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domingo, 23 de maio de 2010

O 'Bono' paquistanês

O músico paquistanês Salman Ahmad, fundador do grupo Junoon, considerados o "U2 da Ásia", aconselha os jovens muçulmanos a seguir os sonhos e evitar "lavagens cerebrais" por extremistas.
Salman Ahmad está convencido de que a experiência de vida no Paquistão pode ajudar outros jovens muçulmanos.
Tal como conta na biografia que escreveu, chamada "Rock and Roll Jihad", Ahmad contou à Lusa que decidiu dedicar-se à música depois de, aos 18 anos, um extremista ter subido ao palco durante um concurso de talentos e destruído a guitarra elétrica que tocava.
"Isso fez-me pensar que, se as pessoas estão dispostas a matar só por tocar guitarra, então talvez devesse fazê-lo mais vezes", gracejou, antes de empregar um tom mais sério.
"Quando somos adolescentes temos sonhos, mas se não seguirmos essa paixão ficamos frustrados para sempre. E essa frustração leva-nos a fazer loucuras".
Foi este o sentimento que diz ter encontrado durante uma volta que deu recentemente ao Paquistão para filmar um documentário, no qual confronta aqueles que rejeitam a sua música.

Em Londres, o músico disse aos universitários para seguirem as suas paixões e não se deixarem manipular por extremistas religiosos.
Maajid Nawaz, codiretor da Fundação Quilliam, identifica Ahmad como uma das "vozes alternativas que não subscrevem a narrativa [radical] islamita".
Vazio de comunicação entre Ocidente e Oriente
Nascido em Lahore, no Paquistão, Salman Ahmad fundou, em 1990, os Junoon, precursores do "sufirock", uma mistura de rock ocidental com poesia sufista, uma corrente mística do islão.
No início da carreira, os Junoon foram alvo de ameaças de morte e perseguidos por extremistas religiosos, que consideram a música uma blasfémia.
Mas a luta contra estes preconceitos e o sucesso de vendas deram origem à comparação com os irlandeses U2, a qual Ahmad desvaloriza. "As pessoas precisam de etiquetas, mas eu sou eu próprio".
Entre as fontes de inspiração estão os Beatles e Led Zeppelin, que ouviu durante a parte da adolescência que passou em Nova Iorque, onde agora reside e ensina poesia e música paquistanesa.
Ahmad considera existir um "grande vazio de comunicação" entre o Ocidente e o Oriente.
"As pessoas no Ocidente têm medo de tudo o que tenha a ver com o Islamismo ou a palavra Jihad. Os vivem no mundo muçulmano têm medo de tudo o que esteja relacionado com o Ocidente, que significa sexo, drogas e rock and roll. Espero estar a ajudar a preencher esse vazio através da minha música, do documentário e do meu livro".

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