2004. O U2 estava prestes a lançar seu novo álbum 'How To Dismantle An Atomic Bomb'.
Casa de Paul McGuinness, nos arredores de Annamoe nas montanhas Wicklow, em uma linda tarde de outono em novembro. O almoço de domingo acabou e alguns dos convidados começaram a voltar para a cidade. Os demais vão para a sala de estar para uma prévia do novo álbum da maior banda de rock do mundo.
Dave Fanning estava lá, assim como Gerry Ryan, da 2FM. Edna Gunderson estava na cidade para fazer uma matéria para o USA Today, acompanhada por Lori Earl da Interscope Records. Susan Hunter da Principle Management, Ali Hewson, Moira Ryan, a parceira de Dave Fanning, Ursula Courtney, Mairin Sheehy da Hot Press e o próprio McGuinness compunham o resto da festa.
Ah, e Bono. Ele entreteu os convidados antes e durante o jantar, tentando - quando possível - lançar seus braços ao redor do mundo. Olhando para uma foto sua no Sunday Times com um iPOD branco e um preto e se perguntando de onde veio aquilo. "Por que eles fariam isso? Eu não tirei uma foto segurando um iPOD branco", disse ele. "Teremos que descobrir do que se trata!".
Sentada, Mariella Frostrup do The Observer, em Dublin para promover seu novo livro. Bono sentado em seus joelhos. Contando anedotas para Robert O'Byrne.
Mas quando o disco é pressionado no CD player, bem, o cantor nos tons envolventes realmente entra em si.
É uma das qualidades mais cativantes de Bono. Quando um novo disco do U2 está pronto para rolar, ele está mais do que pronto para rolar com ele. Ele exala um nível de paixão e entusiasmo pelo que acabou de ser criado - com seu nome bem destacado - que é total e exclusivamente ele.
"Vamos lá, "Vertigo" é o maior single do U2 já tocado nas rádios dos Estados Unidos", ele grita. Em uma parte ele sinaliza: "Aqui está um bit de "Out Of Control"."
Conforme o playback avança, Bono é como um homem possuído. Ele conduz você através das canções como um maestro especialmente expressivo, responsável por uma orquestra selvagem e maravilhosa.
"Agora ouça isso", diz ele. "Todo álbum tem que ter um dístico estranho e esta é ..."
"A Man And A Woman" e ele parece um mágico prestes a lançar sua peça final, um truque de magia para acabar com todos os truques de magia.
"Espere até ouvir isso", ele grita novamente. "Ninguém saberia, mas estou prestes a mostrar de onde veio essa música - de onde foi roubada. Vou cantar com uma voz de Phil Lynott e você vai entender. Isto é Thin Lizzy. Ouça".
Bono começa a cantar. "As pessoas não verão de onde vem. Eles não vão entender. Mas é isso. É Thin Lizzy". E ele volta ao personagem, de uma forma que é ao mesmo tempo engraçada, adorável e comovente. A presença do roqueiro original de Dublin enche a sala. E uma música maravilhosamente bonita sobre "a misteriosa distância entre um homem e uma mulher" - como é que ninguém nunca expressou essa ideia tão perfeitamente antes?
"É uma música para adultos, para pessoas que estão juntas há muito tempo e ainda estão juntas", reflete.
Ele se levanta e caminha pela sala. O álbum está perto do fim agora. Ele abre os braços e gesticula. "Yahwey", ele canta, no topo de sua voz e do fundo de seu coração. Não é tanto a música que dá ao seu coração uma elevação incontrolável, mas a melodia e a maneira como ela sobe e desce.
"Yahwe-e-ey", ele canta e aquela elevação - "Yahwe-e-ey".
Esta é a nota em que termina, e todos concordam que é hora de voltar para Dublin.
"Nós vamos parar no Roundwood Inn para uma última bebida", Bono anuncia.
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