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terça-feira, 4 de junho de 2019

Bono e The Edge falam sobre a polêmica de quando o U2 transferiu parte de seus negócios da Irlanda para a Holanda


Em 2006, o U2 transferiu parte de seus negócios da Irlanda para a Holanda, onde a alíquota de imposto sobre royalties é muito menor. Isto veio após uma decisão do governo irlandês de limitar os rendimentos livres de impostos para os artistas. Antes disso, todos os ganhos artísticos eram isentos de impostos. Com a nova decisão, os artistas teriam que pagar impostos sobre os ganhos acima de € 250.000.
Choveu críticas em cima da banda, e de Bono em particular, vindas de políticos, jornalistas e grupos de lobby.
"Não comentamos sobre isso", disse Bono em 2009.
"E nós não comentamos sobre isso por uma boa razão", acrescentou The Edge, "e isso é porque é uma coisa privada nossa. Fazemos negócios em todo o mundo, pagamos impostos em todo o mundo e estamos totalmente em conformidade com os impostos".
"Pagamos milhões e milhões de dólares em impostos", disse Bono. "O que nos incomodou foi a acusação de hipocrisia pelo meu trabalho como ativista.
Eu posso entender como as pessoas fora do país não entenderiam como a Irlanda chegou à sua prosperidade, mas todos na Irlanda sabem que há algumas pessoas muito inteligentes no governo e na receita que criaram uma arquitetura financeira que prosperou toda a nação - era uma maneira de atrair pessoas para esse país que normalmente não fariam negócios aqui. E os serviços financeiros trouxeram bilhões de dólares todos os anos diretamente ao Tesouro.
O que é realmente hipocrisia é a ideia de que você não poderia usar um centro de serviços financeiros na Holanda. A verdadeira pergunta que as pessoas precisam fazer sobre a política fiscal da Irlanda é: 'A nação foi uma benfeitora no ganho líquido?' E, claro, foi - imensamente. Então não há hipocrisia para mim - nós somos apenas parte de um sistema que beneficiou muito a nação e é um sistema que será encerrado com o tempo. A Irlanda terá que encontrar outras formas de ser competitiva e atraente".
Em um relatório de 2007 intitulado 'Morte e Impostos: O Pedágio Verdadeiro de Evasões Fiscais', a agência de desenvolvimento Christian Aid examinou o impacto da evasão fiscal no mundo em desenvolvimento e mencionou Bono como um dos responsáveis. Quando um grupo como o Christian Aid (com quem Bono teria alguma causa comum) critica o movimento, isso dói?
"Dói quando as críticas chegam internacionalmente", respondeu Bono. "Mas eu não posso falar sem trair meu relacionamento com a banda - então você fica com essa merda. Pessoas que não conhecem a nossa música - é muito fácil para elas tomarem uma posição sobre nós - elas julgam com os estereótipos e a caricatura de nós. As pessoas que conhecem a música sabem que a música revela as pessoas, não a edificação em torno dela. Por isso decidimos desenhar um círculo em torno de nosso público e de nós mesmos. Fora disso, não faz sentido tentar nos explicar. Sem a parte musical, tudo é irrelevante".
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