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domingo, 9 de janeiro de 2022

Donal Lunny fala sobre a regravação de Bono e Adam Clayton de música do U2 para a coletânea 'Common Ground'


Donal Lunny é um gênio. Pelo menos, esta é a premissa que surgiu de quase todos os parágrafos do press release que acompanhou seu álbum de 1996, 'Common Ground'. 
Donal riu, admitindo que "se sentiu envergonhado" pela maioria das afirmações naquele press release e brincou que ele esperava que nenhum dos "nomes menores" em 'Common Ground' tenham se envolvido simplesmente para ser associado a esse gênio. Nomes como Bono, Sinead O'Connor, Elvis Costello, Christy Moore e Kate Bush.
No entanto, esses artistas se envolveram originalmente porque o álbum estava sendo apresentado como a "primeira compilação interativa em CD Rom de música irlandesa". Isso, claramente, poderia ser visto como, se não o trabalho de um gênio, então um conceito caracteristicamente avançado de um visionário musical cujo trabalho como parte de grupos como Planxty e Moving Hearts alterou profundamente a natureza da música irlandesa. Da mesma forma, seus créditos de produção em estúdio.
Para um especial produzido em 1989, chamado 'Sound And Vision - The Influence Of Irish Music' (conhecido também como 'Bringing It All Back Home'), o U2 gravou uma canção para fazer parte do documentário que só foi ao ar na TV BBC em 1991 e foi produzido pela Hummingbird Productions. A música "Wild Irish Rose" foi escrita por Bono e The Edge e produzida por Donal Lunny especialmente para o programa.
Bono, The Edge e Donal Lunny gravaram a canção em um take apenas em County Clare, Irlanda, em 1990. A canção traz Bono no vocal, The Edge na guitarra e Donal Lunny tocando tin whistle (uma flauta utilizada em canções celtas).
Para 'Common Ground', Adam Clayton e Bono trabalharam nos arranjos com Lunny, Shannon Sharon, e outros músicos para uma regravação da canção "Tomorrow" do U2.
"A música irlandesa não tem um paladar ilimitado de cores harmonicamente e o verdadeiro desafio é a questão de quanto você pode introduzir nisso, sem quebrar a essência", disse Donal. "Por exemplo, existem diferenças fundamentais envolvidas quando você junta música acústica e música elétrica. Você pode colocar muito, na forma de acordes policromáticos, e de repente a música dá uma queda livre, torna-se pastiche, perde sua própria integridade".
Foi usada uma bateria eletrônica nesta versão de "Tomorrow", e muitos podiam argumentar que era uma indicação para o futuro da música irlandesa, uma síntese que simbolizava o ponto em que o passado cultural folk combinaria perfeitamente com influências pós-rock.
"É exatamente assim que vejo essa faixa e a música que o U2 cria, no geral", disse Donal. "E eu não aceito puristas dizendo que Bono deveria explorar mais as raízes folk. Bono é irlandês até o âmago, uma terra que fica óbvia em todas as notas que ele canta".
Como o próprio Lunny sugeriu, as estruturas formais da música irlandesa deveriam ser alteradas para acomodar as novas sensibilidades. Nesse contexto, ele também concordou que "não poderia haver nada mais irlandês" do que Bono escolhendo regravar, em um ambiente mais folk, a antiga "Tomorrow" do álbum 'October' de 1981, que trata da resposta do vocalista à morte de sua mãe. 
Donal Lunny teve um relacionamento com Sinead O'Connor, e juntos tiveram um filho, Shane O'Connor, que foi encontrado morto dois dias atrás em Wicklow, na Irlanda.
"Meu lindo filho Nevi'im Nesta Ali Shane O'Connor, luz da minha vida, decidiu encerrar sua luta terrena e agora está com Deus. Que ele descanse em paz e ninguém siga seu exemplo. Meu bebê, eu te amo muito. Por favor, fique em paz", escreveu a cantora.
Segundo o jornal Daily Mail, o jovem estava desaparecido desde o início da semana e foi visto pela última vez na sexta feira, dia 7. Um dia antes, no Twitter, Sinead O'Connor fez um desabafo na rede social contra o hospital em que o filho estava internado após duas tentativas de suicídio, e sinalizou que processaria a unidade pelo desaparecimento de Shane.
Em uma série de postagens no Twitter na tarde de sábado, Sinead O'Connor culpou o governo irlandês pela morte do filho.
"Qualquer declaração da Tusla [a agência estatal de proteção à criança e à família da Irlanda] sugerindo que eles a) Fizeram o seu melhor b) Se importaram ou c) Têm a mais profunda solidariedade por qualquer um aqui, exceto seus advogados, é um monte de lixo que matou muitas crianças e não vai funcionar agora. Muitas crianças estão morrendo sob o monitoramento da Tusla", acusou Sinead, no Twitter.
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