Existem em alguns países ruas com o nome de 'Rue du Marais', como na Bélgica.
Na França, as ruas são conhecidas como 'Rue du': rue du Faubourg Saint-Honoré, rue du Bac, rue du Paradis.
A citação de Bono na canção então é sobre o bairro de Marais, em Paris, que não tem uma rua específica com esse nome.
Saiba agora sobre Marais, que o U2 citou na letra da canção:
O charme descontraído do Marais, em Paris
Extraído do livro GTB PARIS
Marais: inicialmente uma região pobre de Paris
O Marais era uma região insalubre de pântanos (em francês, marais) na Rive Droite, em Paris, próximo às duas ilhas do Sena. A partir do século XII, seus terrenos foram drenados e passaram a ser cultivados. A região era também habitada pela parcela mais pobre da população parisiense, que foi se mudando para a periferia no século XVI quando, com o crescimento da cidade, a aristocracia francesa começou a se interessar pelo bairro.
A place des Vosges
Foi principalmente a partir da construção da Place des Vosges que nobres e comerciantes ricos decidiram se estabelecer no Marais, edificando hôtels particuliers (palacetes), muitos dos quais existem até hoje. Note a elegância e a total simetria da praça.
O Marais vira bairro popular
Quando a corte real mudou-se para Versalhes, começou um período de crescente decadência do Marais. Nesse meio tempo, o bairro ficou esquecido e foi poupado das reformas de Haussmann. Por isso, grande parte de suas ruas manteve o traçado medieval e muitos imóveis antigos subsistiram. O Marais era então um bairro popular, bastante povoado e cheio de pequenos ateliês de confecção e ourivesaria, na sua maioria pertencentes a artesãos judeus. Essas características foram mantidas até a ocupação de Paris pelos alemães, quando grande parte dos moradores foi deportada ou fugiu.
O Marais bairro judaico
A história do Marais tem estreita relação com aquela dos judeus em Paris, pois boa parte da colônia judaica francesa, apesar das perseguições e expulsões em várias ocasiões, estabeleceu-se nesse bairro desde a Idade Média. Tristes lembranças da época da ocupação nazista estão presentes em vários lugares do Marais. A memória de atos de fraternidade e bravura está perpetuada na placa da “Allée des Justes”, ao lado do Memorial ao Mártir Judeu Desconhecido, indicando que tal rua, anteriormente chamada “Grenier sur l’Eau”, mudou de nome “en hommage aux justes qui sauvèrent les juifs durant l´occupation” (“em homenagem aos justos que salvaram os judeus durante a ocupação”). Ultimamente, a comunidade judaica do Marais tem se concentrado nas proximidades da rue des Rosiers, onde existem restaurantes típicos, casher (preparados segundo regras da religião judaica ou não), e sinagogas. Aliás, os pães pita recheados de falafel, vendidos em balcões que se abrem para a rua, são deliciosos!
O Pós-Guerra e a recuperação do bairro do Marais
No pós-guerra, pouco a pouco os sobreviventes da população original do Marais foram retornando e reabrindo suas lojinhas e ateliês. A França estava, entretanto, exaurida; não havia dinheiro para nada, e pouco foi feito para se conservar os antigos e belos imóveis do Marais.
Sua recuperação começou somente em 1969, amparada por uma lei de proteção do patrimônio histórico e cultural da cidade. Os imóveis do Marais foram restaurados, com o compromisso de serem mantidas as suas linhas originais, e valorizaram-se enormemente, o que provocou muita gritaria em razão do aumento dos aluguéis.
O Marais chique
O Marais foi invadido pela pequena burguesia mais abastada, por livrarias, antiquários, restaurantes, bares e butiques mais sofisticadas. Vários museus passaram a funcionar em antigos hôtels particuliers. A comunidade GLS instalou-se maciçamente no Marais, como se pode ver pelas bandeiras coloridas hasteadas por toda parte.
Nenhum outro bairro de Paris possui tantos belos edifícios antigos quanto o Marais, que é o melhor lugar para se ter idéia de como era a cidade antes da reforma de Haussmann.
Flanar pelo Marais, um programão
Mesmo que você não seja chegado em museus e não se interesse muito por História, andar pelas ruas do Marais á é um grande programa que não pode deixar de ser feito por quem vai a Paris. Em cada canto há uma surpresa: uma fachada antiga, uma praça, uma lojinha, um bar à vin, um café... A maioria das ruas são bem tranqüilas e reservadas aos pedestres, ou com pouco movimento de veículos, o que torna o passeio ainda mais agradável, de dia ou à noite, pois o local é seguro. O Marais possui algumas das mais antigas e pitorescas ruas e praças de Paris, que por si só constituem uma atração turística. Percorrendo o bairro, você terá a oportunidade de ver alguns vestígios da Idade Média e sobretudo muitos hôtels particuliers, entre eles o Hotel de Sens, onde a ultra liberal rainha Margot recebia seus amiguinhos.
O Marais GLS
Com relação à predominância GLS, sobretudo à noite, saiba que nem todos os bares de mulheres aceitam homens, mas muitos bares e a maioria dos restaurantes são freqüentados também por heterossexuais em um clima de grande respeito: cada um na sua. Relaxe e sorria; no Marais todo mundo é alegre!
Não espere, entretanto, que cada um desses hotéis particuliers seja uma atração comparável à Torre Eiffel ou à Notre-Dame; o interessante é observar o conjunto e sentir o clima de uma Paris perdida no tempo. Infelizmente, os antigos imóveis do Marais raramente são abertos à visitação, exceto aqueles onde estão instalados museus ou onde são realizadas exposições de arte.
OBSERVAÇÃO: Procurando no Google Maps, você encontra em Paris uma empresa chamada 'Plombier Artisan Paris'. O endereço aparece como Rue du Marais, 21.
Existe alguns endereços "Rue du Marais' localizados em Montreuil (França / Ilha da França / Seine-Saint-Denis), mas em Paris mesmo não existe nenhuma rua específica com este nome.
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