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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Bono entrevistado para o programa Conversa com Bial da Rede Globo


O programa Conversa com Bial da Rede Globo exibiu uma entrevista especial com Bono, que marcou o programa de número 1.500.
Anos depois de fazer um profundo mergulho na própria história e lançar sua autobiografia 'Surrender: 40 Músicas, Uma História', o cantor falou sobre sua jornada de autoconhecimento, relação com a família e com os fãs.
Perguntado sobre qual é a face mais verdadeira que encontrou em seu projetos autobiográficos, Bono falou sobre a relação com o showbiz e o impacto da fama.
"Sim, o ego explode, mas ele também implode e acabamos nos encontrando. Me saio muito bem fazendo papel de glamouroso quando preciso. No showbiz eu posso ser um showman, mas um dos rostos que encontramos no corredor de espelhos é de autodepreciação. E estou sendo sincero em relação a isso. E talvez seja porque acabamos percebendo que não somos, e, no meu caso, com certeza eu não sou um homem que alcançou o sucesso sozinho".
Sem receios, o artista destacou a importância da esposa e dos parceiros de banda em sua vida e carreira: "Se eu tenho dons, eu nasci com eles, e o que fez com que eu pudesse expressá-los foi o Edge, o Adam, o Larry, foi a Ali. A história pela qual eu levei o crédito e assinei embaixo do título, 'Surrender', eles escreveram também, porque eles me escreveram".
Bial definiu o documentário 'Bono: Stories Of Surrender' como um "inventário de dúvidas", o que contrasta com a imagem confiante que o artista demonstra. Em resposta, o cantor refletiu sobre como sua autoconfiança vem de sua intimidade com a plateia, em especial com os fãs brasileiros.
"Quando saio para falar com os fãs, principalmente no Brasil, principalmente com esse sentimento latino que existe, eu me sinto mais como eu mesmo do que quando estou, às vezes, nos bastidores. Edge disse ao Andrew: 'Se você acha que vai captar o Bono nos bastidores sendo ele mesmo com uma câmera, muitos já tentaram e não conseguiram'."
Ele falou da relação difícil com o pai e como o perdão transformou a própria voz.
"Eu fui um garoto difícil de lidar. Só queria ter pedido perdão enquanto ele estava vivo, mas só aconteceu anos depois. Enfim, fui para uma capela local aqui na França, onde estou agora. Era uma capelinha vazia, e eu pedi perdão a ele. Eu canto para impressionar você até hoje. Saí daquela igreja um pouco diferente. Deixei algo para trás, e isso libertou minha voz. Estou cantando como um passarinho. Até nas gravações recentes com o U2, eles disseram: 'De onde está vindo essa voz?'. Então ainda estou nessa jornada para ser um cantor. Não é como se eu tivesse tido o meu auge".
No registro é possível ver o músico observando o trio elétrico comandado por Ivete Sangalo, que aproveitou a presença do músico em um camarote para homenagear sua banda.
Ao rever as imagens de sua passagem pelo Carnaval de Salvador em 2006, Bono fez um breve relato sobre a experiência, dizendo:
"Nós viajamos para a Bahia com o Quincy Jones, e ele disse: 'Cara, você precisa ver como os brasileiros fazem… eles vão te ensinar o que é Carnaval. Essa é a origem do Carnaval'. Isso é verdade? A origem do Carnaval é na Bahia?"
Pego de surpresa pelo questionamento, Bial explicou sem entrar em muitos detalhes:
"É… um pouco assim, em cada um. É uma mistura da Bahia com o Rio de Janeiro. O samba, na verdade, tem origem nessas duas cidades. A Bahia é onde o nosso Carnaval é mais negro".
Em tom bem-humorado, Bono respondeu:
"Bom, eu sou o mais negro dos irlandeses".
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