Rita Marley, Bono, Ziggy Marley e Cedella Marley em 1994, na cerimônia de introdução de Bob Marley no Rock and Roll Hall of Fame, feita por Bono.
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Há 65 anos, no dia 6 de fevereiro de 1945, nascia em Saint Ann, no interior da Jamaica, Robert Nesta Marley, ou apenas Bob Marley.
Conhecido principalmente pelo seu poder de pregar a paz e denunciar a miséria dos excluídos por meio do reggae, Bob veio ao mundo longe da destruição geral da Segunda Guerra Mundial na Europa, mas cresceu sob as mazelas de um país que por centenas de anos sofreu com o imperialismo inglês e a escravidão de negros oriundos da África.
Filho de um capitão branco do exército inglês com uma adolescente negra, Bob teve uma vida bastante difícil, assim como milhares de crianças pobres de países subdesenvolvidos. Após a morte de seu pai, ele e sua mãe se mudaram para Trenchtown, uma favela de lata na capital Kingston, onde era constantemente provocado, tanto por brancos como por negros, devido sua cor mulata e baixa estatura. Foi neste contexto social de segregação e pobreza que diversos ‘rude boys’, jovens rebeldes e sem perspectivas de vida, surgiam aos montes nas periferias jamaicanas nos anos 60. E Bob Marley era um deles.
The Wailing Wailers: Peter Tosh, Bob Marley & Bunny Livingston, em 1964
Mas dois importantes fatores mudaram radicalmente a história de opressão e diferença da sociedade jamaicana, e deram um novo sentido de liberdade e paz para Bob e diversos ‘rude boys’: a religião e a música. O rastafári, com sua pregação à Jah, o culto a maconha e o reconhecimento do rei da Etiópia, Ras Tafari Makonnen, como o Rei Negro; e o ska, o tradicional gênero musical jamaicano dos anos 50, que misturava música caribenha com blues e jazz.
Influenciados pelo ska, por cantores amadores locais e por rádios de New Orleans, que tocavam música negra americana, Bob Marley junto com Bunny Wailer, Peter Tosh, Junior Braithwaite, Beverly Kelso e Cherry Smith formam o grupo The Wailing Wailers, em 1962. Mais lento que o ska, com a guitarra base acentuada no contra-tempo e linhas de baixo complexas, os meninos pobres de Kingston criam um novo estilo musical: o reggae.
Rapidamente reconhecido em sua terra natal, o ritmo demorou a atingir os ouvidos europeus e americanos. Finalmente, em 1973, Bob Marley & The Wailers lançam em Londres, pela gravadora Island Records, “Catch a Fire” e chamam atenção do primeiro mundo.
Mas o que havia de especial neste novo estilo musical, originado em um país esquecido e miserável? Com certeza, sua mensagem. Influenciado pelo rastafári e pela pobreza em que viveu, Bob se alçou como o mensageiro do terceiro mundo e cantou sobre desigualdade racial, escravidão, violência e fome; mas também sobre liberdade, amor e paz.
Bob denunciou guerras civis na África, uniu os negros com o pan-africanismo e mostrou que somos todos iguais.
No dia 11 de maio de 1981, o cantor e compositor não resistiu mais ao câncer generalizado e interrompeu sua luta por dias melhores em seu país e no mundo.
Aos 36 anos, Bob Marley morreu em Miami (EUA), deixando 12 discos históricos, principalmente 'Catch a Fire', do começo dos anos 70, que projetou a sua música ao mundo todo.
==========Vídeo Bônus: A versão de Bono para 'Redemption Song':Filho de um capitão branco do exército inglês com uma adolescente negra, Bob teve uma vida bastante difícil, assim como milhares de crianças pobres de países subdesenvolvidos. Após a morte de seu pai, ele e sua mãe se mudaram para Trenchtown, uma favela de lata na capital Kingston, onde era constantemente provocado, tanto por brancos como por negros, devido sua cor mulata e baixa estatura. Foi neste contexto social de segregação e pobreza que diversos ‘rude boys’, jovens rebeldes e sem perspectivas de vida, surgiam aos montes nas periferias jamaicanas nos anos 60. E Bob Marley era um deles.
The Wailing Wailers: Peter Tosh, Bob Marley & Bunny Livingston, em 1964
Mas dois importantes fatores mudaram radicalmente a história de opressão e diferença da sociedade jamaicana, e deram um novo sentido de liberdade e paz para Bob e diversos ‘rude boys’: a religião e a música. O rastafári, com sua pregação à Jah, o culto a maconha e o reconhecimento do rei da Etiópia, Ras Tafari Makonnen, como o Rei Negro; e o ska, o tradicional gênero musical jamaicano dos anos 50, que misturava música caribenha com blues e jazz.
Influenciados pelo ska, por cantores amadores locais e por rádios de New Orleans, que tocavam música negra americana, Bob Marley junto com Bunny Wailer, Peter Tosh, Junior Braithwaite, Beverly Kelso e Cherry Smith formam o grupo The Wailing Wailers, em 1962. Mais lento que o ska, com a guitarra base acentuada no contra-tempo e linhas de baixo complexas, os meninos pobres de Kingston criam um novo estilo musical: o reggae.
Rapidamente reconhecido em sua terra natal, o ritmo demorou a atingir os ouvidos europeus e americanos. Finalmente, em 1973, Bob Marley & The Wailers lançam em Londres, pela gravadora Island Records, “Catch a Fire” e chamam atenção do primeiro mundo.
Mas o que havia de especial neste novo estilo musical, originado em um país esquecido e miserável? Com certeza, sua mensagem. Influenciado pelo rastafári e pela pobreza em que viveu, Bob se alçou como o mensageiro do terceiro mundo e cantou sobre desigualdade racial, escravidão, violência e fome; mas também sobre liberdade, amor e paz.
Bob denunciou guerras civis na África, uniu os negros com o pan-africanismo e mostrou que somos todos iguais.
No dia 11 de maio de 1981, o cantor e compositor não resistiu mais ao câncer generalizado e interrompeu sua luta por dias melhores em seu país e no mundo.
Aos 36 anos, Bob Marley morreu em Miami (EUA), deixando 12 discos históricos, principalmente 'Catch a Fire', do começo dos anos 70, que projetou a sua música ao mundo todo.
Bono introduz Bob Marley: