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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O verso final retrabalhado para a nova versão de "Sunday Bloody Sunday (30, January 2022)" nos 50 anos do Domingo Sangrento


"Quanto tempo teremos que cantar esta canção?"

O U2 homenageou neste domingo as vítimas do Domindo Sangrento, ao publicar nas redes sociais uma versão acústica com Bono e The Edge de "Sunday Bloody Sunday", no dia que o atentado completou 50 anos. 
A canção foi chamada no site da banda de "Sunday Bloody Sunday (30, January 2022)".
Domingo Sangrento foi o nome dado ao massacre de 1972 no qual o exército britânico atirou em manifestantes desarmados, matando 14 pessoas – o maior número de pessoas mortas em um tiroteio durante o The Troubles na Irlanda do Norte.
No vídeo, introduzido pela mensagem sóbria "30 de janeiro de 2022 - Com amor, Bono & Edge", a dupla aparece em preto e branco. Imagens impactantes da época encerram a gravação. Nelas, vê-se o padre Edward Daly acenando um lenço branco manchado de sangue para abrir caminho a um grupo de pessoas que leva John Duddy. O boxeador, então com 17 anos, não sobreviveu, e é considerado a primeira vítima do Domingo Sangrento.
Na época, o 'Bloody Sunday' levou muitos jovens católicos a abraçar o IRA (Exército Republicano Irlandês), um grupo paramilitar contrário à presença dos britânicos na ilha da Irlanda. 
Apenas em 1998 foi assinado o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, que acabou com três décadas de um conflito que deixou 3.500 mortos. 
O exército britânico alegou que os paraquedistas responderam aos tiros dos "terroristas" do IRA, uma versão que foi repetida em um relatório preparado às pressas nas semanas seguintes ao massacre. Apesar de todos os depoimentos que contradiziam esta versão, apenas em 2010 foi reconhecida oficialmente a inocência das vítimas: algumas foram baleadas nas costas ou quando estavam deitadas no chão, enquanto acenavam com um lenço branco.
A performance de Bono e The Edge inclui um verso final retrabalhado que enfatiza a raiva justa que alimentou a música original enquanto reflete a realidade de alguns dos elementos mais tóxicos do século 21.

Here at the murder scene

The virus of fiction, reality TV

Why so many mothers cry

Religion is the enemy of the Holy Spirit guide

And the battle just begun

Where is the victory Jesus won

Aqui na cena do crime

O vírus é ficção, TV é realidade

Por que tantas mães choram

A religião é inimiga do guiar do Espírito Santo

E a batalha apenas começou

Onde está a vitória que Jesus conquistou

Falando sobre a música logo após seu lançamento em 1983, Larry Mullen Jr disse como a música foi recebida e sobre o que era e, mais importante, sobre o que não era.
Ele disse que quando as pessoas ouviram isso, ficaram inclinadas a pensar no massacre do Domingo Sangrento. "Não é sobre isso que a música fala", disse ele. "Esse é um incidente, o incidente mais famoso na Irlanda do Norte e é a maneira mais forte de dizer: 'Quanto tempo? Quanto tempo temos que aturar isso?' Não me importo quem é quem, católicos, protestantes, seja o que for. Você sabe que as pessoas estão morrendo todos os dias por amargura e ódio, e estamos dizendo 'Por quê? Qual é o ponto?'" 
"Foi só quando percebi que o The Troubles não me afetaram, que eles começaram a me afetar", refletiu Bono na época do lançamento. "As bombas podem não explodir em Dublin, mas são feitas aqui."
"Por mais que eu seja republicano, não sou uma pessoa muito territorialista", acrescentou. "Toda a ideia do U2 usar uma bandeira branca no palco era fugir do verde, branco e laranja. Para fugir das estrelas e listras. Para fugir da Union Jack... Tenho medo de fronteiras e fico com medo quando as pessoas começam a dizer que estão preparadas para matar, para apoiar sua crença de onde deveria haver uma fronteira. Quero dizer, eu adoraria ver uma Irlanda unida, mas não acredito que você possa colocar uma arma na cabeça de alguém para fazê-los ver o seu caminho".
A referência religiosa no novo verso coincide com a versão original que repetidamente emprestou referências bíblicas de versículos do Novo Testamento atribuídos à carta de Mateus, João e Paulo aos Coríntios.
Enquanto a banda deixou claro naquela gravação ao vivo, e em muitas ocasiões antes e depois dela, que não era uma música rebelde e sempre se manteve firme contra ser adotada como hino por aqueles que endossaram a violência ao longo dos anos 1980 e além, ela se tornar uma das mais importantes canções de protesto já gravadas.
Detalhou o horror sentido por alguém que viveu o The Troubles em geral e testemunhou a brutalidade do Domingo Sangrento em particular.
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