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terça-feira, 1 de dezembro de 2015
A Entrevista de The Edge para a Hot Press - Parte 01
The Edge deu uma exclusiva e longa entrevista para Olaf Tyaransen, para a nova edição da Hot Press. Ele fala nesta primeira parte sobre sua queda do palco no show de abertura da nova turnê, que poderia ter causado o cancelamento da turnê.
Ele fala também dos shows bem recebidos pela crítica, com ingressos esgotados, e sobre a resposta que vem tendo sobre 'Songs Of Innocence'.
Confira:
É 19:30 da noite de 3 de novembro de 2015 e, no backstage, na cavernosa London O2 Arena, há uma pequena festa rock'n'roll acontecendo sob um toldo preto especialmente erguido com o nome Cedarwood Lounge. Em pouco menos de uma hora, o U2 estará fazendo o último dos seis shows da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE na capital inglesa.
Não há sinal de Larry Mullen (há rumores que ele está no The Tube, o metrô de Londres), mas Bono, Edge e Adam Clayton estão reunidos e cumprimentando os convidados Noel Gallagher, Paul Epworth, Guggi e diversos membros do One Direction. Gallagher fez uma aparição no palco na outra noite, tocando "I Still Haven't Found What I'm Looking For" e "All You Need Is Love" com a banda, mas de acordo com o gerente do U2, Guy Oseary, não haverá qualquer convidado especial esta noite.
Jovial de aparência americano-israelense de 43 anos, Oseary é o manager do U2 nos últimos dois anos, tomando as rédeas do temível Paul McGuinness em novembro de 2013, em um reputado negócio de US$ 30 milhões. Ele diz para a Hot Press que estará retornando para os EUA nos próximos dias para cuidar de alguns negócios de Madonna (ele tem sido um parceiro de negócios da Ms Ciccone desde sua adolescência... e se tornou manager dela há uma década), mas ele espera estar no último show em Dublin. "De alguma forma eu consegui um ingresso", explica ele. Certamente ele está brincando? "Acredite em mim, foi realmente muito mais difícil do que parece", ele suspira.
Esse último show em Dublin, na 3Arena, acontecerá em um sábado, 28 de novembro, e teria marcado o fim da primeira etapa norte americana e européia da iNNOCENCE + eXPERIENCE se não fossem pelos trágicos acontecimentos em Paris. Tendo começado em Vancouver no dia 14 de maio, promovendo o décimo terceiro álbum de estúdio do U2, 'Songs Of Innocence' – os quatros caras de Dublin terão feito um total de 76 shows em 22 cidades em 11 países, para mais de 1.271.000 fãs.
O plano original tinha sido que a Hot Press falaria com The Edge nos bastidores esta noite, mas mesmo antes do atrasos dos trens, aviões e automóveis impossibilitarem essa perspectiva, houve uma mudança na agenda e a entrevista foi adiada. Que, pelo menos, tirou a pressão e me permitiu apreciar o show. Eles fazem um espetáculo de duas horas de coreografia rock n roll old school, misturado com tecnologia de ponta. Há uma razão para que essa turnê ainda não tenha tido uma crítica negativa.
The Edge me liga em casa em Galway, dois dias depois...
Olaf Tyaransen: Eu posso estar errado sobre isso, mas alguém me disse que você pegou o metrô para o show na O2 na outra noite. Verdade?
The Edge: Eu? Não, não. Tenho um barco – um pequeno barco. Acho que Larry deve ter ido de metrô.
Olaf Tyaransen: Ahh sim. Eu pensei que era uma maneira estranha para qualquer membro do U2 de viajar para um grande espetáculo.
The Edge: Sim. Larry foi pro show ou voltou para casa de metrô. A maneira mais rápida é, provavelmente, o Tube, mas de barco foi realmente muito legal.
Olaf Tyaransen: Voltando ao primeiro show em Vancouver da iNNOCENCE + eXPERIENCE. O que se passou pela sua cabeça quando você caiu do palco no final da noite?
The Edge: Bem, eu consegui fazer isto porque olhei para fora do palco (risos). Eu estava olhando para cima e eu literalmente estava dizendo adeus para as linhas da passarela, e prestes a sair fora delas. Aconteceu tão rápido! Me levantei e meu primeiro pensamento foi: "O que eu quebrei?" Na verdade, eu realmente não sentia nada. Eu tentei voltar ao palco, foi o que tentei fazer, e então eu percebi que não havia nenhum degrau, então continuei andando por ali. Eu ainda estava acenando para a multidão e então sai vagando.
Olaf Tyaransen: Poderia ter sido um desastre...
The Edge: Depois, pensei, "Oh meu Deus, eu tive muita sorte." No meio de um show, você não está pensando em seu próprio bem-estar físico... você está perdido no show. No dia seguinte, eu olhei para baixo, vi onde cai e percebi que ali havia todas aquelas colunas de metais que sustentavam o trilho das câmeras de filmagem, porque tínhamos uma câmera no trilho. Se eu tivesse caído em cima daquilo, aquilo teria atravessado meu corpo, eu teria sido empalado, então foi uma sorte incrível como aconteceu, a maneira que caí.
Olaf Tyaransen: Ainda sobre ser empalado – se você tivesse quebrado um braço, o que teria acontecido com a turnê?
The Edge: Bem, provavelmente teríamos que cancelar a turnê. Então, foi um momento delicado.
Olaf Tyaransen: A turnê já foi adiada por causa do acidente de bicicleta de Bono no Central Park, e em seguida, o pai do Larry faleceu em Dublin, algumas noites antes da estreia. A banda se sentiu amaldiçoada em algum momento?
The Edge: Não, mas eu brinquei com os outros perguntando se algum deles tinha tido alguma estreita proximidade com o sarcófago de Tutankhamon ou qualquer outra parte do seu túmulo (risos). Não há dúvida que tivemos uma sequência de casos infelizes, mas não. Na verdade o oposto. Quando que eu cheguei ao fim daquela noite de abertura, eu estava me sentindo como o guitarrista mais sortudo do rock'n'roll porque o show foi do começo ao fim, absolutamente prazeroso de se tocar. Tínhamos dedicado muito tempo e esforços para a preparação e acho que todos percebemos naquele momento que a produção estava trabalhando – todas as idéias, os temas, as músicas que tinha sido escolhidas estavam sendo trabalhadas e tudo estava sendo juntado brilhantemente. Então provavelmente por causa disto, foi neste momento de devaneio que eu não estava prestando atenção suficiente no palco e aconteceu a queda.
Olaf Tyaransen: Vocês já fizeram cerca de 60 shows desde então.
The Edge: E não tivemos um show que sentimos não ter o tipo certo de espírito. Não tivemos uma reação morna. Não tivemos uma crítica ruim. É como se a turnê toda estivesse muito abençoada. Com ingressos esgotados em todos os lugares. Nós sempre seguramos alguns ingressos pois não temos certeza exatamente onde serão nossos seat-kills (assentos impossibilitados para serem ocupados por causa de algo técnico), porque a produção tem uma nova abordagem que ninguém consegue saber antes do tempo, então estes assentos precisam ser "mortos". Sempre somos conservadores sobre isso. Uma vez que a produção fecha seu trabalho em um local, então nós podemos liberar os ingressos para estes lugares que não terão problemas de visão do espetáculo. Então tem havido, de vez em quando, algumas vendas de ingressos de última hora, mas, basicamente, a turnê esgotou todos os ingressos. Estamos sentindo muita sorte agora neste ponto e realmente abençoados e felizes (risos). As novas músicas estão funcionando muito bem, que é uma maravilhosa validação do álbum.
Olaf Tyaransen: Ele foi um pouco injustiçado quando foi lançado....
The Edge: Quando foi lançado, a música não era realmente o foco da atenção da mídia. O método de lançamento (um controverso download gratuito pelo Itunes) foi no que as pessoas estavam se concentrando. Então agora, com toda aquelas merdas esquecidas, é que as pessoas estão descobrindo que é um grande disco e que as canções são realmente fortes. Nós só estamos surpresos como ele está indo bem.
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