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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
1979: A Grande História Da Inocência - Parte 04
Próximos de Chas De Whalley na trilha do U2, estavam Tom Nolan da EMI e Charlie Eyre da A&M. Nolan voou para ver a banda tocar ao vivo em julho de 1979. Ele esteve no McGonagles e ficou impressionado o suficiente para estender sua estadia para um show no Gaiety Green no dia seguinte.
"O público era bem jovem, 13 a 18 anos, e Bono era muito confiante", recorda Nolan. "Ele desceu do palco e foi para junto da multidão como uma grande estrela do rock. Era um verdadeiro grupo com quatro pessoas, todos fazendo um trabalho específico, como os Beatles ou os Stones no início. Mas não era música rock e certamente não era punk, era outra coisa. Um tipo de atonal. Era um som estranho e misterioso, com um monte de eco da guitarra do Edge".
Nolan tinha raízes irlandesas e detectou algo Celta no som da banda. "Bono definitivamente tem essa coisa literária irlandesa, eu vi isso imediatamente. Conversei com ele por muito tempo após o show – nós caminhamos na Grafton Street falando sobre música. Eu pensei que ele era muito artístico de um jeito irlandês- ele tinha um interesse em arte genuína. Eu não acho que ele se via como uma estrela do rock."
Naquela noite, um inspirado Nolan esboçou um contrato de gravação rudimentar com Paul McGuinness durante uma longa noite em seu hotel em Dun Laoghaire. Infelizmente, no seu retorno para casa, seus chefes na EMI não estavam totalmente convencidos.
"Eu trabalhei este contrato com McGuinness, e pensei que seria um negócio adequado, porque eu os vi como uma banda séria em desenvolvimento", disse Nolan. "Então eu voltei para Londres e eu pensei que meu chefe Brian Shepherd, o chefe da A&R, diria 'Ok'. Porque ele sempre me disse iria chegar o momento, e isto era um ano de trabalho que eu estava envolvido, onde eles me dariam uma chance com uma banda. Mas ele nunca foi vê-los."
Em agosto, o U2 recebeu uma delegação inesperada da imprensa da música britânica. O escritor Dave McCullough da Northern Irish Sounds estava obcecado com a banda e convenceu seus editores que mereciam uma cobertura, mesmo sendo uma banda sem gravadora. Com a Sounds e McGuinness dividindo os custos, McCullough e o fotógrafo Paul Slattery seguiram para uma reunião em Dublin.
"Dave e eu saímos do avião no aeroporto de Dublin e fomos ao encontro da banda", diz Slattery. "Eles estavam em um carro velho, um Austin A40 de Adam, que tinha partes amarradas com pedaços de corda. Eu não estou brincando, eu pensei que este carro iria desmontar entre o aeroporto e o escritório de Paul McGuinness na cidade. Todos eles eram caras realmente agradáveis - realmente grandes caras engraçados. Bono estava sempre falando, ele era um cara com opiniões, e achei que foi maravilhoso."
A banda levou seus convidados até a Ringsend Power Station, no norte de Dublin, para uma sessão de fotos com muito frio e vento. Slattery usou apenas um rolo de filme. "Quantas fotos você precisava destes quatro caras?" ele pergunta em voz alta agora. "Além disso, era um mês de agosto muito frio."
Mais tarde, Bono disse à McCullough que tudo aquilo foi um teste para os visitantes. "Queríamos ver como vocês iriam reagir", disse Bono. 'Mas não se preocupem, vocês passaram no teste!"
Revista Uncut - Dezembro de 1999
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