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domingo, 20 de setembro de 2020

20 Anos de 'All That You Can't Leave Behind': "Desafio qualquer um a fazer um disco de rock melhor neste ano"


O recado foi curto, simples e bastante direto. "Desafio qualquer um a fazer um disco de rock melhor neste ano". Com essa frase de Bono, publicada no jornal italiano Il Messagero, já dava para ter uma boa noção do que esperar do álbum que o U2 colocaria no mercado em 30 de Outubro de 2000.
Se nos anos 80 eles ascenderam propondo um rock básico, vigoroso e cheio de energia e reflexão, na década posterior pareciam estar um pouco cansados do estilo de vida dos mega-astros do rock. 
Para subverter a ordem, se despiram das atitudes messiânicas e passaram a brincar com o show biz (produzindo grandes turnês temáticas, que ao mesmo tempo eram celebrações e questionamentos a respeito do avanço desenfreado da tecnologia e do poder supremo do capitalismo), a gravar menos álbuns e utilizar o status de popstars para influir política e socialmente pelo mundo.
Paul McGuinness também foi taxativo em uma declaração ao jornal irlandês Irish Echo. "Será um retorno ao começo, sem máquinas", afirmou. 
Em entrevista para uma rádio americana, o produtor Daniel Lanois disse que a sonoridade estava mais próxima do U2 típico de 'The Unforgettable Fire' e 'The Joshua Tree'. Outro fator que distanciaria o trabalho da colagem pós-modernista de 'Achtung Baby' seriam as harmonias vocais mais elaboradas, inclusive com a participação do outro produtor, Brian Eno. "Em certos momentos, esse álbum faz mais referências a Pet Sounds (clássico de 1966 dos Beach Boys, inspirador de Sgt. Peppers e um dos dez maiores discos de rock de todos os tempos) do que qualquer outro", declarou o produtor. "Há ainda várias surpresas, inovações e muita paixão", acrescentou.
Falar em paixão é retomar o U2 em início de carreira, quando a entrega era tema recorrente nas letras e performances de Bono. "Gostaria de ser um cantor de soul para pegar o que há dentro e botar para fora", declarou o vocalista no livro Dentro Do Rock, escrito em 1986 pelo jornalista e crítico de rock americano Bill Flanagan. Uma década e meia depois, Bono definiu o soul e o gospel como importantes veias para o novo trabalho. "Não é plástico nem seda. É muito pesado... É titânio", exagerou ele ao ser entrevistado pelo jornal USA Today. "É como um disco dos Beatles. Não existem artifícios ou invenções. Cada faixa é um hit em potencial".
The Edge concordou. "Esse álbum é realmente simples, a nossa obra mais crua, exatamente por ser bastante pessoal e aberto a emoções", falou o guitarrista a algumas publicações.
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