“Boy fez um retrospecto dos dois anos como U2; o final de nossa adolescência. O que queríamos com o disco era encontrar um som cinematográfico, com texturas ricas como se fosse uma grande tela de cinema”. A frase de Bono exemplifica os sonhos da banda.
Lançado em outubro de 1980, trazia novamente Peter Rowen na capa.
O álbum é marcado por rocks energéticos falando com surpreendente profundidade sobre conflitos tipicamente adolescentes.
Para comemorar o lançamento, o grupo saiu, finalmente, em uma excursão de 10 dias pelos Estados Unidos e desta vez levando Joe O’Herlihy. Joe havia gostado muito do grupo e de Paul McGuinness e estava particularmente enamorado pelo som que The Edge produzia. E Joe sabia o que era um bom som de guitarra, pois havia trabalhado por quase uma década com o maior guitarrista irlandês de todos os tempos, Rory Gallagher, que era o maior ídolo de Edge. Joe estava obcecado em tentar encontrar a melhor equalização para aquele som tão particular que The Edge produzia.
O grupo então fez sua primeira viagem para Nova York. A estréia aconteceu no dia 5 de dezembro no Ritz. O local não podia ser menos apropriado, já que o Ritz era um local para dança. E, para aumentar o problema, a qualidade sonora do local era lamentável. O clube havia sido arranjado por Frank Barsalona, que conhecia o proprietário e pediu uma chance para o grupo. Ele sabia que o Ritz não era o local adequado e muito menos a platéia certa, mas era o que podia oferecer no momento. Paul olhou para a banda, que estava visivelmente tensa. Enquanto o grupo controlava os intestinos, Paul conversava com Frank, dizendo que o U2 faria o público dançar, se fosse necessário.
Joe conseguiu a muito custo prover o grupo com um som razoável. O U2 pisou no palco e começou a tocar. Bono falava para a platéia tentando ganhar a simpatia, até que o cantor fez algo que quase causou um enfarte em McGuinness: simplesmente mandou o grupo parar de tocar. “Nós estamos aqui e vamos tocar para vocês. Por isso tirem seus traseiros gordos da cadeira e venham dançar, porque é o que farão agora.”
O grupo começou então uma performance apaixonada e aos poucos, toda a platéia estava junto ao palco dançando com aquele exótico grupo irlandês. Barsalona não acreditava no que via e ficou admirado com o carisma de Bono. Ao final do show, correu para os camarins e abraçou os meninos prometendo que eles iriam acontecer nos Estados Unidos, em breve. E prometeu que estaria à disposição para o que necessitassem. “Vocês farão história na América, escrevam o que eu digo. O caminho será duro, com vários obstáculos, mas vocês irão vencer aqui...”
Barsalona estava certo. O que ele não poderia imaginar (assim como Jackie Hayden não imaginava ao lançar o primeiro EP), era o quão grande o U2 seria na América...
agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo