Bono pediu ao Reino Unido que comece a liderar o mundo novamente depois de afirmar que o governo britânico foi ultrapassado por "fundamentalistas do livre mercado".
Bono elogiou os sucessivos governos do Reino Unido por ajudarem a combater a dívida mundial, combater a HIV/Aids e acabar com a pobreza global - particularmente durante os anos de Tony Blair, Gordon Brown e David Cameron.
Ele elogiou o trabalho do Departamento de Desenvolvimento Internacional (DfID), que foi descartado pelo então primeiro-ministro Boris Johnson em 2020, e disse que o Reino Unido precisa voltar a "liderar".
"Acho que o governo foi ultrapassado por fundamentalistas do livre mercado que não entendem os fundamentos do livre mercado", disse Bono.
"Posso dizer que tivemos quatro membros no U2 em 40 anos e vocês tiveram quatro chanceleres em quatro meses. Posso dizer novamente que precisamos de vocês, realmente precisamos do Reino Unido.
Vocês lideraram o mundo, e não apenas os anos Blair-Brown, mas Cameron chegou, e havia a presença de pessoas no mundo em desenvolvimento que estão lutando por sua dignidade, lutando pela educação, lutando pela saúde. A Grã-Bretanha estava bem ali, todo mundo sabia disso".
Bono elogiou o DfID, mas disse que não conseguiu promover o trabalho que estava fazendo globalmente.
"Lembro-me de dizer a quem quer que fosse na época - acho que foi David Cameron - quem sabe o que é DfID?" disse Bono.
"Eu estava mijando em um gueto e dizia 'Banheiros fornecidos pelo DfID'. Eu sabia o que era o DfID - a melhor agência de desenvolvimento do mundo. Ninguém sabia que eram os contribuintes britânicos que pagavam por isso e foi fantástico. Agora eles fecharam o DfID, esses outros tipos de conservadores, e é o seu país e você pode fazer o que quiser com ele, mas adorávamos quando vocês lideravam. O conservadorismo está passando por sua própria crise no momento. Lenin disse: 'Há décadas em que nada acontece, e há semanas em que décadas acontecem', mas parece que vocês estão tendo uma no Reino Unido".
Bono passou mais de 20 anos se dedicando à luta contra a Aids e a pobreza, tendo se envolvido na campanha Drop The Debt do Jubilee 2000 e co-fundando as organizações irmãs ONE e (RED).
Ele pressionou presidentes dos EUA, primeiros-ministros do Reino Unido e outros líderes globais para promover suas campanhas.
"Não eram todos os presidentes - havia muitos chefes de gabinete, legisladores regulares", disse ele.
"Sou apenas estratégico, sabia que eles eram os tomadores de decisão, então queria descobrir onde eles bebiam na noite de sexta-feira e isso estaria lá. Eles diziam ao seu chefe, o senador 'Ele é muito bom, esse irlandês'. Acabei conhecendo essas pessoas que eu nunca encontraria em um milhão de anos vindo de onde eu vim.
Aprendi coisas com eles, de verdade. Às vezes, algumas dessas pessoas ficavam chocadas. Mais frequentemente ou não, descobri que elas perderam o idealismo. E eu sempre dizia aos políticos que estou fazendo o que amo, sou superestimado, superrecompensado.
Essas pessoas trabalham muito duro e, se for nos EUA, passam metade do tempo em casa em seus distritos eleitorais, metade do tempo longe de suas famílias.
Eles não são todos fodidos, eles realmente não são. Mesmo alguns conservadores... Eu realmente aprendi muito e me tornei amigo muito próximo de alguns conservadores.
George W Bush lançou a maior intervenção de saúde para combater uma única doença na história da medicina e eu fiz parte disso, e foi para combater a Aids, como um conservador".
0 Comentários
