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domingo, 25 de outubro de 2020

Idealista ingênuo nos anos 80, Bono transmutou-se nos anos 90 em observador irônico da política do planeta: "Os prisioneiros não foram todos libertados, os famintos continuam sem comer"


Idealista ingênuo nos anos 80, Bono transmutou-se nos anos 90 em observador irônico da política do planeta.
Robín Denselow, na Universidade de Swansea, em Gales, perguntou ao vocalista do U2: "Nos anos 80, a política estava muito mais presente nas atividades do U2. Greenpeace. Anistia Internacional, tantas grandes causas... E agora?"
Bono respondeu: "Os prisioneiros não foram todos libertados, os famintos continuam sem comer. Mas, no fim dos anos 80, nós começamos a fazer piada de nós mesmos. 
O dever de um astro do rock é não ser chato, e há que se ter cuidado para não se aproximar do terreno pseudo-religioso. É legal se preocupar com o meio ambiente e ter atitudes políticas, mas hoje é preciso ser mais esperto. A história da "Miss Sarajevo" é uma grande marca disso. Eu fiquei louco com aqueles atos dadaístas. Os dadaístas, originários da Suíça, cresceram em resposta à ascensão do nazismo usando o humor. O humor é a melhor arma.
Eu nunca fui muito religioso. Sempre me achei péssima propaganda para a fé em Deus e tento me calar sempre que este assunto vem à tona. Mas tenho fé. Eu vi uma pixação escrita num muro: "Deus está morto" Nietzsche. Embaixo, "Nietzsche está morto"." 
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