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sexta-feira, 21 de novembro de 2025

"Quem quer um disco bom, ou mesmo muito bom, do U2 neste momento? Qual é o sentido?"


Lisa Robinson, jornalista, autora e apresentadora americana. Editora colaboradora da Vanity Fair:

27 de julho de 2004, Boston: Depois da festa do senador Kennedy, Bono, Ali, Paul McGuinness, Bobby e Maria Shriver, e vários amigos e associados se reúnem em uma suíte privativa no quarto andar do Fairmont Copley Plaza. 
Ligo meu gravador e pergunto a Bono como ele concilia seu trabalho político com a banda. "É a clássica síndrome de astro do rock", diz ele. "Quero me divertir e quero salvar o mundo. A banda tem sido incrivelmente tolerante. Convenhamos, ativismo político é um trabalho bem sem graça; algumas dessas pessoas são simplesmente muito sem estilo. A banda às vezes fica frustrada e irritada, mas também muito orgulhosa e, portanto, apoia financeiramente meu trabalho. Porque se leva dois anos para fazer um disco que deveria levar um, são dois anos da vida deles investindo nessas outras coisas". 
Por que o álbum levou dois anos para ser finalizado? "O ótimo fica para trás até que o muito bom se canse. Quem quer um disco bom, ou mesmo muito bom, do U2 neste momento? Qual é o sentido? Precisamos de 11 ótimos motivos de novas músicas para sair de casa". 
Vocês são todos muito ricos; como mantêm as coisas em perspectiva? "Às vezes, a euforia me sobe à cabeça. E o mal da altitude... chama-se vertigem", diz ele (referindo-se ao título do primeiro single, "Vertigo", do novo álbum da banda). "Acho que isso remete ao que já dissemos sobre o punk rock. Você é moldado desde o nascimento, seu DNA já está definido. Para nós, que viemos do punk rock, desprezávamos bandas que achavam que bastava aparecer nos shows. Aquela coisa de rock 'n' roll com fartura... eles tinham casa e carro, mas perderam todo o resto. Ficou gravado em nós que a única justificativa para o sucesso é não ser ruim. Existe um acordo com o público: nós temos essa vida e não precisamos nos preocupar com as coisas com que eles se preocupam — contas médicas, onde os filhos estudam — e em troca, não sejam sem graça, não nos deem a segunda melhor opção".
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