Em 1992, a ZOOTV e o disco de platina tripla 'Achtung Baby' eram a imagem e o som do U2 deixando o capuz em casa e saindo para cantar na chuva.
No backstage, algumas horas antes do show no Globe, B.P. Fallon estava falando sobre a diferença entre o espetáculo de rock do U2 e o jeito que realmente era nos bons e velhos anos 1970 - quando o excesso era rei e as estrelas falavam sobre responsabilidade social e moral com um r minúsculo.
É um assunto que Fallon conhece bem. Irlandês élfico e animado, anunciado no programa da Zoo TV Tour como "guru, viber e disc jockey" (ele discotecava antes do set do U2 e aquecia a multidão com conversas hippie), Fallon tinha sido um escritor, personalidade do rádio e publicitário desde o anos 60 e trabalhou para e com nomes como Jimi Hendrix, Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin.
"Com o Zeppelin, era apenas mais de tudo - mais drogas, mais sexo", disse ele com apenas um leve toque de nostalgia. "Agora há menos drogas, menos casualidade sobre sexo. E a recessão está sendo sentida em todo o mundo, não apenas na América. Portanto, há mais com que se preocupar.
Mas este também é um U2 diferente de certa forma, não cavaleiros de armadura", continuou Fallon. "É mais quente, mais engraçado, mais humano. Eles vão para o palco tentando dar ao público algo para levar para casa com eles - a ideia de que, por todas as coisas que estão erradas, você não precisa se sentir mortalmente ferido o tempo todo. Aqui está um curativo, um pouco de esperança e um pouco de diversão. É como se você andasse com um guarda-chuva sobre a cabeça o tempo todo. Claro, você não vai tomar chuva. Mas você também não terá sol. O U2 está por aí dizendo: "Foda-se o guarda-chuva. E daí se você ficar um pouco molhado?"