MODENA, ITÁLIA: SETEMBRO DE 1995
Edge: Os bastidores do concerto anual 'Pavarotti e Amigos' foi incrível, porque ao invés da costumeira equipe do rock ‘n’ roll, havia a Princesa Diana e vários dignitários e políticos italianos. E, no meio disso tudo, Bob Hewson, meu pai e minha mãe, todos grandes fãs de ópera e cantores. Essa foi a ocasião do lendário dueto do meu pai com Pavarotti. Era o aniversário da esposa de Brian Eno, Anthea, e então pedimos para Pavarotti cantar ‘Parabéns’ para ela, e ele concordou graciosamente. Meu pai se juntou a ele no final, o que eu achei divertido no momento. Mais tarde, no jantar, quando eu comecei a ouvir a história do grande dueto entre meu pai e Pavarotti, eu percebi o que estava por trás disso. Mas meu pai é um tenor e ele leva isso muito a sério. Foi um grande momento para ele, mesmo que tenha sido só um ‘Parabéns’.
Bono: Edge apareceu e me perguntou. ‘Seu pai gostaria de conhecer a Princesa do País de Gales?’ A família do Edge é galesa, lógico, e eles estavam morrendo para encontrá–la. Na verdade eu já sabia a resposta, mas perguntei assim mesmo. Meu pai só olhou para mim. Ele disse, ‘Vai se danar! É a mesma coisa do que me perguntar se eu gostaria de conhecer o ganhador da loteria!’ E ele continuou: ‘O que a Família Real já fez por alguém? Eles nasceram no meio de toda aquela riqueza e poder!’ Ele era meio Republicano e começou a protestar. Eu só sorri e fiquei ouvindo.
Mas nós estávamos no camarim e pouco tempo depois a Princesa Diana foi nos ver. Ela estava bonita, em um vestido amarelo canário. Ela estendeu a mão para o meu pai, ele também estendeu a mão e ela disse, ‘Como vai você?’ E ele respondeu, ‘Oh! Muito agradecido por conhecer você!’ E eu juro, 600 anos de história desapareceram. ‘Mulher muito, muito simpática’, ele disse depois que ela saiu. ‘Linda garota!’