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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Entrevista com Tom Krueger, diretor do 'U2 360º Live At The Rose Bowl' - Parte I

O diretor do 'U2 360º Live at the Rose Bowl', Tom Krueger, deu, em uma entrevista, detalhes sobre a filmagem, a banda, e como realizou um projeto como esse, que se revelou um sucesso.
Tom Krueger é fã de U2 desde 'The Unforgettable Fire' em 1984 - e agora dirigiu 'U2 360º Live at the Rose Bowl'.
Nessa primeira - de duas partes - de uma entrevista para o U2.com, falam com Tom sobre como conseguiu trabalhar pela primeira vez com a banda, seu papel durante o show ao vivo e a forma que terminou de dirigir o show em Rose Bowl para o DVD.

"Gravei uns retratos íntimos da banda para o vídeo de "Original Of The Species", e eles gostaram do modo como apareceram. Foi um ato de fé por parte deles me fazer diretor de fotografia do filme em 3D, mas acho que pensavam ter encontrado alguém que entendesse sua estética.
Então, fizemos o U23D que foi um processo muito intenso, e como também foi com Willie Williams, o diretor de shows da banda, me pediram que desenhasse a fotografia e a cobertura de vídeo para a turnê U2 360°. Esse foi um retrato incrível: averiguar a forma de cobrir os quatro membros da banda, a todo momento, através de 360 graus, de uma maneira dinâmica, não só da forma habitual que a maioria das bandas utilizaram até agora, com uma câmera sobre cada membro da banda.
Willie me disse que era a minha falta de experiência em uma tour de rock and roll. Isso me convenceu de que eu seria uma pessoa adequada para o trabalho, porque tinha que haver um enfoque de uma maneira diferente.


Como sabia por onde começar?

Eu trabalhei em uma estreita colaboração com a banda para desenhar a maneira que isso funcionaria. Construímos câmeras no cenário - câmeras que se elevam, chamadas de "Televators"; elas podem ir em quase sua totalidade pelo cenário. Tenho 13 câmeras no total, somente para o espetáculo. Era tão importante mostrar um grande espetáculo para o público da parte posterior, como para as pessoas da frente. É um espetáculo diferente para as pessoas da parte de trás, mas ainda sim grandioso.

Passava o controle durante o show?

Stefaan Desmedt - "Smasher"- se assegurava de que todas as câmeras estivessem trabalhando de dia, e o mixer de imagem, à noite. Eu proporcionava uma conexão com a banda. Assim, devo estar atento, tomar notas, falar com a banda depois, discutir como podem mudar a coreografia e logo trabalho com Smasher para que isto ocorra da próxima vez.


Deve haver pressão para fazer tudo certo, cada noite...

Há grandes expectativas da banda para fazer um grande trabalho. No final da noite, eles vêem o show novamente - especialmente Bono e The Edge. Bono está em todas as partes, sempre querem o melhor, para capturar cada momento importante. Está tudo de acordo com eles. Estou impressionado com os detalhes de coreografia que ele discute e querem fazer melhor da próxima vez.

Dirigir o DVD foi um passo natural para você, então?

Acho que sim. Nossa experiência à fundo e exaustiva com o espetáculo propriamente, e seu desenho era indispensável, já que se passou o desenho do DVD. Se fossem trazer outra pessoa para que se instalasse uma "segunda visão" da parte que existia, seria um desastre. E perderíamos algumas coisas que trabalhamos muito duro para estabelecer e ter êxito: essa intimidade incrível, em grande escala.

Deve ser complicado, logística e artisticamente, capturar uma "intimidade em grande escala".

É o que a banda e Willie sempre quiseram - e era nosso papel capturar isso. Esse foi o passe sob qual foi construída a filmagem do DVD. As câmeras ao redor da ponta do palco são as mais íntimas. Na maioria de filmes e shows as câmeras estão mais longes, com objetivos mais distantes. Consegue uma separação. Com o nosso, você se sente como se estivesse de pé junto a banda, porque é assim. Poucas vezes se vêem essas câmeras, mas estão ali mesmo, na cara do U2, e eles interpretam para elas.
Uma grande diferença entre esse DVD e a maioria dos demais, é que a banda está interpretando para os espectadores. Esse foi o enfoque de todo o filme.

Não parece que teve grandes cortes, parece como um filme e não um vídeo musical.

A intenção era capturar a todos os membros do grupo, interagindo entre si. E esse é outro benefício da forma que as câmeras estão situadas. Queríamos começar a edição observando o que acontecia com banda - em seus aspectos, seus gestos - e entre a banda e o público. Queríamos ir realizando nossa edição ao redor disso. Assim que se sente não só a interpretação que estão dando ao seu público, sinto que fazem um com os outros. Isso é tangível. Se tratava de uma ordem estabelecida pela banda.



Essa é a intimidade. E o que seria a "grande escala"?

Treze câmeras capturam em primeiro plano os aspectos do espetáculo. Mas não está vendo o espetáculo através delas - nunca se vê a parte de uma dessas câmeras. Para o DVD tivemos que varrer o plano com guindastes por cima do público, capturando a multidão, a garra, a tela... assim que se juntou com mais câmeras, tinha 27 no final. Em primeiro lugar, as demais estavam ali para captar a perspectiva do público. Contudo, toda tecnologia teria que cruzar-se. Algumas dessas câmeras se utilizavam tanto para o DVD quanto para o show, e isso é uma façanha extremamente complexa, ter dois computadores funcionando ao mesmo tempo. Tinha um mixer de imagens na caminhonete comigo e estávamos com as 27 câmeras. Enquanto isso, Smasher seguia fazendo seu concerto no estádio.
Além disso, eu estava filmando o show ao vivo pelo YouTube...


Tradução da Parte I da matéria: http://www.u2br.com/
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