O diretor de fotografia Sebastian Wintero colaborou com o diretor Anton Corbijn em visuais para a 'The Joshua Tree Tour 2017' do U2, que serão vistos novamente na parte 2019 da turnê no final deste ano.
Sebastian comenta: "A espinha dorsal visual do turnê de aniversário de The Joshua Tree deveria ser uma narrativa de filmes, um para cada música, com um forte comentário político às discussões sobre o muro da fronteira americana. Durante uma semana, viajamos pelo norte da Califórnia, para captar as vistas e os elementos dos locais emblemáticos que foram imortalizados pela banda e Anton Corbijn para o álbum. Zabriskie Point, Joshua Tree Park, etc.
O design do palco da turnê era simples, mas massivo. A banda, contra uma tela LED ao fundo de 200 pés de largura com mais de 7K de resolução e uma proporção widescreen personalizada de 1:4,5. Essa foi nossa tela de pintura, um grau intimidante de clareza e exposição a cada detalhe do frame".
Os visuais foram produzidos por Saul Germaine / Serial Pictures. Sebastian gravou com o exclusivo sistema de câmera ALEXA 65 da ARRI.
Paulo M. de Andrade trabalhou na Rede Globo de Televisão como roteirista, diretor e editor e também escreveu sete longa metragens do grupo Os Trapalhões. Em 1991, abriu uma produtora nos EUA.
Ele escreveu sobre a ALEXA 65 da ARRI: "Uma câmera com sensor maior que o de um negativo de cinema 65mm. A ARRI Alexa 65 é mais uma prova de que a tradicional fabricante alemã de câmeras de cinema está mais focada na qualidade.
30 anos atrás a Arriflex 765, uma câmera de película que utilizava negativo 65mm, era usada pela primeira vez nas filmagens de O Pequeno Buda. O formato 65mm era mais conhecido como 70mm, pois as cópias de projeção em película eram mais largas (70mm) para acomodar as pistas magnéticas de som multicanal. A qualidade era algo fantástico e, quem teve a sorte de assistir uma boa projeção em 70mm, pode considerar-se um privilegiado.
O formato foi utilizado em mega produções clássicas como Ben Hur, 2001 Uma Odisséia no Espaço, Lawrence da Arábia, Oklahoma, A Volta ao Mundo em 80 Dias, West Side Story, A Noviça Rebelde, Grand Prix, e vários outros. Consistia em um negativo com 65mm de largura para obter uma área de captação bem maior do que a de um negativo Super 35mm. Além de exigir câmeras especiais, também exigia projetores dedicados ao formato. A grande barreira para o formato, consequentemente, era seu alto custo pois tudo era bem mais caro.
O formato 65mm também era utilizado na produção de filmes IMAX, sendo que o negativo rodava horizontalmente na câmera (e também era projetado assim) para obter uma área de captação ainda maior. Só que gastava-se ainda mais negativo e o custo era enorme. A IMAX chegou a experimentar rodar e projetar nesse formato a 120 quadros por segundo e, de acordo com os engenheiros, era a imagem mais realista que eles já viram. No entanto, essa experiência não saiu dos laboratórios pois gastava-se 5 vezes mais negativo que o já caro formato IMAX e ninguém aguentou bancar uma produção desse tipo.
Se antigamente o custo do negativo tornou o formato um verdadeiro luxo para poucos, a versão digital do formato que a ARRI lançou acabou com pelo menos parte desse problema. Com o armazenamento digital reaproveitável, o custo fica menor e a quantidade maior de armazenamento e processamento.
A engenharia por trás dessa câmera revolucionária é fantástica, tipicamente alemã. A ergonomia é muito semelhante à das Alexa Super 35mm, com toda a robustez e confiabilidade associadas à melhor câmera de cinema digital do mercado. Mas o coração dela é, sem dúvida, o enorme sensor.
Com esse sensor a ARRI 65 possibilita um controle de distância focal absurdo, obtendo total separação entre o objeto principal e o fundo. Seguindo a tendência (muito bem sucedida, por sinal) da ARRI de separar qualidade de imagem de resolução, o sensor da nova Alexa tem cerca de 6.5K, oferecendo resultados melhores do que os de sensores 8K de outros fabricantes".