Elvis Presley estará de volta a Las Vegas para ajudar a inaugurar o Sphere, o local de entretenimento de US$ 2,3 bilhões.
A mais recente extravagância de Elvis é o trabalho do artista londrino Marco Brambilla: um vídeo de quatro minutos, hiperdetalhado e com imagens densas, estrelado pelo rei em suas diferentes encarnações - desde o jovem oficial do exército até a estrela de cinema arrogante e já inchado - bem como a própria cidade dos sonhos de Las Vegas, que de forma semelhante evolui de um pequeno oásis no deserto para o epicentro neon do espetáculo de desastre.
Mantendo seus temas de proliferação e saturação de imagens de celebridades, 'King Size' é a maior colagem de vídeo de Brambilla até agora, usando 1.000 videoclipes em loop de diferentes filmes, incluindo todos os 33 filmes de Elvis.
"Estou usando a linguagem do excesso", diz Brambilla. "Eu queria que fosse um espetáculo na tradição de Hollywood, Busby Berkeley e Irwin Allen. É realmente exagerado".
A tecnologia também. Feito para uma tela que se estende por 160.000 pés quadrados e curva mais de 180 graus, o vídeo tem uma resolução extremamente alta de 16K. Foi encomendado pelo diretor artístico Willie Williams para o U2 exibir durante seus shows no Sphere, com outros artistas como John Gerrard fornecendo vídeos também.
'King Size' será mostrado, apropriadamente, durante "Even Better Than The Real Thing". Brambilla planeja então mostrar o trabalho em sua galeria em Berlim, Michael Fuchs Galerie, usando uma trilha sonora inspirada em Elvis.
O artista trabalhou com CGI (imagens geradas por computador) em suas produções "psicodélicas digitais" anteriores, como 'Heaven's Gate'. Desta vez, ele também usou inteligência artificial (IA) para criar imagens de Elvis e dos estranhos cenários de Las Vegas, com alguns resultados memoráveis. Uma imagem, criada com o gerador de imagens Midjourney AI, mostra Elvis levantando-se de pilhas de moedas de ouro em uma mesa de jogo – seu corpo feito de ouro. Outro resultou da alimentação do gerador Stable Diffusion com a pergunta: "Como seria Elvis se fosse esculpido pelo artista que fez a Estátua da Liberdade?"
Brambilla recorreu à IA em vez de pesquisadores humanos ou editores de vídeo desta vez porque, diz ele, estava dentro do prazo para concluir este projeto rapidamente, dentro de quatro meses. "O que descobri é que isso era muito bom em fazer esboços, fazer esboços conceituais e imagens híbridas. Muitas vezes surgem coisas que são muito mágicas", diz ele. "Consegui carregar minha biblioteca de 12.000 a 15.000 videoclipes em um mecanismo de IA e, em seguida, treinar a IA para encontrar as imagens que eu queria usar", fosse a imagem de uma limusine em frente a um hotel ou um letreiro de néon de frente a um pôr do sol.
Os bots não eram tão bons, como seria de esperar, na renderização de trajes ou acessórios específicos, então Brambilla renovou alguns looks de 'Elvis', cinebiografia de Baz Luhrmann, que compartilha algo da estética do excesso do artista.
Depois de juntar todas essas imagens, Brambilla fez testes para garantir que o vídeo não parecesse vertiginoso. Ele mudou de um formato tipo vórtice, que considerou muito intenso, para um modelo de rolagem onde as imagens flutuam de baixo para cima enquanto o vídeo é reproduzido. Ele também desacelerou vários clipes, para que fossem mais fáceis de digerir nessa escala.
"É como olhar por uma janela. Se o trabalho não for cortado muito rápido ou se mover muito rápido, na verdade é bastante reconfortante", diz ele, descrevendo a forma como o Sphere parece "completamente imersivo" e a tela, composta por milhares de LEDs, é mais uma membrana do que uma parede. "Não há sensação de arquitetura quando você está dentro. Esta é a primeira vez que vejo algo impossível de replicar em casa ou no cinema convencional".
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