "Uma câmera com sensor maior que o de um negativo de cinema 65mm. A ARRI Alexa 65 é mais uma prova de que a tradicional fabricante alemã de câmeras de cinema está mais focada na qualidade.
30 anos atrás a Arriflex 765, uma câmera de película que utilizava negativo 65mm, era usada pela primeira vez nas filmagens de O Pequeno Buda. O formato 65mm era mais conhecido como 70mm, pois as cópias de projeção em película eram mais largas (70mm) para acomodar as pistas magnéticas de som multicanal. A qualidade era algo fantástico e, quem teve a sorte de assistir uma boa projeção em 70mm, pode considerar-se um privilegiado.
O formato foi utilizado em mega produções clássicas como Ben Hur, 2001 Uma Odisséia no Espaço, Lawrence da Arábia, Oklahoma, A Volta ao Mundo em 80 Dias, West Side Story, A Noviça Rebelde, Grand Prix, e vários outros. Consistia em um negativo com 65mm de largura para obter uma área de captação bem maior do que a de um negativo Super 35mm. Além de exigir câmeras especiais, também exigia projetores dedicados ao formato. A grande barreira para o formato, consequentemente, era seu alto custo pois tudo era bem mais caro.
O formato 65mm também era utilizado na produção de filmes IMAX, sendo que o negativo rodava horizontalmente na câmera (e também era projetado assim) para obter uma área de captação ainda maior. Só que gastava-se ainda mais negativo e o custo era enorme. A IMAX chegou a experimentar rodar e projetar nesse formato a 120 quadros por segundo e, de acordo com os engenheiros, era a imagem mais realista que eles já viram. No entanto, essa experiência não saiu dos laboratórios pois gastava-se 5 vezes mais negativo que o já caro formato IMAX e ninguém aguentou bancar uma produção desse tipo.
Se antigamente o custo do negativo tornou o formato um verdadeiro luxo para poucos, a versão digital do formato que a ARRI lançou acabou com pelo menos parte desse problema. Com o armazenamento digital reaproveitável, o custo fica menor e a quantidade maior de armazenamento e processamento.
A engenharia por trás dessa câmera revolucionária é fantástica, tipicamente alemã. A ergonomia é muito semelhante à das Alexa Super 35mm, com toda a robustez e confiabilidade associadas à melhor câmera de cinema digital do mercado. Mas o coração dela é, sem dúvida, o enorme sensor.
Com esse sensor a ARRI 65 possibilita um controle de distância focal absurdo, obtendo total separação entre o objeto principal e o fundo. Seguindo a tendência (muito bem sucedida, por sinal) da ARRI de separar qualidade de imagem de resolução, o sensor da nova Alexa tem cerca de 6.5K, oferecendo resultados melhores do que os de sensores 8K de outros fabricantes".

Anton Corbijn em 2005 citou a "jornada da inocência para a experiência" do U2


Dezenas de milhões de fãs do U2 estão intimamente familiarizados com seu trabalho, mesmo que não saibam seu nome. Anton Corbijn é responsável por todas as imagens mais emblemáticas do U2, de um castelo irlandês em 1984 para um aeroporto francês em 2001 - e todos os pontos no meio disto.
Desde que foi enviado para Nova Orleans para fotografar a banda para o jornal musical britânico NME em 1982, Anton fotografou o U2 em dezenas de locais e em centenas de shows.
"Eu não sei quantas sessões eu fiz com eles", ele disse em 2005. "Talvez cem. Não tenho ideia de quantas fotos eu tirei".
'U2 & I' é um registro fotográfico de 400 fotos que documenta duas décadas na vida do U2.
"Comecei a pensar em fazer o livro em 1995", lembra ele. "Mas eu fui dissuadido pela quantidade de trabalho que envolveria. Na época, eu só trabalhava com eles há 13 anos".
" Este é um livro sobre três coisas. Uma coisa é que você vê as pessoas envelhecendo, as pessoas que estão envelhecendo. A segunda é que você vê pessoas mudando na frente da lente: você vê a atitude do U2 mudando - como na diferença entre 'The Joshua Tree' e 'Achtung Baby' - que Bono chama de jornada da inocência para a experiência.
E em terceiro lugar, há o desenvolvimento do fotógrafo, mudanças no meu trabalho ao longo de 25 anos. Todas essas coisas me ocorreram quando eu estava fazendo este livro, que eram vinte e dois anos da minha vida. É por isso que continuei adiando!"
Sobre o relacionamento entre fotógrafo e banda, Anton disse: "Há um amor um pelo outro e também um querer que a outra parte faça o melhor. O U2 me empurrou para fazer coisas que eu estava relutante em fazer e eles estavam abertos aos meus erros, abertos ao meu desenvolvimento. Então, por exemplo, o desenvolvimento de 'The Joshua Tree' para 'Achtung Baby' surgiu porque Bono sabia o que eu estava fazendo com o Depeche Mode na época - todas as minhas coisas de cor e ele realmente apoiava isso. E com meus erros, ele sempre estava olhando para isso como uma experiência para aprender e de certo modo nós dois crescemos.
Cada assunto é único, mas quando eu trabalhei com o Depeche Mode, embora por um período muito mais curto, era muito mais intenso - não apenas tirando fotos, mas criando capas de discos, logotipos, camisetas, vídeos. Eu até desenhei o palco do show.
REM também trabalhei por muito tempo, e os artistas alemães Herbert Grönemeyer e Tom Waits também. Mas tudo isso é diferente do meu relacionamento com o U2, que é comparável apenas ao relacionamento que tive com o músico holandês Herman Brood nos anos 70 e 80. Eu tive a sorte de ter certeza de que Bono e Edge se encontraram com ele - ele morreu há três anos - e você verá no final do meu livro que também há um agradecimento a ele. Trabalhando com ele foi o modelo para trabalhar com o U2, senti como era bom trabalhar com as mesmas pessoas por um longo tempo".

Curioso é que Bono já chamava de "jornada da inocência para a experiência" a transição de 'The Joshua Tree' para 'Achtung Baby'. Isso se transformou na jornada do herói mostrada no intervalo da eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018.

Como Bono conheceu o Drivin 'N Cryin'


Randall Blazak (Professor de Sociologia, investigador de crime de ódio, criminologista, instrutor anti-viés, romancista, podcaster)

"Durante boa parte dessa vida, a música do U2 proporcionou uma trilha sonora de liberdade. No verão de 1986 voltei para Dublin (depois de trabalhar em Copenhagen por algumas semanas). O U2 estava gravando o álbum 'The Joshua Tree'. Eu estava me encontrando com Bono porque ele queria que eu o ajudasse a compilar um lançamento de bandas de rock americanas sem contrato para sua gravadora, Mother Records. (A compilação nunca foi finalizada, mas ele adorou a fita da banda do meu colega de quarto, Drivin 'N Cryin', e eles logo assinaram com a gravadora do U2, Island Records. "Randy, eu sou um fã do Drivin 'N Cryin'", - disse ele, agarrando em meus ombros.
No verão de 86, contei-lhe muito sobre minha vida amorosa desafiadora. Parte daquele verão eu passei com Sinead O'Connor em Londres, vendo-a raspar a cabeça pela primeira vez. Parte do meu coração estava nos EUA com a minha namorada que estava me deixando para uma vida em Paris. Eu tinha 22 anos e não tinha ideia de como o amor deveria funcionar.
Ele me disse que o novo álbum teria mais canções de amor e seria menos político em seus temas. A banda estava explorando mais cores de sua paleta sonora. Na primavera seguinte, eu estava dirigindo em Los Angeles quando ouvi pela primeira vez o produto final na rádio KNAC; "Where The Streets Have No Name", enquanto eu atravessava a Mulholland Drive no topo das colinas de Hollywood. O mundo se abriu abaixo de mim. A declaração musical definitiva dos anos 80 havia sido feita e refletia tudo o que eu estava passando naquele momento, procurando, correndo para ficar parado".

Drivin 'N Cryin' é uma banda americana de hard rock / southern rock de Atlanta, Georgia, Estados Unidos.
A banda foi formada em 1985 em Atlanta quando Kevn Kinney se juntou a Frank French no estúdio de gravação de Frank, 'Dragon Path Music' e começou a trabalhar em canções originais à noite e trabalhando às vezes na loja 'Far East Futon Company' de Frank, em Atlanta.
Kinney também se juntou a Tim Nielsen, que estava na banda popular chamada The Nightporters com o baterista Paul Lenz na época. Kinney tinha acabado de se mudar para a Geórgia vindo de Milwaukee e estava trabalhando em uma estação de tratamento de esgoto durante o dia enquanto tocava shows folks à noite. O nome da banda, Drivin 'N' Cryin', foi escolhido em uma das muitas músicas de Kevn que refletiam as duas direções de sua música.
Vários músicos, incluindo Frank French, acompanharam o trio nos primeiros anos. Eles assinaram contrato com a gravadora 688 Records, em 1986, depois de se tornarem uma das principais bandas de clubes de Atlanta. O primeiro álbum da banda, Scarred But Smarter, ajudou a banda a agendar muitos shows e mais tarde um contrato com a Island Records.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Como o vocalista que apresentava canções do U2 entrou para o Capital Inicial na década de 90


Fê Lemos, o baterista e fundador do Capital Inicial, contou em entrevista para Paulo Marchetti sobre a saída de Dinho e a entrada de Murilo Lima nos vocais na década de 90, que se apresentava com repertório do U2:

"Em fevereiro de 93, depois das férias, voltamos a ensaiar. Nessa época conseguimos um estúdio dentro de uma produtora de comerciais. Montamos nosso equipamento, mas sem o equipamento de voz. Então começamos a ensaiar sem o Dinho, pra sentir o estúdio e fazer algumas bases. Por volta de abril, mudamos de estúdio e fomos pra um que dava pra todos ensaiarem, com equipamento de voz e tudo. Quando mudamos, as coisas começaram a ficar estranhas, porque as músicas que tínhamos feito com Dinho, no final de 92, que ele mesmo tinha apresentado pra gente, ele não mostrou mais. Então começamos a tocar outras coisas, com letras que eu tinha feito e músicas do Flávio e do Loro. Ficamos lá ensaiando até o final de abril, quando o Dinho parou de ir aos ensaios. Nesse mesmo período, saiu uma nota no Jornal do Brasil, com foto do Dinho, dizendo que ele iria gravar um disco solo e nem a gravadora sabia disso. Juntei "A" com "B" e me toquei que aquelas músicas que ele tinha apresentado em 92, iria gravar em seu disco. A gente não queria esperá-lo gravar o disco dele pra depois gravarmos o nosso, então falamos que iríamos gravar sem ele.
Eu, Flávio e Loro conversamos e decidimos falar com ele. Nós queríamos gravar o disco, tínhamos esse objetivo e soubemos que ele não queria grava-lo. Aí o comunicamos que iríamos fazer o disco sem ele.
A decisão final rolou depois de um show, realizado em maio de 93, no Circo Voador. Nesse show ouve uma discussão no camarim por causa de uma música que incluímos no set list e que Dinho não queria cantar. A música era "I Wanna Be Your Dog" e ele não queria cantar porque não lembrava da letra, mas acabamos tocando e, depois do show, rolou um quebra pau no camarim. Isso foi uma coisa chata.
O clima estava ruim e, não sei se foi nesse show ou no outro show, mas fui no quarto do Dinho e perguntei: "E aí Dinho, você vai fazer o disco com a gente ou não?" e ele falou que não ia. Na mesma noite eu informei o Flávio e Loro da decisão do Dinho.
Como havia uma agenda a cumprir até junho, continuamos tocando e já de olho em um novo vocalista. Logo depois tivemos um problema com nossa empresária e resolvemos não trabalhar mais com ela. Avisamos o Dinho de nossa decisão, mas ainda haviam uns 4 shows e ele falou que, se ela não fosse, ele também não iria. Nisso já tínhamos achado o Murilo.



No dia seguinte da saída dele, fomos até a 89 FM para uma entrevista e lá bolamos a promoção "Quer ser o cantor do Capital Inicial", isso foi coisa do Loro. Choveu cartas e teve gente que mandou fotos vestindo apenas sunga (risos). Os shows com Dinho continuaram, mas já estávamos fazendo audição com algumas pessoas e, nesse processo, o Pipo, que hoje é o empresário do Charlie Brown Jr., nos apresentou o Murilo, que tinha uma banda chamada Rúcula e também já tinha cantado no U2 Cover.
Ele foi a um ensaio, falou que sabia tocar violão e perguntamos se ele sabia alguma música do Capital. Acabamos tocando "Kamikaze" e vimos que daria certo logo no primeiro momento".

Murilo Lima se apresentava na noite paulistana desde 1988. Na época, Murilo Lima de forma acústica apresentava boa parte do repertório do U2.
Até hoje em shows, Murilo canta U2.


Engenheiro de som Stacc Coll comenta sobre apresentações que esteve com o U2 nos anos 70


Em outubro de 1978, o U2 conheceu Joe O' Herlihy. A banda fez seu primeiro show como atração principal fora de Dublin no Arcadia Ballroom em Cork. Lá foram apresentados à Joe O' Herlihy, nativo de Cork, que se tornou à partir desta apresentação, o engenheiro de som da banda. Ele completou 40 anos de estrada com o U2.
Antes de Joe, um engenheiro de som chamado Stacc Coll (falecido) revela ter sido o primeiro a trabalhar com a banda (ele diz que de 1978 à 1980 continuou trabalhando nos shows).
Para o site Ghostown 1976, sobre a cena punk e new wave na Irlanda na década de 1970, Stacc fala sobre apresentações que esteve com o U2.

Abbey Inn, Tralee, 1978:

"A segunda noite foi mais do mesmo. Eles entraram na segunda parte como profissionais experientes. Era algo para se contemplar; quão rápido eles aprenderam. Foi uma época de muitas descobertas, como o Buda na linha de trás, Larry era o pilar de todo o edifício.
Nós dirigimos de volta para Dublin logo depois disto. A banda estava dormindo antes de estarmos perto de Limerick. A estrada para casa era eu e Phil (Kavanagh, manager do D.C. Nein) conversando, em silêncio, não por qualquer protocolo, mas por consideração".

Downtown Kampus, Cork, 1979:

"Este foi um passo adiante para nós, apoiando o The Only Ones, a banda de Peter Perret.
Para mim, foi outro show de dois concertos. Eu estava mixando o U2 em Cork e depois o The Virgin Prunes em Dublin na noite seguinte. Por mim tudo bem. O show era uma educação na hierarquia do rockbiz; nós não tivemos uma passagem de som, porque eu não recebi a mesa principal, mas uma porcaria de uma Allan & Heath 12-2 e um Binson Echorec, que pode ser chamado de 'eco desatroso'.
O som era um suspense, mas eu já conhecia o som do U2, as músicas eram todas a mesma música, tudo que eu tinha que fazer era esticar a voz de Bono um pouco, dar mais alcance, o que o Binson podia fazer. Todo o show estava atrasado, U2 por volta das 23:00. Sem ruído e trabalho feito".

Larry Mullen: "Houve tempos em que todos estávamos nos esforçando para a perfeição. Agora não importa; é o espírito do espetáculo"


No ano de 2005, Larry Mullen concedeu uma entrevista ao Chicago Sun-Times. Perguntado se depois de todo este tempo juntos, ainda era divertido, Larry respondeu:

"Realmente é, e de uma maneira que não tem sido há 25 anos. A banda está tocando melhor, e Bono está cantando melhor, e parece haver uma liberdade real naquilo que estamos fazendo. Às vezes, no palco, era doloroso, porque você estaria tentando se segurar e nunca sabia o que iria acontecer.
Eu não me sinto assim agora. Eu estou gostando dos shows, e isso atingiu um nível diferente de maturidade. É muito menos tenso e não é necessário se esforçar tanto para ser perfeito. Se você cometer um erro, tudo bem. Eu escutei um CD do último show, e tem vários fluffs, mas tudo bem. Houve tempos em que todos estávamos nos esforçando para essa perfeição, e agora é: "Não importa; é o espírito do espetáculo".
Eu acho que nesse último disco, o Edge está pegando fogo. Claro que existem referências ao passado, mas eu gosto disso. Eu gosto de entrar em uma sala e tocar com a banda e fazer aquelas coisas que costumávamos fazer. Eu acho que o que Brian Eno trouxe foi inestimável, e Daniel Lanois também. Mas temos que seguir em frente, temos que mudar e precisamos pegar referências do passado e trazê-las para o futuro. E foi o que fizemos".

segunda-feira, 24 de junho de 2019

"Eu machuquei meu ombro, mas a piada dentro da banda é que eles machucaram meu ombro para me impedir de tocar guitarra!"


No dia 25 de Setembro de 1987, o U2 se apresentou no JFK Stadium na Filadélfia, Pensilvânia, pela 'The Joshua Tree Tour'.
O público foi enorme, 86.145 ingressos vendidos para o local. Bono explicou para a platéia sobre sua lesão: "Bem, como vocês provavelmente podem ver, eu machuquei meu ombro, mas a piada dentro da banda é que eles machucaram meu ombro para me impedir de tocar guitarra!"
Dois fãs pularam no palco durante a performance de "The Unforgettable Fire", e Bono protege seu ombro, pedindo para os fãs não encostarem nele. "Eu dançaria com vocês, meus amigos ... mas meu braço está na tipoia, vocês podem ver..."
Bono improvisou o final de "Bullet The Blue Sky" com este fato: "Então eu fui andando pela Filadélfia, pelas ruas e pelas ruas ao lado e dentro e fora desses pequenos campos... E então eu me vi nessa grande, redondo espaço aberto feito de concreto e aço chamado JFK! E eu disse: 'Se isso é a América, eu gosto disso!' E eu pensei no meu braço em uma tipoia, e o jeito que eu me sinto subindo para o palco em um show de rock & roll, e eu disse que essa merda não tem importância! Porque isso não é Las Vegas ... isso é não é show business ... isso é rock & roll. E foi aí que eu soube que tinha corrido ... para os braços da ... América!"

Diretor Hamish Hamilton sobre visuais de um show do U2: "as pessoas na pista não percebem o que estão perdendo"


Hamish Hamilton é o diretor de 'U2: Elevation Live from Boston 2001', 'U2 Go Home: Live from Slane Castle', 'Vertigo 05: Live from Chicago', 'Vertigo 05: Live from Milan' e 'U2: iNNOCENCE + eXPERIENCE Live In Paris'.
Em entrevista em 2005, ele fez revelações sobre sua abordagem com a banda e as gravações de 'Vertigo 05: Live from Chicago':

"Eu provavelmente assisti cerca de 12 shows antes de gravar o show em Chicago. Eu assisti um andando pela arena, outro das cadeiras de cima, talvez um dentro do círculo, um atrás do palco, um de onde Adam e Larry ficam. Eu estava tentando ter uma noção de todos os aspectos do show.
Você pode experimentar shows totalmente diferentes, dependendo de onde você está. A primeira noite que eu assisti estava com Willie no front of house e na noite seguinte eu estava no alto das cadeiras onde você vê todas essas coisas visuais que você não pode ver na pista ... incrível, um show totalmente diferente. As pessoas na pista não percebem o que estão perdendo!
Eu trabalhei com muitos diretores de shows criativos, muitas pessoas brilhantes, mas você sabe que as pessoas devem assistir e estudar o que Willie Williams faz em um show do U2 - é genial, há uma filosofia muito boa que o acompanha, coesa e criativa. Ao dirigir um filme ao vivo, eu tenho que entrar nisso, não adianta me apresentar algum tipo de conceito idiota de diretor. Isso simplesmente não é necessário.
Eu não sou como um criador de promo pop ou como um cineasta. O que eu faço é ter uma abordagem diferente a cada vez. Se eu estou fazendo um vídeo pop, posso ou não escrever o roteiro, posso ou não ter a ideia, mas com a gravação de concertos ao vivo, a música já está lá, então esse é o roteiro - e o cenografia já está lá então a produção já está projetada. O papel do diretor é capturar o que está lá - especialmente com os shows do U2 porque está tudo lá para você. Ao contrário de algumas bandas com as quais trabalhei, você não está tendo que superar nenhuma falha ou colocando iluminação extra ou peças do palco. Você não está tentando cobrir algo que esteja faltando. Nada está faltando.
Eu uso três editores em shows do U2, um com um background de rock que gosta de fazer as coisas parecerem ótimas, outro que é um ex-punk maluco, e esse outro cara da moda e novo. Todos eles têm personalidades totalmente diferentes e eu combino o editor com a faixa. "The Eletric Co" foi provavelmente o meu corte favorito e, a princípio, o old punk não queria fazer isso, não queria trabalhar com o U2, mas depois eu o convenci a assistir e ele adorou. Edge faz este grande solo de guitarra, tem essa energia crua e bruta. Geralmente eu gostaria de modificar isto depois de ver uma edição, mas não desta vez.
Quando você assiste isso junto com a banda, uau, isso é assustador, o pior dever de casa de todos os tempos! Fui a uma das casas deles no sul da França e entrei com meu pequeno disco de prata e o coloquei, e o aparelho de DVD não funcionava. Começamos a vê-lo no andar de baixo em um enorme projetor, mas as cores estavam todas erradas por causa da baixa resolução, então subimos as escadas. Eventualmente nós começamos e eles gostaram, mas depois houve algumas coisas, eles não gostaram - e eles são como uma espada cortando o ponto crucial do problema.
Algumas de suas críticas são os piores que eu já tive! Como Bono me disse durante a Elevation: "Você sabe Hamish, é um pouco como a Disney, não acha?" Outra vez, ele olhou para cima e disse: "Você sabe Hamish, isso é jornalismo, não arte!" E ele está sempre certo! Por outro lado, quando eles gostam, eles também dizem ótimas coisas!
Adam é um personagem muito interessante e ele meio que se senta na parte de trás um pouco e depois entra com algumas perguntas afiadas que cortam todo o resto. Você quase pensa que às vezes ele não está prestando atenção, mas de repente, você sabe que ele está. Ele tem uma espiritualidade muito calma e calorosa sobre ele que eu gosto. Eu me sinto muito à vontade conversando com Adam e eu amo o jeito que ele está sorrindo tanto neste DVD.
Larry é muito simples e direto e vindo de Blackpool, como eu, ele me faz rir. Você pode confiar em Larry para lhe dar uma resposta honesta e direta. Este DVD abre com Larry e termina com Larry, o cara que começou a banda.
Conversando com o Edge, você tem a sensação de que ele está captando cada detalhe. Neste filme, ele estava realmente focado na edição, e tivemos muitas conversas sobre o corte. Edge gostou do corte da primeira noite - uma resposta muito instigante ao que estava acontecendo no palco - e ele queria usar grandes pedaços dele para sua energia. Me surpreenderia que o cientista diria isso, mas foi o guitarrista do rock'n'roll que adorou a energia e o espírito disso".

Sheba, a escultura em colaboração de The Edge e Duda para campanha de arrecadação de fundos de caridade para crianças e jóqueis feridos


Com um lance mínimo de €10,000, está disponível para lances online a escultura em colaboração de The Edge e Duda para campanha de arrecadação de fundos de caridade para crianças e jóqueis feridos.
Edge trabalhou com Duda para criar a peça intitulada Sheba, para a exibição 'Under stARTers orders' em Naas em Co. Kildare.




A exposição pública de arte e arrecadação de fundos para caridade contará com 21 cavalos de fibra de vidro em tamanho real pintados por alguns dos artistas mais aclamados da Irlanda.
Falando sobre sua criação, The Edge comentou: "Esta é uma iniciativa maravilhosa para ser uma parte de ajuda de duas instituições de caridade mais dignas, Irish Injured Jockeys e Sensational Kids. Duda captou minha visão de Sheba perfeitamente, estou emocionado com isso. O conceito é simples: sempre amei as zebras, mas quando criança descobri que elas nunca poderiam ser domadas ou montadas como seu primo, o cavalo. É minha fantasia: um cruzamento entre um cavalo árabe e uma zebra!"
A outra metade desta colaboração veio do artista irlandês-italiano David Uda (Duda). Nascido em Londres em 1980, vive e trabalha entre Dublin e Nova York. Com um histórico de moda e um amor pela estética da forma e da forma, as peças da Duda são coloridas e naturalmente renderizadas, usando mídias mistas por toda parte e explorando uma ampla variedade de técnicas, que vão desde composições originais de estênceis a vitrais. Duda mostra e vende seu trabalho nas maiores cidades do mundo, como Londres, Dublin, Hong Kong, Cingapura, Estocolmo, Bristol, Chicago, Miami e Nova York. Ele é representado nos EUA pela The World Trade Gallery e na Irlanda pela Sol Art Gallery. Em 2017, Duda foi convidado para ser um dos 33 artistas de renome internacional envolvidos em um projeto emocionante no 4 World Trade Center, recebendo ampla cobertura e elogios por seu trabalho, incluindo The New York Times, Forbes, ABC News, The Irish Times e muitos outros.

A Entrevista: Howie B conta sobre as gravações de 'POP'


O site U2BR realizou uma entrevista com o DJ e produtor Howie B, que trabalhou com o U2 em 'Original Soundtracks 1' e 'POP'.

Como foi seu primeiro contato com o U2? Como surgiu o primeiro convite?

O primeiro encontro foi em um estúdio. Eu estava trabalhando com uma banda de hip hop irlandesa em Londres nos estúdios de gravação da Island Records. O U2 veio dar um 'oi' para a banda e para mim.

Qual foi o seu papel durante a produção do 'Passengers: Original Soundtracks 1'?

Meu papel foi como colaborador ao lado de Brian Eno, assim como co-escritor e produtor. Passei duas semanas e meia em Dublin trabalhando em um estúdio sozinho enquanto Brian estava trabalhando com a banda nas docas. Eu estava pegando as fitas e mixando. Também ao mesmo tempo fazendo música fragmentada e chamando a banda e Brian para vir e tocar sobre o que eu estava construindo. Foi assim que "Elvis Ate America" surgiu.

Alguns anos depois tivemos o 'POP'. O que eles buscavam ao te chamar para produzir o álbum? Houve desafios por causa da lesão nas costas de Larry, isso interferiu muito?

Sim, a chamada foi para produzir! Larry estava se recuperando de uma lesão nas costas, então eu era de certa forma uma máquina de ritmo substituta. Eu estava tocando com Edge, Adam e Bono com discos, criando ritmos e então eles tocavam sobre eles. A ideia foi muito simples. A alegria para mim foi quando Larry se juntou a nós no estúdio e ele pegou o que eu tinha feito como plataforma para surgir com alguns dos melhores ritmos que eu já tinha ouvido um baterista de rock tocar! Nós instantaneamente nos demos bem. Todas as baterias do álbum, eu estou muito feliz em dizer, são tocadas pelo Larry! Isso foi o auge para mim.

Quais artistas você tocou para a banda para tomarem como inspiração?

Eu toquei para eles de tudo, desde James Brown até Esquivel.

"Discothèque" surgiu de um jam entre você e Edge. Como foi isso? A introdução da música foi mudada de última momento, horas antes do álbum ser masterizado em Nova York. Quais suas lembranças disso?

Sim, eu tinha pego alguns novos pedais e estava tocando com o Edge enquanto ele estava usando um desses pedais. Aqueles acordes que ele inventou com eles é o grande tema da música.
Sim, a introdução da música assim como o álbum, já que foi a primeira faixa dele, foi criada em Nova York no estúdio quando estávamos masterizando o álbum com Howie W. Bono disse para mim e para Flood que a abertura poderia ser mais dramática. Tanto Flood quanto eu dissemos "como diabos podemos fazer isso agora? Estamos reunindo o material" Bono disse "eu trouxe as fitas comigo e elas estão alinhadas agora no estúdio esperando por você Howie". Eu disse "vai se foder, você não fez isso". Ele disse "sim, eu fiz". Pronto, eu estava no estúdio uma hora depois, refazendo a introdução do álbum. Levou seis horas eu acho. Eu estraguei os monitores principais no estúdio, eu lembro disso (risos). De qualquer forma, é assim que a introdução aconteceu.

O álbum foi adiado duas vezes enquanto a banda corria contra o tempo para entregá-lo antes do início da PopMart Tour. Havia muito pânico nas semanas que antecediam o último prazo?

Não diria pânico, mas exaustão. Tanto Flood quanto eu estivemos trabalhando no álbum há mais de um ano, havíamos gravado mais de 100 horas de música. Era hora de terminar. Prazos são feitos para serem rompidos. Estar no avião para Nova York para masterizar o álbum foi um dos momentos musicais mais alegres da minha carreira. A banda estava em terreno novo, eles sabiam disso. Flood também. Isso foi o que foi emocionante. O conceito de suficiente.

Em uma entrevista, Larry disse sentir que "o álbum não foi finalizado. Se tivéssemos dois ou três meses para trabalhar, teríamos um registro muito diferente. Gostaria que um dia essas músicas fossem retrabalhadas e que lhes fossem dada a atenção e o tempo que elas merecem". Você considera o álbum inacabado? Você acha que a banda poderia ter trabalhado mais nele?

A única faixa no álbum com a qual eu não estava feliz foi "Please", já que mudou na masterização quando Flood e Bono me mandaram sair para fazer a introdução novamente. Foi até o álbum ser enviado para mim um mês depois que eu percebi que fizeram uma edição de duas versões diferentes. Não soou certo para mim. Eu chamei os dois, gritei. Embora tenha sido feito. Então, um ano depois, regravamos na Holanda. E essa versão é a melhor e a que foi lançada como o terceiro ou quarto single desse álbum.

Há um sentimento entre os fãs de que a banda "abandonou" o álbum em execuções ao vivo. Como você se sente sobre isso?

Claro que eu amo o álbum. A banda como qualquer banda faz em turnês, toca seus grandes sucessos. Não há grandes sucessos nesse álbum.

Como surgiu o convite para remixar a canção "Summer Of Love", de 'Songs Of Experience'?

Bono tocou para mim a música cerca de três anos antes do lançamento em um violão no meu pequeno estúdio em Londres, enquanto eles gravavam com o Flood para outro disco. Eu disse a ele que era uma música com uma alma muito profunda e que poderia ver meu nome escrito por toda parte. Eu vivi a música. De qualquer forma, três/quatro anos depois ele me ligou e disse "aqui está a nossa versão" e ele queria que eu fizesse uma versão que pudesse ser tocada na praia. Bem leve. Então foi o que eu fiz!

Nos últimos anos, Bono tem pautado seu discurso em se manterem relevantes. A banda se tornou uma das maiores bandas de todos os tempos, e para isso ocorrer tiveram mudanças de comportamento e de sonoridade, ou seja, o quão diferente é o U2 para você dos anos 80 e 90 para hoje, até mesmo levando em conta esta instantaneidade do novo século, somado ao volume de bandas e cantores que vão surgindo a cada dia? A ausência de indicação do novo álbum para o Grammy, por exemplo, já é uma resposta do novo século ao U2?

Todas as bandas, todos os artistas passam por colinas, vales, viagens por estrada, passeios. Este é o caminho deles, a jornada deles, só podemos ouvir. Eles vivem, se alimentam e vivem da música. Nós estamos ouvindo. Nós temos a escolha de ouvir ou não. Eu escolho ouvir.

Se o U2 te chamasse de volta para produzir o próximo álbum, você aceitaria?

Porra, claro!

sábado, 22 de junho de 2019

U2 competindo com Britney Spears? Larry Mullen explica


No ano de 2005, Larry Mullen concedeu uma entrevista ao Chicago Sun-Times e disse: "Queremos fazer melhor, queremos competir no mais alto nível, e isso significa competir no rádio e competir com pessoas como Britney Spears e todos aqueles artistas pop que estão no topo do jogo. As músicas que são escritas para eles são bem espetaculares e queremos competir com isso".


O entrevistador ficou surpreso e perguntou: "Por que você se preocupa em competir com Britney Spears? Você cresceu amando os Sex Pistols, e eles não se importaram em competir nesse mundo".
Larry respondeu: "Não tenho certeza disso; essa foi uma grande ideia comercial. Para Malcolm McLaren, manager [Sex Pistols], era tudo sobre isso: conseguir o dinheiro e fazer o que ele tinha que fazer para torná-lo controverso. Há pouca diferença entre isso e Britney Spears tirando a roupa. É o mesmo instinto. É tudo sobre vender discos e receber o dinheiro.
Não existe algo no mundo da música em sua forma mais pura. É tudo amaldiçoado pelo comércio e você não pode fugir disso. Eu não quero estar em uma banda que está pisando na água. Eu quero que minha sobrinha ou sobrinho de 17 anos diga: "Eu amo esse novo single". Eu realmente quero isso, porque não quero ser relegado a isso: "Isso costumava ser relevante, não é mais relevante". Se isso não for possível, então vamos parar.
Então, por que é importante? Apenas isso. É muito fácil aceitar ser o segundo melhor. Competir nesse nível requer um enorme poder mental e muito trabalho, mas é o que fazemos e prosperamos nele. Não há nada como quando uma pessoa de 17 anos aparece e diz: "Ei, cara, acho que o que você está fazendo é legal". Pode parecer absolutamente infantil, mas essas são as coisas que fazem você querer continuar. Quando você olha para o seu público e vê a grande variação de estudantes, universitários e todo o caminho.
Somos irlandeses e, quando começamos, éramos sempre uma espécie de idiotas do bando. Todo mundo era mais legal que nós; todo mundo era melhor que nós; todos eles eram melhores músicos do que nós. Nós sempre fomos essa banda.
Nós fomos para a América e as pessoas nos abraçaram, e eles têm nos abraçado desde então. Existe uma certa responsabilidade relacionada a isso, e é: "Temos que fazer isso. Temos que permanecer relevantes. Temos que fazer uma boa música". Isso é um desafio, e nós prosperamos nisso".

Press Up Entertainment assume o controle total do Clarence Hotel, que continua sendo propriedade de Bono e The Edge


O site The Irish Times escreve que Paddy McKillen Jr. e Matt Ryan da Press Up Entertainment Group começaram a expandir seu crescente império de hotéis, restaurantes e locais mais uma vez com a inclusão do quatro estrelas Clarence Hotel em seu portfólio.


Embora a Press Up já administrasse as operações do hotel nos últimos anos, agora ela assumiu o controle total do local com a aquisição de seus interesses e negócios de arrendatário. Bono, The Edge e Paddy McKillen Snr. continuam a manter a propriedade do edifício do hotel após a conclusão do negócio.
A decisão da Press Up Entertainment de adquirir o contrato de arrendamento do Clarence consolida sua posição no centro da cidade de Dublin e em Wellington Quay em particular. Antes da transação, já possuía o adjacente Dollard & Co Food Hall & Deli, o Roberta's Restaurant, o Tomahawk e o The Workman’s Club.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

HorizonTour: "ainda não anunciamos nada disso, então não tenho certeza se você pode usar esse nome"


Em 2009, o U2 deu uma entrevista para Brian Boyd do The Irish Times enquanto gravavam o disco 'No Line On The Horizon'.
Na matéria, Boyd escreveu: "Após o álbum, uma turnê de dois a três anos da HorizonWorld se seguirá, e agora essa é uma grande parte do trabalho criativo e dos negócios da banda. Se você tivesse ido ver a banda tocar na The Joshua Tree Tour, o preço do ingresso teria sido menor do que o preço do álbum. Em uma indústria musical radicalmente reestruturada, os preços dos ingressos para a HorizonTour serão entre 10 a 15 vezes o preço de um álbum".
Boyd disse para Bono que "a natureza da HorizonTour continua sendo um segredo bem guardado". Então Bono disse: "Ainda não anunciamos nada disso, então não tenho certeza se você pode usar esse nome, mas tenho trabalhado nessa ideia de engenharia nos últimos sete a oito anos. Tudo tem a ver com a maneira de tocar ao ar livre sem usar um palco proscênio com um grande banco de alto-falantes à esquerda e à direita. Todo show ao ar livre que você já viu tem isso. Então, no momento, estamos apenas tentando acertar a arquitetura do design - e a arquitetura financeira. Se pudermos sair em turnê com o que queremos fazer, isso significará mais pessoas no local, melhores linhas de visão e todos estarão mais próximos da ação. Queremos ter uma porcentagem significativa de ingressos baratos. Neste clima você tem que oferecer um valor melhor".

Larry Mullen: "quando chegar a hora do U2 pegar a bala para a cabeça, vamos fazer isso sozinhos, muito obrigado"


No ano de 2005, Larry Mullen concedeu uma entrevista ao Chicago Sun-Times. O entrevistador disse que "O U2 nunca quis ser uma banda como o Pink Floyd ou Rolling Stones, que basicamente se transformaram em grandes shows para fazer dinheiro".
Larry respondeu: "E nós não vamos! Com relação a você e seus colegas, quando chegar a hora do U2 pegar a bala para a cabeça, vamos fazer isso sozinhos, muito obrigado! Mas somos gananciosos e queremos ultrapassar fronteiras. Queremos fazer coisas que ninguém mais fez antes e faremos o que for preciso para conseguir isso. Nós nunca estamos satisfeitos. Nós nunca sentimos que fizemos nosso maior disco. Nós sempre sentimos que podemos fazer melhor, podemos ser melhores, e isso é constante. Depois de cada registro, nos sentamos e dizemos: 'OK, o que havia de errado com aquilo? O que estava certo?' E da próxima vez, nós consertamos. Nós constantemente fazemos isso, e é por isso que o U2 sobrevive.
Há uma infelicidade muito profunda no U2, porque há uma sensação de que alcançamos grande sucesso e nos tornamos uma banda realmente grande, mas nunca fomos uma banda realmente boa. Sempre houve aquela coisa, nos foi dado todos esses elogios, mas nós realmente não merecemos isso. Conseguimos porque conseguimos fazer muito bem ao vivo, e foi tudo sobre sermos grandes. Ser grande tornou uma merda para nós. Está sendo ótimo o que queremos e é por isso que nos esforçamos".
O entrevistador falou que "essa sensação de satisfação destrói muitas bandas. Mas você está dizendo que, com o U2, é exatamente o oposto".
Larry respondeu: "É exatamente o oposto: não somos felizes. É como: 'como você pode estar infeliz quando está vendendo ingressos para uma turnê e seu álbum está indo bem?' Mas não é esse tipo de infelicidade. É uma insatisfação criativa.
Queremos fazer melhor, queremos competir no mais alto nível, e isso significa competir no rádio e competir com pessoas e todos aqueles artistas pop que estão no topo do jogo. As músicas que são escritas para eles são bem espetaculares e queremos competir com isso.
Por que mais fazer isso? Não há outro motivo. Nenhum de nós precisa fazer isso, estamos todos financeiramente seguros, e para muitas bandas, isso é um grande problema. 'Eu tenho as crianças agora, eu tenho o dinheiro, para que eu preciso mais disso?' Isso é vingança para nós".

Steve Averill mostra foto inédita dos primeiros anos do U2 e Radiators From Space


Steve Averill é muito conhecido por ser o designer das capas dos discos do U2, além de ter sido quem sugeriu esse nome a eles.
Em seu Instagram, Steve postou uma foto com a legenda: "Adam, The Edge, Myself and the late, great Billy Morley. March 4th 1978".
Nesta época, Steve era conhecido como Steve Rapid da banda Radiators From Space, e Billy Morley era o guitarrista.
Billy faleceu em 2014, e Steve escreveu: "Conheci Billy quando ele e eu trabalhamos para a cadeia de discos irlandesa Golden Discs. Eu imediatamente o recrutei (e Pete Holidai) para uma banda então sem nome. Eu nem sabia se qualquer um poderia tocar; eles apenas pareciam legais. Billy e eu permanecemos amigos íntimos daquela época em diante.
Posteriormente, trabalhamos juntos em uma agência de publicidade. Billy também era um ilustrador e designer gráfico muito talentoso, e ele tinha uma longa carreira no departamento de gráficos da RTE.
Ele foi, talvez, o guitarrista mais subestimado de sua geração e foi extremamente modesto em relação ao seu talento, além de ser incrivelmente tímido em se apresentar em um palco - algo que o impediu de alcançar o que merecia. Ele tinha um talento natural que todos os que tocavam com ele reconheciam.
Sua carreira levou-o do ensaios pré-Radiators From Space através de passagens com Revolver, The Teen Commandments e The Defenders, bem como um retorno ao Radiators para uma turnê após o lançamento do Ghostown. Mais recentemente, ele teve um período com Lucky Bones.
Ele estava sempre interessado em música e isso era uma paixão para ele durante sua vida curta demais.
Billy não estava sem seus demônios e, durante seus últimos anos, isso resultou em problemas de saúde. No entanto, ele nunca perdeu seu senso de humor e sempre que nos encontrávamos ou conversávamos ao telefone, eu sempre terminava a conversa com um sorriso e uma risada.
Vou sentir muita falta dele, assim como sua esposa Rita, sua família e amigos.
Uma luz se apagou. Descanse em paz".
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