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terça-feira, 29 de março de 2016

Bono se desloca para o Quênia e Jordânia para chamar a atenção para a crise dos refugiados


Bono está usando seu poder de atenção para destacar a situação dos refugiados, chamando a crise de um "problema global".

"Agora sabemos que o que acontece no Oriente Médio ou na África do Norte este ano, será espalhado pelas ruas de Paris ou Bruxelas na sequência, e que Deus não permita também, nas ruas da América", Bono disse ontem ao vivo no "Good Morning America", fazendo referência os ataques terroristas na Bélgica e na França.
"Nós não podemos mais nos afastar do que está acontecendo no mundo, é o nosso mundo. Isto é o que vem com a globalização", disse ele. "Com o impacto global, temos responsabilidades."
Bono falou direto do acampamento dos refugiados de Zaatari na Jordânia, lar de cerca de 80 mil refugiados, principalmente da Síria.
"O governo aqui nos disse que eles acham que um quarto da sua população são refugiados. Sua generosidade está justamente na elasticidade de seu limite", disse Bono.
"Precisamos estar por trás deles e de países como aqueles que cuidam de nós e tentar representar os nossos valores e eu acho que é muito importante para os americanos ouvirem que eles têm um aliado na Jordânia", disse ele.
Bono disse que o crescimento explosivo da crise de refugiados significa que todos os países e cidadãos "precisam superar isso."
"Este é um problema que há apenas alguns anos atrás, 10 mil pessoas por dia foram forçadas a deixar suas casas", ele disse. "Neste momento, são 40 mil pessoas que deixam suas casas por dia."
Bono está trabalhando com a ONE Campaign, que ele co-fundou, para incentivar um grupo de 7 milhões de membros à ajudarem e encorajar outros à agirem.
O músico tem usado o Instagram do U2 para documentar suas experiências com os refugiados. Bono e seus companheiros de banda também destacaram a crise durante sua turnê, mostrando imagens de refugiados em seus telões nos concertos.
A mensagem da banda é que, se não houver uma solução para a crise de refugiados, não será mais a Europa.
"Se o que aconteceu na Síria, Deus me livre, acontecer de novo em outro país, e isso está acontecendo na Líbia agora, Deus nos livre, não acontecerá na Nigéria, a Europa não será mais viável", disse Bono. "Isso é um grande problema para a América."
"Além de ser um grande parceiro comercial, a Europa é a maior aliada da América", ele continuou. "Jordânia, onde eu estou, realmente é um aliado fundamental da América do Norte e, como está acontecendo, é uma lição de graça pela maneira em que estão tratando a crise de refugiados".
Enquanto Bono falava direto do acampamento de refugiados, podiam ser vistas crianças correndo e brincando atrás dele.
"Lembre-se, todas estas crianças, todas essas vidas, querem ser amigos da América. Eles querem ser amigos da liberdade", disse Bono. "Esses lugares podem ser como uma espécie de universidades ensinando para as pessoas nossos valores, ou caso contrário podem estar em lugares que são perigosos para as nossas ideias e o que somos, então vamos tomar o primeiro rumo, e não o segundo."
Bono também esteve no campo de Dadaab, na fronteira do Quênia, Somália, o segundo maior campo de refugiados do mundo. 350.000 pessoas foram deslocadas ao longo de um quarto de século.
Bono disse que eles estão "vivendo em caixas de papelão, um terço nasceram lá ... Muitos de nós estão muito preocupados que a crise de refugiados desfaz grande parte do bom trabalho que tem sido feito no desenvolvimento durante os últimos oito anos. É por isso que estou aqui", disse Bono.

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