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quinta-feira, 12 de maio de 2016

1979: A Grande História Da Inocência - Parte 16 (Final)


Na visão de Nick Stewart, o que levou o U2 ao sucesso mundial foi seu desejo de ser amado por praticamente toda a raça humana.
"A banda sempre quis ser aceita", diz Stewart. "Lembro-me de uma grande conversa emocional com Bono em 1983, depois que eles tocaram no Hammersmith Odeon. Voltamos para o Hotel Portobello e Bono, que foi de longe o membro mais sensível da banda em muitas maneiras, me disse: 'Capitão, a NME nos odeia'! A NME realmente nunca tinha os apoiado. Eles eram vistos como pouco bombásticos, pouco óbvios – e ele estava realmente chateados por isso. Eu disse: 'Bono, você tem que entender, você foi muito além da NME!' Mas eles queriam musicalmente ser aceitos por todos e ainda ao mesmo tempo, atingir um público mais amplo."
Para Stewart, a chegada de Brian Eno como produtor escolhido pelo U2, foi o ponto crucial, que garantiu o sucesso a longo prazo da banda.
"Pensei: Brian Eno? Estão loucos? Mas eles queriam alguém para expandir a banda musicalmente, e essa decisão foi o ponto de virada na sua carreira. Porque Brian Eno e Trevor Horn são sem dúvida, os dois produtores realmente excelentes do rock dos anos 80 e 90. O U2 viu algo em Brian Eno e Daniel Lanois, que lhes daria uma dimensão extra. Começou com 'The Unforgettable Fire' e atingiu um pico com 'The Joshua Tree', que realmente mostra a mais poderosa capacidade e carisma e a presença do U2. Não há uma nota de fracasso, não uma canção fraca. É uma excelente peça de música rock."
Rob Partridge concorda com a avaliação de Stewart. "Obviamente 'The Joshua Tree' foi o momento decisivo. E o Live Aid não foi construído para a carreira do U2, mas isso foi um subproduto não intencional do mesmo. Eu estava trabalhando lá no dia... e foi uma coisa que realmente não funcionou muito bem no estádio, com Bono fazendo algo na frente do palco que você não podia ver. Mas na TV você pode ver que ele estava envolvendo membros da platéia na canção e funcionou incrivelmente bem. Então, obviamente, todas essas coisas ajudaram a conduzi-los mais para a frente. Mas a sua maior conquista foi conseguir a capa da Time, maior revista de circulação do mundo, na época de 'The Joshua Tree'. Onde você vai depois de lá?"
Mais crucialmente na escolha dos parceiros criativos, de Martin Hannett para Anton Corbijn, Brian Eno para Howie B, a maior banda do mundo sempre formou as amizades certas para levá-los até o próximo nível. Nas palavras de Michael Corleone, "o U2 mantinha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda. E eles tem muito boa memória."
"Eles sempre foram muito diplomáticos", confirma Paolo Hewitt. "Eu os odiava pelo show do Live Aid, saltando na platéia e tudo mais. Não muito tempo atrás, encontrei o The Edge após um show do Oasis em Court Earls. Ele tinha uma bebida em mãos, e alguém esbarrou ele e parte da bebida derramou sobre minha mesa. Ele disse: 'Deus, eu sinto muito, não quis fazer isso....' Então ele olhou para mim e disse: 'Você é Paolo, não é?' Eu: 'Sim', então ele disse, 'eu queria fazer isso mesmo.' Devo admitir, eu achei muito bom."

Revista Uncut - Dezembro de 1999
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