Anthony DeCurtis é um autor e crítico musical americano que escreveu para a Rolling Stone, The New York Times.
Ele falou ao site ATU2 sobre a primeira vez que ouviu 'The Joshua Tree' do U2, e sobre os discos da banda:
"Lembro-me de ter que ir ao escritório num sábado e pegar uma fita cassete que Jim Henke [na época, editor de música da Rolling Stone] tinha deixado para mim. Acho que ele
tinha conseguido uma cópia e ou gravou para mim ou me deixou a dele, e eu ouvi lá.
É o tipo de disco que causa uma impressão imediata. Não é algo que você precise se esforçar muito para gostar ou se envolver. Uma das coisas de fazer esse trabalho é que às vezes você pega a banda certa no momento errado, mas eu simplesmente senti que esse seria um disco enorme. Era realmente muito bom.
Fiquei bastante cativado.
Naquela época, o U2 era uma banda pela qual eu certamente gostava. Mas eu não era alguém que se tornou fã imediatamente. Havia certos aspectos do início do U2 que me incomodavam um pouco. Lembro-me de ter lido sobre Peter Wolf estar no estúdio assistindo a um vídeo do U2 se apresentando e simplesmente dizendo: "Aquele cara está andando de um lado para o outro no palco acenando com uma bandeira". Devo dizer que eu meio que compartilhei disso. Quer dizer, eu gostei de 'Boy', sabe? Gostei do que o disco representava. E gostei de 'October' também. Havia algo nesses discos com o qual eu realmente me identificava.
'War'... eu entendi, mas não consegui captar exatamente para onde a banda estava indo. Eu gostei daquelas coisas que eram um pouco mais introspectivas, sabe? E acho que fiquei confuso com... quer dizer, Bono é um mestre em borrar contradições, eu acho. 'War' foi um disco que, com tudo o que estava acontecendo na Irlanda, eu simplesmente não achei que fosse suficiente dizer: "Esta não é uma canção de rebeldia". Tudo aquilo era meio que: Bem, ok, mas existem dois lados aqui e uma coisa é apenas lamentar isso.
Eu tive muita dificuldade com isso e não fiquei totalmente convencido por tudo aquilo. Mas 'The Unforgettable Fire', sobre o qual muita gente tem sentimentos ambivalentes, foi um disco que significou muito para mim.
Gostei daquela qualidade meio desfocada. Gostei dos aspectos mais oníricos. O lado romântico do U2 me interessou mais do que especificamente o lado socialmente consciente. Quero dizer, o trabalho do Bono no mundo real tem sido extremamente impressionante. Complicado à sua maneira, mas muito impressionante. Musicalmente, porém, sou muito mais atraído pelos outros aspectos do que a música deles é".
