17 Apr 2010
Eu passei março com uma delegação de ativistas, empreendedores e especialistas em política perambulando pelo nordeste, sudoeste e oriente africano tentando realmente ouvir - algo muito difícil para um bocudo irlandês. Com fita adesiva sob a minha boca, fui capaz de pegar algumas linhas interessantes em cada palácio do pavimento.
Apesar de todo o barulho e excitação em torno da África estar recebendo a Copa do Mundo no próximo verão, nós conseguimos ouvir uma coisa surpreendente. Harmonia... Fluindo dos dois lados que no passado muitas vezes foram dissoantes: a classe emergente da África empresarial e os ativistas da sociedade civil.
Não é muito segredo que ativistas podem ser hostis sobre as elites empresarias. E a desconfiança é mútua. A sociedade civil em geral enxerga os negôcios como, bem, algo não muito civilizado. Os negócios tendem a ver o ativismo como, bem, pouco ativo. Mas na África, pelo menos pelo que eu vi, isso começa a mudar. A energia dessas forças opostas estão veem se unindo e enchendo escritórios, salas e bares. O motivo é que ambos os grupos - o setor privado e a sociedade civil - vêem a má governança como o maior obstáculo que enfrentam. Então, ambos estão trabalhando juntos para redefinir as regras do jogo africano.
Os investidores sabem ue uma boa relação com um mau governo tendem a ser um investimento arriscado; a sociedade civil sabe que um país rico em recursos pode ter mais do que apenas alugns problemas, ao menos que a corrupção seja combatida.
Está união de forças está sendo conduzida por algumas personalidades brilhantes, aos quais são conhecidos da América, ou ao menos deveriam ser. Deixe-me apresentá-los a alguns:
John Githongo, do Quênia, teve que deixar seu país as pressas por algumas vezes; ele foi contratado pelo seu governo para "limpar as coisas" e executou seu trabalho muito bem. Ele iniciou um grupo chamado Inuka, composto por pobres das cidades e líderes empresariais, criando uma aliança inter-étnica para combater a pobreza e fiscalizar o governo local. Ele é o tipo de lider que muitos quenianos esperam ter para o futuro, apesar da fragilidade do governo de coalizão.
Compartilhando a mesa comigo e Githongo em um noite em Nairobi estava o DJ Rowbow, uma espécie de Mike Tyson. Sua estação a Ghetto Radio, era a voz da razao quando o vulcão de tensão étnica explodiu no Quênia em 2008. Enquanto alguns estavam incentivando o povo de Kibera, uma das maiores favelas da África, para prosseguir com a confusão, este homem de aparência assustadora decifrou a desinformação e atuou como pacificador / interlocutor. Na playlist da rádio há Bob Marley e um tipo único de espécie de mistura reggae parte The Clash e parte Marvin Gaye. A única mentira que ele contou em toda a noite foi dizer que gostava do U2. Da minha parte, eu posso ter exagerado mostrando o cartão com Jay-Z e Beyoncé. "Eles são meus amigos", eu expliquei para ele, é muito.
Bom agora vem algo que você talvez espera que eu diga, ,as estou te dizendo, havia um músico no Senegal que melhor exemplifica as novas regras. Youssou N’Dour - talvez o maior cantor na Terra - é dono de um jornal e está no meio de um complicado acordo para a compra de uma emissora de TV. Você senta a sua estratégia e dureza. Ele está criando a trilha sonora para a mudança, e ele sabe exatamente como usar a sua voz. (Eu tentei imaginar o que seria se eu fosse o dono do The New York Times, ou bem, digamos, da NBC. Algum dia, algum dia...)
Em Maputo, Moçambique, me reuni com Activa, um grupo de mulheres, que além de outras coisas, ajuda que empreendedores (agricultores) consigam sementes. Setor público e privado facilmente se misturam aqui, sob a liderança de Luisa Diogo, ex primeira ministra do país, que agora é a matriarca nesse trecho fascinante da África oriental. Famosa pelo seu penteado no estilo Star Wars e bom senso político, ela tem a energia leonina de uma Ellen Johnson Sirleaf, a Ngozi Okonjo-Iweala ou Graça Machel.
Quando me encontrei com a sra. Diogo e seu grupo, as mulheres menos famosas mas igualmente encantadora na sala reclamaram sobre as taxas de juros excessivas sobre os seus empréstimos em microcrédito e a falta do que eles chamam de "integração econômica regional". Para elas, a falta de infra-estrutura continua a ser a grande (e não sexy) questão. "Estradas, nós precisamos de estradas", um dos presentes disse colocando que essa seria uma das maiores soluções para os obstáculos em seu caminho. Hoje, acrescentou, "nós mulheres, somos as estradas." Eu nunca havia pensado nisso dessa maneira, mas porque as mulhres cultivam grande parte das lavouras, são aquelas que levam o que produzem aos mercados, coletam água e levam os doentes às clínicas.
A verdadeira estrela da viagem era um furacão humano: Mo Ibrahim, um empresário sudanês que fez fortuna com telefones celurares.
Eu fantasiei em ser o garoto prodígio para o seu Batman, mans enquanto rodavamos o continente juntos eu percebi que na realidade eu era Alfred, o mordomo de Batman. Em todo lugar que iamos, eu era acotovelado para fora do caminho pr jovens que queriam se aproximar desse reformador rockstar e sua bela, e assustadoramente inteligente filha, Hadeel, que administa a fundação de Mo e é uma luz fora do velho bloco (em um vestido Alexander McQueen). O discurso de Mo foi feito em uma sala com as pessoas em pé, porque mesmo quando ele está sentando , ele é do tipo de "pessoa em pé". Em um salão lotado da Universidade de Gana, ele era o campeão, removendo a gravata e o paletó como uma capa, perfurando a mente dos jovens para o futuro.
Sua criação, o Prêmio Ibrahim, é uma doação muito generosa para líderes africanos que servem ao seu povo bem - e isso é crucial - deixam o cargo quando é preciso. Mo diagnosticou uma doença que ele chama de “third-termitis", na qual presidentes, temendo uma aposentadoria empobrecida implantam seus ninhos perto da porta de saída. Então Mo receitou um "aterrisagem suave" pra os grandes líderes. Não conseguir o prêmio é uma história tão grande quanto conseguir. (Ele não para e analisa cada um individualmente, o "indice Ibrahim" classifica os países segundo a qualidade de todo governo).
'Mo' fuma cachimbos e se refere a todos como "caras" - como em, "Escutem, caras, se esses problemas são de nossa conta, as soluções terão de ser, também". Ou, em minha direção, "Cara, se vocês ainda não notaram... Vocês não são africanos". Oh, yeah. E: "Caras, vocês americanos são investidores preguiçosos. Há muito crescimento aqui mas vocês querem flutuar nas águas rasas de Dow Jones e Nasdaq".
O Sr. Ibrahim é tão incisivo com a corrupção ao norte do Equador quanto é com a ao sul, e com a corrupção que está nos cruzamentos... Fuga de capitais ilícitos, contratos desleais com mineradoras, a burocracia ajuda.
Então, eu estava ouvindo. Bom para mim, ms eu realmente aprendi alguma coisa?
Por longos dias e noites eu perguntei aos africanos sobre o curso do ativismo internacional. Devemos apenas fazer as nossas malas e voltar para casa, eu perguntei? Houveram alguns sins. Mas muito mais nãos. Isso porque a maioria dos africanos que conhecemos pareceu sentir a necessidade de novas parcerias, não apenas entre os governos, mas entre os cidadãos, as empresas, o resto de nós. Eu sinto o fim da rotineira relação fornecedor / provedor.
Ajuda, é claro, ainda faz parte do cenário. É crucial, se você é portador de HIV e você está lutando pela sua vida, ou se é uma mãe perguntando por que não pode proteger seu filho contra assassinos de nomes impronunciáveis ou se você é um agricultor que sabe que as novas variedades de sementes significam que você poderá ter produtos para levar ao mercado mesmo em caso de seca ou inundação. Mas não o velho, idiota, jogo de auxílio da cidade-ajuda - ajuda inteligente que pretende os colocar nos negócios dentro de uma ou duas gerações. "Fazer a ajuda história" esse é o objetivo. E sempre foi. Porque quando a ajuda terminar, isso significará que a extrema pobreza é história. Mas até esse dia glorioso, a ajuda inteligente pode ser uma fortaleza de reforma, exigindo responsabilidade e transparência, recompensando os resultados mensuráveis, reforçando o cumprimento da lei, mas nunca imaginando nem por um segundo que esse é um substituto para o comércio, investimento ou autodeterminação.
Eu pelo menos quero viver para ver a previsão realizada por Mo Ibrahim sobre a realidade de Gana torne-se realidade. "Sim, caras", disse ele, "Gana precisa de ajuda para os próximos anos, mas em um futuro não muito distante, isso pode significar dar ajuda, não recebe-la, e você, senhor Bono, poderá ir apenas lá para as suas férias."
Já estou reservando essa passagem.
Na África do Sul, com Madiba, o grande Nelson Mandela - a pessoa que, juntamente com Desmond Tutu e The Edge eu considero que sejam meus chefes - eu levantei a questão da integração regional através do Banco Africano de desenvolvimento, e a necessidade de investimento real em infra-estrutura... e todos os chavões. Como Madiba sorriu, criei uma nota para tentar não falar sobre essas coisas em um bar - ou em frente da banda.
"E você, você nao virá a Copa do Mundo?" o grande homem me repreendeu, mudando de assunto, tendo já visto esse fanatismo de distantes olhos arregalados. "Você está ficando velho e vai perder uma grande festa de boas vindas para à África." O homem que se sentiu livre antes ainda é o grande exemplo do que a grande liderança pode fazer sob todas as possibilidades.
Minha família e eu fomos para casa... bem a tempo, eu estava apenas sendo carregado. Eu estava me sentindoum nativo, despertado pelos pensamentos sobre ferrovias e misturadores de cimento, de um tipo diferente de febre da Copa do Mundo, nas quais os jogadores oponentes se unirão em uma mesma equipe, uma nova formação, novas táticas. Para nós que estámos no fã clube, eu sai maravilhado (como sempre sou) pela diversidade do continente... Mas com um profundo senso que o povo da África está escrevendo algumas novas regras para o jogo.
http://www.nytimes.com/2010/04/18/opinion/18bono.html?pagewanted=1&hp
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