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terça-feira, 25 de junho de 2019
Como o vocalista que apresentava canções do U2 entrou para o Capital Inicial na década de 90
Fê Lemos, o baterista e fundador do Capital Inicial, contou em entrevista para Paulo Marchetti sobre a saída de Dinho e a entrada de Murilo Lima nos vocais na década de 90, que se apresentava com repertório do U2:
"Em fevereiro de 93, depois das férias, voltamos a ensaiar. Nessa época conseguimos um estúdio dentro de uma produtora de comerciais. Montamos nosso equipamento, mas sem o equipamento de voz. Então começamos a ensaiar sem o Dinho, pra sentir o estúdio e fazer algumas bases. Por volta de abril, mudamos de estúdio e fomos pra um que dava pra todos ensaiarem, com equipamento de voz e tudo. Quando mudamos, as coisas começaram a ficar estranhas, porque as músicas que tínhamos feito com Dinho, no final de 92, que ele mesmo tinha apresentado pra gente, ele não mostrou mais. Então começamos a tocar outras coisas, com letras que eu tinha feito e músicas do Flávio e do Loro. Ficamos lá ensaiando até o final de abril, quando o Dinho parou de ir aos ensaios. Nesse mesmo período, saiu uma nota no Jornal do Brasil, com foto do Dinho, dizendo que ele iria gravar um disco solo e nem a gravadora sabia disso. Juntei "A" com "B" e me toquei que aquelas músicas que ele tinha apresentado em 92, iria gravar em seu disco. A gente não queria esperá-lo gravar o disco dele pra depois gravarmos o nosso, então falamos que iríamos gravar sem ele.
Eu, Flávio e Loro conversamos e decidimos falar com ele. Nós queríamos gravar o disco, tínhamos esse objetivo e soubemos que ele não queria grava-lo. Aí o comunicamos que iríamos fazer o disco sem ele.
A decisão final rolou depois de um show, realizado em maio de 93, no Circo Voador. Nesse show ouve uma discussão no camarim por causa de uma música que incluímos no set list e que Dinho não queria cantar. A música era "I Wanna Be Your Dog" e ele não queria cantar porque não lembrava da letra, mas acabamos tocando e, depois do show, rolou um quebra pau no camarim. Isso foi uma coisa chata.
O clima estava ruim e, não sei se foi nesse show ou no outro show, mas fui no quarto do Dinho e perguntei: "E aí Dinho, você vai fazer o disco com a gente ou não?" e ele falou que não ia. Na mesma noite eu informei o Flávio e Loro da decisão do Dinho.
Como havia uma agenda a cumprir até junho, continuamos tocando e já de olho em um novo vocalista. Logo depois tivemos um problema com nossa empresária e resolvemos não trabalhar mais com ela. Avisamos o Dinho de nossa decisão, mas ainda haviam uns 4 shows e ele falou que, se ela não fosse, ele também não iria. Nisso já tínhamos achado o Murilo.
No dia seguinte da saída dele, fomos até a 89 FM para uma entrevista e lá bolamos a promoção "Quer ser o cantor do Capital Inicial", isso foi coisa do Loro. Choveu cartas e teve gente que mandou fotos vestindo apenas sunga (risos). Os shows com Dinho continuaram, mas já estávamos fazendo audição com algumas pessoas e, nesse processo, o Pipo, que hoje é o empresário do Charlie Brown Jr., nos apresentou o Murilo, que tinha uma banda chamada Rúcula e também já tinha cantado no U2 Cover.
Ele foi a um ensaio, falou que sabia tocar violão e perguntamos se ele sabia alguma música do Capital. Acabamos tocando "Kamikaze" e vimos que daria certo logo no primeiro momento".
Murilo Lima se apresentava na noite paulistana desde 1988. Na época, Murilo Lima de forma acústica apresentava boa parte do repertório do U2.
Até hoje em shows, Murilo canta U2.
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