Bono em entrevista após os acontecimentos do 11 de Setembro:
"Fazemos música porque é importante para nós e acho que a música tem sido uma tábua de salvação para as pessoas desde então. Quer dizer, eles estão escondidos com suas coleções de CD.
Nos sentimos incríveis e humildes por estar em turnê nos Estados Unidos neste momento. É com orgulho que colocamos os ingressos à venda depois de 11 de setembro. Isso nos faz sentir bem. É uma declaração: "Nós gostamos daqui! Estamos vindo para cá! E que se foda!"
Entramos no palco e todos sabem disso, então antes mesmo de Edge colocar o pé no pedal, ele disparou. Eu vejo como uma verdadeira bênção estar aqui.
Pelo que ouvi de meus amigos em Nova York, é uma cidade melhor do que há algumas semanas, pelo pior de todos os motivos. Talvez seja ingênuo pensar que isso vai continuar, mas eu sempre acho que o mal que você não pode ver é o que se teme - como o mal burocrático.
O tipo de mal que enfrentamos agora gosta da água rasa, porque, quando ela sai e entra na cidade, traz o bem à superfície para todos. Essa é certamente a única coisa que vale a pena comemorar agora - as próprias pessoas, não o lugar em que vivem. O mal que você pode ver, quando está aqui em foco e caminhando entre vocês, faz sua vida assumir um novo significado.
A América está interessada no resto do mundo de uma forma que não estava. Você não pode ser uma ilha em um mar econômico global. As ondulações vão voltar como ondas e, você sabe, as raízes da crise atual estão na pobreza - a pobreza abjeta em que muitos africanos estão vivendo. Eu não disse isso, você sabe - o presidente do Banco Mundial disse isso em 13 de setembro. Enfim, fanáticos se alimentam dessa pobreza. Bin Laden é um pirralho mimado de classe média. Foda-se a classe média - ele é apenas um garoto rico, como costumava ser os membros do IRA provisório. Eles eram estudantes de ciências políticas e nós crescemos em seus arredores e começamos a desprezá-los, essas pessoas que veem as ideias como sendo mais valiosas do que a vida humana. Foi assim que os encaixotamos na Irlanda".