Há 40 anos, o U2 lançou "Gloria" - o clássico single de seu segundo LP, 'October'. Para marcar a ocasião, a Hot Press revisitou a entrevista de Niall Stokes com Bono e The Edge, publicada originalmente na edição de fevereiro de 1982.
The Edge foi filosófico sobre a resposta a 'October', que ele descreve como "muito variada". "Muita gente que gostou de 'Boy' ficou decepcionada", comentou, "enquanto quem não gostou de 'Boy' preferiu 'October'. O que as respostas ao álbum indicam é que você não pode chegar a um acordo com a nossa música em uma ou duas audições".
"Gosto mais agora do que no início", acrescentou, um sentimento que vai contra a experiência de tantos músicos do seu próprio trabalho - quanto mais ouvem, mais irrita. "É como "11 O'Clock"- que não teve uma grande reação quando foi lançada, mas veio dois anos ou um ano depois para ser eleita o Melhor Single no programa de rock de Dave Fanning. Eu acho que 'October' vai provar ser um álbum muito importante para a banda".
Seu novo single, gravado algumas semanas atrás no Windmill Studios de Dublin, ele descreveu como uma "canção curta e afiada".
"Não é um single pop como tal", acrescentou, "mas é bastante acessível. É um single solto, o que é incomum para nós - nunca lançamos um single como tal - todos foram essencialmente faixas dos álbuns".
Portanto, a falta de singles de sucesso é vista como basicamente irrelevante. Em uma época em que a maioria das bandas se concentra em singles, muitas vezes em detrimento da produção de seus álbuns, o U2 se vê como uma banda de álbuns.
"Sempre pensei nisso nesses termos", comentou The Edge, "e a Island também. Este é um projeto de longo prazo. Mesmo agora eles estão maravilhados com o progresso - quando assinamos, eles disseram que poderia ter três álbuns antes que as coisas começassem a acontecer"- uma projeção que dificilmente pode ser considerada excessivamente otimista, dada a taxa de progresso até agora.
"Nunca quisemos ser uma banda esperando que o próximo single fosse um sucesso", disse ele, enfatizando como é fácil cair em desgraça em um mercado inconstante. "Álbuns e turnês ao vivo são nossa força e os singles são essencialmente um dispositivo promocional para eles".
Sobre a evolução do relacionamento com o público, ele acrescentou: "Não somos o tipo de banda sobre a qual você pode se decidir e ainda estar certo em um ano. É mais como um processo de avaliação contínua. Vamos mudar e vamos continuar mudando. Não estamos nos restringindo. Mas o público está nisso. O público está em progressão".
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