Bono completa hoje 65 anos de idade, sendo 49 anos à frente do U2!
Bono: "Vou destruir todo o mito do U2, a divindade do U2. Está muito... difícil no momento. Não sei. Se eu falar demais agora, vou dizer algo de que me arrependerei.
É importante que eu mantenha a calma, mas às vezes não é fácil. Tudo o que eu digo se torna uma espécie de declaração, algo de imensa importância. Eu poderia subir no palco, abrir o zíper da minha calça e mostrar meu pau, e as pessoas pensariam que era uma declaração sobre alguma coisa".
The Edge: "Ele tem seus momentos. Como personagem, ele é um pouco estranho. Nos mantemos unidos porque cuidamos uns dos outros. Se o Bono ficar muito nervoso, sempre tem alguém lá para dizer para ele se recompor".
Adam Clayton: "O Bono pode ir bem longe. Não é tão simples quanto sexo, drogas e rock 'n' roll. Às vezes, você pode perder a cabeça facilmente sob a pressão que ele sofre".
Bono: "Acho que talvez deva ser dito que muitos artistas nunca crescem. Acho que isso certamente é verdade no rock & roll. O rock & roll dá às pessoas a chance de não crescerem — as coloca em uma redoma de vidro e as protege do mundo real de onde farão sua próxima refeição. Quem foi — Camus? — que disse: "Riqueza, meu caro amigo, não é exatamente absolvição, é apenas um alívio". Mas, no fim das contas, não sei se ser uma estrela pop é menos real do que ser um escrivão da cidade. Os subúrbios são o mundo real? O mundo real é metade da população da África que está morrendo de fome? Ainda não descobri. Sempre me perguntei: "O que eu sou? Sou protestante ou católico? Sou da classe trabalhadora ou da classe média?". Sempre me senti em cima do muro.
Como já disse antes, o fato de eu me sentir atraído por pessoas como Gandhi e Martin Luther King se deve ao fato de eu ser exatamente o oposto disso; eu era o cara que não dava a outra face.
Quando eu era mais jovem, fugi de casa um dia para me inscrever em uma escola de teatro. Mas não havia escola de teatro. Meu pai costumava atuar em um teatro, e eu sentava na primeira fila. Quando eu tinha 13 ou 14 anos, montei uma companhia de teatro na escola em que estudava, porque não havia nenhuma. E em uma das peças, eu cantei. Lembro-me da sensação de cantar através de um microfone e ouvi-lo ricochetear nas paredes. Isso me dá um certo frio na barriga — uma espécie de choque elétrico. Não sei se seria um bom ator. Agora, eu quase gostaria mais de escrever para o palco do que de estar no palco. Então, quando a nota no mural da escola foi publicada, tive que ser convencido por um amigo.
Sou muito desajeitado, não sou um bom astro pop. Eu não me sinto um astro pop e acho que não pareço um.
Imagino que, se você for uma estrela pop, não se pareça comigo. Se eu fosse uma boa estrela pop, não estaria contando sobre como cresci, porque eu gostaria de manter essas coisas longe do público. Eu gostaria que as pessoas acreditassem que eu simplesmente surgi do nada. Às vezes eu queria ser assim".
