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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Integrantes da Miami Showband ficaram chateados em ouvir Bono dizer que os ataques terroristas em Paris tinham sido "o primeiro ataque direto à música"


No auge da briga entre Irlanda e Reino Unido, na década de 1970 , quando grupos paramilitares causaram uma sangrenta guerra pela Irlanda do Norte, um fato marcou a história da música: o assassinato de três membros da banda Miami Showband em um atentado. Agora, um documentário da Netflix tenta dar luz ao tema mais de quatro décadas depois, mostrando que os sobreviventes do grupo lutam até hoje por justiça. 'The Miami Showband Massacre' é um episódio da série 'Remastered', que traz casos da música com ligações políticas - como o atentado a Bob Marley e a visita de Johnny Cash à Casa Branca. A novidade ao trazer a banda, uma das mais importantes da história da música irlandesa, é tentar mostrar que, além do ato de terrorismo, o incidente tem fortes indícios de conspiração com o governo britânico. A Miami Showband desfrutava de muito sucesso na década de 1970 e, apesar de ser de Dublin, na Irlanda, realizava shows por toda a ilha, inclusive no Norte, misturando pop, country e rock e vivendo sua própria Beatlemania.
Sem que eles tivessem grandes ligações com a parte política que afetava a época - e muitas vezes sendo válvula de escape contra esta crise -, cinco integrantes acabaram sofrendo uma emboscada quando retornavam da Irlanda do Norte para Dublin, em julho de 1975. O resultado foram três mortes: o vocalista Fran O'Toole, o guitarrista Tony Geraghty e Brian McCoy, que tocava trompete, foram vítimas do atentado.
O veículo da banda foi parado em um suposto ponto de verificação, na estrada, por homens vestidos como militares do exército britânico. Na verdade, eram integrantes da Força Voluntária do Ulster (UVF) e do Regime de Defesa Ulster (UDR), grupos paramilitares inimigos do Exército Republicano Irlandês (IRA). Eles implantaram uma bomba no ônibus do grupo, que explodiu precocemente. Além das mortes pela explosão, incluindo a de dois membros da UVF, o restante dos músicos foi baleado, com dois músicos sobrevivendo: Stephen Travers, que se fingiu de morto, e o saxofonista Des McAlea.
A ideia era que a morte dos integrantes do grupo causasse o fechamento das fronteiras, o que beneficiaria o governo britânico e dificultaria a entrada de membros do IRA na Irlanda do Norte.
No ano de 2015, Steven Travers e Des McAlea em entrevista disseram como Bono e o U2 poderiam ajudar em sua luta pela justiça - 40 anos depois do massacre.
Des e Stephen ficaram chateados em ouvir Bono dizer que os ataques terroristas em Paris tinham sido "o primeiro ataque direto à música" quando os terroristas atiraram em pessoas no show do Eagles Of Death Metal no Bataclan. A dupla twittou para dizer que Bono não tinha se lembrado do ataque à Miami Showband. O nome da banda então foi incluído no telão durante a performance de "Raised By Wolves" em show em Belfast do U2 na iNNOCENCE + eXPERIENCE Tour 2015, e enquanto a Miami Showband ficou grata por isso, eles queriam que o U2 (e Bono, em particular) os ajudassem em sua luta de 40 anos para a verdade e justiça.
Eles queriam Bono para usar sua influência para obter os arquivos tanto do massacre da Miami Showband, bem como os atentados à bomba em Dublin e Monaghan (que se alega ser os mesmos envolvidos). Eles disseram que ficariam felizes em conhecer Bono e banda, talvez até se juntar a ele e ao U2 no palco como uma das vítimas originais de um ataque terrorista contra a música há 40 anos.
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