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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

30 anos da adaptação para o teatro de 'A Clockwork Orange', com canções de Bono e The Edge


Após o final da turnê 'Lovetown' e daquele discurso de Bono dizendo que o U2 teria que "dar um tempo e sonhar tudo novamente", Bono e The Edge se lançaram imediatamente em outra tarefa, compondo música original para a adaptação para o teatro de 'A Clockwork Orange', representada pela Royal Shakespeare Company RSC, em Londres. Eles já tinham recebido o convite na primavera de 1989.
O roteiro era de 1986 de Anthony Burgess, 'A Clockwork Orange: A Play With Music'.
Paul Barrett, o produtor que estava trabalhando com o U2 na época, foi o responsável pela mixagens de algumas faixas, e Adam Clayton tocou baixo em uma parte do material, à pedido de Bono e Edge.
O trabalho da dupla era escrever música para assumir o papel que a Nona Sinfonia de Beethoven desempenhou no romance original.
Para se preparar, eles ouviram muitas músicas industriais como Front 242, Nine Inch Nails e Einsturzende Neubauten. Era uma tarefa difícil.
Eles estavam explorando música que era mais pesada do que qualquer coisa que eles conheciam antes para capturar os temas do romance de ultra-violência e decadência.
Uma das canções para a peça foi "Alex Descends Into Hell For A Bottle Of Milk / Korova 1", que apareceu no lado b do single de "The Fly" do U2. 
Paul McGuinness, emnpresário da banda na época, conta: "Foi para a Royal Shakespeare Company, e não foi muito satisfatório, na verdade. A Royal Shakespeare Company naqueles dias era um pouco como um ramo do serviço público. Os atores atuavam muito no repertório. E o mesmo grupo de atores ensaiava três shows, e eles fariam esses shows em Stratford ou no The Barbican. E os padrões, devo dizer, não eram muito altos.
Foi produzida uma boa música experimental que provavelmente deixou a coisas melhores, mas foi muito frustrante em termos de criação. Anthony Burgess, que havia escrito o livro original, odiava, odiava a produção teatral e odiava a música principalmente, porque ele era um compositor. E ele havia escrito uma partitura para 'A Clockwork Orange' em algum tipo de idioma de jazz experimental que eu nunca tinha ouvido. Eu já contei essa história antes, mas na primeira noite - isso no Barbican em Londres - eu vi um grupo de jornalistas, alguns dos quais eu reconheci, que se sentou em volta desse velho maluco que estava lhes contando o quanto ele odiava a música. E eu fui até lá e descobri que era o próprio Anthony Burgess, e ele estava dizendo aos críticos o quanto ele odiava o que o U2 tinha feito musicalmente.  E esta foi a primeira noite de sua própria peça".
Bono: "No final, houve algumas coisas boas sobre a produção e algumas não tão boas. O cenário foi incrível. Phil Daniels, o ator principal, foi excelente. Mas a RSC era burocrática e difícil de trabalhar e Anthony Burgess acabou sendo um velho idiota extremamente mal-humorado que havia escrito música ele mesmo e não estava nada satisfeito com o nosso envolvimento".
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