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domingo, 17 de janeiro de 2016

10 Anos de Vertigo Tour no Brasil: Pão De Açúcar Sai Da Vendas de Ingressos


17 de Janeiro de 2006

Os ingressos para a apresentação do U2 em São Paulo no dia 20 de fevereiro ainda não haviam acabado --porque as lojas não deram conta de atender à demanda--, mas os organizadores da turnê 'Vertigo' no Brasil confirmaram a realização do segundo show, no dia 21 de fevereiro, também no Estádio do Morumbi.
As lojas do Pão de Açúcar anunciaram que não venderiam os ingressos para este segundo. O motivo, segundo divulgou a empresa, foi a confusão ocorrida no dia anterior, quando foram vendidos os ingressos para a apresentação do dia 20.

Confira a íntegra da nota:

"ESCLARECIMENTO SOBRE A VENDA DE INGRESSOS - U2 NO BRASIL

A produção do show do U2 no Brasil - Accioly Entretenimento e Planmusic - pede desculpas ao público pelos transtornos ocorridos no primeiro dia de venda de ingressos. A produção informa que a demanda para a apresentação no Brasil da banda irlandesa superou todas as expectativas. Segundo estimativa da produção, mais de 100 mil pessoas --demanda nunca antes registrada em nenhum outro evento de banda internacional no Brasil-- estiveram nos pontos de venda do Rio e São Paulo, enquanto a capacidade do Morumbi para o show é de 73 mil. A produção esclarece que os problemas técnicos ocorridos hoje nos pontos de venda foram contornados.

Para organizar a venda, estão sendo distribuídas senhas em todos os pontos de venda. Cada uma delas dá direito à compra de no máximo dez ingressos. Com esta senha, o público garantirá a compra dos seus ingressos. Os ingressos para o espaço Pão de Açúcar Emotion e cadeiras superiores já estão esgotados.

Em função da grande procura de hoje já está confirmada a apresentação do quarteto irlandês no dia 21 de fevereiro no estádio do Morumbi. As informações sobre a venda para este dia serão divulgadas até a próxima quinta-feira, dia 19 de janeiro.

Com relação ao site Ticketronic a empresa informa que o excesso de acessos --média de 25 mil simultâneos-- fez com que o site saísse do ar. Assim que a operação estiver normalizada, a empresa fará um comunicado."

Na segunda-feira dia 16, 12 lojas do Pão de Açúcar (dez em São Paulo e duas no Rio de Janeiro) venderam as entradas em guichês montados pela produção do evento, a Accioly Entretenimento e Planmusic --em todos houve tumulto. Segundo a produção, o motivo foi a procura por ingressos além do esperado (eram 73 mil lugares e mais de 100 mil pessoas nas filas).
Na avaliação da rede de supermercados, os clientes acabaram responsabilizando a marca pelas confusões, quando, explicaram eles, o Pão de Açúcar era apenas um patrocinador. "Disponibilizamos para a venda apenas o que foi requerido pela produção do show", disse Paulo Pompilio, do setor de comunicação da empresa.
Além das filas quilométricas, irritaram os fãs a venda de lugares na fila, a presença de cambistas, sistemas fora do ar (para pagamento e impressão de bilhetes), idosos e grávidas furando fila, a ineficiência da polícia e muita briga. Na loja do Borba Gato (avenida Santo Amaro), por exemplo, cansados de esperar, os fãs que resistiam na fila gritavam, por volta das 21h, o nome de um supermercado concorrente.
Havia até esquema com uso de mulheres grávidas e crianças de colo nas filas, além de venda de lugares. "Vi um bebê que rodou em três mãos, com omissão total da organização", afirmou o advogado Daniel Paiva, número 82 da fila da Brigadeiro. Paiva chegou ao local às 23h45 do domingo e saiu com o ingresso às 17h20.
No Pão de Açúcar da avenida Ibirapuera (região sul), a fila preferencial também gerou indignação. "Duvido que esses idosos que estão aqui conheçam o U2. Eles não pegam nada de fila e compram cada um nove ingressos, enquanto nós, que dormimos aqui, ficamos sem", reclamava o engenheiro Roberto Monteiro, 26.
Alguns jovens chegaram a propor um teste: os idosos só poderiam comprar ingressos se soubessem cantar pelo menos três refrões da banda. Na unidade do Borba Gato (avenida Santo Amaro), um deficiente físico de cadeira de rodas chegou ao local por volta das 21h. Vaiado, foi embora de mãos vazias.
Já o site da Ticketronic, único responsável pelas vendas on-line, ficou fora do ar e gerou uma avalanche de queixas dos usuários.
Para amenizar a confusão, no final da tarde o Pão de Açúcar distribuiu senhas para alguns dos fãs nas filas, de acordo com a quantidade de ingressos restantes. Quem tinha as senhas não precisava se dirigir a um dos pontos de venda de ingressos, segundo a rede.
Até dia 20, os clientes receberiam uma ligação da loja informando como retirar os ingressos --quem conseguiu a senha deixou nome, RG e telefone em um cadastro.
Com o objetivo de dificultar a ação dos cambistas, os organizadores do show decidiram limitar a seis (contra os dez anunciados anteriormente) o número de ingressos que cada pessoa poderia comprar tanto nas lojas quanto na internet. Não serviu de nada.
O risco de derrame de ingressos falsos também preocupava. "Faremos um forte esquema de triagem para apreender possíveis ingressos falsos. Por isso é fundamental que as pessoas comprem apenas em locais autorizados e divulgados por nós. Comprar ingresso com cambistas será jogar dinheiro fora", afirmou Mauricio Machado Costa, diretor da Ticketronic.
A Fundação Procon-SP, que é vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, divulgou que iria notificar os responsáveis pela organização do show.
O órgão informou que iria solicitar às empresas esclarecimentos sobre a quantidade e localização dos postos de venda, a forma de veiculação das informações sobre postos de venda, a quantidade de ingressos cheios e meia-entrada, falhas no sistema de acesso às compras pela internet, entre outros problemas noticiados pela imprensa.
Segundo nota da Fundação Procon-SP, o consumidor que se sentiu lesado com os problemas enfrentados nas filas dos postos de venda poderiam registrar denúncia no Procon-SP.
A queixa seria encaminhada à fiscalização do órgão para as devidas providências. Caso o pleito fosse um dano moral ou material, o consumidor deveria procurar o poder Judiciário, orientou a Fundação Procon-SP.
As entradas custavam de R$ 200 a R$ 380.
Para entregas em domicílio, a Ticketronic cobrou uma taxa de serviço de 5% sobre o valor do ingresso mais R$ 8 para entregas nas capitais do Rio de Janeiro e São Paulo (entrega em até 2 dias úteis), e o valor do Sedex para as demais cidades brasileiras (de acordo com a tabela dos Correios e entrega em até 5 dias úteis).
O pagamento poderia ser feito com os cartões de crédito Credicard, Diners, Mastercard e Visa, cartão de débito Bradesco Visa ou por meio de depósito bancário.
Nas lojas Pão de Açúcar não foi cobrada nenhuma taxa extra, e o pagamento poderia ser feito em dinheiro e cartões de débito ou crédito. Entradas para o espaço Pão de Açúcar Emotion só foram vendidas nos supermercados do grupo (na Ticketronic não foi vendido ingresso para o local).

Depois que milhares de fãs da banda deixaram, decepcionados e sem ingressos, as quilométricas filas registradas nos tumultuados pontos de venda, alguns já anunciavam na internet, em sites de comércio eletrônico, entradas para a apresentação. O preço chegava à R$ 500.
No Mercado Livre, um das transações oferecidas era o leilão, caso dos ingressos para o U2.
Para "garantir" que o produto existia, alguns dos vendedores colocaram imagens dos ingressos em suas páginas. Logo abaixo, um deles explicava o motivo da venda: "não sou cambista, estou vendendo por motivo de viagem", disse. Naquele caso, a entrada, que dava acesso à pista do Morumbi, estava em R$ 350 às 15h --o número variava a cada minuto.
Um outro "cambista" virtual oferecia aos internautas nove ingressos, cada um por R$ 420. Na página, em que era possível visualizar a conversa do vendedor com os possíveis compradores, alguém tentava diminuir o preço. "Faz R$ 350 na compra de quatro?", perguntava um, enquanto outro escrevia: "faz três por R$1000? Ou R$800,00 em dois?. Indignado, um terceiro reclamava: "vender acima do preço é cambismo, independente do motivo... Isso é crime!".
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