The Edge revela que não gostou dos Estados Unidos em sua primeira ida com o U2

Entrevista com The Edge no ano de 1988:

Como sua percepção dos Estados Unidos mudou nos últimos sete anos?

Eu gosto muito mais. Não gostei muito quando fui lá pela primeira vez. Estávamos apenas de passagem e não tivemos uma visão completa. Saí com apenas uma noção superficial do que era a América, e esse nível superficial realmente não me interessou. 

Durante as duas últimas turnês, evitei propositalmente coisas como rádio e TV porque as achei ruins. Mas nas últimas turnês, vimos o que chamo de lado oculto dos Estados Unidos, o lado que não é óbvio se você estiver na cidade apenas por uma noite.

O que você encontrou lá?

Bem, por exemplo, músicas que nunca são tocadas no rádio, que nunca são expostas em nenhuma extensão – blues e country. E escritores americanos, como Raymond Carver, e alguns escritores indianos. E também a abertura. Os americanos são muito abertos. 

Na maioria das grandes cidades da Europa, as pessoas são distantes, muito hostis. Não é uma coisa irlandesa, mas você encontra em Londres e Paris. Eu não encontro isso nos Estados Unidos, e nesse sentido é mais parecido com a Irlanda.

O que você acha da situação dos Estados Unidos agora, politicamente, culturalmente?

Bem, isso me assusta. Me assusta muito, esse tipo de mentalidade de "vamos esquecer os anos 60", o novo fascismo, o novo conservadorismo. Mas os Estados Unidos sempre foram o melhor e o pior juntos, e será muito interessante ver como isso vai nos próximos anos. 

Estou um pouco receoso, mas é tão ruim na Europa. É tão ruim na Inglaterra, pelo que posso ver. 

Acho que nos próximos anos, as pessoas vão olhar para os anos 60 como uma era muito peculiar. Pensamos neles como o jeito que as pessoas deveriam ser. Mas se você pensar nos anos anteriores e nos anos posteriores, são os anos 60 que são estranhos, não os anos 70, nem os anos 80.