Muito antes da pandemia, o Descomplica já era conhecido dos estudantes pré-vestibular. Com método 100% online desde 2011, o site expandiu seus negócios e se tornou uma multiplataforma de ensino.
Como primeira plataforma de educação e tecnologia (EdTech, em inglês) a ingressar no mercado do ensino superior, o Descomplica conseguiu arrecadar R$ 450 milhões em uma rodada de investimentos.
Quem co-liderou as negociações foram os fundos Invus Opportunities e Softbank, com participação do Valor Capital Group, da Península Participações, da Chan Zuckerberg Initiative (CZI) e da Amadeus Capital Partners.
Até mesmo The Edge marcou presença e garantiu sua participação no que acabou sendo a maior rodada de investimentos em EdTechs da América Latina. Edge conheceu Marco Fisbhen, fundador e presidente do Descomplica, no ano passado.
Os recursos serão destinados para a Faculdade Descomplica, focando em aquisições, crescimento de portfólio e desenvolvimento de produtos.
"Queremos construir a maior faculdade do Brasil, chegando rapidamente a um milhão de alunos no modelo 100% digital. Oferecemos modelos inovadores e capazes de inserir o aluno diretamente no mercado de trabalho", diz Marco Fisbhen.
O Descomplica começou a partir de uma ideia despretensiosa de Fisbhen, um professor de física natural do Rio de Janeiro que queria fazer suas explicações chegarem a alunos do país todo. No começo, lá em 2010, eram vídeos curtos, focados em estudantes que iam prestar vestibular.
Com o sucesso, em 2012, o professor decidiu cobrar uma assinatura dos estudantes, em um modelo parecido com o da Netflix. De lá para cá, o negócio cresceu e hoje chega a cerca de 5 milhões de alunos mensalmente pela sua plataforma e nas redes sociais.
No ano passado, a empresa deixou de ser somente uma plataforma para ajudar os estudantes a passar no vestibular e se tornou também uma faculdade digital. Em agosto de 2020, com nota máxima no Ministério de Educação, o Descomplica abriu 1.200 vagas para quatro cursos: pedagogia, administração, contabilidade e gestão de pessoas.
A graduação é a menina dos olhos da empresa hoje e sua principal aposta para o futuro. Como os cursos tem duração longa, de pelo menos quatro anos, e a mensalidade pelo menos cinco vezes mais cara que a do cursinho, eles podem se tornar uma importante fonte de receita do negócio nos próximos anos.