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terça-feira, 16 de março de 2010

Capítulo 15 - O segundo álbum e a astúcia de Joe O'Herlihy

O grupo acabou a gravação do novo disco e partiu para alguns shows e um desses ficou famoso na história: uma apresentação no Slane Castle abrindo para o Thin Lizzy, de Phil Lynott. Phil era um ídolo para o grupo, em particular para Clayton e aceitaram ter o U2 abrindo sua apresentação além de rachar o lucro da bilheteria naquela gigantesca praça de show. Foi a primeira apresentação do novo repertório que haviam recém-gravado. A apresentação foi um tremendo sucesso.
Em novembro de 1981 é lançado o disco October.
Mesmo com resultados tão modestos na paradas, o U2 saiu em uma nova excursão. Era hora de mostrar as novas canções ao vivo e dar novo sentido a elas. Mas antes disso, uma nova crise se instalou no grupo.
Quando os Bono, The Edge e Larry entraram no escritório do empresário Paul McGuinness e pediram para conversar, jamais ele imaginaria o que ouviria. Os três estavam comunicando que não poderiam mais continuar a conciliar o rock com a fé e iriam acabar com o U2. Bono argumentou que ele não poderia mais conciliar sua fé com as excursões, especialmente a nova turnê, que consumiria quase um ano na estrada.
Paul engoliu seco e teve vontade de partir para cima do vocalista. Ao invés disso, pediu algumas horas para pensar a respeito e perguntou se poderia ligar depois. Os três concordaram e horas depois foram chamados por McGuinness. "Eu entendo perfeitamente a posição de vocês e a respeito profundamente. Mas também temos enormes responsabilidades aqui, meninos. Veja, um monte de gente está comprometida conosco. Frank Barsalona já agendou mais de 20 shows para vocês. Joe O'Herlihy está contando com o trabalho e com o dinheiro porque agora é pai. A gravadora e Chris Blackwell estão apostando em vocês e colocaram muito dinheiro nisso. Há muita gente envolvida. Por isso, se querem terminar com o U2, eu concordo, mas ao menos vamos fazer essa turnê e depois vocês dissolvem a banda. Fazer isso agora só traria problemas e dívidas para todos nós".
O argumento de Paul era desesperado, mas mesmo assim tentou manter-se neutro. O que mais chamou a atenção é que talvez Adam Clayton nem soubesse que essa reunião estivesse acontecendo. E sentiu um grande alívio quando os três concordaram com seus argumentos e disseram que fariam a turnê. "Mas depois tudo se encerra, Paul", disse Bono. "OK Bono, que assim seja se é o que desejam..." McGuinness sabia que havia ganhado tempo e que os palcos não deixaram o U2 acabar.
O grupo partiu então para uma série de apresentações. Para McGuinness ficou uma missão indigesta: mostrar para a Warner que October era o disco a ser trabalhado. A gravadora alegava que seria muito difícil de vender, que não era exatamente o que eles tinham em mente. Paul apenas ria, dizia que entendia, mas que era o tinha a oferecer. Enquanto isso, o grupo começava a conquistar novos fãs e entraram o ano de 1982 excursionando. E durante um novo intervalo entraram novamente em um estúdio, para gravar um novo single, A Celebration.
No começo de 1982, o grupo fez um show em Dublin para 5 mil pessoas, enquanto a segunda parte da tour norte-americana não começava. O U2 já era uma espécie de herói nacional. Quando retornaram para a América, a Premier Talent, de Barsalona fez uma proposta arriscada ao grupo: que tal abrirem um shows para a J Geils Band? Você deve estar perguntando quem é essa banda. Bem, eles tiveram um certo sucesso com uma canção chamada "Centerfold" e eram um dos grupos do momento e queriam aproveitar a chance, já que desde 1967 estavam na estrada. A proposta era simples: eles iriam abrir em arenas para 10 ou 15 mil pessoas. McGuinness tremeu por dois motivos: sabia que o grupo principal trataria o U2 com desprezo e teriam toda uma audiência que não era deles. Mas o problema é que era uma grande chance que estavam recebendo e não podiam simplesmente negar. O impasse estava formado.
Foi aí que apareceu toda a astúcia de Joe O'Herlihy. Rodado com anos e anos de estrada com Rory Gallagher sabia como o U2 seria massacrado e não poderia deixar isso acontecer. No dia anterior ao primeiro show, o pequeno irlandês começou a ver todos os aparatos técnicos que teriam à disposição. Nada muito animador. Em sua cabeça havia a preocupação de arranjar um bom som para a guitarra de The Edge e para Bono, o que mais atormentava. A tarefa não seria mole, mas Joe contava com sua fama de sujeito simpático e velho amigo de Rory. Na primeira noite pediu para Mike Stall, um velho amigo seu e responsável pelo som do J. Geils Band se podia emprestar uma pequena câmera de eco para usar na voz de Bono. Mike concordou em fazer esse pequeno favor ao velho chapa. E isso mudou tudo.
Quando a banda entrou na arena de hóquei em Fort Myers, na Flórida, parecia ser formada por quatro animais famintos. A audiência não conhecia o U2, o local estava lotado com mais de 15 mil pessoas e começaram a tocar, sem falar com o público e caíram matando. O barulho foi tão grande que os integrantes da banda principal vieram ver o que estava acontecendo. E o que estava acontecendo era o U2 roubando a cena. E Joe ria a valer.

agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo
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