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domingo, 24 de abril de 2016

"Miami": nós viemos, nós vimos, conquistamos


A gravação de POP tinha começado em Novembro de 1996. A pausa de Natal foi seguida por um período de paralização com Larry Mullen lutando com um problema nas costas. Howie B ficou com algumas partes de bateria e em março eles estavam em alerta máximo novamente, trabalhando as faixas de apoio e fazendo progressos que valiam a pena. Mas eles ainda não tinham qualquer sentido real do que ia dar ao álbum, do sentido de continuidade que sempre tinham lutado no passado. Precisava de um local - ou assim eles pensavam.
Por um tempo, eles brincaram com a idéia de ir para Cuba e convidar o espírito de Havana para se infiltrar no ritmo, mas o cinismo com que quase certamente tenham sido confrontados dissuadiu-os. E abril se transformou em maio, levantaram acampamento e partiram para Miami, ao invés disso.
Havia uma dúzia de razões do porque poderia ser um bom local para a gravação. É o cruzamento entre o Norte e o Sul. Tem um lado glamouroso, um lado bem humorado, um lado escuro – e o mais estranho ponto fraco. É um posto de fusão de culturas, religião e sexo. Mas no final, a ideia era mais encantadora do que a experiência. Em vez de levá-los para o coração da gravação, sua permanência lá produziu um pequeno filme de uma canção que Edge ironicamente descreve como uma espécie de "turismo criativo". É uma experiência da qual ninguém se arrepende.
“Nós estávamos no estúdio, debatendo sobre a direção da gravação”, Adam explica. “É um bom lugar para estar por uns seis meses, mas eu acho que nós todos precisávamos de um pouco de ar fresco. Então nós fomos para Miami e tivemos um bom tempo!” Saímos. Nós conhecemos muitas pessoas sérias e muitas pessoas superficiais e aproveitamos ambas. Nós fomos apresentados para a arte de fumar charutos. E, em geral, tivemos um bom momento. Nós viemos, nós vimos, conquistamos – está na letra. Tudo estava lá e nossos olhos estavam abertos. Parte do tempo (risos)”.
Liricamente, "Miami" exibe uma espécie de férias cafonas, chegando como um diário de handy-cam que desliza nos temas do consumismo e da violência com facilidade notável. Há uma forte qualidade visual, impressionista à escrita que nos remonta a "Promenade" de 'The
Unforgettable Fire' - só que aqui há indícios também que ressalta o voyeurismo de "Babyface" no 'Zooropa'. Todo mundo gosta de olhar. Snap!”
O senso de humor de Bono vem através do trocadilho edipiano do refrão, uma referência que brevemente traz o fantasma de Al Jolson à vida: “’Miami’ My mammy!”. Mas a coisa toda se encaixa tão perfeitamente como é, porque era um trabalho de amor para Howie B. “Tinha
muito da bagagem de Howie”, Flood explica. “Depois de ter sido gravada, ele se trancou em um quarto por três dias e arranjou tudo – não apenas a forma como as coisas foram tratadas, mas de onde elas vêem, e coisas assim.”
Foi, de longe, a mais rápida faixa para completar, como resultado de interesse especial de Howie. Pegando de maneira diferente de onde "God Part II" do Rattle And Hum e "Elvis Ate America" do Passengers haviam parado, exercício completamente moderno na magia do estúdio que possui uma outra parte da bateria monstro do modesto Mullen, entrelaçada com subterrâneos rumores trip-hop que fazem fronteira com o avant-garde.
Mas como Mullen mesmo afirma, os gêneros e pontos de referência não significam nada.
Tem que ser um ritmo U2 para estar num álbum do U2- e não há dúvidas sobre "Miami" naquela contagem.

AGRADECIMENTO: ROSA - U2 MOFO
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