Garth Jennings, o diretor de 'Sing 2', em entrevista para o site Deadline, falou como Bono foi a grande surpresa para ele:
"Tivemos uma longa, longa conversa, cerca de 45 minutos ou uma hora, apenas falando sobre o que a música significa para ele e como ele vê o personagem e como se esse cara perdeu a voz, isso confirmou muitas coisas que sentíamos sobre o personagem e como isso o aterrorizava muito.
Então, ele foi realmente fundamental para moldar o tom da coisa toda e como a música seria usada. E isso é bem raro. Eu não tinha certeza de qual seria o envolvimento dele, se ele só quisesse ser uma daquelas pessoas que simplesmente aparece, grava seu diálogo e vai embora, mas ele esteve lá o tempo todo, observando todo o processo, fascinado por ele.
E obviamente era uma coisa nova para ele também. Ele até insistiu, não na audição, mas tentando e se certificando de que poderia encontrar a voz certa para nós, porque ele não queria nos decepcionar, o que eu nunca tive antes.
Foi realmente uma coisa inteligente de se fazer, mas também foi realmente uma coisa adorável de se fazer e ele é um homem muito generoso e espiritual. Então, o modelo para Clay estava lá, mas os detalhes e a humanidade vinham de nossas conversas com Bono. E, claro, o uso da música. As músicas do U2 foram uma grande parte não apenas do filme, mas da história desse personagem.
Aquele primeiro telefonema sobre o qual eu estava falando, quando falamos sobre o filme e o potencial do personagem, conversamos muito sobre música e no final da ligação, ele estava apenas dizendo: "sim, você sabe, se todo mundo está cantando e ele está de volta ao palco, tem uma música nisso, a ideia de uma música salvando sua vida, que está te trazendo de volta". E eu fiquei tipo, "sim, isso seria ótimo". Porque eu não estava pedindo uma música original, eu só estava pensando, sabe, eu só preciso das músicas do U2 e que ele faça sua parte. Eu nem estava pensando em pedir uma música original.
Então ele disse: "essa seria uma música incrível, seria sobre esse sentimento". E eu fiquei tipo, "isso seria ótimo. Se pudesse ser nesse tom, seria maravilhoso".
Fomos para a primeira sessão de gravação dos diálogos alguns meses depois, e lembro que ele estava bastante nervoso, mas foi brilhante. E ele desempenhou o papel tão bem, e eu fiquei tão feliz. Eu disse, "oh, você fez isso, acertou em cheio".. "Perfeito", ele disse, "a propósito..." E ele puxou o telefone do bolso e disse: "Eu escrevi essa música". E eu fiquei tipo, "o quê?" Ele continuou, "sim, aqui está". E ele começou a tocar direto do celular, e eu tive um momento tenso, que foi tipo, se eu não gostar dessa música, como vou contar para o Bono? É como se esse pudesse ser o pior momento depois que acabamos de ter essa ótima sessão.
Mas fiquei emocionado, honestamente, fiquei muito emocionado ouvindo com ela porque não só essa música era linda… Eu realmente amo essa música, mesmo que não estivesse no nosso filme. É uma música linda e absolutamente foi todo o final do filme sendo entregue a mim em um prato. E ele não sabia como eu ia usá-la, ele apenas escreveu porque se sentiu inspirado e realmente conectado ao tema. E então percebi que ele estava me dando os últimos três minutos do filme. Então, eu achei isso impressionante e é muito difícil agradecer a alguém quando eles lhe dão um presente como esse. Você sabe o que eu quero dizer? Não é como alguém que te dá uma caixa de chocolates. Você diz "obrigado, esses são bons chocolates". Como agradecer a alguém por isso? Como você agradece Bono?
Foi tão perfeito, que para mim é um dos destaques de toda a minha carreira, porque foi simplesmente lindo em todos os sentidos e eu estava nas nuvens. Depois disso, liguei para Chris Meledandri e disse: "Você não vai acreditar nisso. Ele não só escreveu uma música, mas é absolutamente linda. Espere até ouvir que vai funcionar perfeitamente". E com certeza, todos que ouviram concordaram".
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