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terça-feira, 1 de dezembro de 2015
A Entrevista de The Edge para a Hot Press - Parte 02
The Edge deu uma exclusiva e longa entrevista para Olaf Tyaransen, para a nova edição da Hot Press.
Nesta 2° parte ele fala sobre a diferença entre o público na Europa e na América, sobre os cuidados com os shows em Belfast e Dublin, a morte de Dennis Sheeran, sobre o cancelamento do show em Estocolmo devido à uma falha de segurança.
Olaf Tyaransen: Adam me disse em Londres na noite passada que há uma diferença emocional marcante na resposta do público europeu ao americano.
The Edge: Acho que varia, literalmente, de cidade em cidade. Com certeza, há uma enorme diferença entre, digamos, o público de Dublin e o público americano, ou entre o público espanhol ou o público italiano e o público americano. A parte do público europeu que são um pouco mais reservados, são iguais na América, sabe? Você pode ter uma grande noite em Nova York ou talvez Chicago onde as coisas realmente podem acontecer de uma maneira muito diferente. A diferença é que o público europeu são usados para concertos stand-up, que é a norma na Europa, considerando que na América é um tipo de fenômeno novo. Eles só não estão acostumados à ter esta liberdade para pular, enquanto que na Europa se tem. Por isso é uma cultura diferente. O que foi surpreendente, desde que chegamos na Europa, é que – apesar da barreira linguística – todos os fãs têm cantado as canções do novo álbum. Na Itália e na Espanha, particularmente, foi extraordinário ouvir as pessoas cantando a letra de "Raised By Wolves", sabe? E cantando todas as letras! É meio selvagem, não é o que esperávamos.
Olaf Tyaransen: Você co-escreveu esta canção com Bono?
The Edge: Sim, Bono e eu escrevemos isso juntos. Está escrito na perspectiva de Andrew Rowen. Nós queremos manter o show na Irlanda como está e nós não queremos começar tirando coisas fundamentais. O que queremos fazer, é ser sensíveis. Sempre somos. Vai ser muito interessante, não só tocá-la em Belfast, mas tocá-la em Dublin, porque, claro, o álbum é muito pessoal. Há créditos para um monte de pessoas e lugares da cidade. É uma coisa muito diferente em tocar "Cedarwood Road" para os fãs americanos ou italianos ou espanhóis ou britânicos, mas quando você está tocando para as pessoas que provavelmente viveram lá (risos), ou conhecem bem muitas das referências...
Olaf Tyaransen: Algo totalmente diferente!
The Edge: Não quero dizer que é algo para assustar, mas certamente haverá muitos cuidados e uma sensação que esses shows foram preparados à parte do resto da turnê. Um pequeno elemento de risco, com certeza, em como as músicas vão ser apresentadas e como o show vai acontecer na frente de uma platéia de Dublin, e tenho certeza que o público de Belfast, também.
Olaf Tyaransen: Vocês ainda não tocaram uma única música do disco 'POP' nesta turnê, mas é possível que toquem "Please" em Belfast?
The Edge: Acho que não. É uma grande música, mas o show é bem amarrado onde temos uma narrativa muito clara. Então não vejo como mudá-lo deste momento, para Belfast. Nós ocasionalmente temos sido capazes de tocar algo relevante para uma cidade, mas não sei. Vamos ver. É uma boa ideia, mesmo assim! Nós vamos colocá-la na lista de possibilidades.
Olaf Tyaransen: Seu gerente de turnê de décadas, Dennis Sheehan, faleceu subitamente em Los Angeles em maio. Sente saudades dele?
The Edge: Nós sentimos. É engraçado, Dennis não estar por perto é uma daquelas coisas que te atinge nos momentos mais estranhos. Em algumas ocasiões, eu queria pegar o telefone para ligar para ele e falar sobre algo, e é quando isto te acerta. Só a presença dele, você sabe, nos locais e supervisionando a equipe, foi sempre tão reconfortante e constante. É uma perda irreparável.
Olaf Tyaransen: Seu show em Estocolmo foi cancelado em setembro porque – aparentemente – alguém armado estava dentro da Arena. O que aconteceu exatamente?
The Edge: Estocolmo foi a primeira vez na nossa carreira que não subimos no palco quando estávamos no local da apresentação, e não havia mais um público no local. Nunca aconteceu antes. Neste caso, pelo que entendemos, alguma pessoa entrou para o show e tinha uma arma de fogo. Ela foi desmontada e colocada na bolsa da namorada dele, mas, claro, cada bolsa é revistada. Isto foi visto na revista – e ele teve permissão de entrar com ela! Essa é a coisa estranha disto. Não sabemos exatamente como isso aconteceu. Mas ele teve permissão de entrar, e só depois que entrou, é que alguém explicou o que tinha acontecido para o chefe de segurança e ele obviamente disse isto aos promotores e falou com a polícia, e então ele simplesmente foi demitido. Eles estavam procurando no local e não conseguiram encontrar o casal. Eles procuraram para ver se alguém estava escondido em qualquer parte da Arena. Mas eles não foram capazes de encontrar as pessoas, e não conseguiram encontrar a arma. Então eles disseram: "vocês não podem tocar. Vamos ter que adiar isso." Tivemos sorte que tivemos uns dias de folga depois do show de Estocolmo, então fomos capazes de remarcar o show para uns dias depois. Caso contrário, nós iríamos estar voltando para lá somente no final da turnê.
Olaf Tyaransen: Como era o clima no backstage?
The Edge: Não nos sentimos bem no backstage, porque não sabíamos o que estava acontecendo. Mas quando alguém disse: "alguém trouxe uma arma para dentro do local. Ela está no local e não encontramos." Isso foi como..... que diabos é isso? Isso não é uma coisa muito reconfortante ouvir!
Olaf Tyaransen: Teria que ser uma preocupação geral, quando você está no nível de celebridade que o U2 está não é? Apenas um louco qualquer com uma arma......
The Edge: Olha, é algo que você não pode debruçar sobre. Há pessoas que são responsáveis pela segurança. Tudo que posso dizer é... quer dizer, há loucos por aí, mas nós vemos muito poucos deles em nossos shows, em nosso público. Geralmente temos uma grande platéia. Temos muita sorte nessa frente. Há mais malucos na banda! (risos)
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