O cantor e ativista Deon Jones participava de um protesto pacífico em Los Angeles após o assassinato de George Floyd, quando um policial disparou uma bala de borracha em seu rosto à queima-roupa. Se o projétil o tivesse atingido um centímetro abaixo, poderia tê-lo cegado - um centímetro acima, ele poderia ter morrido.
Enquanto Jones se recuperava, seu colaborador de longa data, o artista Glenn Kaino, recrutou vários artistas, incluindo o pianista de jazz / líder de banda do Late Show Jon Batiste e o produtor Butch Vig, para um novo projeto musical - uma releitura da clássica canção de protesto do U2 de 1983, "Sunday Bloody Sunday".
A nova versão da música de Jones e um vídeo que a acompanha marcam o primeiro componente da exposição 'In the Light Of A Shadow' de Kaino, marcada para estrear no MassMoCA em North Adams, Massachusetts, em fevereiro de 2021.
"Meu médico me disse que estou nesta terra agora por um centímetro", disse Jones à Rolling Stone. "Essa música é sobre trabalhar esses sentimentos, orar com eles, sentar com eles. É dedicado a todas as vozes que têm se erguido em todo o mundo e ainda não obtendo resposta ou ação suficiente. Não é apenas um apelo às forças da injustiça no poder, mas é um grito de guerra para todo ser humano que ama a justiça e a misericórdia para colocar essas forças para fora como nunca fizemos antes".
O vídeo começa com dois clipes de celular que Jones filmou em 29 e 30 de maio. No primeiro, ele diz à câmera que ele e os outros manifestantes foram cercados pela polícia, e há um close-up de um policial atirando contra a multidão. No segundo vídeo, Jones parece atordoado com uma bandagem na cabeça, um clipe trêmulo logo seguido por uma série de fotos do hospital onde as feridas de Jones foram tratadas.
Com a ajuda de Batiste, Vig e do baterista Glenn Kotche do Wilco, Jones transforma "Sunday Bloody Sunday" em uma balada de piano simples e austera. O vídeo de Kaino, filmado pelo diretor de fotografia Larry Fong, mostra Jones cantando a música de dentro de uma gaiola circular, embora as barras sejam feitas de sinos e, conforme Jones arrasta um martelo sobre elas, eles tocam com o riff principal da música. O vídeo também incorpora imagens de arquivo dos dois históricos "Domingos Sangrentos" - o protesto de 1972 em Derry, Irlanda do Norte, durante 'The Troubes' e a marcha de 1965 pela Ponte Edmund Pettus durante o movimento dos Direitos Civis dos EUA.
"Quando começamos a trabalhar no projeto 'In The Light Of A Shadow' com o MassMoCA há quatro anos, pretendíamos conectar atos globais de protestos e contar a história de um sacrifício compartilhado", diz Kaino. "Não poderíamos ter imaginado o elevado senso de urgência e relevância que tem agora, com o estado de protesto, o falecimento do congressista Lewis e a ainda necessária pergunta de 'Por quanto tempo devemos cantar essa canção?' A resposta, pensamos, é: 'Até que o trabalho seja concluído'."
Todos os lucros da cover de Jones de "Sunday Bloody Sunday" serão doados para a Fair Fight, organização de Stacey Abrams, que promove eleições justas na Geórgia e em todo o país.
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